quarta-feira, 12 de outubro de 2016

185 – ICONOGRAFIA SUL-RIO-GRANDENSE.

19.0  - Uma obra de Ado Malagoli: um artista visual erudito paulista como agente  institucional de um projeto civilizatório no Rio Grande do Sul

19.1 – A pintura de Malagoli como ascese estética. 19.2 – O 1º professor da disciplina de Pintura  no Instituto de Artes . 19.3 – A pintura a óleo. 19.4 –  Um paulista integra-se na cultura sul-rio-grandense. 19.5 – A sincronia e a diacronia interna ao Instituto, à região e nacional da ação de Ado Malagoli. 19.6 – A obra e a pessoa de Ado Malagoli e o meio físico regional. 19.7 – Ado Malagoli como agente institucional do sistema de artes do Rio Grande do Sul 19.8 –O lugar cultural da obra de Ado Malagoli.19.9 – A memória institucional da obra e da pessoa de Ado Malagoli. 19.10 A construção da presente  narrativa e os seus suportes logísticos

Continuação e complemento de Artes Visuais sul-rio-grandenses
Ado MALAGOLI – Meu retrato  - óleo -   46 x 39 cm – Coleção Clarita GALBINSKI  doado ao MARGS
Fig. 01 –   O autorretrato de Ado MALAGOLI  é constituído por matéria pictórica que constitui um textura sobre uma superfície. Os tons baixos, terrosos e escuros contrastam com o extremo oposto  do pigmento branco irisado, Estes extremos pictóricos geram um cenário ascético para um drama que retrato do artista apresenta na sua técnica pictórica, Ao mesmo tempo esta obra é suficientemente discreta no tema. Isto permite driblar o senso comum no qual o artista escolhe temas que desenvolve em narrativas e em assuntos comoventes.   

19.1 A pintura de Malagoli como ascese estética
Ado Malagoli (Araraquara, 1908 - Porto Alegre,1994) conseguiu criar uma metáfora na Pintura dos demais valores culturais do período e a região na qual ele viveu. Ado foi inteiramente fiel à Pintura, no seu aspecto mais exigente, e por isto sua obra é índice e documento do seu tempo, lugar e sociedade. Com esta fidelidade  inexorável ele foi capaz de criar o máximo de conteúdo no mínimo da forma. O máximo desse conteúdo está na capacidade de um pintor perceber todas as circunstâncias e as implicações que uma pintura verdadeira necessita para merecer o nome de arte. O mínimo da forma é uma verdadeira ascese que todo pintor se impõe como limite ao manipular apenas a sua tinta e o seu pincel sobre uma superfície.
No entanto, em arte, nem sempre é possível fazer tudo em qualquer lugar ou qualquer sociedade. As tendências estéticas são, também, passageiras e as suas obras não são mais compreendidas, amadas e por novas gerações. Porém na medida em que a ARTE está em QUEM PRODUZ é necessário conhecer este alguém.
Ado MALAGOLI  - Grito  - s/d óleo 125  x 93,8 cm  - detalhe - MARGS
Fig. 02 –    O GRITO de Ado MALAGOLI arranca a sua potência estética da textura da matéria pictórica sobre uma superfície. O horror, que toma conta da figura, se expressa nos tons soturnos, terrosos e escuros. Ao espectador apenas dado ver o efeito estético sem lhe ser revelado a causa deste horror que toma conta e constrói a figura.
..  
Se este alguém teve a vida violentamente alterada na tenra infância pelo assassinato do seu pai, se teve de galgar degrau a degrau toda a cultura brasileira e se constituir num agente institucional inconteste, há necessidade de percorrer os testemunhos de uma vida destas que são obras que deixou das suas próprias circunstâncias. Evidente que nesta pesquisa das suas obras de arte pouca ajudam cacoetes estéticos importados de alhures e de outros agentes, épocas e culturas.
Estas qualidades estão presentes nas figuras 01 e 02-05-06,  do presente texto. Tanto na  obra Autorretrato [1] como no O Grito de Ado Malagoli são obras nasce da mente profunda do artistas mas atingem na sua construção da matéria pictórica os sentidos humanos.

19.2 - O 1º professor da disciplina de Pintura  no Instituto de Artes.

Pode-se afirmar que Malagoli foi o primeiro professor de pintura profissional do Rio Grande do Sul. Evidente que o RS havia tido excelentes pintores profissionais.  Entre estes seria possível citar como autoridades autênticas e irrefutáveis no uso da Pintura a obra Pedro Weingärtner, a de Oscar Boeira e tantos outros anteriores à obra de Malagoli. Mas quando estes pintores chegavam até a sala de aula, ou admitiam um discípulo no seu atelier, insistiam na primordialidade do Desenho[2].


