ARTE, ESTÉTICA e METAFÍSICA.
“Veríamos
desaparecer completamente todas as artes, sem esperança alguma de retorno,
sufocada por esta lei que proíbe toda pesquisa”.
Platão escreveu (
1991, p.417)
A presente postagem investe em reflexões do campo da ARTE. Estas
reflexões apenas desejam distinguir as forças do campo de da ARTE do nobre
campo da METAFÍSICA. As energias de ambos os campos possuem autonomia própria, lógica interna e coerência externa específicas.
ARTE SACRALIZADA http://kulturgut.blogger.de/stories/2378743/
Fig. 01 – O indivíduo
isolado e exprimido entre os mitos
universais e seu próprio EGO. Mitos
gerados pela METAFÍSICA e ESTÉTICA e os mecanismo de fuga do indivíduo que se
percebe na maior solidão no meio das
multidões urbanas e agarrado ao
EU singular e separado. Nesta solidão perde também qualquer sanção moral dos
seus atos e pode ser ojeto de descarte a qualquer momento..
O objetivo em relação ao campo da ARTE é prevenir causas da sua
heteronomia e afirmar a sua autonomia. Causas da heteronomia da ARTE
decorrentes da invasão, desqualificação
e saque em nome de interesses pouco claros. Interesses e concepções que a
mitificam ou naturalizam concepções[1].
As naturalizações loteiam o campo da Arte e cravam nas suas costas alfinetes de
posse. Mitificações que atribuem generalidades, propaganda e marketing de algo
que os produtores de arte nunca quiseram ser[2].
[1] Ver em HABERMAS, Jorge.. Conhecimento
e interesse. Rio de Janeiro: ZAHAR,1982.
367p o papel determinante do
interesse
[2] - Para a ampliação do conceito de SER - expresso pelo
ENTE no seu TEMPO recomenda-se HEIDEGGER, Martin. (1889-1979) SER e TEMPO. Tradução e organização de Fausto Castilho (1929- ).- Campinas SP: Editora da
Unicamp; Petrópolis, RJ: Editora. Vozes, 2012, 1199 p ISBN 978-85-268-0963-5
François-Auguste BIARD - Quatro horas no Salão -
encerramento 1847
Fig. 02
– A era industrial transformou a ARTE em
produto de massa. O critério de sua
avaliação deixou de ser intrínseca e se rege pelos números e numerário de sua
recepção. Não importa a qualidade do público. O artista desta obra andou durante
dois anos no Brasil e do qual fez uma amarga narrative e ilustrou com imagens
pouco lisonjeiras.
Nos primórdios da era industrial Alexander
Gottlieb BAUMGARTNER introduziu o termo ESTÉTICA no campo da
Filosofia. Agia motivado e com os interesses da Razão e dos objetivos práticos
da indústria e da produção em série. Como pioneiro foi seguido por uma serie de
pensadores que perceberam o fracasso deste projeto inicial, o corrigiram e o
continuam a consolidá-lo. Neste meio tempo ficou cada vez mais
evidente a distinção entre o conceito de “BELO” e de “OBRA de ARTE” como campos com sua
próprias energias e autonomia especifica.
KUNST
OHNE WERK - Kunstforum nº 152 - Outubro- Dezembro de 2000 -Arte sem-obras -
Estéticas sem intenção
Fig. 03
– A METAFÍSICA e a ESTÉTICA equivocada
mente conduzem a ARTE para o terreno no
qual perde qualquer signo sensível aos sentidos humanos. No contraditório
esta ascese - da obra física sensível aos sentidos humanos - permite retornar
ao SER HUMANO que é a FONTE da ARTE.
Porém
cabem dúvidas se de fato não é uma mediação malograda e até mal intencionada.
