UNIVERSIDADE das ARTES
do
RIO GRANDE do SUL.
“O
único elemento, entre todos os “autênticos” pontos de vista essenciais que elas
(as universidades) podem, legitimamente, oferecer aos seus
estudantes, para ajudá-los em seu caminho pela vida afora, é o hábito de
assumir o dever da integridade intelectual; isso acarreta necessariamente uma
inexorável lucidez a respeito de si mesmos.” Max WEBER 1989: 70
Os
PROBLEMAS que se PRETENDE SOLUCINAR com a UNIVERSIDADE de ARTES do RIO GRANDE
do SUL.
O que se propõe aqui não
existe ainda no Brasil e no Rio Grande do Sul. Objetiva reunir grupos de
artistas em meio da sua carreira produtiva, domiciliados no Rio Grande do Sul e
com potencialidade de projeção mundial. A
sua constituição e o seu funcionamento continuado enfrenta, de um lado, o
problema crônico da sustentação de uma carreira produtiva de um artista criador
na sua plena potencialidade. Do outro a quase nula presença da Arte produzida
no Rio Grande do Sul fora das fronteiras geográficas, culturais e políticos.
ZOOLITO-
Artefato de Sambaqui - LEPAARQ – UFPEL
Fig.
01 – O patrimônio daa Artes, praticadas no espaço físico do Estado do Rio
Grande si Sul, recua ás mais remotas eras e práticas estéticas humanas
presentes nos primórdios de todas as civilizações. Existem as mais
meritórias pesquisas em parâmetros
cientificas em andamento. Para atingirem a circulação das estéticas humanas universais necessitam
apenas um projeto consistente, operacional de uma UNIVERSIDADE das ARTES do RIO
GRANDE do SUL e a garantia de um funcionamento continuado por tempo indeterminado.
ESTUDANTES,
DOCENTES e MANTENEDORA
Estes artistas criadores
em meio de sua carreira produtiva, seriam admitidos em projetos com meios
orçamentários específicos e suficientes antes, durante e após a sua conclusão. Na
medida em que se configuram estes projetos os grupos selecionados e escolhidos
mediante um projeto de vida, currículo e
um problema específico que desejaram equacionar na nas manifestações de Arte no âmbito do Rio grande
do Sul. Estes estudantes que provaram a sua competência e gosto pelas Artes nas
suas unidades ou centros de origem. Projeto, currículo e problema previamente
submetidos aos grupos de docentes qualificados internacionalmente. Estes se tornariam
orientadores ao longo do tempo do contrato com a mantenedora. Como orientadores
abririam as seus orientandos contatos personalizados e estágios nos seus
centros culturais de origem.
Oca
semi-subterrânea do indígenas do RS - Desenho Museu da UFRGS - 2013
Fig.
02 – O patrimônio da origem das Artes todas
as civilizações é muito diversificado mesmo nos seus primórdios. Assim há
necessidade de muito cuidado em generalizações apressadas e realizadas com o
repertório conceitual contemporâneo. Mesmo no espaço físico Estado do Rio Grande do Sul são muitos
diversas as formas e os estágios culturais internos às práticas estéticas
humanas. As mais
meritórias pesquisas em andamento
possuem muita dificuldade para definir , em parâmetros cientificas, a gratuidade das manifestações artísticas
daquelas que eram destinadas ao consumo e a ao trabalho de sobrevivência humana.
A UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do SUL é de extrema necessidade para
conceituar este patrimônio material do passado. Ao mesmo tempo perceber, estudar
e fazer circular o patrimônio imaterial
estético indígena rio-grandense em
plena vigência.
O QUE NÃO se PROPÕE.
Esta proposta não quer
sombrear ou substituir qualquer unidade ou centro de Artes já existente nas
atuais instituições superiores existentes e em funcionamento no Rio Grande do
Sul, tanto da iniciativa pública como da particular. Estas unidades ou centros
de Artes continuariam a ministrar os seus cursos superiores e promover os seus
programas de pós-graduação.
