18.0 - Obras do espanhol FERNANDO CORONA como agente
ativo e identificado positivamente com a cultura do Rio Grande do Sul.
Continuação e complemento de Artes Visuais sul-rio-grandenses - 12
18.1 – A
pessoa de Fernando Corona. 18.2 – As
obras “Borges de Medeiros” e o “Inca” de Fernando Corona e o seu
sentido. 18.3 – Um estrangeiro como sul-rio-grandense de opção. 18.4 – As obras
de arte de Fernando Corona. 18.5 – As leituras iconológicas possíveis nas obras
de Fernando Corona. 18.6 – Catedrático com 4ª série primária. 18.7 – Um docente
com obras ara mostrar 18.8 – A disciplina de Modelagem ensinada na linha de
montagem industrial. 18.9 – A disciplina de Escultura ensinada no paradigma da
guilda medieval. 18.10 – A defesa da
técnica e da segurança institucional 18.11 – A memória da obra e da pessoa de
Fernando Corona.
Aldo LOCATELLI Mural do ano de 1958 - FERNANDO CORONA com a obra José di Francesco
Fig. 01 – Fernando
Corona colocado como eixo e central no mural do 8º andar do prédio do Instituto
de Artes da UFRGS. Esta centralidade expressa a figura singular deste catedrático
de Escultura, Modelagem e maquetes de Arquitetura. Mural pintado por Aldo LOCATELLI (1915-1962)
para os eventos do Cinquentenário da fundação deste Instituto (1958) é um
índice do prestígio, da liderança e da atenção dos seus discípulos que o cercam
e seguem na sua “CAMINHADA nas ARTES”
18.1 - A pessoa de Fernando Corona
A obra de criação de Fernando Corona constitui um
índice do que ocorria no Rio Grande do Sul no final da República Velha e logo
após a Revolução de 1930. Este mestre estava consciente dos valores culturais
do período e pode ser considerado como uma metáfora dos demais valores
culturais. Ele pesquisou e uniu os extremos da arte indígena com as mais
avançadas pesquisas formais de sua época.
Estas pesquisas de Corona respondem à verdade formal extremamente pura, como
constituem índices do excesso de ofertas e de consumo de uma sociedade periférica
confusa e tonta devido aos apelos estéticos de toda ordem e sentidos
provenientes de centros que se querem hegemônicos. Sem nunca esquecer que esta mentalidade
e obras de Fernando Corona interpretam e respondem ao que era possível fazer em
arte numa sociedade periférica no aspecto econômico, técnico e social. É desta
competência e destes limites que este pensamento e realizações formais de Corona
se alimentam e lhe conferem coerência e buscam a legitimidade de sua
permanência.
Fig. 02 – Um flagrante do mestre Fernando Corona mergulhado no ambiente
do seu atelier de Escultura e de
Modelagem e entregue ao trabalho intelectual no qual foi surpreendido, em 1963,
por uma câmara fotográfica de um dos seus estudantes. Imagem que
materializa o ideal de um Corbusier, seu contemporâneo que afirmava “o que permanece é o pensamento”. Ou então de um Leonardo da Vinci
que ensinava que “uma pintura é uma coisa mental”
FERNANDO
CORONA nasceu no
dia 26 de novembro de 1895 em SANTANDER, Espanha. Ele veio
a Porto Alegre, em 1912, a procura do seu pai José Maria Corona. Mas ficou e
ajudou ao pai a projetar, em 1919, a Catedral Gótica de Porto Alegre, passando,
depois, a trabalhar na firma Azevedo Moura & Gertum Exerceu a escultura, a arquitetura,
o magistério e as letras. Dedicou-se à institucionalização da Escultura no
Instituto de Artes da UFRGS entre 1938
até a sua compulsória em 1965. Nesta função tonou-se o 1º catedrático de Escultura no Rio Grande do
Sul. Manteve o lema “Deixei de ser
escultor para formar escultores”. Faleceu em Porto Alegre no dia 22 de
junho de 1979.
Fig. 03 – O trabalho com as mãos, com devidas
ferramentas, era o contraponto do intelectual e a convergência com o qual o mestre Fernando Corona agia como perpetuo aprendiz
e incansável pesquisador . O catedrático de Escultura, de Modelagem e de Arquitetura
dava exemplo arrastando para o seu universo estético aqueles que se aproximavam
dele..
18.2 As obras “Borges de Medeiros” e o “Inca”
de Fernando Corona e o seu sentido.
As peças escultóricas denominadas “BORGES de
MEDEIROS” e “O INCA” (1954), aqui reproduzidas, pertencem respectivamente à
Pinacoteca Barão de santo Ângelo e ao MARGS. Estas obras podem ser tomadas como
índices dos valores plásticos que o escultor perseguia. No “BORGES de MEDEIROS”
o escultor se entrega às tendências, vigentes na época, do Art-Decô com raízes
no Cubismo. Na peça “O INCA” o mestre
perseguia o ideal do “arquétipo do ovo”’
pelo qual a forma mínima fornece a origem de todas as formas plásticas. No
mínimo da forma, ele buscava obter o máximo de conteúdo. Com este ideal ele
sintonizava-se com as buscas formais das culturas dos indígenas do Rio Grande
do Sul, e, ao mesmo tempo, mantinha-se coerente com as obras mais avançadas dos
seus contemporâneos como Victor Brecheret (1894-1955), de Constantin Brancusi
(1876-1957)[1]
e de Rudolf Belling (1886-1972)[2].
FERNANDO CORONA “Borges de
Medeiros” da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo e “O Inca” MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul
CORONA - Borges de Medeiros http://www.ufrgs.br/acervoartes/obras/escultura/escultura/fernando-corona-6/view
CORONA – O INCA MARGS http://www.ufrgs.br/acervoartes/obras/escultura/escultura/fernando-corona-6/view
Fig. 04 – O mestre Fernando Corona foi um aprendiz
perpétuo, e incansável, de Escultura, de Modelagem e de Arquitetura. O seu
prazer era experimentar tendências estéticas e testar os limites formais deste
“CAMINHAR nas ARTES”. Este transitar continuado pelas artes permitia ao docente
auscultar as aspirações estéticas e os
tateios dos seus estudantes na busca de uma senda própria e pessoal. As parcas circunstâncias do meio local conspiravam contra esta busca. O docente oferecia as suas amplas experiências estéticas para o limitado
repertório dos novos candidatos ao
campos das artes. No entanto Corona separava
o seu universo pessoal para exigir destes estudantes o domínio técnico “da
cozinha das artes” condimentando-o com o
cultivo do hábito da integridade estética, Intelectual e moral.
Para o escultor “arquétipo universal do ovo” constitui a síntese e a verdade
tridimensional primeira[1],
como para o pintor é o ponto e linha diante do plano. Por meio desse arquétipo
formal, a obra de Corona perseguia as dimensões
da monumentalidade, apesar de algumas obras possuírem pequenas dimensões. Estas
dimensões de monumentalidade da escultura de Corona afirmam as ligações desta
obra escultórica com a arquitetura e o espaço público do urbanismo. Fernando
Corona realizou poucas obras para coleções particulares ou para serem
contempladas em museu e fora do seu contexto da arquitetura e do espaço publico
do urbanismo.
[1] - Corona ensinava "estudar
formas baseadas na figura humana, ou não, Considero um ovo belíssima escultura
de curvas parabólicas inimitáveis" .
"O ensino da Escultura" in Correio do Povo. Porto Alegre: Caldas Júnior 27.06.1969.