O seu equívoco deu sinais na obra do filósofo Hegel ao propor um ecleticismo de meio termo
“Há dois métodos distintos e opostos para seguir na indagação
sobre Arte. Um é empírico e histórico:
tenta obter do estudo das obras primas das Artes as regras críticas e os
princípios artísticos. O outro é
racional e a priori: eleva-se
imediatamente ao ideal e deduz dele as leis gerais. Aristóteles e Platão
representam ambos os métodos. O primeiro
conduz a uma teoria estreita, incapaz de compreender a Arte na plenitude. O
segundo isolando-se nas alturas da metafísica, não sabe descer de lá para se
aplicar as artes particulares e apreciar suas obras. O verdadeiro método consiste
na reunião destes procedimentos, na sua conciliação e emprego simultâneo. Ao conhecimento positivo das obras de Arte,
devem unir-se a reflexão filosófica e a capacidade de compreender suas
características e leis imutáveis”.
HEGEL Jorge Guilherme Frederico(1770-1831).
De
lo Bello y sus formas (Estética) Inroduccion -II – Método a seguir en la inadagación
filosófica de lo bello y dela Arte – Buenos
Aires : Esoasa Calpe Argentina (Coelçaõ
Austra – Volume extra)
1946, p. 33.
Louis-Leopold BOILLY - público no balcão gratuito do teatro - 1830
Fig. 04 – A obra de arte completa-se com o seu
observador. A era industrial introduziu o conceito de “consumidor”. Este conceito industrial resulta de um
sistema de arte que possui as três etapas da ENTRADA - ELABORAÇÃO - CONSUMO. Estabelece-se a falácia do consumo
pela qual se avalia numericamente quanto maior a multidão arrebanhada
melhor o “produto”. .
Ao recuar para o pensamento de Aristóteles este identifica na sua obre
Ética à NICOMANO
( 1973: 243 114a 10 ) ele percebe na Arte (tekné) uma forma de produzir comandado pelo reto raciocínio
“É idêntica a uma capacidade de produzir
que envolve o reto raciocínio. Toda arte visa a geração e se ocupa em inventar
e em considerar as maneiras de produzir alguma coisa que tanto pode ser como não
ser, e cuja origem está no que produz, e não no que é produzido. A arte não se
ocupa nem com as coisas que são ou que se geram por necessidade, nem com as que
fazem de acordo com a natureza. A arte é uma questão de produzir e não de agir.”
ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p
Joseph BEUYS - O fim do século 20 - 7000
carvalhos - Documenta 7 - 1982-3-
Fig. 05
– A concepção
industrial de “consumidor” foi vivamente exposto e questionado pelos
aristas da últimas gerações As obras
desta geração questionam os mitos
gerados pela METAFÍSICA e ESTÉTICA que invadiu as competência da ARTE pela
porta da era industrial. Retornam aos
meios sensoriais mais diretos, afirmando a sua autonomia sem oferecer grandes
vínculos e leituras fáceis e unívocos comandada pela lógica cartesiana.
Antes de Aristóteles a autonomia da Arte já havia reivindicado por
Platão[1]
inclusive política e normativa externa ao se campo de forças. Assim Platão
escreveu ( 1991, p.417) que:
“veríamos desaparecer completamente todas
as artes, sem esperança alguma de retorno, sufocada por esta lei que proíbe
toda pesquisa. E a vida que já é bastante penosa, tornar-se-ia então totalmente
insuportável”
Nesta sentença percebe-se em Platão a preocupação e a atenção com as
forças dos limites e das circunstâncias políticas, econômicas e sociais a que a
liberdade de pesquisa do artista está sujeita.
[1] PLATÃO (
427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J. Guinsburg 1º volume . São Paulo : Difusão Europeia do
Livro, - 1985 - 238 p. http://pt.scribd.com/doc/36631268/A-Republica-Platao-Vol-I
Maurizio CATTELAN -Rotunda GUGGENHEIM NYT 08.11.2011
Fig. 06–
O círculo ordenador rompido pelo caos, contrapõe a ABSTRAKTION nórdica desafiado pelo
EIFÜHLUNG do arista italiano É flagrante que só a experiência dos sentidos humanos possibilita esta percepção e que os signos
simbólicos - usados pela METAFÍSICA e
ESTÉTICA - não dão conta desta contradição criativa.