Carlos
Alberto do OLIVEIRA (1951- ) o CARLÃO – “Futebol”
Fig.
03 – A presença das práticas estéticas
da cultura afro-brasileira é forte, notável e entranhado no patrimônio das Artes do Estado do Rio Grande
do Sul. Esta estética teve invulgar e notável aceitação recente nas mais
variadas culturas mundiais. Como tal foi fundamento para os mais notáveis
artistas recentes. Tanto o seu
patrimônio material, mas especialmente imaterial, erguem um véu que recobre as mais remotas
eras e humanas presentes nos primórdios de todas as civilizações. A UNIVERSIDADE
das ARTES do RIO GRANDE do SUL pode ultrapassar a simples contabilidade das
cotas. É oportunidade para transcender,
por meio desta sabedoria estética afro-brasileira, algo de universal e ao mesmo
tempo carregado o desenvolvimento que teve ao longo de toda história local. De
outra parte, pesquisas em parâmetros científicos, põe em evidência outros bloqueios econômicos,
sociais e políticos que as minorias sempre sofrem em qualquer cultura.
Bloqueios onde a Arte possui um papel primordial na sua superação ou uma
simples forma para contornar estes bloqueios.
A Universidade de Artes,
que se propõe aqui, faria a pesquisa, extensão e ensino em altíssimo nível de
primeira linha com a circulação da massa crítica das Artes a tal ponto que
circulem efetivamente no circuito internacional. Isto significa projetos com
começo, meio e fim com grupos de docentes selecionadíssimos internacionalmente.
LÚDICA
INFANTIL SUL-RIO-GRANDENSE - Pesquisa de Glaucus SARAIVA de FONSECA (1921-1983)
Fig.
04 – O ser humano, em formação, transita por todos das Artes e da cultura. No
espaço físico do Estado do Rio Grande do Sul as Escolinhas de Arte, tiveram uma
época de extraordinário florescimento. Algumas foram a semente de atuais
Universidades. O mesmo pode ser
dito dos Centros de Tradições Gaúchos onde alguns pesquisadores de méritos se
debruçaram o sua pesquisa, estudo e formação de acervos de brinquedos, jogos e
instrumentos de música. A UNIVERSIDADE
das ARTES do RIO GRANDE do SUL pode se constituir na garantia de um
funcionamento continuado por tempo indeterminado destas pesquisas, estudos e
formação de acervos tanto do que foi das Escolinhas de Arte como aquilo que
pertence ao mundo do Folclore.
A
MANTENEDORA
A mantenedora é criativa
na mesma proporção do problema que se de propõe enfrentar. Esta mantenedora,
que se propõe, seria formada por administradores competentes para manter as
parcerias com o Estado Brasileiro, nos seus três níveis, instituições e outras
mantenedoras e que não podem arcar individualmente com um investimento desta
natureza. Mantenedora competente para garantir, por tempo indeterminado, uma salutar
investigação estética, formar um
patrimônio da Arte produzida no Rio Grande do Sul de interesse universal. Patrimônio do passado, do presente e do
futuro acessível, pela rede mundial, em
tempo integral e instantemente.
“Madona” - Museu
Municipal de CAXIAS do SUL
Fig.
05 – O imigrante não encontrou dificuldade para recomeçar as manifestações do
seu próprio patrimônio das Artes e passou a praticá-las no espaço físico do
Estado do Rio Grande si Sul. Nestas culturas transplantadas, a sua arte ínsita,
recua aos primórdios de todas as civilizações. Isto não seria
possível nas suas culturas de origem, pois os parâmetros culturais já estão
canonicamente estabelecidos e sufocam qualquer concorrência. De outra parte
esta culturas transplantadas não possuem
barreiras, contratos ou convenções que impeça a circulação em outras culturas
locais ou adventícias que se encontram no mesmo estágio. Isto permite que as
mais diversas culturas estrangeiras sintam-se em casa nos CTGs, nas “casas dos
santos” e absorvam hábitos alimentares indígenas. A UNIVERSIDADE das ARTES do
RIO GRANDE do SUL garante um funcionamento continuado desta plasticidade por
tempo indeterminado na medida em cultivar o hábito de integridade intelectual.