[1] -  Esta pintura a óleo  “Autorretrato” -  de ADO MALAGOLI  foi doada por Clarita GALBINSKI à AAMARGS  em 13.07.2016.

[2] - Pevsner constatou (1982, pp.118/9) essa mesma falta do ensino da Pintura, nas academias de artes de todo o mundo ao estudar “os programas acadêmicos não incluíam o ensino metódico da pintura a óleo.  Por mais surpreendente que possa parecer essa falta hoje em dia, não se deve esquecer que na França, como  em outros países, estava ainda em uso o sistema medieval  de apreender com  um mestre o ofício de pintar”. Inclusive Ingres insistia que a pintura podia ser apreendida em uma semana. Em Porto Alegre, Pelichek constatou, em 1935, a falta total do ensino da Pintura na Escola de Artes do Instituto de Belas Artes. A partir de 1937, com a contratação de Ângelo Guido, essa disciplina era dada por ele concomitante com a História da Arte. Castañeda ensinou essa disciplina paralelamente às suas outras aulas, até a contratação de  Ado Malagoli , em 1951. (ver anexo no final desse capítulo).
PEVSNER, Nikolaus. Las academias de arte: pasado y presente. Madrid : Cátedra. 1982. 252p.

Fig. 03 –   A  Pintura no Curso d Artes Plásticas do IBA_RS ganhou contornos de autonomia com a intervenção da Ado MALAGOLI.   A Pintura constituía uma terminalidade e excludente para estudante que optasse as aulas de Escultura neste curso superior. O quadro dos docentes tonou-se legendário pelos nomes de artistas plásticos que figuram entre as maiores expressões e que investiram inteiramente  as sua existência no campo das Artes Visuais do Rio Grande do Sul
[Clique sobre o gráfico para ler]

Malagoli assumiu a docência da Pintura e o seu ponto partida da Pintura como primordial. A sua linguagem era a matéria, a textura, a cor, as veladuras e a construção filme pictórico do quadro como um mundo próprio e autônomo[1]. Ele procurava estes valores plásticos na sua obra e procurava ressaltar e  argumentar  coerentemente aos seus estudantes nas suas aulas.


[1] - Malagoli é explícito na sua tese na qual reforça a lição Maurice Denis afirmando(1957, pp. 38/9) que  "recordemos que um quadro, antes de ser uma cavalo de batalha, um nu de mulher, ou qualquer outra anedota, é essencialmente um superfície plana coberta por cores agrupadas com certa ordem".
MALAGOLI, Ado (1908-1994) - TÉCNICA E EXPRESSÃO - considerações- Tese de concurso para o  provimento da cadeira de    Pintura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: edição da autor, 1957 88 p, ilustr. pb.

Fig. 04 –  A interação de Ado MALAGOLI com o seus estudantes e auxiliares foi sempre muito cordial e fraterna O seu assistente é o professor Rubens Galant Costa CABRAL (1928-1989)[1] que apare diante do mural dos estudantes Paulo Peres e Clébio Sória.. Mural destinado ao restaurante universitário da UFRGS  e pintado nas aula do Professor Aldo LOCATELLI e Ado Malagoli. A artista Regina SILVEIRA foi assistente de Ado MALAGOLI. Depois fez carreira na USP.

Ado estava bem consciente do abismo do tempo e da sociedade que o separavam destes estudantes. Isto é possível perceber na tese de Malagoli,( 1957: 87)[2] que ele conclui com o seguinte
Dada a inquietação de era pela construção de um mundo melhor e condizente com as normas do sentimento contemporâneo, é natural e incerteza que domina os jovens, na busca dos seu próprio meios de expressão, pois, não querem, é evidente, permanecer no passado. Isto posto, é mister aproveitar todas as oportunidades para conquistar-lhes a confiança, demonstrando, igualmente, o nosso apreço pelos seus esforços e tentativas de realizações, confiança e apreço de que, não nos esqueçamos, ele serão os juízes
Na leitura e na meditação, deste texto do mestre, é possível perceber a sua consciência do TEMPO (passado, presente e futuro) além do mais absoluto respeito das escolhas que os seus estudantes fariam na sua autonomia daquilo que lhes ensinava.


[2] MALAGOLI, Ado - TÉCNICA E EXPRESSÃO - considerações- Tese de concurso para o provimento da cadeira de Pintura do  
               Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: edição da autor, 1957, 88 p, ilustr. pb.

Ado MALAGOLI  - Foto no atelier pintando o Grito  - s/d -  óleo 125  x 93,8 cm
Fig. 05 –   Ado MALAGOLI numa foto no seu atelier  enfrenta a si mesmo para  elaborar o tema, a forma do GRITO no qual coloca uma testemunha angustiosa e silenciosa. O horror, que toma conta da figura, se expressa nos tons soturnos, terrosos e escuros. Ao espectador apenas dado ver o efeito estético sem lhe ser revelado a causa deste horror que toma conta e constrói a figura.

