quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

083 - ISTO é ARTE

A GLÓRIA ASFIXIA o GÊNIO

É triste ver um jovem - que possui tudo para desenvolver o seu gênio potencial - seja alienado, inflado e sufocado pela fama, pelo dinheiro e pelo marketing falacioso. É constrangedor constatar como o marketing, o dinheiro e a fama aniquilam esta promessa de gênio ao colonizar a sua mente, o seu coração e as suas mãos, extirpando qualquer traço de sua originalidade.


DORÉ Gustavo 1832- 1883 - A Glória asfixia o Gênio - 1878 escultura 255 x 163 x 146 cm –
Fig. 01 – A fama de Gustavo Doré ilustrador polimorfo sufocou também o seu gênio de escultor e de pintor de grandes murais.

Evidente que não existe gênio nem glória e nem fama. Deles percebemos apenas manifestações e expressões pontuais e são objetos de discursos e de imagens. Constituem entes primitivos e virtuais sem que se tomem um corpo tangível de compreensão unívoca e linear. Assim todas as épocas e lugares possuem narrativas e imagens relativas ao que entende da natureza do gênio e as suas complexas e fugazes relações com a fama e a glória. Estas narrativas e estas imagens são datadas, com possibilidade de desmascará-las, muitas vezes, como falácias do marketing, da fama e da glória de uma cultura hegemônica.

DARWIN Charles  (1809-1882) - Caricatura do autor e da sua teoria
Fig. 02 – Darwin não deixou sufocar o seu gênio pela glória e fama e nem pela difamação. Além de suas descobertas e a exposição corajosa publica da evolução conferiram fama a Charles Darwin como profundos ódios, invejas mesquinhas eu produziram grosseiras desqualificação de suas concepções e obra científica, como da imagem acima. Seguiu o penúltimo aforismo expresso por Aristóteles na sua Retórica e não discutiu com estes intrigantes de plantão.

A fama precisa do poder. O poder se alarga na medida de sua fama. Uma cultura que se deseja forte, poderosa e hegemônica, se vale de conceitos avassaladores da fama. Constrói expressões e paradigmas fortes de sua glória.  Usa a fama para projetar a sua própria glória para asfixiar as culturas de sua periferia tentando reduzi-las para coloca-las na sua heteronomia total. Economicamente estas projeções não são gratuitas, isentos e muito menos estéreis cultura e socialmente. Alimentam um projeto de hegemonia destas culturas. A indústria simbólica promove subliminarmente os seus produtos materiais, criam mercado, e os tornam indispensáveis na cultura dominada.

DORÉ Gustavo 1832- 1883 Don Quixote - Xilogravura 1863
Fig. 03 – Gustavo Doré exerceu a sua arte como implacável ilustrador dos percalços de que quem  busca a fama e a glória a qualquer custa e acima das mais comezinhas convenções sociais. Encontro a fonte de sua inspiração no Dom Quixote de Cervantes e nas viagens ao outro mudo da Divina Comédia de Dante e onde os piores castigos estão reservados a quem buscou fama, glória e poder neste mundo efêmero.

O colonialismo sempre se valeu do espetáculo emocional, aparentemente neutro e apolítico. Exibe neste espetáculo emocional o “SEU” poder inquestionável e hermético e o usa como instrumento de dominação. Os horrendos espetáculos dos “AUTOS da FÉ” da Santa Inquisição, possuem, no seu cerne, a afirmação brutal do poder e da dominação dos corações, mentes e mãos.


Fig. 04  O espetáculo, o evento e  a montagem de happenings valiam-se uma aparente e ilusória glória e  fama do PRÊMIO em CIMA. de quem se oferecia a este processo.  Porém o poder real e decisório escondia-se nestas “concessões temporárias e fictícias” O carnaval popular é uma dessas concessões nas quais se multiplicam príncipes, rainhas e imperadores de araque. Essas concessões representam  a explosão pontual do “EINFÜHLUNG” quente, tropical e emocional, que Worringer contrapõe ao contínuo do caráter da `ABSTRAKTION”” fria e racional nórdica..

Estes mecanismos de dominação do imaginário popular se atualizaram com o Dr. Joseph Goebbels por meio da indústria cultural, marketing e da propaganda. O populismo necessita esta PARTICIPAÇÃO e foge como de um grande perigo da publicidade e da INTERAÇÃO de forças. Foge do contrato público no qual todos discutem as suas perdas e os seus ganhos, ampla e abertamente, o antes, o durante e o depois da ação. Enquanto isto o ato emocional da participação discute e  aprofunda questões condicionantes pautadas por aqueles que se julgam por cima e por fora. A INTERAÇÃO ocorre na contramão da PARTICIPAÇÃO. Na INTERAÇÃO TODOS deliberam antes, durante e depois e decidem os condicionamentos nas quais irão viver, em igualdade de condições.

