CARLÃO
- Carlos Alberto do OLIVEIRA - 1951 - Sociedade
dos Negros
FIG.01 – O artista Carlos
Alberto de Oliveira (1951-2013) assumiu a estética Afro Sul-rio-grandense e foi coerente nela ao longo de toda a sua
existência. O pintor carteiro também foi temerário, como todo artista o é, em nome de uma civilização.
I-
INTRODUÇÃO ao TEMA
A humanidade possui o
seu berço na África. A humanidade - em qualquer cultura - criou e cercou-se de
um mundo de símbolos e índices que subjazem às mais requintadas, ricas e
poderosas civilizações. A marcha da humanidade - através dos tempos e novos
espaços - é acompanhada por guerras simbólicas, comparações odiosas e
desqualificações culturais recíprocas. Estas guerras e desqualificação dos
símbolos do OUTRO são provoca e conduzidas pelo mais forte, ágil e astato. Abre
espaço e condições para implantar o seu próprio repertório e desqualifica todos
os concorrentes. Qualquer cultura em
qualquer tempo e lugar possui este projeto que considera primordial para a sua
afirmação e reprodução. A Arte Afro-sul-rio-grandense não escapou a esta sina
tanto no aspecto passivo como no ativo.
MAGLIANI,
Maria Lídia dos Santos (1946-2012 ) -
pintando
FIG.01 – Lutando contra
todos os preconceitos, pobreza e sem cotas na universiade, a artista Maria
Lidia dos Santos (1946-2012) - que assinava suas obras como MAGLIANI - foi fiel
aos conceitos e com aestética Afro Sul-rio-grandense. Com formação erudita
no IA-UFRGS, sabia o que devia pintar e o que devia evitar no espaço
cultural historicamente dominado por tendências hegemônicas euro-cêntricas.
II- REVISÃO
Para perceber esta
guerra simbólica - travada pela Arte
Afro-sul-rio-grandense - há necessidade de dilatar o olhar e buscar rever alguns
pontos nos quais ela evoluiu da passividade para a sua afirmação ativa. Nesta
dilatação ajuda perceber o choque da cultura europeia diante da ruptura diante
da Arte descoberta em Altamira e Lascaux. As obras destas, e outras cavernas, evidenciaram
um mundo surpreendente de milhares de anos atrás e que as culturas mais
evoluídas nem suspeitavam. Porém estas obras destas cavernas estão muito
próximas do homem e de sua cultura e estética contemporânea. O berço africano
da humanidade de 2 milhões de anos não recebeu ainda o mesmo esforço que mereceram os 40.000
mil anos da cavernas europeias. Acertadamente Pablo Picasso colocou na raiz da
estética de sua obra as tendências que assenta nesta profunda estética de
matriz africana. O mesmo pode ser dito das riquíssimas matrizes musicais,
danças e rituais que revolucionaram as percepções humanas contemporâneas. A era
industrial - ao impor os seus ritmos, as suas cores e a sua lógica - descobriu
a sua simetria na lógica, na sintaxe e no sentido das raízes da estética afras.
Foto
de LUNARA, ( Luis do Nascimento Ramos
1854-1937 ) – cena da periferia de Porto Alegre
FIG.03 – A pior fase que a
estética Afro Sul-rio-grandense passou quando os escravos foram libertados sem
indenização de espécie alguma e tiveram de recomeçara as suas vidas da estaca
econômica zero. Analfabetos, sem trabalho fixo e sem terra formaram quilombos
que não regrados nem pela vida da tribo africana e muito menos cabiam nos
padrões ocidentais.
III- FUNDAMENTOS
Neste sentido, lógica e
necessidade a estética
Afro-sul-rio-grandense necessita de uma ruptura estética e conceitual com a
clássica cultura europeia hegemônica. Ruptura para dar-se conta do que aquilo
que a Arte Afro-sul-rio-grandense cultiva é diferente dos paradigmas
hegemônicos. Ruptura com paradigmas das próprias percepções eurocêntricas. Admitir
percepções de mundo distintas das suas próprias das quais é portador. Admitir
forças estéticas distintas das suas e competentes para produzir obras sob o
impulso de necessidades, sentidos e forças distintas das hegemônicas e de moda.
Suspender os seus próprios juízos de valores das narrativas das quais se nutre,
constrói e reproduz. Admitir que existem, num outro espaço e tempo, outras
forças, cânones e legitimidade competentes também para se nutrir, construir e
reproduzir em obras de arte.
