19.0 - Uma obra de Ado Malagoli: um
artista visual erudito paulista como agente
institucional de um projeto civilizatório no Rio Grande do Sul
19.1 – A pintura de Malagoli como ascese estética. 19.2 – O 1º professor
da disciplina de Pintura no Instituto de
Artes . 19.3 – A pintura a óleo. 19.4 – Um paulista integra-se na cultura
sul-rio-grandense. 19.5 – A sincronia e a diacronia interna ao Instituto, à
região e nacional da ação de Ado Malagoli. 19.6 – A obra e a pessoa de Ado
Malagoli e o meio físico regional. 19.7 – Ado Malagoli como agente
institucional do sistema de artes do Rio Grande do Sul 19.8 –O lugar cultural
da obra de Ado Malagoli.19.9 – A memória institucional da obra e da pessoa de
Ado Malagoli. 19.10 A construção da
presente narrativa e os seus suportes
logísticos
Continuação e complemento de Artes Visuais sul-rio-grandenses
Ado MALAGOLI – Meu retrato - óleo
- 46 x 39 cm – Coleção Clarita GALBINSKI doado ao MARGS
Fig. 01 – O
autorretrato de Ado MALAGOLI é
constituído por matéria pictórica que constitui um textura sobre uma
superfície. Os tons baixos, terrosos e escuros contrastam com o extremo
oposto do pigmento branco irisado, Estes
extremos pictóricos geram um cenário ascético para um drama que retrato do
artista apresenta na sua técnica pictórica, Ao mesmo tempo esta obra é
suficientemente discreta no tema. Isto permite driblar o senso comum no qual o
artista escolhe temas que desenvolve em narrativas e em assuntos
comoventes.
19.1
A pintura de Malagoli como ascese estética
Ado
Malagoli (Araraquara, 1908 - Porto Alegre,1994) conseguiu criar uma metáfora na
Pintura dos demais valores culturais do período e a região na qual ele viveu.
Ado foi inteiramente fiel à Pintura, no seu aspecto mais exigente, e por isto
sua obra é índice e documento do seu tempo, lugar e sociedade. Com esta
fidelidade inexorável ele foi capaz de
criar o máximo de conteúdo no mínimo
da forma.
O máximo desse conteúdo está na capacidade de um pintor perceber todas as
circunstâncias e as implicações que uma pintura verdadeira necessita para
merecer o nome de arte. O mínimo da forma é uma verdadeira ascese que todo
pintor se impõe como limite ao manipular apenas a sua tinta e o seu pincel
sobre uma superfície.
No
entanto, em arte, nem sempre é possível fazer tudo em qualquer lugar ou
qualquer sociedade. As tendências estéticas são, também, passageiras e as suas obras
não são mais compreendidas, amadas e por novas gerações. Porém na medida em que
a ARTE está em QUEM PRODUZ é necessário conhecer este alguém.
Ado MALAGOLI - Grito
- s/d óleo 125 x 93,8 cm - detalhe - MARGS
Fig. 02 – O
GRITO de Ado MALAGOLI arranca a sua potência estética da textura da matéria
pictórica sobre uma superfície. O horror, que toma conta da figura, se
expressa nos tons soturnos, terrosos e escuros. Ao espectador apenas dado ver o
efeito estético sem lhe ser revelado a causa deste horror que toma conta e
constrói a figura.
..
Se
este alguém teve a vida violentamente alterada na tenra infância pelo
assassinato do seu pai, se teve de galgar degrau a degrau toda a cultura
brasileira e se constituir num agente institucional inconteste, há necessidade
de percorrer os testemunhos de uma vida destas que são obras que deixou das
suas próprias circunstâncias. Evidente que nesta pesquisa das suas obras de
arte pouca ajudam cacoetes estéticos importados de alhures e de outros agentes,
épocas e culturas.
Estas
qualidades estão presentes nas figuras 01 e 02-05-06, do presente texto. Tanto na obra “Autorretrato”
[1]
como no “O Grito” de Ado Malagoli são
obras nasce da mente profunda do artistas mas atingem na sua construção da
matéria pictórica os sentidos humanos.
19.2 - O 1º professor da disciplina de Pintura no Instituto de Artes.
Pode-se
afirmar que Malagoli foi o primeiro professor de pintura profissional do Rio
Grande do Sul. Evidente que o RS havia tido excelentes pintores
profissionais. Entre estes seria
possível citar como autoridades autênticas e irrefutáveis no uso da Pintura a
obra Pedro Weingärtner, a de Oscar Boeira e tantos outros anteriores à obra de
Malagoli. Mas quando estes pintores chegavam até a sala de aula, ou admitiam um
discípulo no seu atelier, insistiam na primordialidade do Desenho[2].
[1] - Esta pintura a óleo “Autorretrato” - de ADO MALAGOLI foi doada por Clarita GALBINSKI à
AAMARGS em 13.07.2016.