ORÇAMENTOPARTICIPATIVO fotografia rasgada e jogada fora.. recuperada em 23.02.2014
Fig. 05 – As concessões da explosão pontual do “EINFÜHLUNG” quente, tropical e emocional que Worringer contrapõe ao contínuo do caráter da “ABSTRAKTION” fria e racional nórdica fica evidente nos processos denominados PARTICIPATIVAS. Este processo contrapõe se ao PROCESSO da INTERAÇÃO observada e descrita por Jean PIAGET na evolução mental, social do uso e aplicação do PODER de DECISÃO. No populismo as decisões são tomadas numa pauta secretamente manipulada. Pauta na qual os que dirigem rebaixam ao nível mental e emocional dos 12 anos  os temas que concedem de CIMA e sob seu controle em todas as potenciais e eventuais questões.

A morfina e o clorofórmio das ideologias de meias verdades provocam o Sono da Razão. Sono da Razão na qual a glória estrangula o gênio. Meia verdade que o artista Ado Malagoli (1908-1994) sintetizava no paradoxo “pintor rico: é mais um rico”. A meia verdade é a matéria prima das ideologias expansionistas da sua indústria cultural que produz distribui e aplica a morfina e o clorofórmio da RAZÃO. O primeiro passo desta indústria da comunicação é reduzir, ao mínimo, o repertório daquilo de que fala e escreve. Asfixia o autêntico gênio por meio de EVENTOS, da FAMA e trabalha com a OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA. Para esta asfixia ser eficaz - em produzir o Sono da Razão - este repertório não pode ser superior a barreira mortal dos 12 anos. Estes EVENTOS, esta FAMA e esta OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA são produtos estandardizados para inteligência e sensibilidades de mercado de repertório reduzido ao mínimo. Evidente que produtos desta natureza carregam o chip da obsolescência programada. Ao se concretizar esta obsolescência, já estão na praça outros produtos aptos para descartar o anterior. Na cultura da obsolescência programada não se admite a pergunta se é melhor, pior, clássico ou eventual. Na maioria das vezes estes “GÊNIOS FABRICADOS” são sufocados por este tipo de fama industrial interessado no faturamento e lucro. São a gloria e o chamariz dos sebos que se multiplicaram na era pós-industrial como erva daninha para o autêntico gênio.

Carl SPITZWEG – (1808-1886)- O Poeta
Fig. 06 – A busca solipsista da fama do poeta romântico pode resultar tanto da alienação do EU  através do cultivo do mito do gênio como de sua naturalização. Este EU imagina em si (Einfühlung)  a concretização do mito do gênio. Admite coisas que estão longe da sua natureza, do sem tempo e sua realidade concreta. Este EU descura as mais elementares necessidades humanas ao naturalizar o sentimento - que no cultivo de uma verdade improvável de poesia - já tenha atingido a sabedoria, a fama e a glória.

Poucas vezes os segredos do Sistema da Moda foram tão bem estudados expostos como na obra de Roland Barthes. Nesta mesma cultura Jean-Baptiste DOUMENG (1919-1987) construiu o seu império usando a fama. Ao morrer as suas empresas multinacionais, seu dinheiro e a sua fama se desmancharam no ar, restando uma vaga lembrança. Amigo de Pablo Picasso entendeu e aplicou coerentemente os mecanismos da fama e sua associação ao Capital, apesar de ambos pertencerem ao Partido Comunista Francês. DOUMENG foi um dos principais financiadores da sede do Partido Comunista francês projetado por Oscar Niemeyer outro integrante do Partido.

Nils FORSBERG ( 1842-1934)  Interior de Atelier c.1887 óleo 73 x 55.5 cm
Fig. 07 – A fria e racional percepção nórdica da realidade concreta, fica evidente nesta pintura do artista sueco Nils Folberg que representa o seu filho servindo-se de uma replica da Vênus de Milo como cadeira. O  caráter da “ABSTRAKTION”, descrito William Worringer, explica e justifica este comportamento pragmático que não se deixa sufocar pela glória e fama do halo construído ao redor do universo clássico mediterrâneo (EINFÜHLUNG).

