QUANDO os OPERÁRIOS se SENTEM ARTISTAS ou
QUANDO o SILÊNCIO faz a DIFERENÇA - b-
Fig. 01 - Joseph Seraph LUTZENBERGER (1882-1951)“Carreteiros” O artista é mestre em temas nos quais apanha e enfatiza a temática do contaste entre a cultura popular e a sua própria visão erudita de formação européia e mais específica de sua própria cultura regional bávara. Nestes contrates o artista deixa fluir toda a sua veia irônica.
A Arte já foi colocada ao serviço de ideologias, de crenças, do capital, do trabalho e dos mais variados e altos interesses, inclusive os da própria Filosofia. Ela seguiu a todos os interesses como companheira à imagem e semelhança da vida e do ar. O caminho lhe fez muito bem e ela se renovou em todas as épocas e lugares. Em todos os lugares, climas e tempos foi ela que recolheu as emoções, as realizações físicas as mais variadas. A arte conferiu formas universais e perenes ao pensamento individual e particular de cada lugar, cada clima cultural e cada tempo. Acompanhou e registrou o nascimento, o apogeu e a morte de expressões individuais até aqueles das grandes e longas civilizações humanas por meio destas formas sensíveis aos sentidos humanos. Perenidade atingida por meio da criação de formas físicas e universais, acessíveis aos sentidos humanos, onde guardou emoções, o pensamento e as suas circunstâncias. A Arte tornou-se um testemunho e um documento único.
http://www6.ufrgs.br/artes/arquivo/icaatom/web/index.php/?sf_culture=PT
Fig. 02 - FRANCIS PELICHECK 1896-1937 – caricatura do atelier do artista na rua Duque de Caxias.
O artista Francis Pelichek foi acolhido na oficina de móveis, na qual residiu por algum tempo nos fundos da loja de móveis e da marcenaria dos irmãos Jamardo que ficava na Praça da Alfândega. Segundo o depoimento oral de Sandra Jamardo Dani, professora do DAV e Diretora do Instituto de Artes da UFRGS, a Casa Jamardo abrigou vários artistas plásticos e era locais de suas exposições, incluindo os de fora, como a de Di Cavalcanti. Essa casa, mantida pelos toreutas espanhóis, era fornecedora de móveis de requinte para palacetes particulares da época Art-Nouveau.
A Arte não se comportou diferente em Porto Alegre. Ela saltou por cima dos mais agudos e desafiadores obstáculos, migrando de mão em mão e de pensamento em pensamento. A Arte criou fios e teias que ela depositou nas mãos da História. Em Porto Alegre ela teceu mais uma civilização, criando e fornecendo formas sensíveis aos sentidos humanos. Tecido articulável e material adequado e coerente com as formas físicas e circunstâncias locais. Na sua forma empírica e material este tecido foi imantado pelo pensamento e compatível e conectável com toda a grande aventura humana de todos os tempos e lugares. No mínimo de suas formas físicas a Arte é portadora da marca do lugar e do tempo de origem. A arte distingue e dignifica e ao mesmo tempo conecta e universaliza. Mesmo nas suas ausências ela denuncia uma porta aberta para o retorno da barbárie e da Natureza bruta.
Fig. 03 - Glênio Alves Branco BIANCHETTI 1928 - “ Colhendo batatas ”
A Arte torna-se um mundo próprio e uma ilha segura contra a barbárie e assaltos. Neste seu mundo próprio a Arte conduz uma vida civilizada pelo seu saber de distinguir e de dignificar. A Arte transcende o terreno da terapia e nem se prende à apologia do lazer, do diferente e do culto. Neste seu mundo próprio ela constitui a normalidade, o equilíbrio e a coerência em si mesma e coerente com os mais altos valores de uma civilização. Valores que elevam a vida para atingir as fontes primordiais, como aqueles da gratuidade e daquilo que permanece como obra universal aos sentidos humanos.
Muitos artistas operários de Porto Alegre atingiram as fontes primordiais, da gratuidade da vida e daquilo que de fato permanece como obra. Obra à qual se entregaram de corpo e alma, da mesma forma como ao trabalho diário. Se o vínculo ao trabalho lhes valeu a pecha de ARTISTAS AMADORES, NAIFS, INGÈNUOS, no lado oposto, são portadores de formas sensíveis aos sentidos humanos que guardaram as suas emoções, o seu pensamento e as circunstâncias. Evidente que são falsas as formas físicas adotadas por alguém que não viveu as circunstâncias de um autêntico artista operário. Seriam incoerentes com quem viveu, reagiu e produziu arte como operário e trabalhador. Nestas circunstâncias as emoções e os pensamentos transformam-se em pastiches de arte.