Fernando CORONA - capa catálogo Salão de Outono 1925
Fig. 05 – A
trabalhosa experiência de modelar uma
maquete de um pórtico, fotografá-la para transpor esta imagem para um cartaz
impresso é algo singular mas coerente com as suas pesquisas estéticas de
Fernando Corona, do ano de 1925. Cartaz
destinado para a divulgação as SALÂO de OUTONO de 1925. Coerência com o seu
ofício de modelador, escultor e arquiteto e ao mesmo tempo expressa o estágio
cultural de um meio urbano que se estetizava para receber e consumir os
influxos crescentes e cumulativos provenientes de todos os lados e todos os
tempos.
18.3– Um estrangeiro como sul-rio-grandense de opção.
Fernando Corona palmilhou de ponta a ponta o Rio
Grande do Sul[1]
espalhando a sua obra. Tornou-se, desde muito jovem, um sul-rio-grandense por
opção e de alma, cultivando a tradição regional[2].
Manteve viva a dialética entre o condicionado
do meio geográfico regional e da
civilização universal. Compartilhava esta dialética com o seu amigo Érico
Veríssimo, que encontrou jovem atrás do balcão da farmácia em Cruz Alta.
Nesta dialética não descuidava colocar o seu
estudante na busca de atenção tanto sobre as formas naturais e como a verdade
das formas plásticas. Criava uma distinção entre a natureza do modelo e a obra
de arte humana. Na obra observava as proporções, a relação das partes entre si
e a unidade na diversidade. É possível verificar
que ele procurava para si e para os seus discípulos numa leitura estilística dos elementos formais das
suas obras plásticas e dos seus escritos. Nos seus escritos anotava no Álbum nº II das Aulas de Escultura – 1963:“os alunos do Iº ano de escultura continuam
a estudar a forma natural do corpo humano como medida de tomada de consciência”.
[1] - Ver os seus cadernos de viagens e veraneios
no interior do Rio Grande do Sul.
[2] Fernando escreveu no seu
diário (fls 137/8) relativo ao outono do ano de 1917: "Foi
em Tupanciretã que aprendi a amar o povo gaúcho, somado a ele 'uno más'. Talvez
seja, sem dar-me conta, a pedra angular que modificou aquela ânsia de voltar à
Espanha. Agradeço ao povo de Tupanciretã ter-me aberto a consciência do
espírito universalista que cultivo, e hoje mais que nunca creio que a pátria do
homem é onde consolida seu caráter, sua posição profissional e encontra o amor".
Fernando, com 22 anos de idade, tinha ido a Tupanciretã para esculpir duas
estátuas e um baixo relevo na fachada da igreja matriz. Ali fez contato com
Raul Bopp, os parentes de Manuelito de Ornellas e os intelectuais urbanos e
rurais da região, que lhe abriram as suas bibliotecas particulares que
continham obras da literatura universal.
Fig. 06 – A ERA
INDUSTRIAL é o contexto no qual Fernando Corona viveu, produziu e legou sua
obra. O trabalho consiste em transpor esta obra, pensamentos e suas circunstâncias
para o contexto da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL Transporte
que jamais é completo e definitivo. O fluxo do TEMPO, da TÉCNICA e da VIDA é continuado. Assim, por mais espetacular -
que seja qualquer evento que tenha por objeto a VIDA, a OBRA e TEMPO de
Fernando Corona - jamais pode ter a aparência ou ameaça de um segundo e
definitivo enterro.
[ clique sobre o gráfico para ler]
A obra de Fernando Corona se desenvolveu em Porto
Alegre entre 1912 e 1979. A série cultural constitui a diacronia de uma linha de tempo na qual as suas obras mantém uma
personalidade própria, mas ao mesmo tempo, dialogam sincronicamente com todas as outras séries culturais significativas
pelas quais evoluía a sua arte. Precedia assim com o objetivo de que os seus
estudantes pudessem escolher o maior número possível de linguagens plásticas.
Nesta tarefa Corona impôs-se a tarefa de sincronizar Porto Alegre com a arte
brasileira e mundial. Esta tomada de consciência havia sido para ele
pessoalmente, um processo muito longo e penoso.
18.4– As obras de arte de Fernando Corona.
No percurso diacrônico, da sua obra pessoal,
podemos acompanhar a sua iniciação estética nos primeiros anos do século XX no
historicismo do ‘modernismo espanhol’”[1]
sob cuja influência peregrinou e trabalhou na juventude. Entre esta obras
historicistas algumas valiam-se da tipologia do neogótico, como da catedral que
seu pai projetou em Porto Alegre. Em
outras os elementos plásticos eram originários de diversas fontes como no
Palácio Piratini e no prédio do Instituto de Educação, projetado por ele em
1935, predominava classicismo histórico grego. Neste meio tempo, havia
satisfeito a burguesia de Porto Alegre com decorações ecléticas com motivos
retirados das tipologias do historicismo. Após a Segunda Guerra Mundial, converteu-se aos
postulados da ‘Carta de Atenas’, do
arquiteto Corbusier[2]
a quem foi visitar pessoalmente em Paris durante o ano de 1952. No Brasil, ele
se apropriou das últimas experiências da Escultura que o mundo trouxe, para as
Bienais, de São Paulo. A sua consciência estética foi reforçada pelas viagens,
visitas de amigos estrangeiros, bibliografia e periódicos. Participou
intensamente com grupos e projetos culturais, como aquele que cuidou do estudo
do Folclore no RS, da implantação da Escolinha de Arte no IBA-RS e do grupo que
elevou o monumento a Chopin[3].
A obra de Corona inova em cada etapa. Em cada obra enfrenta uma nova tipologia
estilística ao contrário de Weingärtner, de Libindo Ferrás e de Pelichek que
mantiveram uma evolução estilística coerente com as suas primeiras escolhas.
[1] - Para a cultura universal é o Art-Nouveau.
[2] Corona, 1947 -«ISMOS» com Carta de Atenas
anexa Ismos: arte contemporânea: Fernando Corona. Ver o manuscrito relativo à
viagem de 1952 à Europa.
[3] Referências a
partir da tese SIMON, Círio “ORIGENS DO
INSTITUTO DE ARTES
DA UFRGS ETAPAS ENTRE
1908-1962 E CONTRIBUIÇÕES NA CONSTITUIÇÃO DE
EXPRESSÕES DE AUTONOMIA
NO SISTEMA DE ARTES VISUAIS
DO RIO GRANDE
DO SUL” Porto Alegre
:Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas PUCRS, 2002, 660 fls.
FERNANDO CORONA “José Di Francesca s”
Fig. 07 – A figura e a obra multifacetada de José de
Francesco (1895-1967) sempre fascinou Fernando Corona. Modelou as feições deste
perpetuo irrequieto, falante e expressivo
artista típico emergido do meio cultural de Porto Alegre[1].
Ao mesmo tempo tornou-se um colecionador da obra[2] deste pintor, empresário
do cinema, da publicidade e da decoração.
A obra escultórica e arquitetônica, de Fernando
Corona, inscreveu-se num círculo sincrônico
de uma estirpe de intelectuais sul-rio-grandenses de primeira linha. Desse
círculo existe uma amostra na Comissão de Folclore, instaurada em Porto Alegre
em 1950 por Dante Laytano. Nessa Comissão figuravam Adão Carrazoni, Ângelo
Guido, Athos Damasceno Ferreira, Darcy Azambuja, Elpídio Ferreira Paes, Ênio de
Freitas e Castro, Fernando Corona, Guilhermino Cesar, Luis Carlos Moraes, Mário
Azambuja, Manoelito de Ornellas, Moyses Velhinho, Otelo Rosa e Walter Spalding.
Esses nomes constituem índice do meio cultural no qual se elaborou e a obra
desse escultor e professor de escultura.
18.5–As leituras iconológicas possíveis nas obras de Fernando Corona.