Evidente que as leis políticas e econômicas só possuem livre curso e
devastam o campo da Arte caso não ofereçam resistência interna suficiente para
afirmar a autonomia deste campo[1].
Mas as leis mais penosas de vencer são aquelas procedentes de campos
ideológicos que se dizem a razão de ser de universidades, academias e círculos
de iluminado. Estas não penetram na mente do artista, mas já se alojaram subliminarmente no seu coração e sua vontade.
Esta heteronomia é especialmente feroz na vontade, no conhecimento e nos
sentimentos do estudante. Ela ainda não desenvolveu uma imunização eficaz e
anticorpos contra esta incubação interna e invasão externa[2].
[1] Ver em DUCHAMP, Marcel, «L’artiste doit-il aller a l‘université?» in Duchamp du signe. Paris:
Flammarion 1991.
uma das formas para
construir esta resistência na ARTE
[2] Contra esta colonização da mente e da obra do artista
convém retornar para MARITAIN,
Jacques. La responsabilité de l’artiste. Paris: Arthème Fayard, 1961.121p
Joseph-Noël Sylvestre O saque de Roma pelos bárbaros em 410, , 1890
Fig. 07–
O confronto das concepções ESTETICAS do mundo
nômade contra a ESTÉTICA dos povos sedentários Estes gestos
demolidores repetem, até o presente, na demolição da estátua de
Sadam Hussein, no Iraque, ou nos pichadores e demolidores de monumentos entra a
sua raiz no NÃO PERTENCIMENTO
O ecleticismo, ao estilo de Hegel, parece ser o melhor caminho para a fortuna desta heteronomia do
campo das energias da Arte. O ecleticismo que devasta e corrompe para objetivos
estranhos à vontade do candidato á artista. A falta de limites entre ARTE, ESTÉTICA e METAFÍSICA devasta qualquer
competência mal instruído, fundamentada e municiada[1].
[1] _ Pare entender esta devastação da autonomia no plano
moral e sanções atinentes à renuncia das deliberações e decisões sobre seus
próprio ato convém consultar e ler KANT, Emmanuel (1742-1804). Crítica da razão prática. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d. 255p
Fig. 08–
A complementariedade entre os antagônicos da
NATUREZA e o MITO dos GÊNIOS HUMANOS num mesma obra do arista KIEEFER. Obra
concebida a partir das experiências do autor no âmbito fortemente mitificado e
muitas vezes refém da PROPAGANDA e MARKETING POLÍTICO, CULTURAL e ECONÔMICO
encontra o seu polo numa floresta e em paisagem devastada pelo mito e
utilitarismo pragmático.
A era industrial necessitou desta devastação e reducionismo do campo
das energias da Arte para impor produtos “interessantes, convincentes e únicos”
e com características forçadas de linearidade e univocidades. Nunca como antes
esta era industrial buscou sistemas unívocos e lineares a serem impostos para a
Arte. Estas normas da era industrial conseguiram a façanha de hibridar e tornar
resistentes estes transgênicos conceituais. Certamente a METAFÍSICA baixou do
seu Olimpo para ajudar nesta tarefa inglória e esterilizante da ARTE.
Anish Kapoor LEVIATHAN 2012
Fig. 09–
O objetivo de muitas manifestações estéticas
é buscar, condicionar os sentidos humanos e os separar da Natureza imponderável
e ilógica PATRIMÔNIO que a
HUMANIDADE acumula por esta manifestações artísticas lhe permitem o salta da
REFLEXÂO e o CONHECIMENTO de si mesmo. Na medida em que sentidos humanos se
conectam correta e coerentemente com a INTELIGÊNCIA HUMANA o saber ESTÉTICO e a
METAFÍSICA possuem energia para construir a sua autonomia e identidade
Na medida em que a Arte busca a sua autonomia os seus produtores
tiveram de contornar regimes políticos, ideologias e patrulhamento religioso e
econômico.
A imposição de arte não figurativa vem da profundidade iconoclasta
alimentada por diversos credos religiosos e mais recentemente por um mercado e
critica de arte que admite apenas a materialidade do objeto físico. Paraiso de
um cero design, arquitetura e urbanismo que não admite outra lógica a não ser a
industrial linear e unívoca.