[2] - Pevsner constatou (1982,
pp.118/9) essa mesma falta do ensino da Pintura, nas academias de artes de todo
o mundo ao estudar “os programas
acadêmicos não incluíam o ensino metódico da pintura a óleo. Por
mais surpreendente que possa parecer essa falta hoje em dia, não se deve
esquecer que na França, como em outros
países, estava ainda em uso o sistema medieval
de apreender com um mestre o
ofício de pintar”. Inclusive Ingres insistia que a pintura podia ser
apreendida em uma semana. Em Porto Alegre, Pelichek constatou, em 1935, a falta
total do ensino da Pintura na Escola de Artes do Instituto de Belas Artes. A
partir de 1937, com a contratação de Ângelo Guido, essa disciplina era dada por
ele concomitante com a História da Arte. Castañeda ensinou essa disciplina
paralelamente às suas outras aulas, até a contratação de Ado Malagoli , em 1951. (ver anexo no final
desse capítulo).
PEVSNER, Nikolaus. Las academias de arte: pasado y presente. Madrid : Cátedra. 1982.
252p.
Fig. 03 – A Pintura no Curso d Artes Plásticas do IBA_RS
ganhou contornos de autonomia com a intervenção da Ado MALAGOLI. A Pintura constituía uma terminalidade e
excludente para estudante que optasse as aulas de Escultura neste curso
superior. O quadro dos docentes tonou-se legendário pelos nomes de artistas
plásticos que figuram entre as maiores expressões e que investiram
inteiramente as sua existência no campo
das Artes Visuais do Rio Grande do Sul
[Clique sobre o gráfico para ler]
Malagoli
assumiu a docência da Pintura e o seu ponto partida da Pintura como primordial.
A sua linguagem era a matéria, a textura, a cor, as veladuras e a construção
filme pictórico do quadro como um mundo próprio e autônomo[1].
Ele procurava estes valores plásticos na sua obra e procurava ressaltar e argumentar coerentemente aos seus estudantes nas suas
aulas.
[1] - Malagoli é explícito na
sua tese na qual reforça a lição Maurice Denis afirmando(1957, pp. 38/9)
que "recordemos que um quadro, antes de ser uma cavalo de batalha, um nu de
mulher, ou qualquer outra anedota, é essencialmente um superfície plana coberta
por cores agrupadas com certa ordem".
MALAGOLI,
Ado (1908-1994) - TÉCNICA E EXPRESSÃO
- considerações- Tese de concurso para o
provimento da cadeira de
Pintura do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Porto Alegre:
edição da autor, 1957 88 p, ilustr. pb.
Fig. 04 – A interação de Ado MALAGOLI com o seus
estudantes e auxiliares foi sempre muito cordial e fraterna O seu assistente é
o professor Rubens Galant Costa CABRAL (1928-1989)[1]
que apare diante do mural dos estudantes Paulo Peres e Clébio Sória.. Mural
destinado ao restaurante universitário da UFRGS
e pintado nas aula do Professor Aldo LOCATELLI e Ado Malagoli. A artista
Regina SILVEIRA foi assistente de Ado MALAGOLI. Depois fez carreira na USP.
Ado
estava bem consciente do abismo do tempo e da sociedade que o separavam destes
estudantes. Isto é possível perceber na tese de Malagoli,( 1957: 87)[2] que
ele conclui com o seguinte
“Dada a inquietação de era pela construção de um mundo melhor e
condizente com as normas do sentimento contemporâneo, é natural e incerteza que
domina os jovens, na busca dos seu próprio meios de expressão, pois, não
querem, é evidente, permanecer no passado. Isto posto, é mister aproveitar
todas as oportunidades para conquistar-lhes a confiança, demonstrando,
igualmente, o nosso apreço pelos seus esforços e tentativas de realizações,
confiança e apreço de que, não nos esqueçamos, ele serão os juízes”
Na
leitura e na meditação, deste texto do mestre, é possível perceber a sua
consciência do TEMPO (passado, presente e futuro) além do mais absoluto
respeito das escolhas que os seus estudantes fariam na sua autonomia daquilo
que lhes ensinava.
[2] MALAGOLI, Ado - TÉCNICA E EXPRESSÃO - considerações-
Tese de concurso para o provimento da cadeira de Pintura do
Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: edição da
autor, 1957, 88 p, ilustr. pb.
Ado MALAGOLI
- Foto no atelier pintando o Grito
- s/d - óleo 125 x 93,8 cm
Fig. 05 – Ado
MALAGOLI numa foto no seu atelier enfrenta a si mesmo para elaborar o tema, a forma do GRITO no qual
coloca uma testemunha angustiosa e silenciosa. O horror, que toma conta da
figura, se expressa nos tons soturnos, terrosos e escuros. Ao espectador apenas
dado ver o efeito estético sem lhe ser revelado a causa deste horror que toma
conta e constrói a figura.