Numa leitura iconológica
da temática da obra é possível transitar, na escultura Corona, desde os temas e
os motivos historicistas, até as correntes estéticas mais avessas a toda
identidade ou referencia a qualquer identificação temática externa à própria
obra. Obra que se deseja apresenta por si mesma como é o caso da escultura não
figurativa e que muitos dos seus estudantes seguiram.
Ao contemplar o conjunto das obras de Corona é
possível perceber que ele se inicia na série cultural criada por escultores que
atuaram na arquitetura e no fachadismo[3] de
Porto Alegre na primeira metade do século XX. Mas entre os seus colegas de
oficina, foi ele que teve a maior continuidade, atingindo o nível mais crítico
quando teve de passar esse conhecimento aos seus estudantes. Cabe a Corona a
capacidade de diálogo com todos os paradigmas estéticos na importação e
trânsito cultural tanto da técnica, da estilística e da temática, que passaram,
no Rio Grande do Sul, ao longo de sua vida. Como também lhe cabe a flexibilidade
para entender os paradigmas aos quais pertenciam e decodificá-los para o meio
local.
[2] - Obra de José de Francesco da coleção de Fernando
Corona doado ao MARGS http://www.margs.rs.gov.br/catalogo-de-obras/J/16863/
[3] - Esta série foi estudada
por Doberstein. DOBERSTEIN,
Arnoldo Walter.
Porto Alegre (1898-1920): estatuária fachadista e
monumental, ideologia e sociedade. Porto Alegre : PUC-IFCH,
1988, 208 f. Dissert.
__ __ Porto Alegre 1900-1920: estatuária e
ideologia. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Cultura,1992. 102p.
____ Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária,
catolicismo e gauchismo. Porto Alegre : PUC-Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas, 1999. 377f.
Fig. 08 – O desafio de subir os andaimes com idade
próxima dos 80 anos e modelar esta figura na parede externa da fachada da igreja
maronita de Porto Alegre é índice múltiplo do universo e da estética de Fernando Corona. Índice que revela o
aprendiz perpétuo e incansável. São Índice de sua devoção à sua esposa Venuta
de quem toma imagem da face para emprestá-la a Nossa Senhora do Líbano. Esta escultura da fachada do templo é um dos
índices do profundo casamento entre a Arquitetura e a obra de Arte que Fernando
Corona defendia e sempre praticava.
Quem contempla a imagem da Nossa Senhora do Líbano[1]
modelada na fachada da mesma igreja, sobre a rua Jerônimo Ornellas, percebe que
essa obra não é uma eclética mistura de estilos. Modelou essa obra diretamente na fachada, aos 77
anos, enfrentando a altura e os dias mais frios do ano. Deixou-nos, nessa obra,
outra amostra da sua lição de que a escultura resulta do arquétipo de forma do
ovo.
1-Carlos TENIUS. 02-Regina GAGEIRO
03 -Fernando CORONA 04- Bela ATTDORF
5 – Luís Carlos PINTO MACIEL
Fig. 09 – A interação entre o mestre Fernando Corona com
aqueles que se dispunham a experimentar e
trilhar as sendas da Escultura era verdadeira e autêntica. Estas
sendas destes estudantes de Escultura deste mestre ainda esta para ser
estudada, registrada e divulgada. .Mas é possível afirma empiricamente que esta
produção foi grande, diversificada e sem se prenderem a fórmulas ou
estereótipos estéticos de prosélitos subalternos e na heteronomia perpétua do
seu mestre.
18.6 – Catedrático com 4ª série primária.
Corona era escultor autodidata, como também Rodin, e arquiteto prático, seguindo a obra do seu
pai Jesus Maria Corona[1].
Conhecido por sua vasta obra em Porto Alegre, tanto em Arquitetura[2],
Modelagem como em Escultura[3].
O currículo do ‘self made man’
fascinou Tasso Corrêa que o contratou para ser o catedrático de Escultura do
CAP depois de conseguir arrancar, esta aprovação ‘ad referendum’, em duas tumultuadas sessões do CTA[4].
Vencida esta etapa, Tasso concedeu carta branca[5] para Fernando Corona, criar, implementar e
implantar a disciplina de Escultura no Curso Superior de Artes Plásticas do
Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Ele foi o docente efetivo e sem
concorrentes dessa disciplina entre 1938[6] e
1965[7].
Desdobrou essa disciplina em Modelagem e Escultura, conforme programa da ENBA.
Corona exerceu, por meio da sua ação pedagógica, a
maior influência na elaboração de outras obras de arte. Ele escreveu várias
vezes ‘deixei de ser escultor para formar
escultores'. Uma das motivações era a reprodução institucional, como tarefa
central da docente. Em relação a essa tarefa ele escreveu (1977:188) que “nossa precípua missão era a de preparar
substitutos entre os nossos alunos formados para que nos substituíssem quando a
hora chegasse”’. Como docente teve a felicidade de verificar que muitos dos
seus discípulos realizaram uma 'carreira solo'
na Escultura.
[1] - Seu pai havia vencido cm o 1o
lugar no concurso internacional do projeto da catedral gótica para Porto
Alegre. Fernando veio buscá-lo em Porto
Alegre em 1912. Mas foi ele quem acabou ficando, engajando-se no meio cultural
porto-alegrense. (Ver BECKER, D. João. A Cathedral Metropolitana de Porto Alegre. Sétima Carta Pastoral.
Porto Alegre: Selbach, 1919 73 p).
Fundou a sua própria oficina-empresa de escultura e modelagem, logo que
os meios lhe permitiram. Além disso, trabalhava como desenhista de arquitetura
em firmas de construção. Profundamente vinculado à vida cultural emergente na
cidade, humanizando os prédios com esculturas e relevos. A imprensa recebeu
colaborações dele, nas quais expôs as suas concepções estéticas, convivendo com
personagens da Literatura, da Música, do Teatro e Imprensa.
[2] - “Corona era um arquiteto que participava do canteiro de obras e novas
técnicas lhe interessam” Canez,
1998, p. 42.
[3] -
Corona: Pérgola da Casa Palmeiro-Fontoura e Corona: pórtico do Meridional. Uma das poucas mansões familiares que ainda
existe na Praça da Matriz ( (pr. Marechal Deodoro) e quem no início dos século XXI abrigava a
SEDAC ( Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul). Segue-se a informação fornecida por Hélio
Palmeiro Fontoura
[4] - Livro de Atas n I, do C.T.A., f. 2f até 4f
sessão do dia 25.04.1938 e f. 4v-5f e sessão de 28.04.1938.
[5] - Esse gesto destemido de
Tasso foi retribuído, não só num trabalho didático inovador na instituição, mas
foi muito mais longe, como um entusiasta
colaborador e um braço direito incansável na direção do Instituto. Essa
colaboração recíproca chegou ao apogeu no momento da construção do novo prédio
e na implantação do curso de arquitetura. Não é em vão que o busto de Tasso
Corrêa, obra de Fernando Corona, esteja guarnecendo o hall de entrada do prédio
do Instituto, testemunhado essa colaboração recíproca.
[6] - Assina contrato coma UPA
no dia 12 de maio de 1938. “Afinal aceitei e no dia 12 de maio de 1938,
na reitoria do Dr. Aurélio de Lima Py, assinei contrato com vencimento de um
conto e duzentos mil reis, que era igual ao dos demais catedráticos. Ora, eu
ganhava um conto e oitocentos como arquiteto da firma Azevedo Moura &
Gertum”. (Registro no Àlbum nº II
de Fotos de Aulas de Escultura):
[7] - Foi atingido pela
aposentadoria compulsória no dia 26 de novembro de 1965, dia em completou 70
anos.