Fig. 04 - João Faria VANNA (1905-1975) paisagem da antiga Porto Alegre da Praia de Belas vista do Alto da Bronze. Vianna foi estudante da Escola Técnica Parobé da Escola de Engenharia de Porto Alegre. Ali teve aulas com o artista italiano Giuseppe GAUDENZI.
A fuga para as velhas concepções estéticas das ARTES MAIORES e MENORES conspiram contra esta coerência e verdade. Concepções estéticas convenientes ao poder econômico e do mercado de artes, fabricadas e apropriadas de fontes aleatórias. Estas concepções estéticas mais atrapalham do que ajudam na busca da interação entre o artista e o seu observador. Ao fabricar a velha e gasta LUTA de CLASSES na verdade o poder econômico e o mercado desejam adaptá-la às ARTES. No entanto a Arte encontra-se muita aquém e muito além destas circunstâncias pontuais e estridentes. Ela evidenciou que diante deste incitamento nesta arena bitolante, segregadora - e até sangrenta – os êxitos dos especuladores dos lucros destas lutas das classes SUPERIORES, BURGUESAS e PROLETÁRIOS são pontuais e não afetam a sua natureza. Diante do fracasso desta estratégia de incitamento de LUTA de CLASSES, alguns teóricos, marqueteiros e curadores saíram dizendo que “as uvas eram verdes”. Eles, como a decepcionada raposa por não atingi-las, revelam que estavam interessados, de fato, nos dividendos simbólicos e materiais da estridência desta luta. Imaginavam-se serem os maiores beneficiários desta arena de espetáculos e deixar algumas migalhas aos artistas como consolo. Sem serem criativos e inovadores, e, muito menos atingirem o universo das concepções de um artista de fato e de direito
Fig. 05 - Luis Maristani de TRIAS (1885-1964) “Abertura da Av. Borges de Medeiros” em Porto Alegre
Na estratosfera da gratuidade da vida tornam-se visíveis e se evidenciam os contornos da inteligência e sensibilidade e vontade. O panorama muda ao serem elevadas a estas alturas. Nestas alturas, as diferenças entre as classes SUPERIORES, BURGUESAS e PROLETÁRIAS não fazem mais sentido. A gratuidade da vida e da arte as despoja de preconceitos, apropriações indevidas e juízos fixos e únicos. Despojadas destes pesos e amarras preconceituosas, é possível visitar a forma da obra que transcende e civiliza no âmbito da História de Longa Duração.
Fig. 06 – Edgar KOETZ 1913-1969
Os operários de Porto Alegre sempre souberam o sentido, tanto do seu trabalho e da sua Arte. Buscam ascender às competências no interior dos limites do seu trabalho e aqueles do capital econômico. Assim a afirmação de Fernando Corona (1895-1979) ressoa como autêntica quando escreveu (1937, fl 373) na sua auto-biografia “Porto Alegre republicana foi sempre, desde sua formação democrática. Não tenho lembrança de ter visto na capital – milionários viver de rendimentos, a não ser o produto do seu trabalho”. Trabalhadores, intelectuais e políticos criaram, em agosto de 1938, a Associação Francisco Lisboa. Ela continua o seu projeto depois dos seus 74 anos de existência. Produz, faz circular e recebe reconhecimento de sua Arte. Ao longo de sua existência os seus integrantes - de todas as origens sociais, econômicas e culturais - procuravam fazer a razão de sua união do seu ofício de trabalhadores especializados.
Fig. 07 - Pedro WEINGÄRTNER (1853-1929) o tema de uma loja com a sua proprietária, do caixeiro viajante são coerente com a experiência um antigo empregado de loja e de pais provedores de um bar de uma sociedade germânica e de irmãos com indústria gráfica de litografia
Vale a pena ser enfático e redundante na intenção que Kern registrou (1981, f. 113): “a Associação Francisco Lisboa foi fundada com o objetivo de reunir os artistas que se encontram isolados e que tem dificuldades para se fazer conhecer seus trabalhos”. Ao acompanhar a nominata dos seus fundadores, vamos encontrar uma mistura de biografias e de graus de formação. Existem aqueles que a levaram para frente e currículos de artistas, cuja formação escolar foi a mais rápida e sucinta possível até intelectuais que galgaram todos os degraus da formação institucional erudita. Basta compulsara tese de CAMPOS (2005) para comprovar esta diversidade dos seus agentes principais, sem nomear aqueles que sempre são esquecidos em todos os registros.