Para
manter esta autonomia do estudante a sua obra pictórica pessoal era realizada no seu atelier particular e
socializada fora da escola. Assim a
pesquisa pessoal e o ensino de Malagoli eram coerentes com as competências e os
limites da Pintura e dos seus estudantes. Competência e limites são sinônimos
da autonomia.
Ado MALAGOLI
- Grito - s/d óleo 125 x 93,8 cm
- Acervo do MARGS
Fig. 06 – O
GRITO SOLIDÀRIO de Ado MALAGOLI está distante do GRITO SOLITÀRIO de Eduard
MUNCH Malagoli recolhe as lições dos
mestres após a passagem do expressionismo enquanto Munch os precedeu .
19.3– A pintura a óleo
A Pintura
de Ado Malagoli dominou e teve todo o cuidado formal, no seu aspecto intrínseco da pesquisa a
elaboração da obra como artista exigente com os materiais, as técnicas e os
instrumentos que usava. Dedicado, até as raias da ascese, à Pintura a óleo, não
admitia que nenhuma outra técnica concorresse com este meio, até que esta outra
técnica provasse a sua capacidade de manter o ato criativo do artista intacto
ao longo do maior tempo possível.
Ado MALAGOLI – «A Usina Morta» - s/d- técnica
: óleo sobre tela -
tamanho 50 x
70 cm Coleção Luiz Carlos Matte
Fig. 07 – Um dos
índices da passagem da ERA INDUSTRIAL
está materializado neste obra de Ado MALAGOLI. Obra que se sustenta pela
construção pictórica plástica visual e distante de qualquer anedotismo.
Usava a sua
autoridade de catedrático para condenar as pinturas realizadas com resinas
acrílicas partindo do fato de que ela ainda não oferecia esta garantia.
Evidente, que estas resinas provaram, não só a sua flexibilidade e permanência.
Contudo, a facilidade de seu manejo, dispensava aquela atenção (ascese) que
Malagoli desejava no ato criativo de uma obra de arte. Atenção pela qual o
artista doava o seu tempo ao processo lenta do óleo e contemplava, sob todas as
dimensões, a criação um índice seguro do
destino que ele desejava dar à sua própria obra e aos dos seus estudantes[1].
[1] - Malagoli estava consciente
das suas competências e os seus limites de sua ação frente ao estudante quando
escreveu (1957, p. 87) que "é
importante tomar em consideração que todo o aluno que procura a escola para se
aperfeiçoar nas lides artísticas vai em busca da técnica e não do talento, do
qual ele já se supõe dotado"
«Prédio do MARGS Ado Malagoli» Delegacia Fiscal Desenho em 1933
Fig. 08 – O
prédio da antiga Delegacia Fiscal Federal abriga, no presente o Museu de Arte
Do Rio Grande do Sul Ado MALAGOLI. A
sólida origem legal, com um projeto coerente reproduziu-se e está num ponto de
maior visibilidade, eficiência e prestigio entre os congêneres estaduais e
nacionais. ,.
A obra de
Ado Malagoli leva ao mundo extrínseco da totalidade dos aspectos destas dimensões
da Pintura. Ele percebeu que neste mundo extrínseco a sua obra só teria sentido e duraria no
tempo se essa obra estivesse ao abrigo e ligado a uma instituição. Nesta
instituição ele se propunha ao doar a sua vida à arte ao público qualificado e
um ambiente cultural adequado e no interior de um projeto civilizatório. Para
tanto necessitava integrar-se e interagir. de forma eficaz, também no meio
político sul-rio-grandense.
Fig. 09 – Na
foto Ado MALAGOLI ao centro, tem ao seu
lado direito Ângelo GUIDO diretor do IBA-RS em 1961, na época desta foto. Os
dois são paulistas com formação no Liceu de Artes e Oficiosa de São Paulo. O
mural ao fundo é do Aldo LOCATELLI que aparece na foto ao fundo com o rosto
pela metade.
19.4
Um paulista integra-se na cultura sul-rio-grandense.
O paulista
Ado Malagoli incorporou-se definitivamente ao meio cultural e político do Rio
Grande do Sul em 1951. Existem índices, provenientes deste ano, que falam daquilo que ele encontrou no seu estado de
adoção. Estes índices são visíveis no grupo dos artistas plásticos que enviou
35 peças de 18 artistas diferentes[1]
para a 1a Bienal de São Paulo. Destes artistas sulinos foram
selecionados[2]
e expostos os trabalhos de Alice Soares e de Sônia Ebling[3]
entre os 209 artistas brasileiros que figuravam na mostra[4].
Entre estes brasileiros estava o prof. Ado Malagoli. Desde o início do ano de
1951 ele estava com o seu contrato firmado com o Instituto[5].
