sábado, 15 de fevereiro de 2014

082- ISTO é ARTE



ESTÉTICA AFRO-SUL-RIO-GRANDENSE

CARLÃO - Carlos Alberto do OLIVEIRA - 1951 - Sociedade  dos Negros
FIG.01 – O artista Carlos Alberto de Oliveira (1951-2013) assumiu a estética Afro Sul-rio-grandense  e foi coerente nela ao longo de toda a sua existência. O pintor carteiro também foi temerário, como todo artista o é,  em nome de uma civilização.


I-           INTRODUÇÃO ao TEMA

A humanidade possui o seu berço na África. A humanidade - em qualquer cultura - criou e cercou-se de um mundo de símbolos e índices que subjazem às mais requintadas, ricas e poderosas civilizações. A marcha da humanidade - através dos tempos e novos espaços - é acompanhada por guerras simbólicas, comparações odiosas e desqualificações culturais recíprocas. Estas guerras e desqualificação dos símbolos do OUTRO são provoca e conduzidas pelo mais forte, ágil e astato. Abre espaço e condições para implantar o seu próprio repertório e desqualifica todos os concorrentes.  Qualquer cultura em qualquer tempo e lugar possui este projeto que considera primordial para a sua afirmação e reprodução. A Arte Afro-sul-rio-grandense não escapou a esta sina tanto no aspecto passivo como no ativo.

MAGLIANI, Maria Lídia dos Santos  (1946-2012 ) - pintando
FIG.01 – Lutando contra todos os preconceitos, pobreza e sem cotas na universiade, a artista Maria Lidia dos Santos (1946-2012) - que assinava suas obras como MAGLIANI - foi fiel aos conceitos e com aestética Afro Sul-rio-grandense. Com formação erudita no IA-UFRGS, sabia o que devia pintar e o que devia evitar no espaço cultural historicamente dominado por tendências hegemônicas euro-cêntricas.

II-    REVISÃO

Para perceber esta guerra simbólica - travada pela  Arte Afro-sul-rio-grandense - há necessidade de dilatar o olhar e buscar rever alguns pontos nos quais ela evoluiu da passividade para a sua afirmação ativa. Nesta dilatação ajuda perceber o choque da cultura europeia diante da ruptura diante da Arte descoberta em Altamira e Lascaux. As obras destas, e outras cavernas, evidenciaram um mundo surpreendente de milhares de anos atrás e que as culturas mais evoluídas nem suspeitavam. Porém estas obras destas cavernas estão muito próximas do homem e de sua cultura e estética contemporânea. O berço africano da humanidade de 2 milhões de anos não recebeu  ainda o mesmo esforço que mereceram os 40.000 mil anos da cavernas europeias. Acertadamente Pablo Picasso colocou na raiz da estética de sua obra as tendências que assenta nesta profunda estética de matriz africana. O mesmo pode ser dito das riquíssimas matrizes musicais, danças e rituais que revolucionaram as percepções humanas contemporâneas. A era industrial - ao impor os seus ritmos, as suas cores e a sua lógica - descobriu a sua simetria na lógica, na sintaxe e no sentido das raízes da estética afras.


Foto de LUNARA,  ( Luis do Nascimento Ramos 1854-1937 ) – cena da periferia de Porto Alegre
FIG.03 – A pior fase que a estética Afro Sul-rio-grandense passou quando os escravos foram libertados sem indenização de espécie alguma e tiveram de recomeçara as suas vidas da estaca econômica zero. Analfabetos, sem trabalho fixo e sem terra formaram quilombos que não regrados nem pela vida da tribo africana e muito menos cabiam nos padrões ocidentais.


III-  FUNDAMENTOS

Neste sentido, lógica e necessidade a  estética Afro-sul-rio-grandense necessita de uma ruptura estética e conceitual com a clássica cultura europeia hegemônica. Ruptura para dar-se conta do que aquilo que a Arte Afro-sul-rio-grandense cultiva é diferente dos paradigmas hegemônicos. Ruptura com paradigmas das próprias percepções eurocêntricas. Admitir percepções de mundo distintas das suas próprias das quais é portador. Admitir forças estéticas distintas das suas e competentes para produzir obras sob o impulso de necessidades, sentidos e forças distintas das hegemônicas e de moda. Suspender os seus próprios juízos de valores das narrativas das quais se nutre, constrói e reproduz. Admitir que existem, num outro espaço e tempo, outras forças, cânones e legitimidade competentes também para se nutrir, construir e reproduzir em obras de arte. 