Alguns querem evidenciar as suas argumentações e fazer participar os artistas nos confrontos que armam a favor de suas teses. Buscam realçar os índices mais bizarros e extemporâneos em relação aos conflitos institucionais tanto nos grupos de dentro como com aqueles de fora. Contrastam artificialmente grupos por meio de lógicas pontuais, políticas de ocasião, estéticas de moda e as frágeis economias internas. Nessas narrativas o artista não possui voz ou vez, a não ser naquelas que interessam a alguns teóricos, marqueteiros e curadores de ocasião.
Na consulta das listas dos artistas de Porto Alegre é percebida a heterogeneidade das suas origens sociais, econômicas e profissionais. O campo de forças das artes cumpre, assim, o seu papel de fazer circular o poder social, econômico e cultural todas as culturas das formações. Por meio desta circulação continuada em todo o seu tecido social a Arte cumpre, assim, um dos objetivos maiores de uma civilização. Por meio desta circulação gera algo semelhante ao que se percebe ao se constituir uma roda de chimarrão ou na mandala social. Dissolvem-se conflitos, geram-se pontes entre mundos que jamais se conheceriam ou cruzariam os seus interesses.
A estética de um operário, de um técnico ou de um intelectual recebe, por meio da obra de arte, um instrumento de circulação de seus sentimentos, um registro de vontades e um bem simbólico com direito a algo publico e universal.
Fig. 09 - Libindo FERRÀS .1877-1951 - Aposentou-se como Funcionário dos Correios e Telégrafos
Nas artes visuais de Porto Alegre não se formaram grupos, eventos ou empresas fechadas e concorrentes entre si mesmas. Este fato merece destaque na medida em estes grupos se comportaram como instituições, apesar de todas as suas fragilidades. As instituições não concorrem entre si mesmas, não como entidades externas e são permeáveis.
Estas instituições de arte forneceram generosamente as suas sementes para formar outras instituições. Alargaram, assim, uma civilização que não fazem mal a ninguém, nem querem oprimir os seus membros internos e nem se indispõe com os de fora.
Fig. 10- Oscar BOEIRA .1883-1943 aproveitou a sua origem burguesa e isento de preocupações financeira não se deixou levar por uma espécies de aposentaria e usou o seu tempo para aprofundara as questões técnicas da pintura e fixar as circunstância poéticas de Porto Alegre
O território do Rio Grande do Sul - e o de Porto Alegre em particular - foi palco de confrontos em todas as épocas humanas e provenientes das mais diversas culturas.
Já na profundidade da Pré História foi cenário de negociações e confrontos entre as primeiras hordas humanas nômades a chegar ao lugar. Estas hordas nômades confrontavam-se com a cultura mais evoluída dos guaranis, já num processo de sedentarizarão e uma agricultura primária. Depois Portugal e Espanha digladiaram em guerras e tratados pela posse este território. Proclamada a independências, as fortes tendências republicanas locais não se conformavam com o regime imperial.
Os imigrantes açorianos - e depois, aqueles vindos de toda a Europa - trouxeram o sistema do minifúndio de subsistência contra o latifúndio missioneiro e dos grandes latifundiários luso-espanhóis. Em Porto Alegre a era industrial nunca atingiu, ou sustentou a produção em escala mundial e de forma continuada. Este limite é possível conferir nas eruditas observações de Damasceno (1971) ou nas diretas e ingênuas observações de FRANCESCO (1961). A cultura local necessita prosseguir no seu caminho abrindo passagem, no século XXI, para uma base da era numérica digital eletrônica, sem nunca ter levado às últimas consequências a infra-estrutura industrial.
A arte de Porto Alegre possui vestígios, tanto físicos como mentais de todos os índices. As mentalidades de todos estes estágios interagem, circulam ou habitam as suas artérias urbanas. Para uma cultura destas dimensões e uma natureza ainda imponderável, vale a síntese e a sentença de Corona em seu Diário (1937, fl 373) ela “tem direito e um dever de crescer na medida do progresso”.