Para manter esta autonomia do estudante a sua obra pictórica pessoal  era realizada no seu atelier particular e socializada fora da escola.  Assim a pesquisa pessoal e o ensino de Malagoli eram coerentes com as competências e os limites da Pintura e dos seus estudantes. Competência e limites são sinônimos da autonomia.
Ado MALAGOLI  - Grito  - s/d óleo 125  x 93,8 cm  - Acervo do MARGS
Fig. 06 –   O GRITO SOLIDÀRIO de Ado MALAGOLI está distante do GRITO SOLITÀRIO de Eduard MUNCH  Malagoli recolhe as lições dos mestres após a passagem do expressionismo enquanto Munch os precedeu  .

19.3– A pintura a óleo
A Pintura de Ado Malagoli dominou e teve todo o cuidado formal, no seu aspecto intrínseco da pesquisa a elaboração da obra como artista exigente com os materiais, as técnicas e os instrumentos que usava. Dedicado, até as raias da ascese, à Pintura a óleo, não admitia que nenhuma outra técnica concorresse com este meio, até que esta outra técnica provasse a sua capacidade de manter o ato criativo do artista intacto ao longo do maior tempo possível.
Ado MALAGOLI – «A Usina Morta»   - s/d- técnica  : óleo  sobre tela  -  tamanho    50  x  70  cm Coleção Luiz  Carlos Matte
Fig. 07 –   Um dos índices da passagem  da ERA INDUSTRIAL está materializado neste obra de Ado MALAGOLI. Obra que se sustenta pela construção pictórica plástica visual e distante de qualquer anedotismo.   

Usava a sua autoridade de catedrático para condenar as pinturas realizadas com resinas acrílicas partindo do fato de que ela ainda não oferecia esta garantia. Evidente, que estas resinas provaram, não só a sua flexibilidade e permanência. Contudo, a facilidade de seu manejo, dispensava aquela atenção (ascese) que Malagoli desejava no ato criativo de uma obra de arte. Atenção pela qual o artista doava o seu tempo ao processo lenta do óleo e contemplava, sob todas as dimensões, a criação um  índice seguro do destino que ele desejava dar à sua própria obra e aos dos seus estudantes[1].


[1] - Malagoli estava consciente das suas competências e os seus limites de sua ação frente ao estudante quando escreveu (1957, p. 87) que "é importante tomar em consideração que todo o aluno que procura a escola para se aperfeiçoar nas lides artísticas vai em busca da técnica e não do talento, do qual ele já se supõe dotado"
 «Prédio do MARGS Ado Malagoli»            Delegacia Fiscal Desenho em  1933
Fig. 08 –   O prédio da antiga Delegacia Fiscal Federal abriga, no presente o Museu de Arte Do Rio Grande do Sul  Ado MALAGOLI. A sólida origem legal, com um projeto coerente reproduziu-se e está num ponto de maior visibilidade, eficiência e prestigio entre os congêneres estaduais e nacionais. ,.   

A obra de Ado Malagoli leva ao mundo extrínseco  da totalidade dos aspectos destas dimensões da Pintura. Ele percebeu que neste mundo extrínseco  a sua obra só teria sentido e duraria no tempo se essa obra estivesse ao abrigo e ligado a uma instituição. Nesta instituição ele se propunha ao doar a sua vida à arte ao público qualificado e um ambiente cultural adequado e no interior de um projeto civilizatório. Para tanto necessitava integrar-se e interagir. de forma eficaz, também no meio político sul-rio-grandense.
Fig. 09 –    Na foto Ado MALAGOLI  ao centro, tem ao seu lado direito Ângelo GUIDO diretor do IBA-RS em 1961, na época desta foto. Os dois são paulistas com formação no Liceu de Artes e Oficiosa de São Paulo. O mural ao fundo é do Aldo LOCATELLI que aparece na foto ao fundo com o rosto pela metade.

19.4 Um paulista integra-se na cultura sul-rio-grandense.

O paulista Ado Malagoli incorporou-se definitivamente ao meio cultural e político do Rio Grande do Sul em 1951. Existem índices, provenientes deste ano, que falam  daquilo que ele encontrou no seu estado de adoção. Estes índices são visíveis no grupo dos artistas plásticos que enviou 35 peças de 18 artistas diferentes[1] para a 1a Bienal de São Paulo. Destes artistas sulinos foram selecionados[2] e expostos os trabalhos de Alice Soares e de Sônia Ebling[3] entre os 209 artistas brasileiros que figuravam na mostra[4]. Entre estes brasileiros estava o prof. Ado Malagoli. Desde o início do ano de 1951 ele estava com o seu contrato firmado com o Instituto[5]. Ado Malagoli era um pintor com formação na ENBA e além do aperfeiçoamento norte-americano. Ele se revelou essencial no campo de sua competência de artes plásticas, tanto no interior como no exterior do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. No plano interior do Instituto, Malagoli elevou o Programa da cadeira de Pintura ao apogeu como campo de saber autônomo. No plano externo ao Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, Malagoli criou, equipou e consolidou o Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS) que leva o seu nome.