Ado Malagoli era um pintor com formação na ENBA e além do aperfeiçoamento
norte-americano. Ele se revelou essencial no campo de sua competência de artes
plásticas, tanto no interior como no exterior do Instituto de Belas Artes do
Rio Grande do Sul. No plano interior do Instituto, Malagoli elevou o Programa
da cadeira de Pintura ao apogeu como campo de saber autônomo. No plano externo
ao Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, Malagoli criou, equipou e
consolidou o Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS) que leva o seu nome.
[1] - As cópias das fichas de inscrição dos
artistas estão no AGIA-RS. Elas relacionam João Fahrion, (3 obras), Fernando
Corona (1), Vasco Prado (2), Francisca Maciel Lima (1) Sônia Ebling (1),
Wilburg Soares Olmedo (3), Eleonora Barcellos (1), Hermano Duceschi (3
pinturas), Cristina Balbão (3), Alice Soares (3), Luiz Francisco Lucena Borges
(2), Alice Esther Brügmann (3), Hermano Duceschi (3 aguafortes), Carlos Aberto
Petrucci (2). Em Arquitetura inscreveram-se Cláudio Teixeira de Freiras, João
Vallandro, Moacir Zannin e Rubem Cassal Pilla, cada um com um projeto.
[2] - O júri brasileiro foi
formado por Santa Rosa, Clóvis Graciano, Quirino Campofiorito e Luiz Martins.
[3] - Existe foto no AGIA-UFRGS de Sônia EBLING e seu marido no atelier de Corona. Aluna de Corona
depois fez carreira internacional.
[4] - Catálogo da Iª Bienal de
São Paulo, 1951.
[5] Em colóquio informal, no dia 12.04.1999, a viúva
de Ado Malagoli, Ruth Malagoli, afirmou que a vinda do seu marido ao Rio Grande
do Sul deveu-se as conversas com Ângelo Guido, outro paulista radicado em Porto
Alegre e a efetivação do contrato, por meio da intermediação de Fernando
Corona.
Ado MALAGOLI –Ruina - óleo - Coleção Karan - Porto Alegre
Fig. 10– A
existência de Ado MALAGOLI atravessou o século XX e desenvolveu sua
aprendizagem e carreira no Brasil no
âmbito de uma ERA INDUSTRIAL periférica.. O gozo do seu prêmio de
viagem não pode ser realizado na cultura europeia.. Assim a sua experiência
norte- americana foi realizada quando este país estava completamente voltado
para o esforço da II Guerra Mundial.
[Clique sobre o gráfico para ler]
19.5
A sincronia e a diacronia interna ao Instituto, à região e nacional da ação de
Ado Malagoli.
A obra
didática de Malagoli, situa-se na diacronia
da série cultural da arte do Rio Grande do Sul, que Tasso Corrêa, com as sua
experiência e seu dinamismo, impôs-se
como tarefa política de atualização do Instituto. N esta sua política realizou
dois contratos, no campo das Artes Plásticas, conseguindo a vinda de Aldo
Locatelli[1]
e do pintor Ado Malagoli. Estes dois pintores docentes trouxeram ideias e
dinamismo novos e ao mesmo tempo uma ação institucional coerente com o meio
local.
Ado Malagoli
- como "estrangeiro'[2],
ao meio sul-rio-grandense - conseguiu
que este meio regional se abrisse. Abertura em sincronia com outras séries culturais que estavam se desenvolvendo,
paralelamente, em outros centos culturais brasileiros e internacionais. Ele por
sua vez abraçou todos os condicionamentos das séries que este novo meio
cultural poderia oferecer de universal. Para dar corpo, a esse seu projeto
civilizatório regional, lutou politicamente para que a implantação do Museu de
Arte cumprisse a sincronia entre o regional e o universal.
[1] - Arquivo: pasta funcional
de Aldo Locatelli {100Cont} Contratos temporários de professores até 1959e
{119ATA} Atas de posses dos docentes do Inst. de Belas Artes -
03/02/1982
[2] - Segue-se aqui a concepção
de Simmel em relação ao estrangeiro.
SIMMEL, Georg Sociología y estudios sobre las
formas de socialización. Madrid: Alianza. 1986, 817.
2v.
Fig. 11 – Esta obra, que possui por tema a PONTE do
RIACHO DILÙVIO, é tributo de Ado MALAGOLI a um tema recorrente
na pintura artística praticada em Porto Alegre.. Por meio de formas e cores
o pintor artista, com ascendência italiana, presta uma homenagem aos primitivos
da pintura do Renascimento peninsular.
19.6
A obra e a pessoa de Ado Malagoli
e o meio físico regional.
O meio geográfico, no qual Ado Malagoli elaborou
a sua pintura, incluíam os condicionamentos da paisagem sulina. Ele
encantava-se com atmosfera que cerca Porto Alegre e que está impregnada pela
umidade do estuário do Guaíba. Essa atmosfera
funciona como prisma para os raios do Sol incidindo em 45o.
Levava os seus estudantes a pintar diretamente nesse meio e chamava a atenção
com as nuances pictóricas que poderiam obter nesse meio.