Fig. 10–
O Estado Islâmico provocou e legitimou a erupção, em pleno século XXI, de uma concepção ESTÉTICA milenar orientada
pela METAFÍSICA que não admite a figuração humana e as Substitui pelo PADRÃO INFINITO GEOMÉTRICO Pouco importa o PATRIMÔNIO da HUMANIDADE
Nesta lógica material qualquer que seja o caminho
do artista ele está lidando com os cinco sentidos humanos. Assim a obra do artista
precede qualquer discurso humano, linear e unívoco. Neste caso esta obra
deslizaria para COMUNICAÇÂO HUMANA[1],
para a propaganda e marketing. Cada cultura, civilização busca a sua
identidade na linguagem que adotam[2]. Algumas
privilegiam o investem no empirismo, no fazer.
“Numa sociedade como a nossa, na qual mitos
e ritos tomaram a forma de uma razão, que dizer definitivamente - de uma palavra -, a linguagem humana
não é só o modelo do sentido, mas também o seu fundamento”.
(Barthes 1967, p.9)
Ainda que o pensamento e abstração intelectual conduza o
processo[3]
da escolha e das deliberação, as
escolhas do materiais físicos e sensórias serão índices desta escolha autônoma
do artista criador. Esta obra irá atingir o seu objetivo na coerência da
organização física destas deliberações decisões e escolhas praticadas por aqueles que agem em
nome da Arte[4].
No âmbito da materialidade da obra de arte a criam, divulgam e fazem circular
com o suporte apropriado do mundo mental de Leonardo da Vinci[5].
[1] CROCE, Benedetto. Estética come scienza
dell’expressione e linguística generale,
Teorie e Storia (9a
ed). Bari: Gius Latezza, 1950, 564 p.
[3] Processo entendi nas concepçoes de ARENDT, Hannah (1907-1975) Condition
de l’homme moderne. Londres: Calmann-Lévy 1983
[4] MARCHAN FIZ, Simón Estética en la Cultura Moderna –
Madrid: Alianza 2007 270 p. ISBN 9788420670645
[5] - VINCI, Leonardo (1452-1519). Tratado de la pintura y del paisage, sombra
e luz. Buenos Aires: Gil, 1944. 602p. + Madrid: : Akel, 1993.
508p.
HABERMAS,
Jorge.. Conhecimento
e interesse. Rio de Janeiro: ZAHAR,1982.
367p
Fig. 11–
Jürgen HABERMAS é uma poderosa inteligência e
a expõe numa frágil voz unidas para
desvendar o antagonismo entre a NATUREZA e o MITO do GÊNIO HUMANO. O
filósofo vasculhou o conhecimento sob o signo do INTERESSE HUMANO. Interesse
humano que motiva as experiências físicas dos sentidos humanos pela ARTE,
atinge a abstrações ESTÈTICA e e energia para o salto da METAFÍSICA
Worringer[1]
distingue e separa as culturas nórdicas daquelas tropicais. Nas regiões frias
percebem-se sinais da abstração (ABSTRAKTION) dos
sentimentos e a ênfase no agir planejado. Já nos mediterrâneos e tropicais os
impulsos dos sentimentos (EINFÜHLUNG) explodem
se manifestam livre e espontaneamente sem tabus esvaziando as energias sem
economia, com escassas reservas ou planejamento para o dia de amanhã.
[1] WORRINGER, Wilhelm (1881 - 1965). Abstraccion
(ABSTRAKTION) y naturaleza.(
EINFÜHLUNG) (1ª.ed. em1908). México
: Fondo de Cultura Econômica, 1953. 137p
PARIS - PALÁCIO de TOQUIO - Museu de Arte Contemporânea
- Le Monde 13.04.2012
Fig. 12–
A performance evidencia a complementariedade e
antagonismo entre os entre a VIDA e a MORTE, a NATUREZA efêmera. Esta obra
integra o TEMPO de sua realização e os MATERIAS, GESTOS e SOM num ambiente
institucional de museu de arte parisiense.
