SUMÁRIO
das 10 POSTAGENS e as suas CONEXÕES DIGITAIS
001 - ARTE - brasilidade e
germanidade –
Fig.
01 – Uma das imagens mais antigas sobre o Brasil, produzidas na Europa, foi
realizada na Alemanha pelo gravador Theodore de BRY (1528-1598) sob narrativa de Hans STADEN
(1525-1579)
INTENÇÕES GERAIS desta
SÉRIE de POSTAGENS
A PÓS-MODERNIDADE se delicia com a mentalidade de poder trazer, para a cena
pública, o regional, o específico e o único. No contraponto, o planetário foi repetido e
batido monotonamente por uma mídia destinada à uma inteligência média de 12
anos e cansa pela mesmice, pelo fixo e pela onipotência pretendida. Busca-se,
assim, o regional, o particular, o específico e sob o enfoque da germanidade no
Brasil, como um dos complementos e alternativo daquilo que é planetário no tema
da Arte.
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002 - ARTE - brasilidade e
germanidade -
Fig.
02 – O soldado artista Wendroth mostra aqui oficiais do exército Imperial
Brasileiro sob cujo comando estavam os 1.500 soldados germânicos dos quais
permaneceu um nutrido grupo no Rio Grande do Sul e entre os quais estava Carlos
von Kozeritz
A ARTE e suas CIRCUNSTÂNCIAS
no ESTADO BRASILEIRO e no ALEMÃO.
Entre 1824 e 1830- época
das grande e massiva migração germânica ao Brasil - não existia O ESTADO ALEMÃO
unificado. Este Estado unificado em 1870, pouco fez pela continuidade da lógica
dos contratos sociais, políticos e culturais anteriormente assumidos pelos seus
próprios ESTADOS de ORIGEM. Unificado - e sob a dinâmica das frequentes
mudanças dos regimes políticos - tornou-se temerário e impossível, ao ESTADO
ALEMÃO, manter qualquer coerência com comunidades em terras estranhas e
distantes. Este alheamento mantém-se nos dias atuais.
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003 - ARTE - brasilidade e
germanidade -
in TOBINO -2007- p 099a
Fig.
03 – O pintor artista alemão Georg GRIMM (1846-1887)
debruçou-se
sobre a paisagem brasileira Aqui uma
“Vista do Icarai” – RJ. Contrariou a
tradição da pintura histórica proveniente da Academia e enveredou para a
descrição direta e objetiva germâmica do que o olhar lhe oferecia na paisagem brasileira,
numa linha que conduz para as preocupações e ações ecológicas.
CONDIÇÕES das PRÁTICAS
ARTÍSTICAS no BRASIL, EXPRESSAS por INTELECTUAIS
ESTRANGEIROS.
O senso da realidade,
cultivado pelo artista, é o seu ponto de partida, mental e físico, de qualquer
uma das suas obras de Arte. Assim o pior erro que um artista, descendente
alemão, poderia cometer seria deixar de cultivar no Brasil a sua identidade e
expressá-la nas suas técnicas, na sua cultura e na sua Arte. Tanto o Brasil,
como a germanidade, sairiam perdendo.
Tanto o descendente como o Brasil viria uma das suas riquezas únicas internas
ser subtraída de uma diversidade que o vincula ao cenário de uma civilização
planetária.
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004 -ARTE - brasilidade e
germanidade -
Fig.
04 – O ponto de partida dos imigrantes, rumo aos seus lotes rurais
individualizados, foi a partir desta antiga sede da Fazenda Linho Cânhamo. Os imigrantes alemães, sem escravos e com o
trabalho com as próprias mãos. Na economia passaram do escambo de
produtos, favores e concessões da
cultura colonial brasileira, para as trocas no sistema da monetarização, tanto
do contrato como governo provincial e imperial como para a venda dos seus
produtos agrícolas.
CONDIÇÕES de PRÁTICAS
ARTÍSTICAS no BRASIL,
EXPRESSAS por INTELECTUAIS NACIONAIS
e ESTRANGEIROS.
O projeto da Arte, no
âmbito da germanidade na cultura brasileira, ainda carece de um projeto que
lhes forneça organicidade, competência e continuidade ao longo do tempo.