Ado MALAGOLI –Paisagem - óleo
- 39 x 46,5 cm - Coleção Vera Schneider
Fig. 12 – Ao
conjugar o seu domínio técnico pictórico com o deslumbramento que Ado
MALAGOLI sentia diante da atmosfera irisada
pela incidência obliqua dos raios solares
sobre a paisagem sul-rio-grandense renderam pinturas que conjugam este deslumbramento com os limites
possíveis da ascese dos seus meios pictóricos., Estes extremos pictóricos
exigem uma seleção formal e ascética da
tema que universaliza um sentimento e um olhara que possui origem num lugar e
tempo local ,.
O interior
do estado chamava a sua atenção pelas suas paisagens místicas e despojadas e
que muitas vezes foram tema de seus quadros. No meio urbano interpretava a
tragédia contemporânea e passagem implacável do tempo. Para a interpretação
desse tema, recorria à imagem das casas em ruína. A sua pintura guardou
influencias do interior paulista como os do seu conterrâneo e amigo Portinari,
sensível à miséria humana. A origem italiana de sua família o vinculava às
tradições pictóricas da península e onde buscava influências pictóricas em
variadas fontes. Como pintor preferia a Escola de Veneza[1]
e cuja atmosfera, efeitos de luzes e potencialidades pictóricas transferia para
Porto Alegre cercado de águas.
[1] - Malagoli, depois de longas
considerações sobre a pintura veneziana, escreveu (1957, p. 69) que "Veneza marca para toda a Europa, de modo
definitivo, as diretrizes do espírito
ocidental".
Ado MALAGOLI – Nu - 1955 - desenho
Fig. 13 – O
desenho sintético do nu artístico realizado por Ado MALAGOLI
demonstra a sua competência gráfica e síntese formal praticada por
artistas visuais na cultura ocidental em todos os tempos. Os tons terrosos,
baixos e de grande economia cromática prepara o caminho para uma pintura
coerente com o universo pictórico do mestre.
19.7 –Ado Malagoli como agente institucional do
sistema de artes do Rio Grande do Sul
Na
aproximação da obra de Ado Malagoli, impõe-se uma leitura erudita dos elementos
formais da sua estilística pictórica. O seu Desenho não pode ser entendido como
de um virtuose gráfico, mas ganha sentido, e deve ser visto, como uma
designação mental das formas, cores texturas adequadas à autonomia das tintas
da pintura. Se o Desenho significou a perda de virtuosismo gráfico, ganhou
sentido nas proporções e na relação das partes entre si, gerando a unidade na
diversidade na qual a sua pintura reina soberana e na pintura a óleo.
Insiste-se aqui na coerência da organização de uma obra de Malagoli necessita
ser buscada no interior dos meios estilísticos da pintura.
Ado MALAGOLI – Casario de Ouro Preto MG 1969 - desenho -
Fig. 14 – O
desenho do casario de Ouro Preto realizado em 1969 por Ado MALAGOLI na antiga capital mineira prepara as grandes
superfícies para o exercício do pincel, espátula, tintas e texturas. O
referencial ao mestre Paul Cézanne é um caminho ao qual o artista brasileiro
recorre sem perder de vista o essencial da superfície visual construída e
individualizada com profundos mergulhos na realidade brasileira. .
Essa
verdade está na sua admiração por Cézanne quando Malagoli registrou (1957: 17)
que
"o grande mestre de Aix realizou uma revisão completa na técnica do
impressionismo. Buscando, em primeiro lugar, readquirir a consistência da forma
sem perder o vigor do colorido, da matéria pictórica vertida na tela"
Apesar da
profunda admiração de Ado Malagoli pela pintura não-figurativa, que apenas quer
ser Pintura em si mesma, ele preferia deixar, ao observador pistas para que
este observador pudesse seguir o fio de Ariadne da figuração permitindo a este
observador penetrar na sua obra por outros meios.
Ado MALAGOLI – BIOS - 1977 - desenho - Coleção Rodrigo Rontobel
Fig. 15 – Um experimento
gráfico - não descritivo e mimético da natureza dada - permite avaliar a
admiração de Ado MALAGOLI por esta
liberdade plástica.. Porém ele prefere transfigurar esta liberdade com
escolhas plásticas que guardam o referencial com o mundo externo, mundo no
qual pode dialogar e interagir com
sentimentos, vontades e concepções de seu observador mesmo o mais culto,
sensível e exigente.
Este
observador, diante da Pintura de Malagoli podia recuperar os complexos
labirintos anímicos que conduziram o pintor para escolher tal ou qual recurso
estilístico na elaboração de suas obras pictóricas. Na leitura iconológica que Malagoli transitava,
sem concessões fáceis, numa temática na qual estão presentes motivos que os
pintores de todos os tempos usaram para construir a sua obra pictórica. A
figura humana possuía um lugar privilegiado entre estes motivos, em especial, a
do ser humano quando ele sofre as dores de todos os tempos. As imagens do
ambiente urbano como os seus casarios em ruínas, as paisagens ascéticas do sul
do Brasil, traduzem o sofrimento e desta angústia humana provocada pela miséria
de um país do terceiro mundo.