Existe um conflito latente e uma distinção a fazer entre um TRABALHO e uma OBRA.  A expressão “OBRA de ARTE” é distinta do “TRABALHO de ARTE” na concepção de Hannah ARENDT. Trabalho é para o consumo e para a obsolescência. A obra é para a permanência. O TRABALHO é para criar, manter e reproduzir uma determinada cultura, marcado pelo TEMPO e LCAL. A OBRA busca transcender o TEMPO e LOCAL no qual foi criada. Assim é possível entender Nietzsche:
a arte não pode ter sua missão na cultura e formação, mas seu fim deve ser alguém mais elevado que sobre-passe a humanidade. Com isso deve satisfazer-se o artista. É o único inútil, no sentido mais temerário” Nietzsche  2000, p.134[1]
No TRABALHO para a cultura e para a formação a recompensa do artista ainda é a fama (Alberti) A fama é sinônimo de prêmio por cima do pseudo interlocutor, do discurso por cima e por fora do seu repertório. Este discurso não possui  menor coerência interna e se promove por meio de ecletismo ideológico, político e cultural. Na arte é o famoso e incongruente ESTILO ECLÉTICO beirando perigosamente o KITSCH.
O génio vive e pratica a tese que é uma suposição em conflito com a opinião geralna concepção de Aristóteles ( Tópicos I – 11). Opinião geral que coloca e facilmente mistura e toma por sinônimos os conceitos de gênio, de glória, de dinheiro e de poder.


[1] NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900)  Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179.      


ORÇAMENTOPARTICIPATIVO fotografia rasgada e jogada fora.. recuperada em 23.02.2014
Fig. 08 – Nesta imagem é visível o processo denominado PARTICIPAÇÃO  no nível etário, mental e emocional dos 12 anos  observado e descrito por Jean PIAGET. O populismo político de todos os estados, ideologias sempre buscou reproduzir-se na infância. Infância que cercava com o seu  PODER de DECISÂO concedendo, por CIMA, o espetáculo do Pão e do Circo em vez do poder real.  O PROCESSO da INTERAÇÃO sempre foi controlado como perigo e  heresia na evolução mental e social.  Controle no uso da fama, da riqueza e da aplicação do poder.  O PROCESSO da INTERAÇÃO é capaz de descobrir que o REI ludibriado ESTÁ NU. Os mediadores, atravessadores e tuteladores sabem tirar proveito da fama, da riqueza e do poder real REI NU.

 A idade mental é de 12 anos. Para a sua eficiência plena, o marketing, a propaganda e a fama exigem, este rebaixamento intelectual mesmo daqueles que possuem várias vezes estas dúzias desta idade cronológica.
Este é o horizonte perfeito para o colonialismo levar adiante as aventura de sufocar o gênio pela fama e pela glória. Espoliam e se apropriam de tudo o que de original  possui sua vítima que transformam o escravo e escrava em rei e rainha fictícia de um reino imaginado  e de brincadeira infantil. Assalto que não custa nada e é realizado com o pleno consentimento e colaboração da vítima.

AUGUSTO de CARVAHO RODRIGUES dos ANJOS 1884-1914 EU 1912
Fig. 09 – O poeta Augusto dos Anjos resumiu em duas letras o centro do seu universo. O título solitário e dominador está muito distante das longas epígrafes dos livros clássicos que ofereciam uma breve descrição externa (epi) do seu conteúdo.
  fama de Gustavo Doré ilustrador polimorfo sufocou também o seu gênio de escultor e de pintor de grandes murais.

Esta vitima se imagina querendo o bem sob o pretexto de qualquer abstração ou engodo material que lhe é oferecido. Não sabem da advertência do sábio mineiro que  prevenia:
querer o bem com demais força e de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal por principiar. Esses homens! Todos puxavam o mundo para si, para concertar consertando. Mas cada um só vê e entende as coisas dum seu modo .Guimarães Rosa [1]
A fama, o dinheiro e o marketing assaltam o gênio para exibi-lo como troféu de caça. É triste e constrangedor ver fama, o dinheiro e o marketing falacioso enganar e sufocar.
O músico Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791), de merecida glória, foi alguém que lidou com a fama e foi a sua vítima precoce. O seu gênio estava colocado entre o servilismo do Ancien Regime e o personalismo da marca nominal da nascente indústria cultural. Seu gênio foi sufocado entre a tradição anônima servil barroca e pereceu nos umbrais do EU singular, vendido como produto pelo mercantilismo da primitiva indústria cultural.


[1]  - GUIMARÃES ROSA,  João. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro : José Olympio, 1963, p. 18..


Paul CEZANNE 1839-1906 - Fotografia
Fig. 10 – O artista francês Paul Cézanne também não deixou sufocar o seu gênio pela glória e fama e nem pela difamação. Ele  foi e uma coerência heroica em colocar a sua obra pictórica acima da fama e da glória. Ridicularizado pelo seu colega de escola  Emile Zola  com a obra A OBRA na qual  é flagrante a sua biografia de  PINTOR FRACASSADO. O reconhecimento da genialidade de sua pintura só veio tardiamente quando o jovem espanhol, Pablo Picasso o colocou em evidência e origem da pintura construtiva formal.