Consolida-se a distinção
entre o conceito de “BELO” e de “OBRA de
ARTE” como campos com sua próprias energias e autonomia especifica. O próprio
Platão distinguiu o espaço empírico dos fenômenos dos sentidos humanos –
também expressos na “OBRA de ARTE” - da
inteligência humana -
atuante conceitualmente
no “BELO”. Concedeu a cada um a sua
autonomia, linguagem e representações conceituais:
“Estudaremos
a astronomia, assim como a geometria, por meio de problemas, e abandonaremos os
fenômenos do céu, se quisermos aprender verdadeiramente esta ciência e tornar
útil a parte inteligente de nossa alma, de inútil que era antes” (Platão,1985,
2º vol, p.128)
Porém a pior corrupção - da qual o artistas é vitima - é o uso
inadequado da METAFÍSICA. Uso inadequado como ferramenta para alimentar as
fogueiras das vaidades, intrigas extra artísticas e seu comércio deslavado[1].
O artista é vítima na medida em que ele é descartado por uma METAFÍSICA
inadequada e incoerente com as energias da ARTE. O uso inadequado e incoerente
da METAFÍSICA é o paraíso e a fortuna dos mediadores, atravessadores e pseudo
intelectuais que se dispõe a tutelar e não é mais possível usá-lo para seus
objetivos.
Marina ABRAMOVIV - O artista está presente
Fig. 13–
A artista Marina ABRAMOVIV expõe numa mesma
obra das suas instalações os antagônicos
entre a NATUREZA e o MITO dos GÊNIOS HUMANOS. Obra efêmera da qual
permanecem o projeto, a descrição e os registro físicos das imagens que
permitem fazem efetiva e reconstruir onde e quando houver deliberação e decisão
para tal.
Em contrapartida lotear a METAFÍSICA com conceitos da ESTÉTICA é
diminuir e corromper ambas as energias. Muito menos colonizar estas energias
teóricas, dominá-las e reduzi-las por meio das práticas da ARTE comandadas pelo
empirismo do FAZER[1].
[1] - Uma interação continuada entre os impulsos anímicos e
as suas formas física e sociais destas manifestações podem ser lidas em NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900). Estéticas y teorías de las artes. Madrid:
Temas 1999. 241
Frank WILLINGER (1959- )
Ecce Homo - jun.1999
Fig. 14
– O artista britânico evoca na sua obra a angústia humana revelada na sua finitude e pela complementariedade entre
os antagônicos da NATUREZA e o MITO dos GÊNIOS HUMANOS num mesma obra. Obra
concebida a partir das experiências e das constatações pessoais com as quais
qualquer mortal necessita lidar no seu dia a dia.
O que se necessita
estimular é o trânsito e a circulação civilizada entre estas instâncias e os
campos de forças da METAFÍSICA, da ESTÉTICA e da ARTE. O viajante - que se desloca entre estas plagas- é
potencializado e recompensado pela qualificação, pelo conhecimento e pelo
respeito que passaporte impõe. A METAFÍSICA, a ESTÉTICA e a ARTE possuem a sua
história própria, a sua competência e seu futuro próprio e distinto entre si
mesmos
Fernando BOTERO 1932 - Diante de obras sobre Abu Graib – 2010
Fig. 15
– A crescente violência contra a NATUREZA
HUMANA contradiz o MITO do infinito PROGRESSO PROMETIDO pela TECNOLOGIA e
CIÊNCIA na ERA INDUSTRIAL. Para desdizer esta promessa, o terror, as pressões econômicas e a
devastação tecnológica dos bens finitos do PLANETA se refletem nas relações
humanas sem garantia de segurança e distribuição da renda coerente com o
trabalho e os perigos.
A crítica, ao presente texto, é que ele constitui mais um frágil e
imperfeito discurso METAFÁSICO que busca
a sua razão de ser nos campos de forças da
ESTÉTICA e da ARTE. Na contramão desta desqualificação e reducionismo ele
pretende estimular o trânsito e a
circulação civilizada entre estas instâncias.