[1]  - As cópias das fichas de inscrição dos artistas estão no AGIA-RS. Elas relacionam João Fahrion, (3 obras), Fernando Corona (1), Vasco Prado (2), Francisca Maciel Lima (1) Sônia Ebling (1), Wilburg Soares Olmedo (3), Eleonora Barcellos (1), Hermano Duceschi (3 pinturas), Cristina Balbão (3), Alice Soares (3), Luiz Francisco Lucena Borges (2), Alice Esther Brügmann (3), Hermano Duceschi (3 aguafortes), Carlos Aberto Petrucci (2). Em Arquitetura inscreveram-se Cláudio Teixeira de Freiras, João Vallandro, Moacir Zannin e Rubem Cassal Pilla, cada  um com um projeto.
[2] - O júri brasileiro foi formado por Santa Rosa, Clóvis Graciano, Quirino Campofiorito e Luiz Martins.
[3]  -  Existe foto no AGIA-UFRGS de  Sônia EBLING e seu  marido no atelier de Corona. Aluna de Corona depois fez carreira internacional.
[4] - Catálogo da Iª Bienal de São Paulo, 1951.
[5] Em  colóquio informal, no dia 12.04.1999, a viúva de Ado Malagoli, Ruth Malagoli, afirmou que a vinda do seu marido ao Rio Grande do Sul deveu-se as conversas com Ângelo Guido, outro paulista radicado em Porto Alegre e a efetivação do contrato, por meio da intermediação de Fernando Corona.

Ado MALAGOLI –Ruina  - óleo  - Coleção  Karan - Porto Alegre
Fig. 10–   A existência de  Ado MALAGOLI  atravessou o século XX e desenvolveu sua aprendizagem e carreira no Brasil no  âmbito de uma ERA INDUSTRIAL periférica.. O gozo do seu prêmio de viagem não pode ser realizado na cultura europeia.. Assim a sua experiência norte- americana foi realizada quando este país estava completamente voltado para o esforço da II Guerra Mundial. 
[Clique sobre o gráfico para ler]

19.5 A sincronia e a diacronia interna ao Instituto, à região e nacional da ação de Ado Malagoli.
A obra didática de Malagoli, situa-se na diacronia da série cultural da arte do Rio Grande do Sul, que Tasso Corrêa, com as sua experiência e seu  dinamismo, impôs-se como tarefa política de atualização do Instituto. N esta sua política realizou dois contratos, no campo das Artes Plásticas, conseguindo a vinda de Aldo Locatelli[1] e do pintor Ado Malagoli. Estes dois pintores docentes trouxeram ideias e dinamismo novos e ao mesmo tempo uma ação institucional coerente com o meio local.
Ado Malagoli - como "estrangeiro'[2], ao meio sul-rio-grandense -  conseguiu que este meio regional se abrisse. Abertura em sincronia com outras séries culturais que estavam se desenvolvendo, paralelamente, em outros centos culturais brasileiros e internacionais. Ele por sua vez abraçou todos os condicionamentos das séries que este novo meio cultural poderia oferecer de universal. Para dar corpo, a esse seu projeto civilizatório regional, lutou politicamente para que a implantação do Museu de Arte cumprisse a sincronia entre o regional e o universal.


[1] - Arquivo: pasta funcional de Aldo Locatelli {100Cont} Contratos temporários de professores até 1959e {119ATA} Atas de posses dos docentes do Inst. de Belas Artes - 03/02/1982
[2] - Segue-se aqui a concepção de Simmel em relação ao estrangeiro.
       SIMMEL, Georg  Sociología y estudios sobre las formas de socialización. Madrid:  Alianza. 1986,  817.  2v.


Fig. 11 –    Esta obra, que possui por tema a PONTE do RIACHO DILÙVIO,  é  tributo de Ado MALAGOLI a um tema recorrente na pintura artística praticada em Porto Alegre.. Por meio de formas e cores o pintor artista, com ascendência italiana, presta uma homenagem aos primitivos da pintura do Renascimento peninsular.  