Wilson
TIBÈRIO (923-2003 ) e
o seu AUTORETRATO 1941 Pinacoteca Barão
de Santo Ângelo IA-UFRGS
FIG.04 – Nascido em Porto
Alegre, na Rua da Paia a beira da água e de mãe lavadeira Wilson Tibério (1923-2005)
foi escolhido, em Paris, como embaixador da estética da cultura afro para
representar a cultura francesa em Moscou e Pequim. Com formação erudita
soube conduzir a sua obra para as mais puras vertentes africanas e contornando
o espaço cultural dominado historicamente por tendências hegemônicas
eurocêntricas que ele conhecia e dominava como é visível neste seu autorretrato.
No Brasil este exercício
teve êxito nas obras de Caribé e Hansen Bahia e no Rio Grande do Sul nas obras
de Gilberto Pegoraro (1941-2007) que não sendo afrodescendentes se nutriram,
construíram e reproduziram obras de arte sob o impulso da estética matriz da
humanidade. No entanto a coerência dos artistas afrodescendentes Emanuel Alves
de Araújo e Ruben Valentim possuem
ressonâncias de origem coerência formais
únicas. Sem se furtarem aos necessários
diálogos com outras tendências estéticas, não perdem ou renegam as suas origens
e suas motivações. Recorrem aos meios formais de sua origem para afirmarem a
sua verdade. Para tanto usam requintadas maneiras políticas para fazerem
circulara as suas civilizadas obras e concepções.
Wilson TIBÈRIO (923-2003 )
FIG.05 – Wilson Tibério
migrou para a França e onde veio a falecer
em 2005 quando se preparava para
rever a sua terra natal. Na sua fase da sua obra francesa emergiram as forças e os
impulsos de suas origens e que a cultura francesa evoluída soube entender,
promover e preservar como outro espaço e valor. O poeta Oliveira Silveira
estava traduzindo uma autobiografia de Wilson Tibério escrita em francês quando
a morte surpreendeu um após outro
Eles não tratam de
perseguir o mito do TIPO africano puro na esteira da cineasta Leni RIEFENSTHAL
(1902-2003) que se embrenhou fisicamente na África profunda para encontrar o
polo oposto do TIPO ariano que ela havia exaltado e viu evaporar-se junto com a
ideologia nazista.
Também não se trata de
uma temeridade, de um capricho momentâneo ou apenas a busca de ser diferente.
No Rio Grande do Sul não faltam concepções coerente provenientes das próprias raízes
afro-sul-rio-grandense. Basta ler aquilo que o saudoso poeta Oliveira Silveira o
deixou ou contemplar as o conjunto das obras plásticas de Wilson Tibério (1923-2005).
FIG.06 – O artista
sul-rio-grandense Gilberto PEGORARO (1941-2007) no final de sua existência
produziu uma série de imagens de orixás e divindades africanas. Seguia os
passos de Nelson Boeira Faedrich (1912-1994) e de Caribé (Hector Julio Paride
Bernabó 1991-1997) que trataram deste tema. Pegoraro, Faedrich e Caribé realizaram a travessia inversa de Maglini, Wilson
Tibério e o Carlão que retornaram às suas origens do universo africano após
partirem de uma cultura alheia.
Trata-se de abrir os
sentidos humanos e perceber cores, volumes, espaços, ritmos, sons, palavras e
eventos potencialmente competentes para construir, sustentar e reproduzir obras
diferentes das tradições e dos cânones consagrados, mas igualmente coerentes
com concepções universais.
FIG.07 – Imagem produzida
pelo artista sul-rio-grandense Vitório
Gheno numa viagem à Bahia em 1947. O fascínio dos elementos da estética
afro-baiana vão muito além da indústria cultural, do turismo e do exotismo. Isto é atestado pelas
presenças de artistas como o alemão Hansen Bahia ou de fotógrafo francês Pierre
Verger.
IV- MANIFESTAÕES no PLANO MUNDIAL
A cultura egípcia herdou
os arquétipos africanos e os elevou para uma estética própria e única. Muitos
faraós eram negros.
A cultura islâmica
projetou as formas estéticas africanas para o sei Padrão Infinito’ e eliminando
qualquer mimese figurativa.
O colonizador europeu
percebia representação do demônio tanto nos rituais como nos ídolos afros.
O Cubismo foi buscar os arquétipos
africanos e as transformou em pinturas e esculturas. A Arte Não figurativa redescobriu
tanto o gesto expressionista com sentido m si mesmo, como o Padrão Infinito amplamente disseminado pela decoração
Art Decô. Neste meio tempo a Música africana informou os ritmos e as cadências
das mais variadas tendências musicais que se projetam até o presente.
FIG.08 – Se conhece uma
cultura pela sua mesa e pelamaneira desse trajar do seu povo. Escravas de ganho urbanas produziam e vendiam
os produtos da cozinha nas ruas e feiras.