O
MINISTÉRIO das ARTES.
Como não existe um
Ministério de Artes no Brasil e o Ministério da Cultura muito pouco faz ou pode
fazer pelas Artes. O mesmo acontece nas Secretarias estaduais ou municipais. Com
a ausência de Secretarias de Arte as relações com o Estado Brasileiro seriam
balizadas por novas normativas oriundas tanta da Educação, da Cultura, do
Itamarati, da Fazenda e Indústria e do Comércio, mediadas por uma legislação
específica proveniente do Legislativo.
Assim a ausência de um
mero corpo administrativo central, na forma de um Ministério das Artes, só
poderia atrapalhar a autonomia tão cara para as manifestações artísticas e aos
artistas criadores.
DOIS
SUL-RIO-GRANDENES-Araújo Porto-alegre e Osório - a Arte e a Espada- Praça da Alfândega
- PORTOALEGRE
Fig.
06 – O sul-rio-grandense usa tanto a pena como a espada. Espada que foi usado
abundantemente na defesa territorial como do General Osório. A pena traçou
paginas que figuram no patrimôni9 brasileiro como aquelas escritas por Manuel
Araújo Porto-alegre. Em especial aquelas que consolidaram a Imperial Academia
de Belas Artes e na qual foi conselheiro de vários artistas de renome nacional.
É interessante notar como em tempo de espada
mundial, como as duas Guerras Mundiais, do século XX, vários artistas do Centro
do Brasil escolheram o Rio Grande do Sul para realizar o seu “Grand Tour” o que
não era possível no velho mundo conflagrado. A UNIVERSIDADE das ARTES do RIO
GRANDE do SUL seria a garantia de investigação, sistematização das preciosas
conexões da cultura regional com a cultura brasileira e na qual possui um papel
primordial e que em geral é encoberto de lamúrias infantis.
RESULTADOS
AGUARDADOS.
Como o investimento é alto, a longo prazo e os
resultados incertos, existe um trabalho preliminar para identificação em que
pontos, época e projetos é possível investir.
O resultado central da UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do SUL que se espera é um apoio decisivo para que a Arte praticada no âmbito deste
estado. A obra de Arte o seu artista são cruciais para que sejam conhecida no circuito mundial. Esta obra e o seu criador, incluídos e considerados na pesquisa
internacional é um dos objetivos deste ente cultural.
Pedro WEINGÄRTNER (1856-1929) -
Ferraria em Montebello – 1927 - óleo 24 x 40 cm
Fig.
07 – O olhar e a obra de Pedro Weingärtner, com uma segura formação pictórica,
não recuava do mais simples tema disponível ao seu pincel no espaço físico do
Estado do Rio Grande do Sul. Obra e olhar que foram traços de união entre a
cultura germânica de sua origem com da cultura italiana com o seu atelier em
Roma. Se na sua época a Escola de Artes do
Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, a própria mantenedora achava uma
ofensa aos méritos deste artista, oferecer-lhe um salário aviltante pelas suas
preciosas e seguras aulas de Arte. A UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do
SUL, antes de vir ao mundo prático, necessita ter a garantia de um contrato digno
e coerente, tanto para o docente como
para o estudante que admitir ao longo de um período contratado.
Esta carência salta aos
olhos de todos devido aos pequenos e os frágeis cursos, unidades e centros
dispersos pelo estado do Rio Grande do Sul. Pequenos e frágeis cursos, unidades
e centros dispersos que por isto não conseguem atingir este patamar de produção
e circulação da arte produzida no Estado. Este frágil, pequeno e difuso estágio
crítico possui reflexos diretos na vida
e na produção dos seus artistas deprimidos pela falta de oportunidade para
desenvolver as carreiras neste meio entrópico. Vistos do lado externo, nada acontece na Arte do Rio
Grande do Sul que é grande apenas no nome.