Certamente o juízo sobre as sua origem, o apogeu e declínio da Arte em Porto Alegre, só poderão se vistos e formulados com alguma precisão e lógica interna numa História de Longa Duração. Contudo este será o trabalhão de historiadores morando, trabalhando e concluindo num longínquo porvir. Irão prolongar os trabalhos de 1988 e 1995 da professora Marilene Pieta.
Estes profissionais certamente agradecerão e tomarão em conta as obras de arte que os operários e Porto Alegre lhes legaram por meio de instituições que no presente compreendem o seu próprio papel civilizatório e a sua responsabilidade social.
Fig. 11- Benito CASTAÑEDA . (1885-1955) é lembrado pela sua humildade, humanidade e desprendimento que procurava transmitir aos seus estudantes
A contradição, transformada em complementaridade, parece ser uma das tarefas constantes da arte na sua plenitude. Assim a distinção e a fixação nos pólos “da luta entre capital e trabalho” enunciada por João Batista Marçal (, 2004, p. 41), defrontam-se com sérias dúvidas na obra de arte. No seu frágil corpo físico, a obra de arte reúne o capital simbólico de uma civilização com o trabalho de todos. A ampla natureza poética da vida e da Arte não pode ser condicionada a confrontos matérias e pontuais de lutas de classes. Há de se considerar também a passagem de um pólo em relação ao outro e a circulação franca entre eles. Exigir de um artista o mesmo alinhamento ideológico de alguém que dedica a sua vida em lidar com a política militante e a luta do poder pelo poder, parece nãos só um contra-senso, mas um exercício de poder descabido e incoerente. Seria um flagrante desrespeito à autonomia do artista conquistado a duras penas. Do lado do artista, a escolha por esta sua autonomia, significa pesadas perdas e um acréscimo de preparação para as suas funções, trabalho dobrado e expectativas de feed-back desta formação e trabalho que ultrapassam de longe as existência.
Fig. 12- Gaston HOFSTETTER .(1917-1986) Um autêntico operário da arte e apaixonado pelos temas do 4º Distrito de Porto Alegre .
Em consequência desta autonomia, as obras de arte, criadas pela mão operária de Porto Alegre, não se dobram e nem se fixam numa ideologia. A sua natureza poética e a gratuita de que são portadoras na sua origem e que buscam anunciar, não se comprometem nem relação ao capital como procuram fugir da obsolescência determinado pelo trabalho.
A sua feitura tosca, o seu pequeno formato e a sua divulgação episódica e irregular, em exposições publicas, expressam a autonomia da Arte e do Artista como valor maior e perene. Não caem no turbilhão da moda. Esta autonomia é possível acompanhar na história do Atelier Livre de Porto Alegre (1992) entre os mestres, estudantes e eventuais colaboradores ou iniciadores como Iberê Camargo
As obras de arte, criadas pela mão operária, na sua feitura, formato e parca circulação, tornam-se complementares e inseparáveis e padrões primordiais daquelas mais elaboradas, grandes e de ampla circulação. As complexas civilizações buscam os seus fundamentos e sua origem de forma permanente. Nos seus fundamentos necessita evidenciar os vestígios deste impulso. Na origem o impulso é percebido e mantido nos índices puros e primordiais das cavernas pré-históricas, como nas obras de arte africana ou no tateio das civilizações complexas, quando emergem para a História. Civilizações necessitam encontrar, muitas vezes, o “Fio de Ariadne” que as leve para o ar puro e universal. Fio que os guia para além da profunda crise de identidade, do câncer que as devora internamente em consequência das escolhas precipitadas e restritas aos interesses de classes, castas ou ideologias de momento e época. A Arte sempre permitiu, em todos os períodos e latitudes, estes mergulhos na origem.
A Arte, em Porto Alegre, acompanhou e se inspirou nos desafios que a política tentou expressar. Ela evidenciou as forças que o Poder Originário necessitava para dar sinais de vida e evidenciá-los. Em Scarinci (1982) é possível acompanhar as incursões apaixonadas da Arte no temas sociais tornam mais significativa a autonomia e poética da vida. A fecundidade dos temas ganha relevo e força na sua procedência das mais profundas camadas sociais. Na sua sinceridade constituem documentos únicos destes contratos e complementaridade entre capital e trabalho.