Ado MALAGOLI -The Sadnes of a railroad- 1944 – óleo 41,2 x 50,6 cm - Coleção Daniel
Chaieb
Fig. 16 – O
estágio de Ado MALAGOLI nos Estados
Unidos coincidiu com o devastador esforço da II Guerra Mundial São índices
deste ambiente os tons baixos, terrosos
e escuros e solidão dos seus pequenos personagens e uma sinistra locomotiva
escura e fumegante. Certamente não era hora de triunfalismo e exposições de
arte alheias a estas privações e esforços nacionais de vida e morte.
No plano
mundial os seus temas denunciam os horrores físicos e o psicológicos da
propaganda, resultantes dos sofrimentos dos seus semelhantes submetidos à uma
tecnologia dos campos de concentração, das bombas atômicas que espalharam por
igual o sofrimento à populações indefesas. As referências na pintura de
Malagoli às máquinas e aos equipamentos tecnológicos são pretextos para tons
escuros e massas sinistras. Os seus temas resultaram dos debates de sua geração
reunida no Núcleo Bernardelli. Este se opunha à atitude soberana de uma escola
fechada ao lugar circunstante, do seu tempo e sociedade periférica ignorada
pela elite dominante. A pintura de Malagoli e os seus colegas está atenta e
saturada do aqui, do agora, da aparência visual e das texturas das ruas
brasileira. Opõem-se aos tons, matizes e temas nascidos de um Estado Novo
panfletário e unívoco. Tons, matizes e temas que denunciam a tecnologia a
serviço de uma Guerra Mundial em andamento. Obras que são pouco atentas às
vanguardas estereotipadas pelos modismos mediáticos. A pintura de Malagoli e os seus colegas está
próxima e solidária com a sociedade que despenca das favelas agarradas aos
morros do Rio de Janeiro. Sociedade que se acumula ao redor cada núcleo urbano do Brasil como uma nefasta
e trágica coroa de casebres e de gente maltrapilha.
Fig. 17 – As
ruínas inspiram e fornecem sugestões das texturas e formas com as quais Ado MALAGOLI
constrói suas pinturas. A
matéria pictórica da sua obra submerge o
tema que renasce no plano da arte, do pensamento e do sentimento humano
na realidade estética .
19.8
O lugar cultural da obra de Ado Malagoli.
Malagoli como agente cultural partiu da realidade que ele já encontrava
em germinação. A Pinacoteca do Instituto que o contratava foi a primeira a se
constituir como um corpo de obras Artes Plásticas públicas no Rio Grande do
Sul, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul
(MARGS) teve de esperar quase meio século. Ele havia sido objeto de uma
reunião do CTA do IBA-RS no dia 02 de junho de 1946, com promessa de ajuda do
governo[1].
O seu projeto ganhou as ruas em 1947 através de imprensa, no contexto da ‘Universidade de Artes’, lançada pelo
Instituto[2].
Assim não foi por acaso que o MARGS saiu da iniciativa do professor Ado
Malagoli, como membro efetivo do corpo docente do Instituto[3].
Estas iniciativas do Instituto constituem-se expressões concretas de autonomia
do seu projeto civilizatório no interior de sua teleologia imanente. Malagoli
agiu consciente desse projeto e como agente do Instituto de Artes.
[1] - Ata da reunião do CTA do
dia 02.06.1946 . Livro de Atas I - folha 52v. Ver CD-ROM Disco 4 ATAS Arquivo
1946
[2] - O Correio do Povo publicou
,no dia 14 de novembro de 1947 , matéria sobre o projeto do Instituto: novo
prédio; autonomia e. Universidade de
Arte.
[3] - O contrato para a vinda do pintor Ado Malagoli ao
Rio Grande do Sul e ao Instituto, estava vinculado ao projeto do Museu de Arte
do Rio Grande do Sul. Nesse convite, depois transformado em contrato efetivo,
entraram decisivamente os professores Ângelo Guido e Fernando Corona, na época,
membros ativos do CTA-IBA-RS. Informação
prestada pela sua viúva Ruth Malagoli em entrevista informal em abril de 1999
Fig. 18 – O
Theatro São Pedro abrigou sede e as primeiras
exposições do Museu de Arte do
Rio Grande do Sul. Lugar de prestígio no qual Ado MALAGOLI, conseguiu
convencer as mais altas autoridades do Rio Grande do Sul[1] do seu projeto
civilizatório compensador da violência que a Arte exerceu, continua a exercer e
certamente será referência nas civilizações que atingem uma coerência interna e
pretendem se reproduzir por tempo indeterminado.