19.6  A obra e a pessoa de Ado Malagoli e o meio físico regional.


O meio geográfico, no qual Ado Malagoli elaborou a sua pintura, incluíam os condicionamentos da paisagem sulina. Ele encantava-se com atmosfera que cerca Porto Alegre e que está impregnada pela umidade do estuário do Guaíba. Essa atmosfera  funciona como prisma para os raios do Sol incidindo em 45o. Levava os seus estudantes a pintar diretamente nesse meio e chamava a atenção com as nuances pictóricas que poderiam obter nesse meio.
Ado MALAGOLI –Paisagem  - óleo -  39 x 46,5 cm - Coleção Vera Schneider
Fig. 12 –   Ao conjugar o seu domínio técnico pictórico com o deslumbramento que Ado MALAGOLI  sentia diante da atmosfera irisada pela incidência obliqua dos raios solares  sobre a paisagem sul-rio-grandense renderam pinturas que   conjugam este deslumbramento com os limites possíveis da ascese dos seus meios pictóricos., Estes extremos pictóricos exigem uma seleção formal  e ascética da tema que universaliza um sentimento e um olhara que possui origem num lugar e tempo local ,.   

O interior do estado chamava a sua atenção pelas suas paisagens místicas e despojadas e que muitas vezes foram tema de seus quadros. No meio urbano interpretava a tragédia contemporânea e passagem implacável do tempo. Para a interpretação desse tema, recorria à imagem das casas em ruína. A sua pintura guardou influencias do interior paulista como os do seu conterrâneo e amigo Portinari, sensível à miséria humana. A origem italiana de sua família o vinculava às tradições pictóricas da península e onde buscava influências pictóricas em variadas fontes. Como pintor preferia a Escola de Veneza[1] e cuja atmosfera, efeitos de luzes e potencialidades pictóricas transferia para Porto Alegre cercado de águas.


[1] - Malagoli, depois de longas considerações sobre a pintura veneziana, escreveu (1957, p. 69) que "Veneza marca para toda a Europa, de modo definitivo, as diretrizes  do espírito ocidental".

Ado MALAGOLI – Nu - 1955  - desenho   
Fig. 13 –   O  desenho sintético do nu artístico realizado por  Ado MALAGOLI  demonstra a sua competência gráfica e síntese formal praticada por artistas visuais na cultura ocidental em todos os tempos. Os tons terrosos, baixos e de grande economia cromática prepara o caminho para uma pintura coerente com o universo pictórico do mestre.      

19.7 –Ado Malagoli como agente institucional do sistema de artes do Rio Grande do Sul
Na aproximação da obra de Ado Malagoli, impõe-se uma leitura erudita dos elementos formais da sua estilística pictórica. O seu Desenho não pode ser entendido como de um virtuose gráfico, mas ganha sentido, e deve ser visto, como uma designação mental das formas, cores texturas adequadas à autonomia das tintas da pintura. Se o Desenho significou a perda de virtuosismo gráfico, ganhou sentido nas proporções e na relação das partes entre si, gerando a unidade na diversidade na qual a sua pintura reina soberana e na pintura a óleo. Insiste-se aqui na coerência da organização de uma obra de Malagoli necessita ser buscada no interior dos meios estilísticos da pintura.
Ado MALAGOLI – Casario de Ouro Preto MG  1969 - desenho -   
Fig. 14 –   O desenho do casario de Ouro Preto realizado em  1969 por Ado MALAGOLI  na antiga capital mineira prepara as grandes superfícies para o exercício do pincel, espátula, tintas e texturas. O referencial ao mestre Paul Cézanne é um caminho ao qual o artista brasileiro recorre sem perder de vista o essencial da superfície visual construída e individualizada com profundos mergulhos na realidade brasileira.  .   

Essa verdade está na sua admiração por Cézanne quando Malagoli registrou (1957: 17) que
 "o grande mestre de Aix realizou uma revisão completa na técnica do impressionismo. Buscando, em primeiro lugar, readquirir a consistência da forma sem perder o vigor do colorido, da matéria pictórica vertida na tela"
Apesar da profunda admiração de Ado Malagoli pela pintura não-figurativa, que apenas quer ser Pintura em si mesma, ele preferia deixar, ao observador pistas para que este observador pudesse seguir o fio de Ariadne da figuração permitindo a este observador penetrar na sua obra por outros meios.
Ado MALAGOLI – BIOS - 1977 - desenho - Coleção  Rodrigo Rontobel
Fig. 15 –   Um experimento gráfico - não descritivo e mimético da natureza dada - permite avaliar a admiração de  Ado MALAGOLI por esta liberdade plástica.. Porém ele prefere transfigurar esta liberdade com escolhas plásticas que guardam o referencial com o mundo externo, mundo no qual  pode dialogar e interagir com sentimentos, vontades e concepções de seu observador mesmo o mais culto, sensível e exigente.