Estudantes de Escultura e obra de Leda Flores - Foto
Joaquim Fonseca para Revista do Globo Ano XXVI nº 695 de 27.07. 1957, p.
01-Maria de Lourdes
DUARTE ALCALDE 02 – Cláudio CARRICONDE 03 –
Leda FLORES - 04 Rosmarie BAGNIGG 05 Fernando CORONA. 06 –Lucienne SIBOURG CESAR 07 – Dione Marie CRECCA 08 - Geci Helena FEELI
Fig. 10 – A interação de Fernando Corona com
intelectuais, empresários, comunicadores sociais, críticos e cronistas culturais
permitiram aos estudantes generosos espaços na publicidade de eventos e a
socialização de suas criações plásticas. A imagem acima é de uma reportagem
estampada na prestigiosa Revista da Globo e realizada por Joaquim Fonseca. No
ângulo superior esquerda desta foto (a) a obra “Ciranda” de José de Francesco[1]
18.7– Um docente com obras para mostrar
Não se defende aqui o pensamento e a lógica da
didática de Fernando Corona. Pretende-se fixar, num texto, um momento de sua
pedagogia que pertenceu tanto ao meio cultural que o acolheu, como à sua
formação prática e teórica que o escultor transportou para a sala de aula. O
docente tentava repassar aos seus estudantes as condições para que cultivassem
a potencialidade para expressar a autonomia que a arte impõe. Como uma
personalidade experimentada nas práticas das artes plásticas em Porto Alegre
fazia com que o seu estudante assumisse o hábito do dever da integridade
intelectual.
[1] - “Ciranda”
obra de José de Francesco MARGS http://www.margs.rs.gov.br/catalogo-de-obras/J/16863/
Fig. 11 – Os primórdios da aulas formais e coletivas de Modelagem e de Escultura ocorreram
nos porões do sobrado do IBA-RS adaptado de uma antiga loja maçônica. Se pedagogicamente seguiam o ritmo da ERA
INDUSTRIAL do trabalho na linha de pesquisa, na produção, na propaganda e venda
potencial externa. Na pedagogia de Fernando Corona a Modelagem seguia estritamente
no seu planejamento, a entrega, a produção e a avaliação os ditames tayloristas
industriais. Já a cadeira de Escultura era comandada pela lógica das antigas
guildas de produção com o olhar e as mãos presentes de um mestre experiente e
já com o nome formado externamente.
Uma dessas condições estava no novo meio cultural
que a nova era industrial induzia a cultura intelectual de Porto Alegre. Nos
registros escritos das suas aulas percebem-se as nítidas tarefas planejadas sob
a influência taylorista[1].
Corona havia sido profissional de uma empresa de construção civil onde devia
seguir rígido cronograma e planejamento preciso nos moldes tayloristas. Este
planejamento estava em consonância com a nova formação que o paradigma da universidade
brasileira estava perseguindo.
[1] TAYLOR , Frederick Winslow
(1856-1915). Princípios de
administração científica. 7a . ed. São Paulo :
Atlas, 1980, 134 p.
PROVA de MODELAGEM no VESTIBULAR do CURSO de ARTES PLÀSTICAS c 1945 Foto
ACHUTTI
Fig. 12 – Com o crescente afluxo de candidatos ao
campo das artes impunha-se um exame de seleção daqueles mais preparados técnica
e conceitualmente. Uma das áreas na
quais o candidato tinha de mostrar esta competência era a de Modelagem Na imagem um exame dessa competência
realizada por volta do ano de 1945. Com o reconhecimento do CURSO SUPERIOR de
ARTES PLÁSTICAS no IBA-RS nas esferas federais o paradigma a seguir era o
universitário do Decreto Lei nº 19.851 de 11 de abril de 1931. Este paradigma
exige o vestibular para ingresso num Curso Superior. Assim também se dobrava aos
mandamentos de um sistema industrial com entrada (vestibular), desenvolvimento
( tábua curricular obrigatória) e sida (formatura). Fernando Corona foi agente
ativo deste sistema escolar comandado pela ERAINDUSTRIAL
Corona implementou a disciplina Modelagem a partir
de 1939. Esta disciplina nunca havia figurado em nenhum currículo de alguma
escola de artes plásticas no Rio Grande do Sul. Ao examinar o tratamento e os
procedimentos didáticos que o seu docente imprimiu à Modelagem, é possível
identificar uma verdadeira linha de produção industrial e destinada a grandes
grupos, com rígidos cronogramas em todo o seu desenvolvimento[1].
Corona valia-se do modelo da “linha de montagem industrial” para o
ensino da Modelagem para os grandes grupos de estudantes Já na disciplina de
Escultura o tratamento dispensado ao estudante lembra a oficina da “guilda”, com pequenos grupos e com a liberdade para cada integrante
fazer o seu caminho dentro de seu próprio ritmo ao lado de um mestre
consagrado. Este o vinculava ao meio
cultural e que Corona aplicava para os criadores individuais[2].
[1] - O pesquisador evoca a sua experiência como
aluno de Modelagem dessa disciplina, a qual
se submeteu em 1958 (Modelagem I)
e 1959 (Modelagem II) sob a orientação direta do catedrático Corona, já no apogeu da carreira. O estudante não
tinha acesso ao programa. Essa socialização do programa ao estudante parece não
era costume nessa época. Mas em todos os passos era semelhante ao que será
descrito. Os seus passos metodológicos desta estrutura e desta lógica ficaram
profundamente gravados na memória do pesquisador. Era planejada e administrada
progressiva e cumulativamente, dentro da racionalidade que permitia explorar
espaços rigorosamente delimitados. Era ministrada para um grupo de 30 jovens
recém admitidos ao curso superior e com formação heterogênea. Talvez a lição
mais significativa das aulas de Modelagem foi a necessidade de ‘recortar um espaço limitado para expressar o
ilimitado’.
[2] - Ver o
resultados final de uma etapa de um
ano escolar perfilado como uma linha de montagem
Fig. 13 – Uma das imagens de um dos álbuns fotográficos de Fernando Corona
evidencia o início do processo da
aprendizagem da Escultura da parte do seu estudante. É uma rigorosa aplicação
dos preceitos taylorista neste processo de ensino aprendizagem Este estudante -
candidato a artista - ainda esta heteronomia do seu mestre. Assim se submete a
uma rigorosa preparação técnica. Ao concluir este processo de heteronomia
resta-lhe o desafio da autonomia numa carreira solo e autônoma. Neste momento irá provar as suas competências para romper ou permanecer os limites das
quais ninguém, além dele próprio, será responsável. Eventuais fracassos podem
ser atribuídos tanto a despreparação do egresso como a sua inadequação ao meio
ou este meio estar muito distante dos pressupostos e a infraestrutura
necessária à ERA INDUSTRIAL o PÒS-INDUSTRIAL. Porém o exame - de caso a caso - dos egressos da aulas de Escultura de
Fernando Corona mais casos de sucesso na carreira escolhida do que inadequação.
18.8– A disciplina
de Modelagem ensinada na linha de montagem industrial.
A disciplina de Modelagem[1] foi
colocada como introdutória e obrigatória para todos os alunos dos cursos
técnicos e superiores de Artes Plásticas e de Arquitetura[2]. Ela
estava intimamente ligada ao Desenho[3] e
determinada pelo regulamento aprovado em 24.03.1939[4]. No
mesmo artigo a Modelagem era classificada entre as disciplinas práticas do
Desenho de Estátua e do Desenho de Modelo Vivo. Era desenvolvida em aulas com
tempo limitado. O professor expunha, numa preleção, o tema e os objetivos a
serem alcançados pelos estudantes dentro do mês letivo. O material compunha-se
de uma prancheta de madeira grossa, sobre o qual era trabalhado o barro em
placas. O estudante trabalhava de pé, enquanto o docente acompanhava a sua
obra, dentro do rígido programa e projeto fornecido na preleção do início do
mês. No Curso Superior a cópia pantográfica havia ficado para trás, pois era
eliminatória no vestibular[5].