Wilson TIBÈRIO (923-2003 ) e o seu AUTORETRATO  1941 Pinacoteca Barão de Santo Ângelo  IA-UFRGS
FIG.04 – Nascido em Porto Alegre, na Rua da Paia a beira da água e de mãe lavadeira Wilson Tibério (1923-2005) foi escolhido, em Paris, como embaixador da estética da cultura afro para representar a cultura francesa em Moscou e Pequim. Com formação erudita soube conduzir a sua obra para as mais puras vertentes africanas e contornando o espaço cultural dominado historicamente por tendências hegemônicas eurocêntricas que ele conhecia e dominava como é  visível neste seu autorretrato.



No Brasil este exercício teve êxito nas obras de Caribé e Hansen Bahia e no Rio Grande do Sul nas obras de Gilberto Pegoraro (1941-2007) que não sendo afrodescendentes se nutriram, construíram e reproduziram obras de arte sob o impulso da estética matriz da humanidade. No entanto a coerência dos artistas afrodescendentes Emanuel Alves de Araújo e  Ruben Valentim possuem ressonâncias de origem  coerência formais únicas. Sem se furtarem  aos necessários diálogos com outras tendências estéticas, não perdem ou renegam as suas origens e suas motivações. Recorrem aos meios formais de sua origem para afirmarem a sua verdade. Para tanto usam requintadas maneiras políticas para fazerem circulara as suas civilizadas obras e concepções.

Wilson TIBÈRIO (923-2003 )
FIG.05 – Wilson Tibério migrou para a França e onde veio a falecer  em   2005 quando se preparava para rever a sua terra natal. Na sua fase da sua obra francesa emergiram as forças e os impulsos de suas origens e que a cultura francesa evoluída soube entender, promover e preservar como outro espaço e valor. O poeta Oliveira Silveira estava traduzindo uma autobiografia de Wilson Tibério escrita em francês quando a morte surpreendeu um após outro

Eles não tratam de perseguir o mito do TIPO africano puro na esteira da cineasta Leni RIEFENSTHAL (1902-2003) que se embrenhou fisicamente na África profunda para encontrar o polo oposto do TIPO ariano que ela havia exaltado e viu evaporar-se junto com a ideologia nazista.

Também não se trata de uma temeridade, de um capricho momentâneo ou apenas a busca de ser diferente. No Rio Grande do Sul não faltam concepções coerente provenientes das próprias raízes afro-sul-rio-grandense. Basta ler aquilo que o saudoso poeta Oliveira Silveira o deixou ou contemplar as o conjunto das obras plásticas  de Wilson Tibério (1923-2005).


FIG.06 – O artista sul-rio-grandense Gilberto PEGORARO (1941-2007) no final de sua existência produziu uma série de imagens de orixás e divindades africanas. Seguia os passos de Nelson Boeira Faedrich (1912-1994) e de Caribé (Hector Julio Paride Bernabó 1991-1997) que trataram deste tema.  Pegoraro, Faedrich e Caribé  realizaram a travessia inversa de Maglini, Wilson Tibério e o Carlão que retornaram às suas origens do universo africano após partirem de uma cultura alheia.

Trata-se de abrir os sentidos humanos e perceber cores, volumes, espaços, ritmos, sons, palavras e eventos potencialmente competentes para construir, sustentar e reproduzir obras diferentes das tradições e dos cânones consagrados, mas igualmente coerentes com  concepções universais. 


FIG.07 – Imagem produzida pelo artista sul-rio-grandense  Vitório Gheno numa viagem à Bahia em 1947. O fascínio dos elementos da estética afro-baiana vão muito além da indústria cultural, do turismo e do exotismo. Isto é atestado pelas presenças de artistas como o alemão Hansen Bahia ou de fotógrafo francês Pierre Verger.

IV-   MANIFESTAÕES no PLANO MUNDIAL

A cultura egípcia herdou os arquétipos africanos e os elevou para uma estética própria e única. Muitos faraós eram negros.

A cultura islâmica projetou as formas estéticas africanas para o sei Padrão Infinito’ e eliminando qualquer mimese figurativa.

O colonizador europeu percebia representação do demônio tanto nos rituais como nos ídolos afros.

O Cubismo foi buscar os arquétipos africanos e as transformou em pinturas e esculturas. A Arte Não figurativa redescobriu tanto o gesto expressionista com sentido m si mesmo, como o Padrão  Infinito amplamente disseminado pela decoração Art Decô. Neste meio tempo a Música africana informou os ritmos e as cadências das mais variadas tendências musicais que se projetam até o presente.


FIG.08 – Se conhece uma cultura pela sua mesa e pelamaneira desse trajar do seu povo.  Escravas de ganho urbanas produziam e vendiam os produtos da cozinha nas ruas e feiras. Estes produtos além de satisfazerem as necessidades humanas básicas são suporte estético para  seu visual, paladar e olfato. Na mesa sul rio-grandense tanto na estética como na economia a presença e a herança afro-sul-rio-grandense é marcante. Porém esta estética é mais presente e marcantes nos pratos e quitutes ofertados aos orixás.