Fig. 13- Joel do AMARAL .1910-1977
Ninguém deve esperar discursos, narrativas e imagens unívocas e lineares. Ao se contentarem com a linearidade e univocidade, tornam-se obsoletos e na mesma velocidade com que foram gerados, perecem. Na intensidade do ritmo veloz destes fenômenos pontuais carregam a marca da obsolescência com a qual foram gerados.
O fato de aplicar o alfinete nas costas para imobilizar e fixar o artista, sua obra e os seus temas, apressa esta obsolescência e principalmente extingue vidas. Este processo segue a lógica dos espécimes raros e únicos imobilizados, fixos, ordenados e colocados num quadro de um museu de taxidermia. Estes espécimes raros e únicos, imobilizados e mortos, podem aguçar a curiosidades, levantar exclamações, mas jamais devolver estas espécies á vida, à liberdade e a sua reprodução. Quadros científicos - construídos para delírio do classificador - atingem o paroxismo quando este classificador percebe a confirmação da sua tese moldada e fixa num redivivo paradigma de um neo-positivismo.
Fig14 – Alice SOARES 1917-2005 – prima do músico brasileiro Dorival CAIMI profissionalizou-se na pintura
Se a Arte já foi colocada ao serviço de ideologias, de crenças, do capital, do trabalho, de interesses os mais variados inclusive os mais altos como da própria Filosofia, ela circulou por todos os campos. Hoje ela traz nas suas obras os vestígios deste peregrinar. Porém como ela não se limitou e nem se esgotou e nenhum destes campos de forças, ela será uma garantia que não se fixará apenas às circunstâncias de uma única ideologia. Transcende a estas prisões, por mais contemporâneas, universais e fortes que se apresentarem e desejarem aparentar.
As obras de arte, provenientes das mãos operárias de Porto Alegre, sentem-se ARTISTAS. Mesmo que estes operários tenham de pagar o duplo pedágio de um longo SILÊNCIO e de reiteradas TENTATIVAS de sua DESCLASSIFICAÇÂO. O alto imposto do SILENCIO, além da BUSCA ATIVA de SUA DESCLASSIFICAÇÂO, fazem a DIFERENÇA para estas obras de arte, provenientes das mãos operárias. Contraditoriamente a fragilidade de suas OBRAS, as preserva de modismos. Põem em evidência formas físicas diferenciadas e universais mesmo nesta fragilidade e precariedade. Guardam, no mínimo e frágil forma, as emoções, os pensamentos e as suas circunstâncias, tornando-as acessíveis aos sentidos humanos. A Arte compre também em Porto o seu papel civilizatório ao tornar-se um testemunho autêntico e um documento único.
Fig15 – Ernest ZEUNER 1895-1967 um operário da ilustração gráfico da Editora GLOBO de Porto Alegre repassou para uma gerações de companheiros de oficina os seus conhecimento gráfico. Uma das imagens para a sua antológica serie para, não menos antológica, Revista do ENSINO, na época sob a coordenação de Madalena LUTZENBERGER filha do Arquiteto Joseph Seraph LUTZENBERGER
FONTES BIBLIOGRÀFICAS
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------CAMINHADA de FERNANDO CORONA- Diários 1911-1953 . Porto Alegre – Manuscrito original patrimônio da família e ainda inédito
Tomo.01 - de janeiro de 1911 até dezembro de 1949 – “donde se conta de como saí de casa e aqui fiquei para sempre: nasci num lugar e renasci em outro onde encontrei amor” –. 604 folhas de arquivo: 604 f 210 mm X 149 mm. ( 1 )
Tomo 02 de 1945/49até 1953. “ um homem como qualquer: renascer em um lugar e renascer em outro” 220 olhas de arquivo: 210 mm X 149 mm.( 2 )
DAMASCENO, Athos (1902-1975). Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900) Porto Alegre : Globo, 1971 , 520 p.