Projeto que forneça coerência entre os diferentes esforços, em diversos rumos e
níveis culturais e estéticos. No contrário, não faltam exemplos de rupturas,
descontinuidades, da ação silenciosa e vigorosa da entropia, que age numa
cultura desconectada da sua origem. Principalmente quando esta fonte original
possui agora outros projetos e segue para rumos distintos daqueles para os
quais foi a origem, há dois séculos passados.
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005 - ARTE - brasilidade e
germanidade –
Óleo
117x148 cm MNBA -RJ- in Tarasantchi p.90
Fig.
05 – Pedro Weingärtner (1853-1929) – “Derrubada” -, 1913, foi um
dos artistas descentes dos imigrantes alemães, mostra, neste seu quadro a brutal
realidade onde tiveram de iniciar o trabalho com as próprias mãos. Venceram
esta etapa da ocupação da terra, realizaram com êxito a sua produção própria e
passaram a inovar na cultura brasileira de três séculos do Regime Colonial. Na
economia passaram do escambo de produtos,
favores e concessões, para as trocas no sistema da monetarização, tanto
do contrato como governo provincial e imperial como para a venda dos seus
produtos agrícolas.
ARTE e GER
MANIDADE.
A Alemanha continua um
projeto coerente com o seu tempo e próprio espaço. A Arte, no contexto
germânico, expressa o ENTE de sua Nação em cada nova época e em circunstâncias
únicas e inéditas. O imigrado evolui em outra nação e circunstâncias distintas
daquelas dos seus antepassados, desta região. Mantém apenas traços e as forças
de sua origem.
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006 - ARTE - brasilidade e
germanidade -
Fig.
06 – Apesar destas cenas se repetirem
desde os primórdios da história do Brasil
e em todo vasto território, ela precisou do olhar, da atenção e do registro aparentemente verídico de um olhar
germânico e bávaro de Joseph Franz Seraph Lutzenberger (1882-1951), para
ganhar fórum do registro visual e do mundo
da Arte. Evidente que este registro gráfico contém muito da surpresa e da
ironia de um estrangeiro. Ela faz pensar nos registros irônicos de cenas
semelhantes aquelas do seu compatriota, também
de Munique, o pintor romântico Carl Spitzweg (1808-1885)
OLHARES da GERMANIDADE
no BRASIL
É temerário colocar, num
espaço tão restrito, os múltiplos e variados “OLHARES da GERMANIDADE no BRASIL” dispersos neste imenso território e ao longo
de um meio milênio de colonização europeia. Pratica-se esta temeridade para
criar mais uma narrativa em relação a este vasto panorama das obras das artes
visuais produzidas a partir do “OLHAR
da GERMANIDADE”.
Narrativa que trata este olhar disperso num Zeitgeist de uma linha do tempo brasileiro. Narrativa que tenta
expressar o Weltgeist do território
nacional que projeta as suas identidades próprias. Narrativa que busca oferecer
um nível cultural de uma determinada população – Volksgeist - em contraste complementar civilizado com as demais
etnias e culturas do Brasil.
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007 - ARTE - brasilidade e
germanidade -
Fig.
07 – A era industrial necessitava de circulação de seus produtos e
transformação eles em valores monetários que poderiam alimentar os capitais
investidos neste modo de produção. Uma das profissões indispensáveis era a
do Caixeiro viajante. Reparar nos produtos da indústria coureira que são os
arreios da montaria, a sela e as bruacas. No rastro destes caixeiros seguiram
pintores como Pedro Weingärtner e especialmente fotógrafo ambulantes como este
que registrou esta cena.
OLHARES da GERMANIDADE
ao LONGO do
1º SÉCULO da sua GRANDE
IMIGRAÇÂO ao BRASIL.
Nada impede que este
Volksgeist se desloque de níveis mais intuitivos e passe a circular em níveis
mais elevados, críticos e universais. A música erudita alemã expõe, com grande
liberdade e autonomia, esta circulação e interação , alimentando-se nas fontes
da música mais intuitiva e que se reforçam reciprocamente. Ambas saem ganhando. Sai ganhando o imenso
universo civilizatório desenvolvido pela germanidade, muito além dos limites do
aqui e do agora. Este mesmo universo empírico oferece uma ampla e sólida base
para ele mesmo atingir as esferas mais elevadas da aceitação universal do seu
saber. Este tarefa, quando dispõe de um mundo erudito que o desafia a se abrir,
a se renovar e a produzir o inédito, possui mais garantia de êxito e economia
de energias.
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008 - ARTE - brasilidade e
germanidade -
Fig.