Raramente as leituras e das narrativas datadas são desmascaradas como  falácias do marketing, da fama e da glória. Este desmascaramento só ocorre quando a busca imoderada e inescrupulosa da fama, do dinheiro e do marketing falacioso. Acontecem quando carregam o mundo explícito do  delito e da contravenção. O caso mais flagrante deste atravessamento da fama foi protagonizado e levado até as últimas consequências foi o de HAN van MEEGEREN (1889-1947). Este teve de lutar para desmascarar a sua própria fraude que havia cometido contra o regime nazista da propaganda e do marketing. Em Porto Alegre faleceu Salomon Smolianof (1797-1976). Este voltou à fama mundial póstuma com o Oscar como melhor longa metragem estrangeira, em 2008 no filme austríaco Os Falsários.

Pablo Picasso numa fotografia dupla para efeitos de 3D
Fig. 11 – A fama de Pablo Picasso (1881-1973) foi uma cuidadosa e elaborada criação de marketing e propaganda construída - em grande parte - pelo seu marchand Daniel-Henry Kahnweiler (1887-1979) Este visitava diariamente o atelier do artista, escrevia um release da produção da noite anterior do artista e fazia circular esta noticia nos principais jornais do mundo. A fama de Picasso tornou-se universal, o tornou rico e admirado. Porém este não se autoplagiava ou repetia uma formula que era certo na mídia, como o Cubismo que ele criara. Rompia consigo mesmo, usava material não convencional ou consagrado pela tradição ou seguia modas alheias. Vistiva as mais antigas ttradições e reelaborava na sua própria linguagem os mestres consagrados do passado. 

A pós-modernidade está caminhando para a “FAMA dos 15 MINUTOS” preconizada por Andy Worhal (1928-1887).  Tom Wolfe  descreveu este mecanismo “FAMA dos 15 MINUTOS”  na sua obra  “FOGUEIRA das VAIDADES”. Estas máximas possuem valor e sentido para o lugar e o tempo que as criaram. Lugar e tempo na qual encontram alimento na infraestrutura coerente com a vida. Fora desta infraestrutura são pastiches e kitsch. Para além deste meio a sua glória asfixia os gênios imprudentes e postiços.
Pelo visto a fama e a glória constitui um teste ao gênio. Pode ser a sua fortuna ou a sua ruína. A glória e a fama são criações humanas a partir da representação de valores gerados no interior de uma cultura. Esta cultura artificial busca meios apropriados para projetá-las sobre outras culturas como instrumento de seu poder e domínio. Para o artista a fama e a glória não expressam necessariamente o seu gênio. Constituem um teste significativo e positivo na medida em que a produção e a circulação da obra sejam coerentes com a cultura na qual opera o artista. Contudo a fama e a glória podem ser a ruína. Ruína que sufoca o gênio quando os valores e repertorio não coincidem com o tempo e o lugar da cultura na qual ele produz e faz circular a sua obra. No entanto a obra de arte é sempre primordial e constitui-se como um dos índices do SER no TEMPO na concepção de Heidegger.

FONTES BIBLIORÁFICAS
ALBERTI, Leon Battista (1404-1472). Da pintura. Campinas: Unicamp, 1992. 161p.

ARENDT, Hannah (1907-1975). Condition de l’homme moderne. Londres :  Calmann-Lévy, 1983.

BARTHES Roland (1915-1980)- Système de la Mode- Paris: Édition du Seuil, 1967, 227 p.

HEIDEGGER, Martin (1889-1979) SER e TEMPO edição em alemão e português tradução e organização de Fausto  Castilho (1929- ). – Campinas SP: Editora da Unicamp; Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2012, 1199 p.

WORRINGER,  Wilhelm (1881 - 1965).  Abstraccion y naturaleza. [Abstraktion und Einfühlung  1ª.ed. 1907].  México:  Fondo de Cultura   Econômica, 1953. 137p.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ALBERTI Leon Batista - Da PINTURA- Domínio Publico:
29. Então esta arte dá prazer a todos os que amam os que exercitam ( a Pintura), e louvor, riqueza e fama perpetua a  quem é o mestre. Que coisas tão sendo como já dissemos, se a pintura é excelente e antiquíssimo ornamento das coisas, digna para os homens livres, grato aos sábios e famosos, muito reconfortante ver  jovem estudiosos dar o que é um trabalho lícito à Pintura. E então admiramos quem  é um estudioso da Pintura e aprende esta arte.

AUGUSTO de CARVALHO RODRIGUES dos ANJOS (1884-1914)

AUTOS da FÉ:

BARTHES Roland (1915-1980

DOUMENG Jean-Baptiste (1919-1987)

FORSBERG Nils (1842-1934)

GUSTAVO DORÉ (1832-1883) e o IMAGINÀRIO do PODER

HAN van MEEGEREN (1889-1947)
Salomon Smolianof (1797-1976)

INTERAÇÂO em Jean Piaget (1896-1980) e Lev VYGOTSKY (1896-1934) 

PICASSO

PRÊMIO em CIMA de..