Este observador, diante da Pintura de Malagoli podia recuperar os complexos labirintos anímicos que conduziram o pintor para escolher tal ou qual recurso estilístico na elaboração de suas obras pictóricas. Na leitura iconológica que Malagoli transitava, sem concessões fáceis, numa temática na qual estão presentes motivos que os pintores de todos os tempos usaram para construir a sua obra pictórica. A figura humana possuía um lugar privilegiado entre estes motivos, em especial, a do ser humano quando ele sofre as dores de todos os tempos. As imagens do ambiente urbano como os seus casarios em ruínas, as paisagens ascéticas do sul do Brasil, traduzem o sofrimento e desta angústia humana provocada pela miséria de um país do terceiro mundo.
Ado MALAGOLI -The Sadnes of a railroad-  1944 – óleo 41,2 x 50,6 cm - Coleção Daniel Chaieb
Fig. 16 –   O estágio de Ado MALAGOLI  nos Estados Unidos coincidiu com o devastador esforço da II Guerra Mundial São índices deste ambiente os  tons baixos, terrosos e escuros e solidão dos seus pequenos personagens e uma sinistra locomotiva escura e fumegante. Certamente não era hora de triunfalismo e exposições de arte alheias a estas privações e esforços nacionais de vida e morte.     

No plano mundial os seus temas denunciam os horrores físicos e o psicológicos da propaganda, resultantes dos sofrimentos dos seus semelhantes submetidos à uma tecnologia dos campos de concentração, das bombas atômicas que espalharam por igual o sofrimento à populações indefesas. As referências na pintura de Malagoli às máquinas e aos equipamentos tecnológicos são pretextos para tons escuros e massas sinistras. Os seus temas resultaram dos debates de sua geração reunida no Núcleo Bernardelli. Este se opunha à atitude soberana de uma escola fechada ao lugar circunstante, do seu tempo e sociedade periférica ignorada pela elite dominante. A pintura de Malagoli e os seus colegas está atenta e saturada do aqui, do agora, da aparência visual e das texturas das ruas brasileira. Opõem-se aos tons, matizes e temas nascidos de um Estado Novo panfletário e unívoco. Tons, matizes e temas que denunciam a tecnologia a serviço de uma Guerra Mundial em andamento. Obras que são pouco atentas às vanguardas estereotipadas pelos modismos mediáticos.  A pintura de Malagoli e os seus colegas está próxima e solidária com a sociedade que despenca das favelas agarradas aos morros do Rio de Janeiro. Sociedade que se acumula ao redor  cada núcleo urbano do Brasil como uma nefasta e trágica coroa de casebres e de gente maltrapilha.

Fig. 17 –   As ruínas inspiram e fornecem sugestões das texturas e formas com as quais  Ado MALAGOLI   constrói suas pinturas.  A matéria pictórica da sua obra submerge o  tema que renasce no plano da arte, do pensamento e do sentimento humano na realidade estética .

19.8 O lugar cultural da obra de Ado Malagoli.
Malagoli como agente cultural partiu da realidade que ele já encontrava em germinação. A Pinacoteca do Instituto que o contratava foi a primeira a se constituir como um corpo de obras Artes Plásticas públicas no Rio Grande do Sul, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul  (MARGS) teve de esperar quase meio século. Ele havia sido objeto de uma reunião do CTA do IBA-RS no dia 02 de junho de 1946, com promessa de ajuda do governo[1]. O seu projeto ganhou as ruas em 1947 através de imprensa, no contexto da ‘Universidade de Artes’, lançada pelo Instituto[2]. Assim não foi por acaso que o MARGS saiu da iniciativa do professor Ado Malagoli, como membro efetivo do corpo docente do Instituto[3]. Estas iniciativas do Instituto constituem-se expressões concretas de autonomia do seu projeto civilizatório no interior de sua teleologia imanente. Malagoli agiu consciente desse projeto e como agente do Instituto de Artes.


[1] - Ata da reunião do CTA do dia 02.06.1946 . Livro de Atas I - folha 52v. Ver CD-ROM Disco 4 ATAS Arquivo 1946
[2] - O Correio do Povo publicou ,no dia 14 de novembro de 1947 , matéria sobre o projeto do Instituto: novo prédio; autonomia e. Universidade de Arte.

[3] - O contrato para a vinda do pintor Ado Malagoli ao Rio Grande do Sul e ao Instituto, estava vinculado ao projeto do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Nesse convite, depois transformado em contrato efetivo, entraram decisivamente os professores Ângelo Guido e Fernando Corona, na época, membros ativos do CTA-IBA-RS.  Informação prestada pela sua viúva Ruth Malagoli em entrevista informal em abril de 1999
Fig. 18 –   O Theatro São Pedro abrigou sede e as primeiras  exposições do Museu de Arte  do Rio Grande do Sul. Lugar de prestígio no qual Ado MALAGOLI, conseguiu convencer as mais altas autoridades do Rio Grande do Sul[1] do seu projeto civilizatório compensador da violência que a Arte exerceu, continua a exercer e certamente será referência nas civilizações que atingem uma coerência interna e pretendem se reproduzir por tempo indeterminado.
É significativo que Malagoli começasse o MARGS, em 1954, exatamente no mesmo lugar em que Libindo Ferrás havia instalado o primeiro salão de Artes Plásticas, no dia 30 de novembro de 1929, promovido pela Escola de Artes do ILBA-RS. Ou seja, no ‘foyer’ do Theatro São Pedro, centro de consagrações da música, do  teatro a quem se agregava  então o que havia de mais significativos nas Artes Plásticas  no Rio Grande do Sul[2].