É significativo que Malagoli começasse o MARGS, em 1954, exatamente no
mesmo lugar em que Libindo Ferrás havia instalado o primeiro salão de Artes
Plásticas, no dia 30 de novembro de 1929, promovido pela Escola de Artes do
ILBA-RS. Ou seja, no ‘foyer’ do
Theatro São Pedro, centro de consagrações da música, do teatro a quem se agregava então o que havia de mais significativos nas
Artes Plásticas no Rio Grande do Sul[2].
[1] - O MARGS
foi criado, oficialmente, pelo Estado Rui Grande do Sul por meio do decreto n°
5065 de 1954
[2] - Ado Malagoli
detalhava as peripécias, pelos gabinetes
da administração de Estado, para identificar obras de arte e deslocá-las para o
MARGS, em relatos feitos ao autor que na
época era o seu aluno e o visitava frequentemente no seu atelier particular.
Fig. 19 – Uma das poucas pinturas, de grandes
dimensões, realizadas por Ado MALAGOLI. Esta
obra foi concebida e pintada a pedido dos estudantes do Centro Acadêmico André da
Rocha e atualmente se encontra no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS.
O mestre da Pintura construiu o cenário com poucos elementos do lugar.
Neste cenário dois grupos opostos indicam o seu trabalho e as suas ideologias com gestos, com trajes e atitudes. Os dois
grupos opostos são equilibrados por uma
figura feminina colocada ao centro e ao fundo da cena. Assim o artista contorna os ícones
tradicionais da Justiça autoritária e monocrática. Como pintor e intelectual
prefere uma metáfora plástica ao construir da balança composicional ao modo das
pinturas renascentistas italianas. .
19.9 A memória institucional da obra e da pessoa de Ado Malagoli.
A obra de
Ado Malagoli continua viva e ativa. Essa afirmação é possível diante das suas
projeções e da vigência atual, ela está presente, como num fractal que cada
obra de Malagoli adquire em cada uma das suas pinturas. A influência da sua
obra, não só garantiu a sua permanência, mas, confiada a duas instituições,
exerceu, ao mesmo tempo, influência positiva na elaboração da pintura de outras
obras de arte como no exercício continuado do magistério inovador. Os
renascimentos e valorizações da obra de Ado Malagoli são periódicos e
constantes. Cada nova geração, que não o conheceu, está recebendo informações
da sua pessoa e da sua obra. Obra que permite a reversibilidade para a sua
origem, pela universalidade da sua temática humana e das condições do ato
criativo do pintor. Para que isso fosse possível, já existe um vasto acervo de
artigos, livros e catálogos relativos à Ado Malagoli. Mas ainda não se atingiu
o estágio de “catalogue raisonée”.
A narrativa
- em relação à obra e à pessoa Ado Malagoli - oscila ainda entre o mito e a
naturalização. Naturalização elementar de um pintor cada vez mais entregue a um
mundo marcado pelos descartes compulsivos e universais. Mito envolto nos
rituais, louvores cegos e acríticos em relação uma geração aceita com básica de
uma “modernidade” da qual não se consegue distinguir e conceituar competências
e limites.
A obra de
Ado Malagoli é relativamente recente e falta o fator tempo para sua avaliação.
A grande parte de sua obra ainda se encontra, em grande parte, nas mãos de colecionadores particulares[1].
Mas na medida em que está se institucionalizando a manutenção de sua memória,
essa obra está migrando para o espaço público
onde está sendo democratizada. A sua tese[2]
para catedrático do IBA-RS continua sendo a fonte mais autorizada do seu
pensamento.
[1] - Muitas vezes essas obras
estão em mão de pessoas pouco
conscientes do valor que possuem. A esposa de Ado Malagoli foi solicitada para
autenticar uma pintura de Malagoli que alguém havia adquirido pelo valor de R$
10,00 do ‘Mensageiro da Caridade’ que
o coletara através do seu caminhão de
donativos.. Na época era praticamente impossível encontrar, no mercado de arte
nenhuma obra de Malagoli inferior a mil
dólares. Fato narrado pela esposa do artista, Ruth Malagoli, a um grupo de
monitores do MARGS, em 1999, entre os quais estava o autor (O valor de R$ 1,00
ainda estava próximo de 1 dólar americano, quando se deu o fato.).
[2] - MALAGOLI, Ado - TÉCNICA E EXPRESSÃO - considerações-
Tese de concurso para o provimento da cadeira de Pintura do
Instituto de Belas Artes do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre: edição da autor, 1957, 88 p, ilustr. pb.
Ado MALAGOLI «Retrato de Ruth»1948 - Técnica: óleo
sobre tela tamanho 65,5
x 54 cm Coleção MARGS
O Retrato de RUTH e Ruth MALAGOLI no MARGS em
05 / 12 / 2002
Foto de Iara NUNNEMKAMP
Fig. 20 – Ruth MESQUITA MALAGOLI ( 1914-2015) ao lado de um retrato seu pintado pelo seu
marido Ado MALAGOLI. O casal - ao se mudar para o Rio Grande do Sul - veio
sob condição da criação de um Museu de
Arte no Estado, além do contrato da Ado,
no magistério do IBA-RS. Ruth foi presença constante e zelosa presença e
monitoria continuada em todas as fases do Museu criado por iniciativa e
liderança do seu marido. Três anos após o falecimento de Ado a sua esposa viu
coroados os seus esforços com designação oficial de Museu da Arte Do Rio Grande
do Sul Ado Malagoli.