OSCAR
BOEIRA - Obra de Cláudio Afonso Martins Costa- na III Perimetral de Porto
Alegre
Fig.
08 – Oscar Boeira foi um artista que se entregava ao puro prazer de pintar no mais alto nível e sem pedir nada em troca.
Exigente consigo mesmo, considerava as suas obras tão pessoais e a tal ponto
que vendeu em vida uma única obra e para o Estado. Como mestre também não
cobrava as suas aulas. Coerente com a Vida
que lhe era dada gratuidade conduzia asa
Arte para o mesmo caminho. A UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do SUL necessita, nesta mesma linha um projeto consistente,
operacional de uma e a garantia de um funcionamento continuado por tempo
indeterminado. Projeto que permita a existência de artistas como Oscar Boeira e que se inscrevem entre o
que mais nobre e universal uma civilização consegue no seu apogeu e em dialogo
pacifico com as demais culturas.
HISTÓRICO
da UNIVERSIDADE de ARTES do RIO GRANDE do SUL
A percepção deste
problema não é novidade. Já em 1908 esta
busca de conexões internacionais já foi esboçado.
Para a Europa, Rio da Prata e todo o Brasil, onde existem
estabelecimentos desta ordem foram pedidos prospectos, programmas,
regulamentos, etc., bem como pedidos de preços de materiais absolutamente
necessários ao funcionamento do Instituto, afim de se fazerem os calculos
todos, sem pessimismo ou optimismo.
“A
F E D E R A Ç Ã O” 4 de
Abril de 1908
Tratava-se naquele momento
de algo embrionário, passivo e restrito ao processo da constituição se uma
instituição singular de ensino-aprendizagem formal das Artes (Monnier, 1995). A
concepção desta ideia da UNIVERSIDADE das ARTES ganhou outros contornos em 1947.
(Ver endereços de postagens anexas). Porém nesta época tratava-se de transformar
uma unidade já existe em UNIVERSIDADE das ARTES. Esta solução traria consigo a
endogenia da antiga instituição, o que fato acabou acontecendo. Foram ideais generosos que não encontraram eco
e muito menos meios para chegar ao mundo
prático e o frágil meio cultural. De outra parte estavam distantes de uma
salutar investigação, da formação de um patrimônio de interesse universal e
acessível pela rede mundial. E nesta três direções simultâneas e reciprocamente
estimulantes que avança este projeto da UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do
SUL .
João
FAHRION (1898-1970) EQUIPE do CURSO de
ARTES PLÁSTICAS doa INSTITUTO DE BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL
Fig.
09 – A massa critica de docentes de Artes sempre teve por norma o seu hábito de
integridade intelectual. A maioria deles
havia provado, em função deste hábito, a sua competência prática nas Artes antes
de assumir a função pedagógica nesta sua competência. Como índice da sua
competência teórica publicavam uma tese que eles elaboravam sem orientador. Defendiam esta tese em banca
nacional. Uma UNIVERSIDADE das
ARTES do RIO GRANDE do SUL possui
como garantia de seu funcionamento a continuação, por tempo indeterminado, a
exigência expressou por Leonardo da Vinci ao afirmar que “uma pintura é algo mental”.
IMPLEMENTAR para IMPLANTAR.
Qualquer ruptura
epistêmica, estética ou cultural necessita de um intenso e amplo trabalho
preliminar. Todo este trabalho preliminar irá convergir e cristalizará num
texto de um estatuto definirá sua natureza especifica e sua operacionalização
num regimento a ser elaborado pelo conjunto dos entes jurídicos que se unirem
neste projeto.
Se uma forma geral esta
Universidade das Artes não será formado por nenhum destes entes, mas pelos
recursos, patrimônio e conquista imateriais que pertencem a esta instituição
diferenciada pela autêntico gosto pelas artes e projetos civilizatórios
compensatório que acumular ao longo de sua existência.
Os seus agentes serão
contratados e aceitos dentro de projetos com começo meio e fim,
PLÍNIO
CESAR LIVI BERNHARDT (1927-2004) pintando nas MISSÕES em julho de 1947
Fig.