V-     ARTE AFRO-RS

A Arte e a estética  Afro-sul-rio-grandense necessita iniciar pelo parcos meios sensoriais que sobreviveram à severa  heteronomia da escravidão. Entre estes parcos meios sobrou o gesto do seu corpo, a dança e o ritmo das palmas. Este repertório foi ampliado pela oralidade, o canto e as palavras chaves com que designavam as suas divindades. Transliteraram o sentido afro ancestral para as divindades e o panteão dos santos do seu captor. Sob o pretexto do rosário - que os ibéricos tinham recebido da herança islâmica e que muitos afros descendentes tinham aderido – forjou uma espécie de legalidade associativa paralela, mas profunda e subliminarmente controlado pelo sistema escravagista.

A franca criação plástica própria e autônoma iniciou com a libertação. É preciso destacar neste iniciar os materiais dos cultos.  Os códigos dos alimentos das oferendas formaram códigos plásticos próprios de cada entidade. As vestimentas, os adornos e os instrumentos musicais formaram um primeiro suporte e ganharam formas próprias e legíveis. A assinatura das obras pessoais teve de esperar o século XX. Nesta assinatura o escravo adotava o sobrenome do seu antigo proprietário por desconhecer a sua própria genealogia.


FIG.09 – A charqueada sul-rio-grandense era movida pela mão de obra escrava.  Os subprodutos esta atividade - como os miúdos -  satisfaziam as necessidades humanas básicas desta mão de obra. Eles  são o suporte da mesa sul afro-sul-rio-grandense.

  VI- REMOVER ENTULHOS

 A tarefa de remover entulhos conceituais, políticos e até físicos que acumularam sobre os índices da Arte  Afro-sul-rio-grandense é imensa e urgente. A memória da escravidão, das pesadas desqualificações, ainda vivas e ativas, somam-se a pobreza dos seus legítimos herdeiros. Os agentes da Arte  Afro-sul-rio-grandense não encontram  condições para se dedicarem, em tempo integral, à sua prática, estudo e reprodução ainda premidos pelas necessidades básicas da vida .

Entre os entulhos a serem removidos pode-se elencar.

1-          remover do enfoque do PROBLEMA da pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense  o velho e batido clichê do contraste BRANCO x PRETO e da estéril intriga se a escravidão gaúcha era mais ou menos branda em relação ao resto do Brasil;



2-          remover do tema da Arte Afro-sul-rio-grandense o enfoque, a preguiça ou a desculpa de que REVISÂO BIOGRAFICA do TEMA e  que não existem textos, atas, leis e poucos estudos meritórios e  que ainda não mereceram uma indexação lógica;



3-          remover os estreitos limites canônicos fixados na logística desta pesquisa focada em  materiais ricos e nobres específicos da obra da arte europeia e não coerentes com a vida destes artistas Afro-sul-rio-grandenses que produzem com materiais e técnicas não convencionais e canônicos da estética hegemônica;



4-           remover da mente do pesquisador os clássicos e canônicos recursos teóricos que pautam as planilhas na previsão das estratégias das operações de pesquisa, sistematização e de socialização das obras da Arte Afro-sul-rio-grandense cuja fonte e coerência partem  de recursos teóricos a estéticos diferentes;



5-          remover nesta pesquisas as PLANILHAS de CUSTOS que humilham o artista Afro-sul-rio-grandense, atemorizam seus familiares e que no final promovem apenas o pesquisador externo e que se julga no direito a estes emolumentos e fama decorrente.;  



6-          remover desta pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense a promessa vazia do mito da fama típica da indústria cultural vigente nos países hegemônicos e que estão acostumados com viradas culturais lastreados numa OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA constante e interminável de uma sólida oferta e procura;



7-            remover os tradicionais e os batidos PRUDUTOS da INDÚSTRIA CULTURAL das culturas hegemônicas sufocam, atemorizam ou são transformados em fetiches “pedagógicos”   como LIVROS e EXPOSIÇÂO que enchem as prateleiras enquanto as apresentações não passam de peças de marketing e propaganda cujo valor permanece neles mesmos e nos o artista honesto e coerente é apenas pretexto depois não se sustenta ao longo do tempo;

8-          remover destas peças de marketing e propaganda que atropelam as instituições na sua competência  teórica, estratégica e logística da pesquisa sem que favoreçam a origem como foi o caso do museus antropológicos dos países colonialistas que percebiam apenas o exotismo e a inferioridade da culturas de origem deste acervo;