No final do mês era feita uma palestra diante das obras produzidas pelos
estudantes. O docente retomava os objetivos que ele pretendia desses trabalhos.
Dentro dessa proposta eram avaliados os resultados atingidos na obra, tanto no
seu conjunto como individualmente. As obras individuais, depois de estudadas num
confronto com o objetivo inicial do mês, eram hierarquizadas e atribuídas notas de “zero”
até “dez”. A nota era anunciada
publicamente e justificada discursivamente. As obras eram destruídas depois[6].
18.9– A
disciplina de Escultura ensinada no paradigma da guilda medieval.
A Escultura era específica do curso
superior e uma das ênfases da graduação. O regulamento a classificava como ‘especial’, destinada a poucas pessoas que
eram selecionadas pessoalmente pelo professor ao longo dos dois anos das aulas
coletivas da Modelagem. A opção pela Escultura inviabilizava a opção pelas
aulas de graduação da Pintura e da Gravura. O seu objetivo era formar um
profissional especializado em Escultura e colocar este projeto ao nível da
opção digna e nobre arte. Nesta dedicação exclusiva exigia uma carga horária
extensa e que invadia o fim de semana, férias ou feriados. Esta dedicação
exclusiva estava confiada ao ritmo do estudante. O respeito do professor pelas
suas opções estéticas era irrestrito[7].
Na disciplina de Escultura ele passava a ser conselheiro e confidente do
estudante. Essa autonomia dos discípulos de escultura foi sugerida pelo mestre
Corona quando ele escreveu (1977, p.108)
que:
“a nossa
Escola de Arte não limita o aluno a seguir o academicismo em que a forma é
estereotipada, convencionada, pois se trata de ensino individual, o aprendiz
expõe ao mestre sua
mensagem e este passa a ser seu conselheiro, indicando-lhe o caminho a seguir”.
Os métodos no ensino da Modelagem e da
Escultura, adotados pelo professor Corona, esgotaram-se no seu próprio período.
Os seus alunos, que o sucederam na sua cadeira, a partir de 1965, foram
estimulados a adotar, para o trabalho tridimensional, outros procedimentos
didáticos[8].
[1] - Programas de Modelagem.
[2] - A partir de 1945 Fernando
Corona fez uma adaptação da disciplina de Modelagem ao Curso Superior de
Arquitetura do IBA-RS. Nessa disciplina ele enfatizava as habilidades que o
arquiteto deve possuir e desenvolver. Ele subverteu nessa adaptação dessa
disciplina, ao paradigma e metodologia da ENBA.
.
[3] - Programa do Curso de Artes Plástico Pasta
A-Z (discriminados a seguir)
[4] - O Estatuto de 1939 do IBA-RS no “Cap. XIII, Art. 103 – VII – Modelagem:
A) –Primeira parte e composição de motivos em gesso; B) – segunda parte: cópia e composição de
motivo natural, O ensino deverá ser feito, quando possível, paralelamente ao da
cadeira de Desenho”. Uma transposição literal do programa determinado pelo
Decreto- Lei no 22.897 de 06.06.1933
do seu “Art. 14 VIII – Modelagem.A– Primeira parte: Cópia e composição
de motivos em gêsso.B) – Segunda parte:
Cópia e composição de motivos do natural. O ensino deverá ser feito, quando
possível, paralelamente ao da cadeira de Desenho.
[5] - O vestibular da época
(1939-1965) do Curso de Artes Plásticas, compunha-se de uma prova de desenho
figurado, desenho geométrico básico e uma prova de modelagem em argila. Essa
última era uma cópia de um motivo clássico de algum relevo clássico. Essa cópia
rigorosa avaliava a capacidade técnica do aluno para reproduzir em volume,
forma e proporção um baixo-relevo de um motivo clássico apresentado em gesso. O
regimento de 24.03.1939, no seu artigo 101, letra f) exige para o ingresso no
curso superior: “certificado de aprovação
em exame prévio, no Instituto, de Desenho Geométrico, Desenho Figurado e
Modelagem”.
[6] - Em casos de trabalhos mais
originais eles eram copiados por moldes ensinados pelo mestre.
[7] - Num depoimento informal o
escultor Luiz Gonzaga, ele comentava as rigorosas exigências do seu professor
de escultura, Fernando Corona, ressaltando que esse professor nunca tocou nas
suas opções estéticas e os temas que escolhia.
[8] - Programa de Cerâmica –Terra Cota Profª
Maria Anita Linck {160Progr}
Fig. 14 – Fernando Corona sentado em frente a um grupo
de estudantes de arte nas estradas das visitas às cidades históricas de Minas
Gerais e da Bahia. Viagem de estudos, produção de registros de imagens,
textos e amplamente divulgados nos jorna\ais do Rio Grande do Sul Bahia, e
Minas Gerais. O grupo legalmente foi constituído na Associação de Arte Araújo
Porto-alegre e teve o apoio pessoal dos três governadores dos três estados
brasileiros. Esta viagem de estudos permaneceu três meses. Produziu e expos na
três capitais que financiaram esta ação.
Coerente, também ele se colocava como eterno
aprendiz. A dúvida, a inquietação e a certeza de que o problema não existe para
ser resolvido, mas faz caminhar na busca da verdade. Neste “CAMINHO nas ARTES”
- como Corona intitulou um dos seus livros - ele sofreu profundas mudanças.
Mudanças perceptíveis nas suas concepções estéticas sobre a arte da Escultura.
Dúvidas, problemas e mudanças que experimentava antes e que ele incorporava
após a atualização da sua inteligência e fazia experimentar pelos seus estudantes no exercício do
magistério. Nas infinitas buscas de atualização da sua inteligência, Corona não
escondia as suas próprias descobertas, repartindo-as generosamente nas aulas e
como cronista de arte na sua coluna no Correio do Povo[1].
Após passar pelas influências classicizantes da década de 1930 e do forte
regime do Estado Novo, ele tornou-se um guia das Bienais de São Paulo,
apontando as mudanças plásticas que e Escultura sofria depois da Segunda Guerra
Mundial. Acompanhou a atualização da vida da arte até a década de 70,
mantendo-se aberto à introdução de novas tecnologias e concepções possíveis
para obras tridimensionais. Mas nunca as afastou das concepções construtivas
dominadas efetivamente por aqueles que as criavam. Corona (1977, p. 225)
escreveu:
“sempre defendi um princípio
importante na elaboração das Artes Visuais. O sonho do artista criador começa
na cozinha, isto é o laboratório onde artesanalmente se prepara o material a
ser empregado na obra, seja pintura, escultura, gravura, cerâmica ou tapeçaria.
Vale dizer, o artesanato é base de tudo”.
A sua ação não se limitou á estética. As mudanças
políticas, nas quais participou e liderou, transformam-no num verdadeiro ‘guru’ na comunidade universitária[2].
[1] - Uma
seleção dessas crônicas foi publicada em CORONA, Fernando. Caminhada nas artes:
1940-1976. Porto Alegre: UFRGS-
IEL/DAC/SEC-RS, 1977, 241 p.
[2] - Depoimento informal de Hélio
Trindade, reitor da UFRGS (1992/96), que na época de estudante presidia
movimentos estudantis em cujo meio encontrava frequentemente envolvido o
veterano mestre. Ainda em 1997 a sua ex-aluna e pintora Alice Bruegmann
(1917-2001) o denomina ‘a Corona aquele
amigão’. (BRUEGMANN, Alice. Catálogo da exposição UNICULTURA-UFRGS.CEF Porto Alegre, 26.06 - 25. 07.1997.)