10 – O patrimônio das Artes, praticadas no espaço físico do Estado do Rio
Grande do Sul, engloba experiências e
projetos frustrados, abandonados à própria
sorte. Porém recuperados, os seus vestígios são reconhecidos como patrimônio da
humanidade. O conjunto dos seus
estudos, consolidação, sem um “intervencionismo restaurador” formam um
paradigma para a UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do SUL. Tonam-se
paradigma na medida em que foi mantido o hábito da integridade intelectual em
todas as etapas, pelos seus agentes e o seu público neste processo continuado por tempo indeterminado.
Este ente poderá
trabalhar intimamente com a Educação Física vinculando-se ao Ministério dos Esportes.
Espera-se que o Esporte praticado no âmbito do Rio Grande do Sul seja conhecido
e que se torne o objeto da pesquisa
internacional e ser considerada e incluído no circuito mundial.
O
escultor Cláudio Afonso Martins Costa (1932-2005) no trabalho.
Fig.
11 – A criação tridimensional Estado do Rio Grande do Sul formou uma legião de
praticantes e enriqueceu sobremaneira o patrimônio das Artes. O que possui de
sólido, pesado e necessita de um esforço físico, também carece de um esforço
conceitual simétrico no seu estudo, sistematização e divulgação pelos novos
meios numéricos digitais. Uma tarefa e um esforço conceitual típico para uma
UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do SUL.
UNIDADES
da UNIVERSIDADE de ARTES
Na sua origem a
Universidade Brasileira exigia a convergência de no mínimo de seis unidades acadêmicas
independentes e operacionais que sustentavam o ente universitário. No sentido
amplo uma Universidade abrange e toca todos os saberes humanos. Nos casos das
Artes elas se constituem de somatórias tanto científicas, especulativas e
operacionais práticas. Para não se desvirtuar
num imponderável e geleia conceitual operacional as Artes se dividiram conforme
os signos sensoriais com os quais criam, materializam suas obras e expandem os
seus suportes conceituais. As Artes da VISÃO possuem as suas narrativas, sua
História e o mundo conceitual. Este conjunto forma, desde longa data um
estrutura e competência acadêmica unidade universitária. O mesmo podem ser dito da AUDIÇÃO humana e
todas as formas musicais. O Tato possui entre suas expressões a Escultura. A
CENA possui no Teatro um universo próprio e candidato a uma unidade
universitária. A era industrial acrescentou a Fotografia e depois o Cinema. Estas convergiram para a
Eletrônica e as criações, obras e circulação de obras numéricas digitais.
NÚCLEO
OPERACIONAL
Cada UNIDADE necessita ter presente o
patrimônio artístico do Rio Grande do Sul já existe, a sua realidade presente e
os desafios e problemas da sua própria área. Não pode haver mediações, tuteladores externos e
atravessadores de ocasião neste diagnóstico, estudo e sistematização de prioridades
internas ao campo das forças desta UNIDADE. Se de um lado a UNIVERSIDADE de ARTES do RIO GRANDE
do SUL propõe algo inédito, do outro este ente
repouso sobre um imenso patrimônio que o tempo, as diversos ambientes sedimentaram
no espaço geográfico deste estado. O inédito consiste em detectar as dimensões
deste patrimônio, a objetiva realidade presente, os desafios e problemas da sua
própria área por meio de recursos digitais e oferecê-lo neste meio tanto aos
entes internos como externos do mundo cultural. Estas dimensões necessitam um
imenso esforço e investimento preliminar. Conforme este e patrimônio, a
realidade objetiva presente, os desafios, problemas da sua própria área e os
produtos aguardados mobilizam-se os meios operacionais capazes de dar conta
desta tarefa. Esta parte cabe á uma sólida e experimentada mantenedora.
Danúbio
Vilamil GONÇALVES (1925 - ) Mural dos 100 Anos Migração Israelita - 2005 -
Azulejos
Fig.