[1] - O MARGS foi criado, oficialmente, pelo Estado Rui Grande do Sul por meio do decreto n° 5065 de 1954  

[2] - Ado Malagoli detalhava  as peripécias, pelos gabinetes da administração de Estado, para identificar obras de arte e deslocá-las para o MARGS, em  relatos feitos ao autor que na época era o seu aluno e o visitava frequentemente no seu atelier particular.
Fig. 19 –  Uma das poucas pinturas, de grandes dimensões, realizadas por Ado MALAGOLI.  Esta obra foi concebida e pintada a pedido dos estudantes do Centro Acadêmico André da Rocha e atualmente se encontra no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS. O mestre da Pintura construiu o cenário com poucos elementos do lugar. Neste cenário dois grupos opostos indicam o seu trabalho e as suas ideologias com  gestos, com trajes e atitudes. Os dois grupos  opostos são equilibrados por uma figura feminina colocada ao centro e ao fundo da cena.  Assim o artista contorna os ícones tradicionais da Justiça autoritária e monocrática. Como pintor e intelectual prefere uma metáfora plástica ao construir da balança composicional ao modo das pinturas renascentistas italianas. .   

19.9 A memória institucional da obra e da pessoa de Ado Malagoli.

A obra de Ado Malagoli continua viva e ativa. Essa afirmação é possível diante das suas projeções e da vigência atual, ela está presente, como num fractal que cada obra de Malagoli adquire em cada uma das suas pinturas. A influência da sua obra, não só garantiu a sua permanência, mas, confiada a duas instituições, exerceu, ao mesmo tempo, influência positiva na elaboração da pintura de outras obras de arte como no exercício continuado do magistério inovador. Os renascimentos e valorizações da obra de Ado Malagoli são periódicos e constantes. Cada nova geração, que não o conheceu, está recebendo informações da sua pessoa e da sua obra. Obra que permite a reversibilidade para a sua origem, pela universalidade da sua temática humana e das condições do ato criativo do pintor. Para que isso fosse possível, já existe um vasto acervo de artigos, livros e catálogos relativos à Ado Malagoli. Mas ainda não se atingiu o estágio de “catalogue raisonée”.
A narrativa - em relação à obra e à pessoa Ado Malagoli - oscila ainda entre o mito e a naturalização. Naturalização elementar de um pintor cada vez mais entregue a um mundo marcado pelos descartes compulsivos e universais. Mito envolto nos rituais, louvores cegos e acríticos em relação uma geração aceita com básica de uma “modernidade” da qual não se consegue distinguir e conceituar competências e limites.
A obra de Ado Malagoli é relativamente recente e falta o fator tempo para sua avaliação. A grande parte de sua obra ainda se encontra, em grande parte,  nas mãos de colecionadores particulares[1]. Mas na medida em que está se institucionalizando a manutenção de sua memória, essa obra está migrando para o espaço público onde está sendo democratizada. A sua tese[2] para catedrático do IBA-RS continua sendo a fonte mais autorizada do seu pensamento.


[1] - Muitas vezes essas obras estão  em mão de pessoas pouco conscientes do valor que possuem. A esposa de Ado Malagoli foi solicitada para autenticar uma pintura de Malagoli que alguém havia adquirido pelo valor de R$ 10,00 do ‘Mensageiro da Caridade’ que o  coletara através do seu caminhão de donativos.. Na época era praticamente impossível encontrar, no mercado de arte nenhuma obra de Malagoli inferior a  mil dólares. Fato narrado pela esposa do artista, Ruth Malagoli, a um grupo de monitores do MARGS, em 1999, entre os quais estava o autor (O valor de R$ 1,00 ainda estava próximo de 1 dólar americano, quando se deu o fato.).

[2] - MALAGOLI, Ado - TÉCNICA E EXPRESSÃO - considerações- Tese de concurso para o provimento da cadeira de Pintura do  
               Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: edição da autor, 1957, 88 p, ilustr. pb.