FOGUEIRA das VAIDADES: o LIVRO
FOGUEIRA das VAIDADES: o FILME

Wolfgang Amadeus MOZART(1756-1791): o preço da fama

WORHAL Andy (1928-1887).


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sábado, 15 de fevereiro de 2014

082- ISTO é ARTE



ESTÉTICA AFRO-SUL-RIO-GRANDENSE

CARLÃO - Carlos Alberto do OLIVEIRA - 1951 - Sociedade  dos Negros
FIG.01 – O artista Carlos Alberto de Oliveira (1951-2013) assumiu a estética Afro Sul-rio-grandense  e foi coerente nela ao longo de toda a sua existência. O pintor carteiro também foi temerário, como todo artista o é,  em nome de uma civilização.


I-           INTRODUÇÃO ao TEMA

A humanidade possui o seu berço na África. A humanidade - em qualquer cultura - criou e cercou-se de um mundo de símbolos e índices que subjazem às mais requintadas, ricas e poderosas civilizações. A marcha da humanidade - através dos tempos e novos espaços - é acompanhada por guerras simbólicas, comparações odiosas e desqualificações culturais recíprocas. Estas guerras e desqualificação dos símbolos do OUTRO são provoca e conduzidas pelo mais forte, ágil e astato. Abre espaço e condições para implantar o seu próprio repertório e desqualifica todos os concorrentes.  Qualquer cultura em qualquer tempo e lugar possui este projeto que considera primordial para a sua afirmação e reprodução. A Arte Afro-sul-rio-grandense não escapou a esta sina tanto no aspecto passivo como no ativo.

MAGLIANI, Maria Lídia dos Santos  (1946-2012 ) - pintando
FIG.01 – Lutando contra todos os preconceitos, pobreza e sem cotas na universiade, a artista Maria Lidia dos Santos (1946-2012) - que assinava suas obras como MAGLIANI - foi fiel aos conceitos e com aestética Afro Sul-rio-grandense. Com formação erudita no IA-UFRGS, sabia o que devia pintar e o que devia evitar no espaço cultural historicamente dominado por tendências hegemônicas euro-cêntricas.

II-    REVISÃO

Para perceber esta guerra simbólica - travada pela  Arte Afro-sul-rio-grandense - há necessidade de dilatar o olhar e buscar rever alguns pontos nos quais ela evoluiu da passividade para a sua afirmação ativa. Nesta dilatação ajuda perceber o choque da cultura europeia diante da ruptura diante da Arte descoberta em Altamira e Lascaux. As obras destas, e outras cavernas, evidenciaram um mundo surpreendente de milhares de anos atrás e que as culturas mais evoluídas nem suspeitavam. Porém estas obras destas cavernas estão muito próximas do homem e de sua cultura e estética contemporânea. O berço africano da humanidade de 2 milhões de anos não recebeu  ainda o mesmo esforço que mereceram os 40.000 mil anos da cavernas europeias. Acertadamente Pablo Picasso colocou na raiz da estética de sua obra as tendências que assenta nesta profunda estética de matriz africana. O mesmo pode ser dito das riquíssimas matrizes musicais, danças e rituais que revolucionaram as percepções humanas contemporâneas. A era industrial - ao impor os seus ritmos, as suas cores e a sua lógica - descobriu a sua simetria na lógica, na sintaxe e no sentido das raízes da estética afras.


Foto de LUNARA,  ( Luis do Nascimento Ramos 1854-1937 ) – cena da periferia de Porto Alegre
FIG.03 – A pior fase que a estética Afro Sul-rio-grandense passou quando os escravos foram libertados sem indenização de espécie alguma e tiveram de recomeçara as suas vidas da estaca econômica zero. Analfabetos, sem trabalho fixo e sem terra formaram quilombos que não regrados nem pela vida da tribo africana e muito menos cabiam nos padrões ocidentais.


III-  FUNDAMENTOS

Neste sentido, lógica e necessidade a  estética Afro-sul-rio-grandense necessita de uma ruptura estética e conceitual com a clássica cultura europeia hegemônica. Ruptura para dar-se conta do que aquilo que a Arte Afro-sul-rio-grandense cultiva é diferente dos paradigmas hegemônicos. Ruptura com paradigmas das próprias percepções eurocêntricas. Admitir percepções de mundo distintas das suas próprias das quais é portador. Admitir forças estéticas distintas das suas e competentes para produzir obras sob o impulso de necessidades, sentidos e forças distintas das hegemônicas e de moda. Suspender os seus próprios juízos de valores das narrativas das quais se nutre, constrói e reproduz. Admitir que existem, num outro espaço e tempo, outras forças, cânones e legitimidade competentes também para se nutrir, construir e reproduzir em obras de arte. 