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MARÇAL João Batista – A Imprensa Operária do Rio Grande do Sul . Porto Alegre – Ed. Do Autor, 2004 – 288 p
PELICHEK, Francis (1896-1937) – DOIS DIÁRIOS : Diário I – 1920 – 1921 [capa - introdução mais 187 páginas manuscritas e ilustradas] Diário 2 – 1921- 1934 [capa - introdução - mais da página 190 até 350 manuscritas e ilustradas] contendo 42 itens avulsos – Porto Alegre : Arquivo Geral do Instituto de Artes da UFRGS – Manuscritos em tcheco e inéditos- Procurar informações no ARQUIVO HISTÒRICO do INSTITUTO de ARTES a partir de: http://www6.ufrgs.br/artes/arquivo/icaatom/web/index.php/?sf_culture=PT
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Revista Máscara – 1918-1928 – Porto Alegre
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http://www.traca.com.br/exposicoes/madrugada/apresentacao_madrugada.html
ESTA POSTAGEM é a CONTINUAÇÂO da Nº 07 desta SÉRIE disponível em
http://profciriosimon.blogspot.com/2011/09/isto-e-arte-007.html
Fig. 16 - FRANCINE SECRETAN - Parque MARINHA do BRASIL PORTO-ALEGRE 1997 - Ver: ALVES 2004, p.193
ASSOCIAÇÃO FRANCISCO LISBOA
Site
Blog
http://associacaochicolisboa.blogspot.com/
Tese
www.cipedya.com/web/FileDownload.aspx?IDFile=162048
MESTRES de PORTO ALEGRE
http://www.essapoaeboamestres.blogspot.com/
BIOGRAFIAS de ARTISTAS no ESPAÇO NUMERICO DIGITAL
ALDO LOCATELLI 1915-1962
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aldo_Locatelli
ALICE BRUEGGMANN 1917-
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alice_Brueggemann
ALICE SOARES 1917-2005
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alice_Soares
ARAÚJO PORTO ALEGRE – 1806-1979
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Ara%C3%BAjo_Porto-alegre
CARLOS PETRUCCI 1919
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Alberto_Petrucci
CARLOS SCLIAR - 1920-2001
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Scliar
DANÚBIO GONÇALVES 1925
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dan%C3%BAbio_Gon%C3%A7alves
DIMITRIS ANAGNOSTOPOULOS – 1930-1991
http://www.estantevirtual.com.br/mod_perl/info.cgi?ampliarcapa=30314094.jpgµsite
EDGAR KOETZ - 1913-1969
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Koetz
http://www.casaartecanoas.com.br/web/biografia_det.php?artista=138
ERNEST ZEUNER - 1895-1967
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Zeuner
http://www.margs.rs.gov.br/ndpa_sele_ernst.php
FRANCIS PELICHEK - 1896-1937
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GASTÃO HOFSTETTER – 1917-1986
http://cmcpoa.blogspot.com/2011/09/exposicao-gastao-hofstetter-na-sala.html
GIUSEPPE GAUDENZI – 1875 - ?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Giuseppe_Gaudenzi
GLÊNIO BIANCHETTI – 1928 -
http://www6.ufrgs.br/acervoartes/modules/wiwimod/index.php?page=BIANCHETTI,+Glênio
GUIDO MONDIN – 1912-2000
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Guido_Mondin
GUSTAV EPSTEIN
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HELIOS SEELINGER - 1878-1965
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IBERÊ CAMARGO - 1914-1994
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FRANCISCO BRILHANTE 1901-1987
http://portoalegre-rs.blogspot.com/2010/10/professor-brilhante-nostalgia-de-um.html
JOÃO FAHRION - 1898-1970
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Fahrion
JOÃO FARIA VIANNA - 1905-1975
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JOEL AMARAL – 1918-1977
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JOSEPH LUTZENBERGER – 1882 - 1951
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http://zoonzum.blogspot.com/2011/01/porto-alegre-um-cotidiano-joseph.html
LIBINDO FERRÀS – 1877-1951
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LUIS MARISTANI de TRIAS 1885-1964
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PEDRO WEINGÄRTNER – 1853-1929
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OSCAR BOEIRA 1883-1943
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http://www6.ufrgs.br/acervoartes/modules/xcgal/displayimage.php?pid=459&album=2&pos=3
Professor Cirio:
Seu texto ora apresentado em seu blog é uma completa aula sobre a arte, sobretudo a que aconteceu e acontece em Porto Alegre.
Magnífico.
O senhor deveria apresentá-lo em alguma publicação de larga publicidade.
Sua abordagem do que deveria ser a verdadeira arte, independente de noções de classes burguesas, superiores – e proletárias, infelizmente não é uma realidade, ainda mais quando alguns ( somente alguns ) dos que cuidam de nossas políticas de artes pública insistem nesta tecla surrada e antiga, inclusive escrevendo textos anacrônicos em jornais de larga circulação que lhes conferem espaço.
Agradeço a mensagem e peço-lhe que sempre me envie as novidades de suas mais cristalinas e sinceras reflexões.
Forte abraço.
Paulo Amaral