Estes produtos além de satisfazerem as necessidades humanas básicas são
suporte estético para seu visual,
paladar e olfato. Na mesa sul rio-grandense tanto na estética como na economia
a presença e a herança afro-sul-rio-grandense é marcante. Porém esta estética é
mais presente e marcantes nos pratos e quitutes ofertados aos orixás.
V- ARTE AFRO-RS
A Arte e a estética Afro-sul-rio-grandense necessita iniciar pelo
parcos meios sensoriais que sobreviveram à severa heteronomia da escravidão. Entre estes parcos
meios sobrou o gesto do seu corpo, a dança e o ritmo das palmas. Este
repertório foi ampliado pela oralidade, o canto e as palavras chaves com que
designavam as suas divindades. Transliteraram o sentido afro ancestral para as
divindades e o panteão dos santos do seu captor. Sob o pretexto do rosário - que
os ibéricos tinham recebido da herança islâmica e que muitos afros descendentes
tinham aderido – forjou uma espécie de legalidade associativa paralela, mas
profunda e subliminarmente controlado pelo sistema escravagista.
A franca criação
plástica própria e autônoma iniciou com a libertação. É preciso destacar neste
iniciar os materiais dos cultos. Os
códigos dos alimentos das oferendas formaram códigos plásticos próprios de cada
entidade. As vestimentas, os adornos e os instrumentos musicais formaram um
primeiro suporte e ganharam formas próprias e legíveis. A assinatura das obras
pessoais teve de esperar o século XX. Nesta assinatura o escravo adotava o
sobrenome do seu antigo proprietário por desconhecer a sua própria genealogia.
FIG.09 – A charqueada
sul-rio-grandense era movida pela mão de obra escrava. Os subprodutos esta atividade - como os miúdos
- satisfaziam as necessidades humanas
básicas desta mão de obra. Eles são o
suporte da mesa sul afro-sul-rio-grandense.
VI- REMOVER
ENTULHOS
A tarefa de remover entulhos conceituais,
políticos e até físicos que acumularam sobre os índices da Arte Afro-sul-rio-grandense é imensa e urgente. A
memória da escravidão, das pesadas desqualificações, ainda vivas e ativas, somam-se
a pobreza dos seus legítimos herdeiros. Os agentes da Arte Afro-sul-rio-grandense não encontram condições para se dedicarem, em tempo
integral, à sua prática, estudo e reprodução ainda premidos pelas necessidades
básicas da vida .
Entre os entulhos a
serem removidos pode-se elencar.
1-
remover
do enfoque do PROBLEMA da pesquisa da
Arte Afro-sul-rio-grandense o velho e
batido clichê do contraste BRANCO x PRETO e da estéril intriga se a escravidão
gaúcha era mais ou menos branda em relação ao resto do Brasil;
2-
remover
do tema da Arte Afro-sul-rio-grandense o enfoque, a preguiça ou a desculpa de
que REVISÂO BIOGRAFICA do TEMA e que não existem textos, atas, leis e poucos estudos
meritórios e que ainda não mereceram uma
indexação lógica;
3-
remover
os estreitos limites canônicos fixados na logística
desta pesquisa focada em materiais
ricos e nobres específicos da obra da arte europeia e não coerentes com a vida destes
artistas Afro-sul-rio-grandenses que produzem com materiais e técnicas não
convencionais e canônicos da estética hegemônica;
4-
remover da mente do pesquisador os clássicos e
canônicos recursos teóricos que pautam as
planilhas na previsão das
estratégias das operações de pesquisa, sistematização e de socialização das
obras da Arte Afro-sul-rio-grandense cuja fonte e coerência partem de recursos teóricos a estéticos diferentes;
5-
remover
nesta pesquisas as PLANILHAS de CUSTOS
que humilham o artista Afro-sul-rio-grandense, atemorizam seus familiares e que
no final promovem apenas o pesquisador externo e que se julga no direito a
estes emolumentos e fama decorrente.;
6-
remover
desta pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense a promessa vazia do mito da fama
típica da indústria cultural vigente nos países hegemônicos e que estão
acostumados com viradas culturais lastreados numa OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA constante e interminável de uma sólida
oferta e procura;
7-
remover
os tradicionais e os batidos PRUDUTOS da INDÚSTRIA CULTURAL das culturas
hegemônicas sufocam, atemorizam ou são transformados em fetiches “pedagógicos” como LIVROS
e EXPOSIÇÂO que enchem as prateleiras enquanto as apresentações não passam de
peças de marketing e propaganda cujo valor permanece neles mesmos e nos o
artista honesto e coerente é apenas pretexto depois não se sustenta ao longo do
tempo;
8-
remover
destas peças de marketing e propaganda que atropelam as instituições na sua
competência teórica, estratégica e
logística da pesquisa sem que favoreçam a origem como foi o caso do museus
antropológicos dos países colonialistas que percebiam apenas o exotismo e a
inferioridade da culturas de origem deste acervo;
9-
remover
a burocracia das instituições depositárias e que não passam de meras carimbadoras burocráticas da parte
logística e estratégica desta pseudo “pesquisa” sem fazerem parte do
problema especifico devido a pouca e equivocada tradição na pesquisa da Arte
Afro-sul-rio-grandense;
10- remover os temerários e os
atravessadores da pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense que nela apenas
buscam cargos e não entendem, ou não querem entender, as funções de um autêntico
corpo profissional de pesquisadores, arquivistas e museólogos específicos da
Arte Afro-sul-rio-grandense forjados e experimentados em pesquisas anteriores sobre o tema e com currículo e referências
culturais coerentes com o objeto e do campo de pesquisa;
FIG.10 – A longo de toda a sua existência o artista
Carlos Alberto de Oliveira - carteiro de Novo Hamburgo - assumiu e foi coerente
com a estética Afro Sul-rio-grandense. Além de nunca poder usufruir de tempo
integral a sua vocação artística o ambiente no qual desenvolveu seu talento não
estava preparado conceituamente para percebê-lo como valor em si. Nem o mercado
profissional, as instituições de memória, de estudo e divulgação não estavam
maduras para sua obra, Assim o carteiro artista embarcou na sina do sambista
Heitor dos Prazeres.