Fig. 15 – O prédio do
atual Instituto Flores da Cunha foi concebido e executado ao longo dos
anos de 134 e 1935 com projeto e
supervisão direta e pessoal de Fernando
Corona. Porém, antes de ser instituição escolar foi o Pavilhão Cultural do
Rio Grande do Sul da Exposição do Centenário Farroupilha, aberta no dia 20 de setembro de 1935.
18.10– A
defesa da técnica e da segurança institucional
Consciente do espaço inaugural de sua ação, ele não
descurava da segurança para que essa disciplina erudita, com exigências de toda
ordem, tivesse condições para se reproduzir. Sabia que num ambiente de
carências básicas da população, não havia espaço para grandes veleidades
conceituais de um conhecimento de técnicas, de espaço e de materiais artísticos
adequados ao novo tempo industrial. Para que a instituição pudesse deflagrar um
verdadeiro processo civilizatório era essencial à proposta defendida com
clareza e redundância, Corona escrevia (1977, p.109) que:
“a nossa escola de arte formará artistas, com aprendizagem básica do
artesanato, condição essencial para adquirirem consciência sólida que possa
colocar em alto grau de conhecimento, reversíveis no processo cultural para o
enriquecimento do nosso patrimônio artístico.”
Corona expressava, nesta frase a sua sintonia com a teleologia imanente
no projeto civilizatório implementado pelo Instituto. Ela previa na sua disciplina
escolar um lugar para exercer o papel civilizatório, suprindo a cultura local
básica da falta total de outras instituições, como museus, bibliotecas e
ateliês de arte abertos aos estudantes.
Fig. 16 – O prédio, da projetada Universidades das Artes em Porto
Alegre, foi concebido, em 1947, por Fernando Corona. Compunha-se de um Teatro
Municipal, uma torre central das salas de aula e administração que foi construído. Na esquina ficava a Pinacoteca e
o Museu de Arte que não se concretizaram. Na concepção de Tasso Corrêa este
prédio materializaria não só a Universidade das Artes, mas, também, a
existência de um Ministério das Artes a nível nacional.
A disciplina de Escultura, inaugurada pelo mestre
Corona, NÃO entrava num vácuo da tábua curricular, produzindo uma
simples excrescência escolar e sem vínculos institucionais. O seu fundamento
geral era o Desenho como capacidade de designar
a obra mentalmente, antes de ela existir no mundo físico. Caminhava
paralelamente com o repertório de seu público e procurava a competência para
lidar com espaço da Arquitetura e do Urbanismo. A Escultura era um campo aberto
pelo IBA-RS na erudição local, capaz de dialogar e formar pontes com outros
saberes como a Arquitetura e Urbanismo. Com essa disciplina, o Instituto
contribuiu decisivamente para consolidar, em nível erudito e institucional no
sul do Brasil, uma das mais amplas e consistentes expressões de saberes a quem
as mais adiantadas civilizações confiaram a tarefa para dar forma as suas mais
altas expressões. Pode-se verificar isso tanto na obra plástica dos seus
discípulos como nos ambientes educativos que esses discípulos geraram na
cultura sul-rio-grandense[1].
[1] - Uma pesquisa que ainda não
foi realizada é dos dois álbuns que Fernando Corona deixou em relação
às suas aulas de Escultura e seguir os passos posteriores dos seus
estudantes..
Fig. 17 – Os grupos de profissionais, de professores
e de estudantes que se constituíram no âmbito do primeiro curso superior,
especifico e autônomo de Arquitetura e Urbanismo no Rio Grande do Sul teve em
Fernando Corona um motivador, um apoio
decidido e uma camaradagem que se propagaram em cursos semelhantes do Estado e
do Brasil . Na foto acima o vemos sentado a frente e entre os seus pares.
Na mesa do bar do IBA-RS está Eugen Steinhoff
(sentado e de perfil), seguido de Tasso Corrêa, Maurício Cravotto ( sentado
no ângulo da mesa), Athos Damasceno Ferreira,
Ildefonso Arrosteguy (Uruguai) e Fernando Corona (sentado de perfil na
frente da mesa).
Por meio das disciplinas que se instalavam e
registradas por Fernando, pode-se acompanhar a emergência e as normas possíveis
no campo artístico sul-rio-grandense. Corona justificava a sua atividade
didática quando escreveu (1977: 188) que “éramos
em 1938 apenas seis professores a reger nove disciplinas nos moldes da Escola
Nacional de Belas Artes fundada por Dom João VI”. Essa frase mostrava, o
mesmo tempo, a sua busca de um vínculo com a primeira instituição de ensino
formal das artes plásticas do Brasil. Esta frase expressa também a busca das
origens do projeto civilizatório sul-rio-grandense, pelo Instituto,
privilegiando, no momento, a área das Artes Plásticas.
01-Leda FLORES; 02 Fernando CORONA; 03-Dorothe PINTO SILVA; 04 –Teresa CORRÊA GOMES GRUBER; 05-Cristina Helfensteller
BALBÃO
06-Alice Ardohin SOARES (autora desta pintura)
Fig. 18 – A geração de escultoras - proveniente do
atelier do mestre Fernando Corona- fez
carreira e formou o seu nome individual no âmbito da cultura sul-rio-grandense d
Esta nova geração estava concretizando o
projeto da maturidade do mestre de “DEIXAR
de ser ESCULTOR para FORMAR ESCULTORES”.
Foi agente ativo e politico em Brasília para a
integração definitiva do Instituto de Belas Artes na Universidade Federal do
Rio Grande do SUL.
Lutou brava e pessoalmente, em
Brasília, ajudado pelo seu estudante
Luís Carlos Maciel nos trâmites legais nas comissões da Câmara, Senado. O
processo chegou ao Primeiro Ministro Hermes Lima e ao Presidente João Goulart que assinaram o Decreto Federal nº
4.159[1],
de 30 de novembro de 1962,
em época do curto período do parlamentarismo brasileiro.
Após
dez Anos Jubilado foi chamado à Reitoria da UFRGS para receber, no dia 25 de setembro de 1975,
o Título de Professor Emérito ao lado de Tasso Bolívar Dias Corrêa. A
tramitação havia sido aprovada, no Conselho Universitário, no dia 05 de junho
de 1975, pelos pareceres favoráveis de nº 27/75 e 28/75.
[1] - Publicado no Diário
Oficial de 04 . 12 . 1962 e assinado por João Goulart, Hermes Lima, Miguel
Calmon e Darcy Ribeiro
Fig. 19 – O pórtico do atual CENTRO CULTURAL
SANTANDER foi concebido pelo mestre escultor Fernando Corona. Certamente a
coincidência entre a cidade da origem deste mestre cantábrico e nome da
instituição cultural são promessas de interação entre ambos. Nomes que se
cruzam e se conjugam na ÈPOCA
PÓS-INDUSTRIAL e juntos constituem promessas e sementes. Promessas de uma
civilização cujos valores maiores são constituídos pela ARTE e os universos
simbólicos necessários para o cultivo de sementes do pertencimento. O ARCO de
TRIUNFO é um símbolo universal desta promessa desta passagem entre o limite do
universo externo e interno, entre o passado e promessa do futuro e entre a
barbárie e a promessa da civilização.
18.11– A memória da obra e da pessoa de Fernando Corona.