12 – O espaço físico do Estado do Rio Grande do Sul já deu provas suficientes
de suas potencialidades, vindas de todos os recantos do planeta, das culturas e
tempos históricos os mais diversos. Na dialética entre o recomeçar e a
preservação do que de melhor e mais coerente existe em cada recanto, cultura e
tempo necessitam de uma mentalidade abrangente tanto no interior desta cultura
com dos agentes externos. É a tarefa típica daqueles que cultiva o hábito da integridade
intelectual. Um ponto de convergência
destes agentes internos e externos passa pelo projeto consistente, operacional
de uma UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do SUL e a garantia de um
funcionamento continuado por tempo indeterminado.
PRELIMINARES
de INTERESSE COLETIVO.
O pensamento logístico
precede qualquer iniciativa prática visando a constituição da UNIVERSIDADE de
ARTES do RIO GRANDE do SUL. Nesta logística cada unidade que se candidatar para
integrar para constituir e operar irá cultivar a mentalidade apta para repertoriar,
sistematizar e dar um corpo ao que ela já produziu nesta área no Rio Grande do
Sul. Este corpo será constituído no espaço numérico digital. Este espaço numérico exigirá uma usina apropriada
para este fim. Apropriada com todos os meios para recuperação interna e externa
e apta para receber, estocar e disponibilizar todo o universo das ARTES praticadas no RIO GRANDE do SUL. Para tanto
cada unidade parceira será destinatária de verbas e recursos e profissionais
específicos. O espaço numérico digital será constituído mediante edital para
prestação deste serviço de terceiros. Evita-se, por todos os meios, acumular
burocracia, aparelhamentos institucionais e dinastia da endogenia. Por esta razão
a tarefa caberá empresas profissionais destas áreas e mediante contrato com
começo, meio e fim.
No contraditório não é
possível confiara esta tarefa ao puro marketing, propaganda e comércio cultural. Seria o caminho estreito da Bienal do
Mercosul na qual o que menos conta é o
artista e a sua obra.
De outra parte, sem um
trabalho conceitual e mental sólido é abrangente estamos diante da naturalização
da obra de arte. Os profetas do
Aleijadinho para a população da Congonhas do Campo “sempre estiveram lá”, ou o soldado castelhano diante das obras das
mais altas culturas pré-colombianas - ou os primitivos cristãos diante das
obras de Fidias – só percebem, nestas obras, a “mentalidade pagã” e perigosos ídolos para as suas estreitas
convicções e ideologias.
Francisco
STOCKINGER (1919-2009) Obra no Parque MARINHA do BRASIL - foto dez. 2010. Ver in ALVES 2004 p. 192
Fig.
13 – O espaço físico do Estado do Rio Grande do Sul possui as suas
peculiaridades. As estações, morfologia do solo, os vegetais, a sua fauna e climas típicos possibilitam uma criação
completamente diferenciada de outros ponto do planeta. A Arte, como um
jogo gratuito e sensorial humano, encontra neste meio, circunstâncias e nestes
potenciais próprios, distintos de outros espaços físicos. Todas as civilizações humanas partiram destes
condicionamentos para gerar as suas manifestações estéticas próprias e distintas
das demais. O perigo da tirania da
Natureza encontra no hábito da integridade intelectual a razão da existência da
UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do SUL
PATAMARES
de OPERAÇÃO.
A potencialidade de uma
UNIVERSIDADE das ARTES no Rio Grande do Sul já foi reconhecida, em 1962, pelo
pintor e muralista Aldo Locatelli de intensa produção local. Ele escreveu na sua tese que a morte
precoce não deixou defender publicamente:
Assim é,
consequentemente, neste clima que o Brasil, o nosso mesmo Rio Grande do Sul tão
pródigo em vocações artísticas, vivem internacionalmente no mesmo valor de
Paris, Roma, Tóquio, Nova York e de Moscou. Estamos errados se pensamos que os
centros de maior tradição e movimento artístico devem ser os nossos guias,
absorvendo-nos com teorias resultantes de ambientes bem diferentes e
preocupados de não repetir-se nos exemplos de uma grande tradição. Ao
contrário, nós vivemos no princípio da nossa formação de civilização e devemos
tentar expressá-la nos nossos próprios valores.