Wilson TIBÈRIO (923-2003 ) e o seu AUTORETRATO  1941 Pinacoteca Barão de Santo Ângelo  IA-UFRGS
FIG.04 – Nascido em Porto Alegre, na Rua da Paia a beira da água e de mãe lavadeira Wilson Tibério (1923-2005) foi escolhido, em Paris, como embaixador da estética da cultura afro para representar a cultura francesa em Moscou e Pequim. Com formação erudita soube conduzir a sua obra para as mais puras vertentes africanas e contornando o espaço cultural dominado historicamente por tendências hegemônicas eurocêntricas que ele conhecia e dominava como é  visível neste seu autorretrato.



No Brasil este exercício teve êxito nas obras de Caribé e Hansen Bahia e no Rio Grande do Sul nas obras de Gilberto Pegoraro (1941-2007) que não sendo afrodescendentes se nutriram, construíram e reproduziram obras de arte sob o impulso da estética matriz da humanidade. No entanto a coerência dos artistas afrodescendentes Emanuel Alves de Araújo e  Ruben Valentim possuem ressonâncias de origem  coerência formais únicas. Sem se furtarem  aos necessários diálogos com outras tendências estéticas, não perdem ou renegam as suas origens e suas motivações. Recorrem aos meios formais de sua origem para afirmarem a sua verdade. Para tanto usam requintadas maneiras políticas para fazerem circulara as suas civilizadas obras e concepções.

Wilson TIBÈRIO (923-2003 )
FIG.05 – Wilson Tibério migrou para a França e onde veio a falecer  em   2005 quando se preparava para rever a sua terra natal. Na sua fase da sua obra francesa emergiram as forças e os impulsos de suas origens e que a cultura francesa evoluída soube entender, promover e preservar como outro espaço e valor. O poeta Oliveira Silveira estava traduzindo uma autobiografia de Wilson Tibério escrita em francês quando a morte surpreendeu um após outro

Eles não tratam de perseguir o mito do TIPO africano puro na esteira da cineasta Leni RIEFENSTHAL (1902-2003) que se embrenhou fisicamente na África profunda para encontrar o polo oposto do TIPO ariano que ela havia exaltado e viu evaporar-se junto com a ideologia nazista.

Também não se trata de uma temeridade, de um capricho momentâneo ou apenas a busca de ser diferente. No Rio Grande do Sul não faltam concepções coerente provenientes das próprias raízes afro-sul-rio-grandense. Basta ler aquilo que o saudoso poeta Oliveira Silveira o deixou ou contemplar as o conjunto das obras plásticas  de Wilson Tibério (1923-2005).


FIG.06 – O artista sul-rio-grandense Gilberto PEGORARO (1941-2007) no final de sua existência produziu uma série de imagens de orixás e divindades africanas. Seguia os passos de Nelson Boeira Faedrich (1912-1994) e de Caribé (Hector Julio Paride Bernabó 1991-1997) que trataram deste tema.  Pegoraro, Faedrich e Caribé  realizaram a travessia inversa de Maglini, Wilson Tibério e o Carlão que retornaram às suas origens do universo africano após partirem de uma cultura alheia.

Trata-se de abrir os sentidos humanos e perceber cores, volumes, espaços, ritmos, sons, palavras e eventos potencialmente competentes para construir, sustentar e reproduzir obras diferentes das tradições e dos cânones consagrados, mas igualmente coerentes com  concepções universais. 


FIG.07 – Imagem produzida pelo artista sul-rio-grandense  Vitório Gheno numa viagem à Bahia em 1947. O fascínio dos elementos da estética afro-baiana vão muito além da indústria cultural, do turismo e do exotismo. Isto é atestado pelas presenças de artistas como o alemão Hansen Bahia ou de fotógrafo francês Pierre Verger.

IV-   MANIFESTAÕES no PLANO MUNDIAL

A cultura egípcia herdou os arquétipos africanos e os elevou para uma estética própria e única. Muitos faraós eram negros.

A cultura islâmica projetou as formas estéticas africanas para o sei Padrão Infinito’ e eliminando qualquer mimese figurativa.

O colonizador europeu percebia representação do demônio tanto nos rituais como nos ídolos afros.

O Cubismo foi buscar os arquétipos africanos e as transformou em pinturas e esculturas. A Arte Não figurativa redescobriu tanto o gesto expressionista com sentido m si mesmo, como o Padrão  Infinito amplamente disseminado pela decoração Art Decô. Neste meio tempo a Música africana informou os ritmos e as cadências das mais variadas tendências musicais que se projetam até o presente.