Além de seus registros e textos pessoais, existem
poucos estudos sistemáticos da sua
obra arquitetônica[1],
escultórica, monumental do docente e do cronista da sua época. Ao longo do tempo também não se registraram
renascimentos e valorizações periódicas da obra estudada, como ainda não houve
tempo de uma valorização da obra do mestre. A maioria das suas obras está no lugar original na qual o artista a
criou. Tanto pela sua finalidade pública como pela falta de um estudo sistemático esta obra migrou, em raros casos, para um
museu.
A presente narrativa contou com o apoio logístico dos textos e os
registros fotográficos disponíveis no Arquivo d Instituto de Artes da UFRGS. O
grande público ainda está privado da reversibilidade a esses documentos
primários. .A possibilidade do aprofundamento do estudo da disciplina de Escultura
no IBA-RS deve-se aos abundantes registros escritos deixados por Fernando
Corona. Ciente de si mesmo, de seu meio, das carências, do menosprezo pelas
pesquisas e de queimas de documentos e de etapas atou como verdadeiro produtor
pioneiro para este meio. Ciente dessa riqueza da massa documental, resumiu a carência de agentes no Rio Grande do Sul que se
dedicam ao seu conhecimento e à sua reflexão, afirmando(1977 p.
166.) que :
“nunca tantos deverão ficar ignorantes de tão poucos, pois a história na seara das Artes, ainda está para ser contada desde Araújo Porto-alegre e Pedro Weingärtner até os últimos talentos que despertam nas artes plásticas e na arquitetura”.
No contraponto nenhum destes poucos pode se separado deste contexto e das circunstâncias da época, do lugar e da sociedade. Há necessidade também de uma visão de conjunto do círculo sincrônico da estirpe de intelectuais sul-rio-grandenses na qual se inscreve Fernando Corona. Isto não impede contemplar, estudar e divulgar a explosão solitária e única do pensamento e obras de cada membro deste círculo. Explosão solitária que lança luzes e energias que revelam e iluminam circunstâncias, pessoas e obras deste período. Explosão solitária que lança energias e luzes que podem serem conferidos na amostra de alguns registros de Fernando Corona depositados no Arquivo Geral do INSTITUTO de ARTES da UFRGS.
[1] CANEZ, Anna Paula, Fernando
Corona e os caminhos da arquitetura moderna de
Porto Alegre. Porto Alegre : Faculdades
Integradas do Instituto Ritter
dos Reis, 1998. 209p. ilust.
Fig. 20 – Os cadernos de mestre Fernando Corona são
de um aprendiz perpetuo e incansável. O catedrático de Escultura, de Modelagem
e de Arquitetura mantinha apontamentos pessoais e álbuns fotográficos, além dos
registros burocráticos. São documentos raros além de documentarem as
origens, do ensino em curso superior rio
Grande do Sul as cadeiras de Escultura, da Modelagem e Maquetes para estudantes
de Arquitetura.
OBRAS ESCRITAS de FERNANDO
CORONA
Antes de
iniciar qualquer pesquisa sistemática em relação ao professor Fernando Corona,
localizou-se o que foi possível da sua obra escrita. A seguir
relacionam-se amostras da sua obra
escrita encontrada na bibliografia impressa, o que estava disponível em 1993 no gabinete do GEDAB (Gabinete de
Estudos de Arquitetura Brasileira) da Faculdade de Arquitetura da UFRGS e na
Biblioteca do Instituto de Artes da UFRGS. A maioria estava em ótimo estado.
Além
dessas supõe-se a existência de outros escritos que poderão ajudar a
dimensionar a produção conceitual do professor. Muitos deles foram localizados
nos registros de aulas dadas, atas do CTA (Conselho Técnico Administrativo) do
IBA-RS e atos administrativos diversos, confiados ao AGIA- UFRGS (Arquivo Geral
do Instituto de Artes da UFRGS).
OBRAS PUBLICADAS.
CORONA, Fernando (1895-1979). Fídias, Miguel Ângelo e Rodin: tese de concurso para
professor catedrático de escultura e modelagem do Instituto de Belas
Arts da Universidade de Porto Alegre. Porto Alegre: Imprensa oficial, 1938, 83
p il.
-----------------Ismos: arte
contemporânea (aula inaugural do IBA-RS em 03.03.1947 – Anexa Carta de Atenas).
Porto Alegre: Instituto de Belas Artes, 1947, 29 p
------------------«50 anos de formas plásticas e seus autores». in Enciclopédia Rio-Grandense. Canoas :
Regional, 1956, v. 3, pp 217-70
------------------A escultura do
século XX. Porto Alegre: Faculdade de Arquitetura da URGS. Palestra dia 19.09.1958,
27 f (mimeo)
----------------«Cem anos de formas plásticas e os seus autores» in Enciclopédia Rio-grandense: o Rio
Grande Antigo. Porto Alegre: Sulina. 1968,
v. 2, pp. 143-164.
----------------Amêndoas e mel:
Crônicas de Espanha. Porto Alegre: Sulina, 1969
139 p.
---------------- Palácios do
governo do Rio Grande do Sul. Porto Alegre : CORAG, 1973, 44 p. il col.
----------------Caminhada nas
artes: 1940-1976. Porto Alegre: UFRGS- IEL/DAC/SEC-RS, 1977, 241 p.
ALGUNS MANUSCRITOS do
PROFESSOR CORONA
(Cedidos ao prof. Dr. Günter Weimer por Eduardo Corona filho de Fernando
Corona e professor da FAU da USP. O prof. Dr Weimer colocou estes manuscrito a
disposição deste pesquisador, no ano de 1993, no âmbito do Gabinete de Estudos de
Documentação da Arquitetura Brasileira (GEDAB).Faculdade de Arquitetura da
UFRGS. Os originais retornaram para a posse dos descendentes da Família Corona)
CAMINHADA de FERNANDO CORONA: Tomo I. 01 de janeiro de 1911 até dezembro
de 1949 – donde se conta de como saí de casa e aqui fiquei para sempre: nasci num lugar e renasci
em outro onde encontrei amo
Tomo I 604 f.
Folhas de arquivo: 210 mm X 149
mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 1 )
CAMINHADA de FERNANDO CORONA. Tomo II 1945/49-1953. um homem como
qualquer: renascer em um lugar e renascer em outro
Tomo II 220 f.
Folhas de arquivo: 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 2 )
EUROPA 1952 : notas de viagem ; 1o caderno 195 p.
Porto Alegre 16.01. 1952 –
Veneza 09.04.1952.
Folhas de caderno
xadrez: 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 5 )
EUROPA 1952: notas de viagem 2o caderno 205 p.
Roma 11.04.1952 - Porto Alegre 29.07.1952
Folhas de caderno
xadrez: 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 6 )
COISAS MINHAS : Viagens 1956
1959
139f.
Folhas sem linhas em
caderno espiral: 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 7 )
COISAS MINHAS : Viagens 1960
1963 139 f.
Folhas de linhas
simples em caderno espiral: 210 mm X 149
mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 8 )
VIAGEM a CUBA – 1962 notas de viagem
199
f.
Folhas de
linhas simples em caderno espiral: 210
mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família
Fernando Corona ( 9 )
COISAS MINHAS : 1962 1965 Brasília e outros alpistes 85 f.
06.08. 1962 26.11.1965.
Folhas sem linhas
caderno simples: 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 10 )
COISAS MINHAS : 1964, 1964, 1966 153
f.
Férias de Verão 05.01.1964 22.08.1966
Folhas de arquivo: 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 11 )
350 DIAS na ESPANHA 1966 - 1967 293
f.
26.11.1965 20.07.1967
Folhas com linhas
simples em caderno espiral: 210 mm X 149
mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 12 )
COISAS MINHAS : 1967 1968
1969
193 f.
Folhas xadrez em
caderno espiral : 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 13 )
COISAS MINHAS : 1969 1970
128 f.
28.08.1969
28.03.1970.