Ado MALAGOLI «Retrato de Ruth»1948 - Técnica: óleo  sobre tela  tamanho    65,5  x  54  cm Coleção MARGS
O Retrato de RUTH e Ruth MALAGOLI   no   MARGS     em   05 / 12 / 2002 Foto de Iara NUNNEMKAMP
Fig. 20 –  Ruth MESQUITA  MALAGOLI ( 1914-2015)   ao lado de um retrato seu pintado pelo seu marido Ado MALAGOLI. O casal - ao se mudar para o Rio Grande do Sul - veio sob condição da criação  de um Museu de Arte no Estado, além do contrato da Ado,  no magistério do IBA-RS. Ruth foi presença constante e zelosa presença e monitoria continuada em todas as fases do Museu criado por iniciativa e liderança do seu marido. Três anos após o falecimento de Ado a sua esposa viu coroados os seus esforços com designação oficial de Museu da Arte Do Rio Grande do Sul Ado Malagoli.

19.10 A construção da presente  narrativa e os seus suporte logísticos.

O presente texto foi possível e teve origem no Arquivo Geral do Instituto de Artes da UFRGS, que guarda a memória institucional da ação deste docente de Pintura. A sua esposa, Ruth Malagoli foi infatigável nas interlocuções com o autor desse texto. O autor do presente texto pode expor de forma pública as suas ideias, graças a um grupo de mediadores do MARGS que financiou vinte encontros em 2002. Nestes vinte encontros esteve presente Cristina Balbão, que foi a primeira mediadora no MARGS nos tempos heroicos do Foyer do Theatro São Pedro. Também compareceu a estes encontros a esposa da Ado, Ruth Malagoli. Estes meios institucionais permitem ao leitor a reversibilidade do presente texto, refazendo os passos do autor das presentes linhas e as ampliando com novas descobertas.
Fig. 21 –  O interesse da sociedade civil na criação, manutenção e reprodução da instituição pública do Estado do Rio Grande do Sul possui um sólido suporte, voz e ação na modelar Associação de Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado MALAGOLI . Associação fundada e agindo nas competências e nos limites de um estatuto[1] que segue as normas republicanas da Lei 173 de 10 de setembro de 1893 está para atingir  a vigésima presidência em 2016. 
[Clique sobre o gráfico para ler]


FONTES BIBLIOGRÁFICAS

Artistas professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: obras do acervo da Pinacoteca  Barão de Santo Ângelo do Instituto de Artes- Porto Alegre : Ed. UFRGS /museu da UFRGS, 2002 p. 47

Associação de Amigos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (AAMARGS)  - Estatuto da aprovado em Assembleia Geral Extraordinária no dia 13.11.2013 e registrado no Serviço de Registro Civil  de Pessoas Jurídicas de Porto Alegre em 21.01.2014.

Associação de Amigos do Museu Oscar Niemeyer – (MON)- Matéria e Cor – Percurso pictórico de Malagoli. Porto Alegre: ZANIN – Curitiba: MON – 2007 – 84 p.

MALAGOLI, Ado (1908-1994) - TÉCNICA E EXPRESSÃO - considerações- Tese de concurso para o  provimento da cadeira de Pintura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: edição do autor, 1957 88 p, ilustr. Pb

PEVSNER, Nikolaus. Las academias de arte: pasado y presente. Madrid : Cátedra. 1982. 252p.

ROSA, Renato et   PRESSER, Décio .Dicionário das Artes Plásticas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre :  UFRGS, 1997,  p.41.

SIMMEL, Georg  Sociología y estudios sobre las formas de socialización. Madrid:  Alianza. 1986,  817.  2v.

 MARGS foi criado em 1954 (decreto n° 5065) 


[1] - Estatuto da AAMARGS foi aprovado em Assembleia Geral Extraordinária no dia 13.11.2013 e registrado no Serviço de Registro Civil  de Pessoas Jurídicas de Porto Alegre em 21.01.2014
EXPOSIÇÃO MON inaugurada no dia 15 de maio de 2007
Fig. 22 –  O Museu Oscar Niemeyer (MON) de Curitiba celebrou o dia do Museu de 2007 prestando uma homenagem ao fundador e patrono do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) ao abrir uma exposição com quarente e sete obras originais de Ado MALAGOLI.  A homenagem estendeu-se ate a Semana da Pátria deste ano por meio de uma intensa e nutrida programação mantida, financiada e amplamente divulgada na capital do Estado do Paraná por meio da Associação de Amigos do MON.   

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

RUTH MESQUITA MALAGOLI (1914-2015)

ARLEQUIM e ADO MALAGOLI

ADO MALAGOLI
ADO MALAGOLI – obras do MARGS
Livros

Exposição  no CAREEN GEMS GALLERY de Nova York


RESCALA
EXPOSIÇÃO MON inaugurada no dia 15 de maio de 2007
Fig. 23 –  Um dos folders da Associação de Amigos do MON do Museu Oscar Niemeyer (MON)de Curitiba no dia do Museu de 2007 com a reprodução de uma de Ado MALAGOLI.  Este folder constitui um dos índices da programação mantida, financiada e amplamente divulgada na capital do Estado do Paraná em homenagem à pessoa e a obra de Ado Malagoli

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