Passados mais do que 50
anos esta constatação de um estrangeiro não teve meios para fazer circular,
fazer conhecida e reconhecida potencialidade a produção artística efetiva. Para
atingir este clima crítico não bastam eventos, esforços pontuais.
IBERÊ CAMARGO e GLAUCO PINTO MORAES (1928-1990)-
na “PRÓ DIRETAS JÁ”
Fig.
14 – A ação e a obra de Iberê Camargo (1914-1994) transcenderam amplamente os
limites do estado do Rio Grande do Sul.
A coerência entre a sua Vida e a sua
Arte projetou-se nos seus escritos e suas postura políticas mantiveram a
coerência com a sua origem e para onde retornou no final de sua existência. A
sua terra retribuiu com uma instituição com o seu nome. No caso de
projeto consistente, operacional de uma UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do
SUL esta instituição, o hábito da integridade intelectual da pessoa e do
artista e a sua obra podem ser um constante referencial teórico. Referencial teórico para pesquisas em parâmetros científicos,
para a circulação das estéticas humanas
universais e a geração de uma garantia de um funcionamento continuado por tempo
indeterminado.
Ressalta-se que o objetivo
final é a institucionalização de um projeto civilizatório que o Estado, as
instituições e indivíduos necessitam oferecer como forma de compensação da
força e da violência que necessitam exercer para orientar os cidadãos para
objetivos socialmente aceitos (Marques dos Santos, 1997). Nada melhor do que a
ARTE para este projeto. Como o problema é universal uma região cultural
restrita é um passa a frente na civilização planetária.
Paulo SIQUEIRA
- Monumento ao Ferroviário - PASSO
FUNDO RS
Fig.
15 – A cidade de Passo Fundo constitui-se
num polo que aponta nos mais variados e vigorosos sentidos culturais e
estéticos do estado do Rio Grande do Sul. Pelo seu espaço urbano e cultural
circulam estéticas humanas procedentes de todas as civilizações.
Esta circulação das
estéticas humanas universais é reforçada por uma ativa Universidade. Orgulha-se
de seus eventos continuados de Literatura. Certamente poderá ser incluída num projeto
consistente, operacional de uma UNIVERSIDADE das ARTES do RIO GRANDE do SUL.
Não lhe faltam os hábitos de integridade intelectual, em alto grau. Com esta
prática e experiência acumulada a cidade
e a cultura de Passo Fundo será garantia de um funcionamento continuado
por tempo indeterminado e expansão nas demais comunidades que a possuem como
referencial.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
LOCATELLI,
Aldo Danielle (1915-1962) . «“MURAL”:
ANÁLISE – CONSIDERAÇÕES, MÉTODO E
PENSAMENTOS» Tese de concurso para o
provimento efetivo da cadeira de composição decorativa dos cursos de pintura e
escultura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul – Porto Alegre,
1962. in CORREIO DO POVO, Caderno de Sábado. Volume
X, ano V, nº 232, 22. Jul. 1972[1].
MONNIER, Gérard( 1935- ).
L’art et ses institutions en France: de la Révolution à nos jours. Paris : Gallimard-Folio-histoire, 1995.
462p.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ARTE
na UNIVERSIDADE
BIENAL
do MERCOSUL – histórico
HISTÓRIA
e IDENTENDIDADE de UMA INSTITUIÇÂO de ARTES na UFRGS
MINISTÉRIO
das ARTES
Na
ARTE o MARKETING é para o ARTISTA e sua
OBRA e NÃO para o seu MEDIADOR, seu ATRAVESSADOR ou seu TUTELADOR
O
ESTADO e o SIGNIFICAADO de um PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA
ORIGENS do INSTITUTO de ARTES da
UFRGS
UNIVERSIDADE
das ARTES
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