FIG.08 – Se conhece uma cultura pela sua mesa e pelamaneira desse trajar do seu povo.  Escravas de ganho urbanas produziam e vendiam os produtos da cozinha nas ruas e feiras. Estes produtos além de satisfazerem as necessidades humanas básicas são suporte estético para  seu visual, paladar e olfato. Na mesa sul rio-grandense tanto na estética como na economia a presença e a herança afro-sul-rio-grandense é marcante. Porém esta estética é mais presente e marcantes nos pratos e quitutes ofertados aos orixás.

V-     ARTE AFRO-RS

A Arte e a estética  Afro-sul-rio-grandense necessita iniciar pelo parcos meios sensoriais que sobreviveram à severa  heteronomia da escravidão. Entre estes parcos meios sobrou o gesto do seu corpo, a dança e o ritmo das palmas. Este repertório foi ampliado pela oralidade, o canto e as palavras chaves com que designavam as suas divindades. Transliteraram o sentido afro ancestral para as divindades e o panteão dos santos do seu captor. Sob o pretexto do rosário - que os ibéricos tinham recebido da herança islâmica e que muitos afros descendentes tinham aderido – forjou uma espécie de legalidade associativa paralela, mas profunda e subliminarmente controlado pelo sistema escravagista.

A franca criação plástica própria e autônoma iniciou com a libertação. É preciso destacar neste iniciar os materiais dos cultos.  Os códigos dos alimentos das oferendas formaram códigos plásticos próprios de cada entidade. As vestimentas, os adornos e os instrumentos musicais formaram um primeiro suporte e ganharam formas próprias e legíveis. A assinatura das obras pessoais teve de esperar o século XX. Nesta assinatura o escravo adotava o sobrenome do seu antigo proprietário por desconhecer a sua própria genealogia.


FIG.09 – A charqueada sul-rio-grandense era movida pela mão de obra escrava.  Os subprodutos esta atividade - como os miúdos -  satisfaziam as necessidades humanas básicas desta mão de obra. Eles  são o suporte da mesa sul afro-sul-rio-grandense.

  VI- REMOVER ENTULHOS

 A tarefa de remover entulhos conceituais, políticos e até físicos que acumularam sobre os índices da Arte  Afro-sul-rio-grandense é imensa e urgente. A memória da escravidão, das pesadas desqualificações, ainda vivas e ativas, somam-se a pobreza dos seus legítimos herdeiros. Os agentes da Arte  Afro-sul-rio-grandense não encontram  condições para se dedicarem, em tempo integral, à sua prática, estudo e reprodução ainda premidos pelas necessidades básicas da vida .

Entre os entulhos a serem removidos pode-se elencar.

1-          remover do enfoque do PROBLEMA da pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense  o velho e batido clichê do contraste BRANCO x PRETO e da estéril intriga se a escravidão gaúcha era mais ou menos branda em relação ao resto do Brasil;



2-          remover do tema da Arte Afro-sul-rio-grandense o enfoque, a preguiça ou a desculpa de que REVISÂO BIOGRAFICA do TEMA e  que não existem textos, atas, leis e poucos estudos meritórios e  que ainda não mereceram uma indexação lógica;



3-          remover os estreitos limites canônicos fixados na logística desta pesquisa focada em  materiais ricos e nobres específicos da obra da arte europeia e não coerentes com a vida destes artistas Afro-sul-rio-grandenses que produzem com materiais e técnicas não convencionais e canônicos da estética hegemônica;



4-           remover da mente do pesquisador os clássicos e canônicos recursos teóricos que pautam as planilhas na previsão das estratégias das operações de pesquisa, sistematização e de socialização das obras da Arte Afro-sul-rio-grandense cuja fonte e coerência partem  de recursos teóricos a estéticos diferentes;



5-          remover nesta pesquisas as PLANILHAS de CUSTOS que humilham o artista Afro-sul-rio-grandense, atemorizam seus familiares e que no final promovem apenas o pesquisador externo e que se julga no direito a estes emolumentos e fama decorrente.;  



6-          remover desta pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense a promessa vazia do mito da fama típica da indústria cultural vigente nos países hegemônicos e que estão acostumados com viradas culturais lastreados numa OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA constante e interminável de uma sólida oferta e procura;



7-            remover os tradicionais e os batidos PRUDUTOS da INDÚSTRIA CULTURAL das culturas hegemônicas sufocam, atemorizam ou são transformados em fetiches “pedagógicos”   como LIVROS e EXPOSIÇÂO que enchem as prateleiras enquanto as apresentações não passam de peças de marketing e propaganda cujo valor permanece neles mesmos e nos o artista honesto e coerente é apenas pretexto depois não se sustenta ao longo do tempo;

8-          remover destas peças de marketing e propaganda que atropelam as instituições na sua competência  teórica, estratégica e logística da pesquisa sem que favoreçam a origem como foi o caso do museus antropológicos dos países colonialistas que percebiam apenas o exotismo e a inferioridade da culturas de origem deste acervo;