19.10 A construção da presente narrativa e os seus suporte logísticos.
O presente
texto foi possível e teve origem no Arquivo Geral do Instituto de Artes da
UFRGS, que guarda a memória institucional da ação deste docente de Pintura. A
sua esposa, Ruth Malagoli foi infatigável nas interlocuções com o autor desse
texto. O autor do presente texto pode expor de forma pública as suas ideias,
graças a um grupo de mediadores do MARGS que financiou vinte encontros em 2002.
Nestes vinte encontros esteve presente Cristina Balbão, que foi a primeira
mediadora no MARGS nos tempos heroicos do Foyer do Theatro São Pedro. Também
compareceu a estes encontros a esposa da Ado, Ruth Malagoli. Estes meios
institucionais permitem ao leitor a reversibilidade do presente texto,
refazendo os passos do autor das presentes linhas e as ampliando com novas
descobertas.
Fig. 21 – O interesse da sociedade civil na criação,
manutenção e reprodução da instituição pública do Estado do Rio Grande do Sul
possui um sólido suporte, voz e ação na modelar Associação de Amigos do Museu
de Arte do Rio Grande do Sul Ado MALAGOLI . Associação fundada e agindo nas
competências e nos limites de um estatuto[1] que segue as normas
republicanas da Lei 173 de 10 de setembro de 1893 está para atingir a vigésima presidência em 2016.
[Clique sobre o gráfico para ler]
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
Artistas professores da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul: obras do
acervo da Pinacoteca Barão de Santo
Ângelo do Instituto de Artes- Porto Alegre : Ed. UFRGS /museu da UFRGS, 2002 p. 47
Associação de Amigos do
Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (AAMARGS) - Estatuto da aprovado em Assembleia Geral
Extraordinária no dia 13.11.2013 e registrado no Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de Porto Alegre em
21.01.2014.
Associação de Amigos do
Museu Oscar Niemeyer – (MON)- Matéria e Cor – Percurso pictórico de
Malagoli. Porto Alegre: ZANIN – Curitiba: MON – 2007 – 84 p.
MALAGOLI, Ado (1908-1994) - TÉCNICA E
EXPRESSÃO - considerações- Tese de concurso para o provimento da cadeira de Pintura do Instituto
de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: edição do autor, 1957 88 p,
ilustr. Pb
PEVSNER, Nikolaus. Las academias de arte: pasado y presente. Madrid : Cátedra. 1982. 252p.
ROSA, Renato et PRESSER, Décio .Dicionário das Artes Plásticas
no Rio Grande do Sul. Porto Alegre :
UFRGS, 1997, p.41.
SIMMEL, Georg
Sociología y estudios sobre las formas de
socialización. Madrid: Alianza.
1986, 817. 2v.
MARGS foi criado em 1954 (decreto n° 5065)
[1] - Estatuto
da AAMARGS foi aprovado em Assembleia Geral Extraordinária no dia 13.11.2013 e
registrado no Serviço de Registro Civil
de Pessoas Jurídicas de Porto Alegre em 21.01.2014
EXPOSIÇÃO MON inaugurada no dia 15 de
maio de 2007
Fig. 22 – O Museu Oscar Niemeyer (MON) de Curitiba
celebrou o dia do Museu de 2007 prestando uma homenagem ao fundador e patrono
do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) ao abrir uma exposição com
quarente e sete obras originais de Ado MALAGOLI. A homenagem estendeu-se ate a Semana da Pátria
deste ano por meio de uma intensa e nutrida programação mantida, financiada e
amplamente divulgada na capital do Estado do Paraná por meio da Associação de
Amigos do MON.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
RUTH MESQUITA MALAGOLI (1914-2015)
ARLEQUIM e ADO
MALAGOLI
ADO MALAGOLI
ADO MALAGOLI –
obras do MARGS
Livros
Exposição no CAREEN GEMS GALLERY de Nova York
RESCALA
EXPOSIÇÃO MON inaugurada no dia 15 de
maio de 2007
Fig. 23 – Um dos folders da Associação de Amigos do MON do Museu Oscar Niemeyer (MON)de Curitiba no dia do Museu de 2007 com a
reprodução de uma de Ado MALAGOLI. Este folder constitui um dos índices da
programação mantida, financiada e amplamente divulgada na capital do Estado do
Paraná em homenagem à pessoa e a obra de Ado Malagoli
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material possui uso restrito ao apoio do processo continuado de ensino-aprendizagem
Não há pretensão de lucro ou de apoio
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