VII- CONCLUSÕES
Diante destes entulhos
jogados sobre a riqueza, e a
potencialidade abrem-se dois cenários antagônicos para as tendências da Arte
Afro-sul-rio-grandense. Um é a sua mitificação e no extremo oposto a sua
naturalização. Na sua naturalização ela irá permanecer na escravidão e servidão
de estéticas hegemônicos que irão julgá-la como apenas uma corrupções da sua estética onisciente, eterna,
onipotente e universal. Na mitificação ela se refugia numa torre de marfim onde
também é cativa, espoliada e violentada por aqueles que se recusam a manter
qualquer diálogo efetivo com o mundo externo.
No pior que pode
acontecer é a sua obsolescência é deixa-la debaixo dos entulhos da indiferença e da
ignorância de suas potencialidades, suas exigências e as forças das contribuições
no passado, no presente e no futuro.
FIG.11 – Maria Lídia dos
Santos – a MAGLIANI - tinha uma aguda consciência
e os severos limites dos conceitos e da estética que as competências Afro
Sul-rio-grandense lhe ofereciam. Tirou e estimulou as suas forças criativas destes mesmos
limites. Migrou ao Rio de Janeiro onde
fixou o seu atelier no ambiente no Bairro Santa Teresa e desenvolveu a sua obra cercada pelos artistas ali radicados. Renato Rosa exerceu para
ela o papel que Kahnweiler mantinha em relação à obra de Pablo Picasso.
FONTES IMPRESSAS
CORRÊA, Norton
-Batuque no Rio Grande do Sul: antropologia
de uma religião afro-rio-grandense. São Luís do Maranhão: CA- Cultura &
Arte,208, 295 p.
LAYTANO, Dante (1908-2000) Festa de
Nossa Senhora dos Navegantes: estudo de uma tradição das populações
Afro-Brasileiras de Porto Alegre – Curitiba: Instituto Brasileiro de
Educação e Ciência I.B.E.C.C. Vol. 6
1955 – 128 p.
ROSA, Renato. Dicionário de artes plásticas no
Rio Grande do Sul- Décio Presser (2ª e.) Porto Alegre: Ed.
Universidade/UFRGS, 2000, 527 p
– -------Magliani
a solidão do corpo. Renato Rosa et alii. Porto Alegre: Pinacoteca Aldo
Locatelli SMC-PMPOA, 2013,s/p.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
CARIBÉ
(1911-1997)
CARLOS
ALBERTO OLIVEIRA
EMANUEL
ALVES de ARAÙJO
HANSEN BAHIA
(1915-1978)
HEITOR
dos PRAZERES (1898-1966)
MANIFESTAÇÔES
CULTURAIS e ARTÌSTICAS OCORRIDAS na DEPRESSÂO CENTRAL do RIO GRANDE do SUL
MESTRE
JESUINO
OLIVEIRA
SILVEIRA (1941-2009)
OLIVEIRA
SILVEIRA no MEMORIAL da CÂMARA MUNICIPAL de PORTO ALEGRE
O
NEGRO na LITERATURA BRASILEIRA
PEGORARO-
Gilberto
PINTORES
NEGROS BRASILEIROS
POVO
do TERREIRO – Nova Petrópolis – RS
RITUAIS
AFRO-SUL- RIO-GRANDENSES
RUBEM
VALENTIM
VERGER, Pierre
Edouard Leopold (1902-1996)
WILSON
TIBÉRIO e o seu AUTORETRATO
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