9-          remover a burocracia das instituições depositárias e que não passam de meras carimbadoras burocráticas da parte logística e estratégica desta pseudo “pesquisa” sem fazerem parte do problema especifico devido a pouca e equivocada tradição na pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense;



10-       remover os temerários e os atravessadores da pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense que nela apenas buscam cargos e não entendem, ou não querem entender, as funções de um autêntico corpo profissional de pesquisadores, arquivistas e museólogos específicos da Arte Afro-sul-rio-grandense forjados e experimentados em pesquisas anteriores sobre o tema e com currículo e referências culturais coerentes com o objeto e do campo de pesquisa;

FIG.10 A longo de toda a sua existência o artista Carlos Alberto de Oliveira - carteiro de Novo Hamburgo - assumiu e foi coerente com a estética Afro Sul-rio-grandense. Além de nunca poder usufruir de tempo integral a sua vocação artística o ambiente no qual desenvolveu seu talento não estava preparado conceituamente para percebê-lo como valor em si. Nem o mercado profissional, as instituições de memória, de estudo e divulgação não estavam maduras para sua obra, Assim o carteiro artista embarcou na sina do sambista Heitor dos Prazeres.

VII-  CONCLUSÕES

Diante destes entulhos jogados sobre a riqueza, e  a potencialidade abrem-se dois cenários antagônicos para as tendências da Arte Afro-sul-rio-grandense. Um é a sua mitificação e no extremo oposto a sua naturalização. Na sua naturalização ela irá permanecer na escravidão e servidão de estéticas hegemônicos que irão julgá-la como apenas uma  corrupções da sua estética onisciente, eterna, onipotente e universal. Na mitificação ela se refugia numa torre de marfim onde também é cativa, espoliada e violentada por aqueles que se recusam a manter qualquer diálogo efetivo com o mundo externo.

No pior que pode acontecer é a sua obsolescência é deixa-la  debaixo dos entulhos da indiferença e da ignorância de suas potencialidades, suas exigências e as forças das contribuições no passado, no presente e no futuro.

FIG.11 – Maria Lídia dos Santos – a MAGLIANI -  tinha uma aguda consciência e os severos limites dos conceitos e da estética que as competências Afro Sul-rio-grandense lhe ofereciam. Tirou e estimulou as suas forças criativas destes mesmos limites.  Migrou ao Rio de Janeiro onde fixou o seu atelier no ambiente no Bairro Santa Teresa e desenvolveu a sua obra cercada pelos artistas ali radicados. Renato Rosa exerceu para ela o papel que Kahnweiler mantinha em relação à obra de Pablo Picasso. 

 FONTES IMPRESSAS


CORRÊA, Norton -Batuque no Rio Grande do Sul: antropologia de uma religião afro-rio-grandense. São Luís do Maranhão: CA- Cultura & Arte,208, 295 p.

LAYTANO, Dante (1908-2000) Festa de Nossa Senhora dos Navegantes: estudo de uma tradição das populações Afro-Brasileiras de Porto Alegre – Curitiba: Instituto Brasileiro de Educação e Ciência I.B.E.C.C. Vol. 6  1955 – 128 p.

LOPES Nei _ Enciclopédia  brasileira da Diáspora Africana. São            Paulo: Selo Negro, 2004, 698 p.

     ROSA, Renato. Dicionário de artes plásticas no Rio Grande do Sul-       Décio Presser (2ª e.) Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2000, 527 p

-------Magliani a solidão do corpo. Renato Rosa et alii. Porto Alegre: Pinacoteca Aldo Locatelli SMC-PMPOA, 2013,s/p.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

CARIBÉ (1911-1997)

CARLOS ALBERTO OLIVEIRA

DJALMA - CUNHA dos SANTOS - DO ALEGRETE (1931-1994)


EMANUEL ALVES de ARAÙJO

HANSEN BAHIA (1915-1978)

HEITOR dos PRAZERES (1898-1966)
 LENI RIEFENSTHAL (1902-2003) Cineasta

MANIFESTAÇÔES CULTURAIS e ARTÌSTICAS OCORRIDAS na DEPRESSÂO CENTRAL do RIO GRANDE do SUL

MESTRE JESUINO

OLIVEIRA SILVEIRA (1941-2009)
OLIVEIRA SILVEIRA no MEMORIAL da CÂMARA MUNICIPAL de PORTO ALEGRE

O NEGRO na LITERATURA BRASILEIRA

PEGORARO- Gilberto

PINTORES NEGROS BRASILEIROS

POVO do TERREIRO – Nova Petrópolis – RS


RITUAIS AFRO-SUL- RIO-GRANDENSES

RUBEM VALENTIM

VERGER, Pierre Edouard Leopold (1902-1996)

WILSON TIBÉRIO e o seu AUTORETRATO

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