Porém este discurso necessita desembarcar desta METAFÍSICA diante da
ARTE. Tanto o produtor como seu observador experimentar a sensação física da obra de arte
autêntica. Melhor ainda passar para a pesquisa com materiais e técnicas nas
quais cada pessoa tenha e experimente as competências e limites deste agir
prático. Este AGIR PRÁTICO da ARTE será a melhor e positiva das PRÁTICAS
inerentes à METAFÍSICA e à ESTÉTICA.
Contudo a pior proibição e o condicionamento mais estreito da PESQUISA
de ARTE - a que Platão se refere quando ele escreve que ela perece “sufocada por esta lei que proíbe toda
pesquisa” - é proveniente do interior da mentalidade do seu praticante. No
contraponto a criatividade e a genialidade são perceptíveis nas obras físicas,
do artista, que rompem com o plágio de si
mesmo.
FONTES BIBLIOGRÀFICAS
ARENDT, Hannah
(1907-1975) Condition de l’homme
moderne. Londres: Calmann-Lévy 1983
CROCE, Benedetto. Estética come scienza dell’expressione e
linguística generale, Teorie e
Storia (9a ed). Bari:
Gius Latezza, 1950, 564 p.
DUCHAMP, Marcel,
«L’artiste doit-il aller a l‘université?» in Duchamp du signe. Paris: Flammarion 1991.
HABERMAS, Jorge.. Conhecimento e interesse. Rio de Janeiro: ZAHAR,1982. 367p
HEIDEGGER, Martin. (1889-1979) SER e TEMPO. Tradução e organização de Fausto Castilho (1929- ).- Campinas SP: Editora da
Unicamp; Petrópolis, RJ: Editora. Vozes, 2012, 1199 p ISBN 978-85-268-0963-5
KANT, Emmanuel (1742-1804). Crítica da razão prática. Rio de
Janeiro: Tecnoprint, s/d. 255p
MARCHAN FIZ,
Simón Estética en la Cultura Moderna
– Madrid: Alianza 2007 270 p. ISBN 9788420670645
MARCUSE, Herbert. A Dimensão
Estética. Lisboa: Martins
Fontes 1981. 92 p.
MARITAIN,
Jacques. La responsabilité de l’artiste. Paris: Arthème Fayard, 1961.121p
PLATÃO ( 427-347) – A
REPÚBLICA – Tradução di J. Guinsburg
1º volume . São Paulo : Difusão Europeia do Livro, - 1985 - 238 p.
NIETZSCHE, Frederico Guillermo
(1844-1900). Estéticas y teorías de las artes. Madrid:
Temas 1999. 241
VINCI, Leonardo (1452-1519). Tratado de la pintura y del paisage, sombra e luz. Buenos Aires: Gil, 1944. 602p. + Madrid: : Akel, 1993. 508p.
WORRINGER, Wilhelm (1881 -
1965). Abstraccion (ABSTRAKTION) y
naturaleza.(
EINFÜHLUNG) (1ª.ed. em1908). México :
Fondo de Cultura Econômica,
1953. 137p
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ARTE SACRALIZADA
BAUMGARTNER Alexander Gottlieb (1714-1762)
TOLLE Oliver Luz Estética: A ciência do sensível de
Baumgarten entre a arte e a iluminação São Paulo : USP- Faculdade
FILOSOFIA LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA -2007 131p
Estudo da
distinção entre o conceito BELO e a OBRA
de ARTE em Baumgartner
CRIATIVIDADE
ESTÀGIOS em ROBERT SAUNDERS
http://profciriosimon.blogspot.com.br/2009/12/coerencia-de-organizacao.html
FRANÇOIS AUGUSTE BIARD: Dois anos de brasil
EINFÜHLUNG
ESTADO
ISLÂMICO destrói PATRIMÔNIA da
HUMANIDADE
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/02/video-estatuas-milenares-da-civilizacao-assiria-sao-destruidas-pelo-estado-islamico.html
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/02/video-estatuas-milenares-da-civilizacao-assiria-sao-destruidas-pelo-estado-islamico.html
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Referências para Círio SIMON
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