Folhas
brancas em caderno espiral : 210 mm X
149 mm.
Original de
propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 14 )
COISAS MINHAS : 1970 1o caderno
204 f.
29.03.1970 - 01.09.1970
Folhas de linhas
simples em caderno espiral: 210 mm X 149
mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 15 )
COISAS MINHAS : 1970-1971 2o
caderno 168
f.
01.09.1970
05.11.1971
Folhas de linhas
simples em caderno espiral: 210 mm X 149
mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 16 )
COISAS MINHAS : 1971 1972
190 f.
12.11.1971
06.09.1972
Folhas de linhas
simples em caderno espiral: 210 mm X 149
mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 17 )
COISAS MINHAS : 1972 1973
379 f.
07.09.1972 03.07.1973
Folhas de linhas simples em
caderno espiral : 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 18 )
COISAS MINHAS : 1973 1974
208 f.
04.07.1973
10.03.1974
Folhas de linhas
simples em caderno espiral: 210 mm X 149
mm.
Original de
propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 19 )
VIAGEM à ESPANHA 1974
318 f
Folhas xadrez em
caderno espiral ilustrado: 210 mm X 149
mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 20 )
VIAGEM aos INCAS 1955 1956
88 f.
Folhas de linha xadrez
– caderno simples: 210 mm X 149 mm.
Arquivo GEDAB Faculdade de Arquitetura. UFRGS ( 6 )
RECORTES CURIOSOS 1973 –
1979
173 f.
Folhas de linhas xadrez
em caderno espiral: 210 mm X 149 mm.
Colagem de diversos
materiais impressos.
Original de
propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 3 )
MINHA JORNADA 1974 1975
368 f.
7.10. 1974 a 06.06.1975
Folhas de linhas
simples em caderno espiral : 210 mm X
149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 21 )
MINHA JORNADA. Viagem ao Rio 1974
1976
186 f
07.06.1975 09.04.1976
Folhas de linhas xadrez
em caderno espiral : 210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 22 )
MINHA JORNADA 1976 1978
36 0 f.
11.04.1976 a 27.02.1978
Folhas de linhas
simples em caderno espiral : 210 mm X
149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 23 )
MINHA JORNADA 1978 1979
197 f.
28.02.1978
– 19.06.1979 Corona falece em 22.06.1979
Folhas com linhas
simples em caderno espiral : 210 mm X
149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona ( 24 )
Fig. 21 – A obra de Fernando Corona foi concebida, elaborada e divulgada nas circunstâncias e limites da ERA
INDUSTRIAL. Se existe algo urgente é fazer com a memória das suas concepções,
informações relativas às suas múltiplas obras migrem para a ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIAL. A cada época, lugar
e sociedade correspondem narrativas coerentes com as suas origens e com a
reversibilidade devida segura e econômica para as fontes estejam onde estiverem
e tenham o suporte que tiverem.
ÁLBUNS de
AULAS e sua DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA.
ESCULTURA dos ALUNOS do INSTITUTO
de BELAS ARTES
Álbum no 1 contém fotos e
escritos de 1938 até 1956
99 folhas de arquivo: 297 mm X 210 mm
com 332 fotos coladas
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
ESCULTURA dos ALUNOS do INSTITUTO de BELAS ARTES
Álbum no 2
contém fotos e escritos de 1957
até 1965
71 folhas de arquivo: 297 mm X 210 mm
com 167 fotos coladas
Documentos
do ARQUIVO do Instituto de Artes da
UFRGS
CURSO de ARQUITETURA : Cadeira de MODELAGEM.
21.09.1955
+ Viagem a Europa 1952
Documentário fotográfico de 1946 – 47 – 48 –
49 – 50 - 51
Folhas de arquivo: 297 mm X 210 mm
como fotos coladas.
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
CRÔNICAS
e CRÍTICAS JORNALÍSTICAS
(MAIORIA PUBLICADA NO CORREIO DO POVO POA -
RS)
CRÔNICAS – CRÍTICAS etc 1944 – 1959
07.05.1944 Iberê Camargo - 28.11.1959
5a Bienal
86 f
Folhas de
283 mm X 210 mm. Com recortes de jornais colados.
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
CRÔNICAS de JORNAIS 1961 -
1966
Folhas de arquivo: 297 mm X 210 mm
com textos colados
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
CRÔNICAS de JORNAIS 1967
1973
Folhas de arquivo: 297 mm X 210 mm
com textos coladas
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
CRÔNICAS e PUBLICAÇÕES 1974 - 1976
Folhas de arquivo: 297 mm X 210 mm
com textos colados.
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
CRÔNICAS do EDIFÍCIO JAGUARIBE e CRÔNICAS
JORNALÍSTICAS
Folhas de arquivo: 210 mm X 149 mm.
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
MEMÓRIA: palácio Episcopal de Santa Maria -
RS
3 f
Folhas de
210 mm X 149 mm. Datilografadas e crônicas recortadas e coladas.
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
ARQUITETURA e ESCULTORES: 50 anos de forma
plásticas e seus autores 53 f.
Folhas de arquivo: 210 mm X 149 mm. datilografadas
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
PROJETOS
ARQUITETÔNICOS.
INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do
SUL e
PROJETO do PRÉDIO da UNIVERSIDADE de ARTES
1947
Projeto das atuais instalações inaugurada no
dia 01 de julho de 1943.
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
Quatorze pranchas : cortes, elevações e
perspectivas
Documentos do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
Documento do ARQUIVO do Instituto de Artes da UFRGS
Fig. 22 – A obra de Sônia EBLING, apresentada e
aceita pelo 1ª Bienal de São Paulo, consta num dos álbuns de seu mestre
Fernando Corona. Documentos da fortuna de uma das estudantes da cadeira de
Escultura. Caberia um estudo documental, uma pesquisa sistemática e divulgação
dos caminhos, obras e realizações pessoais destes estudantes de Fernando
Corona. Certamente não constituem prosélitos, discípulos ou uma escola coesa e
unitária. Como seu mestre, estes estudantes, responderam autonomamente ao seu
TEMPO, seu LUGAR e o sua SOCIEDADE.
FONTES
BIBLIOGÁFICAS
CANEZ, Anna Paula, Fernando Corona e os caminhos da arquitetura moderna de Porto Alegre. Porto Alegre: Faculdades Integradas
do Instituto Ritter dos Reis, 1998. 209p. ilus
FRANCESCO, José de. Reminiscências
de um artista. Porto Alegre; s/editora. 1961.
SIMON, Círio. Conceito
pedagógicos de Fernando Corona (1895-1979) in Artes plásticas no Rio Grande do Sul: pesquisas recentes – Porto
Alegre: Ed. UFRGS, 1995, pp.63-83
TAYLOR , Frederick Winslow
(1856-1915). Princípios de
administração científica. 7a
. ed. São Paulo : Atlas, 1980, 134 p.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS da
PRESENTE POSTAGEM
PINACOTECA BARÃO de
SANTO ÂNGELO
BORGES de MEDEIROS Máscara cubista de B. de Medeiros, 1924 gesso
34 x 21 x 20 cm
ARQUIVO do INSTITUTO de
ARTES da UFRGS
INSTITUTO de EDUCAÇÂO
FLORES da CUNHA obra de FERNANDO CORONA
https://www.facebook.com/museu.ufrgs/photos/a.260262577395048.66685.256741761080463/1052024731552158/?type=3&theater
RESIDÊNCIA de FERNANDO
CORONA
Luís Fernando Corona
Constantin BRANCUSI
(1876-1957) Mademoiselle POGANY
Rudolf BELLING (26.08.1886 –
09.06.1972)
obra
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material possui uso restrito ao apoio do processo continuado de
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