9-          remover a burocracia das instituições depositárias e que não passam de meras carimbadoras burocráticas da parte logística e estratégica desta pseudo “pesquisa” sem fazerem parte do problema especifico devido a pouca e equivocada tradição na pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense;



10-       remover os temerários e os atravessadores da pesquisa da Arte Afro-sul-rio-grandense que nela apenas buscam cargos e não entendem, ou não querem entender, as funções de um autêntico corpo profissional de pesquisadores, arquivistas e museólogos específicos da Arte Afro-sul-rio-grandense forjados e experimentados em pesquisas anteriores sobre o tema e com currículo e referências culturais coerentes com o objeto e do campo de pesquisa;

FIG.10 A longo de toda a sua existência o artista Carlos Alberto de Oliveira - carteiro de Novo Hamburgo - assumiu e foi coerente com a estética Afro Sul-rio-grandense. Além de nunca poder usufruir de tempo integral a sua vocação artística o ambiente no qual desenvolveu seu talento não estava preparado conceituamente para percebê-lo como valor em si. Nem o mercado profissional, as instituições de memória, de estudo e divulgação não estavam maduras para sua obra, Assim o carteiro artista embarcou na sina do sambista Heitor dos Prazeres.

VII-  CONCLUSÕES

Diante destes entulhos jogados sobre a riqueza, e  a potencialidade abrem-se dois cenários antagônicos para as tendências da Arte Afro-sul-rio-grandense. Um é a sua mitificação e no extremo oposto a sua naturalização. Na sua naturalização ela irá permanecer na escravidão e servidão de estéticas hegemônicos que irão julgá-la como apenas uma  corrupções da sua estética onisciente, eterna, onipotente e universal. Na mitificação ela se refugia numa torre de marfim onde também é cativa, espoliada e violentada por aqueles que se recusam a manter qualquer diálogo efetivo com o mundo externo.

No pior que pode acontecer é a sua obsolescência é deixa-la  debaixo dos entulhos da indiferença e da ignorância de suas potencialidades, suas exigências e as forças das contribuições no passado, no presente e no futuro.

FIG.11 – Maria Lídia dos Santos – a MAGLIANI -  tinha uma aguda consciência e os severos limites dos conceitos e da estética que as competências Afro Sul-rio-grandense lhe ofereciam. Tirou e estimulou as suas forças criativas destes mesmos limites.  Migrou ao Rio de Janeiro onde fixou o seu atelier no ambiente no Bairro Santa Teresa e desenvolveu a sua obra cercada pelos artistas ali radicados. Renato Rosa exerceu para ela o papel que Kahnweiler mantinha em relação à obra de Pablo Picasso. 

 FONTES IMPRESSAS


CORRÊA, Norton -Batuque no Rio Grande do Sul: antropologia de uma religião afro-rio-grandense. São Luís do Maranhão: CA- Cultura & Arte,208, 295 p.

LAYTANO, Dante (1908-2000) Festa de Nossa Senhora dos Navegantes: estudo de uma tradição das populações Afro-Brasileiras de Porto Alegre – Curitiba: Instituto Brasileiro de Educação e Ciência I.B.E.C.C. Vol. 6  1955 – 128 p.

LOPES Nei _ Enciclopédia  brasileira da Diáspora Africana. São            Paulo: Selo Negro, 2004, 698 p.

     ROSA, Renato. Dicionário de artes plásticas no Rio Grande do Sul-       Décio Presser (2ª e.) Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2000, 527 p

-------Magliani a solidão do corpo. Renato Rosa et alii. Porto Alegre: Pinacoteca Aldo Locatelli SMC-PMPOA, 2013,s/p.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

CARIBÉ (1911-1997)

CARLOS ALBERTO OLIVEIRA

DJALMA - CUNHA dos SANTOS - DO ALEGRETE (1931-1994)


EMANUEL ALVES de ARAÙJO

HANSEN BAHIA (1915-1978)

HEITOR dos PRAZERES (1898-1966)
 LENI RIEFENSTHAL (1902-2003) Cineasta

MANIFESTAÇÔES CULTURAIS e ARTÌSTICAS OCORRIDAS na DEPRESSÂO CENTRAL do RIO GRANDE do SUL

MESTRE JESUINO

OLIVEIRA SILVEIRA (1941-2009)
OLIVEIRA SILVEIRA no MEMORIAL da CÂMARA MUNICIPAL de PORTO ALEGRE

O NEGRO na LITERATURA BRASILEIRA

PEGORARO- Gilberto

PINTORES NEGROS BRASILEIROS

POVO do TERREIRO – Nova Petrópolis – RS


RITUAIS AFRO-SUL- RIO-GRANDENSES

RUBEM VALENTIM

VERGER, Pierre Edouard Leopold (1902-1996)

WILSON TIBÉRIO e o seu AUTORETRATO

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