08 – O centro do complexo
RHEINGANTZ, na cidade de RIO GRANDE
em ruinas, mostra o final deste modo de
produção
Algumas INTERAÇÕES de
TENDÊNCIAS ARTÍSTICAS GERMÂNICAS e BRASILEIRAS nas CICUNSTÂNCIAS da CULTURA da
ERA INDUSTRIAL.
Dois artistas que
emigraram da Alemanha, logo após a 1ª Guerra mundial, já possuíam a sua
formação profissional definida. Assim não se deixaram enredar no patrulhamento
ideológico de baixa estirpe e numa xenofobia e resistência a tudo o que é novo
e diferente que se cultivava tanto na sua pátria de origem como na de sua
adoção. O arquiteto e artista plástico, Joseph Seraph LUTZENBERGER (1882- 1951)
como o artista gráfico Ernest ZEUNER (1895-1967), não foram perseguidos pelo
Estado Novo brasileiro e nem se renderam aos apelos nazifascistas de sua época.
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009 - ARTE - brasilidade e
germanidade -
Fig.
09 – O museu da cidade de Agudo no interior do Rio Grande do Sul mostra a
migração dos instrumentos agrícolas, artesanais e da incipiente indústria para
o espaço público depois de perderem a sua função utilitária. O passo
seguinte é sua migração para o espaço numérico digital na qual serão
informações e imagens. Como imagens estarão no lugar de algo que teve alguma
vez uma função e um sentido, mas separado da vida e da cultura agora com
sentido e funções diferentes. Com certeza eles serão referenciais para o
caminho feito e evitarão que as atuais criaturas humanas andem em círculos ao
redor do nada, especialmente no trabalho do Bicentenário da Imigração alemã ao
Brasil.
Os OLHARES da GERMANIDADE
no BRASIL
ENFRENTAM um SISTEMA
DE ARTES TEMPORÃO.
A ocasião, para estas
duas forças contrárias se complementarem, poderá ser o Bicentenário da
Imigração Alemã. Este evento segue cronologicamente evento do Bicentenário da
Independência do Brasil. Estas duas datas próximas e complementares poderão ser
duas ocasiões para evidenciar os profundos vínculos entre estas forças ainda
latentes. Estes profundos vínculos ultrapassam os vínculos oficiais entre dois
Estados soberanos. Exemplos destas silenciosas sinergias concorrentes e
complementares, não faltam. Uma delas está na origem desta profícua interação
estatal ente os dois entes nacionais. A Imperatriz Leopoldina, que chegou ao Brasil,
em 1818, cercado de missões culturais e científicas de fala germânica. Diante
dos olhos do mundo civilizado a Imperatriz e as missões foram fundamentais para
os eventos da Independência do Brasil e da Imigração Germânica.
Para reencontrar o caminho deste projeto de
origem, que tenha alguma referência à germanidade, foi necessário reinventar,
entre 1945 e 1990 toda a forma tradicional do fazer das artes visuais. Se de um
lado este caminho deveria ser trilhado pelo artista individual, do outro lado
eram imperativos a formação de grupos, de instituições e a constituição de uma
consciência coletiva. Consciência coletiva necessária diante de pulverizações
de estéticas tradicionais, mas sem perder o ânimo e força de uma explosão individual
única e inédita.
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010 - ARTE - brasilidade e
germanidade –
Fig.
10 – O brutal encontro entre a civilização industrial e a floresta
pré-histórica foi mostrado no filme germânico no filme Fitzcarraldo (1982) como parceria entre o diretor Werner Herzog e o
ator Klaus Kinsk com participações brasileiras especiais de Milton Nascimento, José Lewgoy e Grande Otelo
CONTRIBUIÇÕES ATUAIS
da GERMANIDADE ao BRASIL.
Uma das contribuições mais
significativas da germanidade à cultura brasileira parece ser a mentalidade da ecologia e o perigo que
a espécie humana corre na continuidade de se modo de vida. Os reforços
significativos e visíveis a desta mentalidade e os perigos que o meio ambiente
corre, perpassam esta cultura em todos os níveis.
No entanto, o que
necessita ficar evidente, para todos, é que o imigrante não veio ao Novo Mundo
para implantar um clone de sua pátria. Teve de renunciar à sua cidadania de
origem e iniciar no Brasil uma nova história. A nova geração de artistas sabe que
o seu sentido e futuro residem no contexto do sistema brasileiro de artes
visuais. Assim não existe nada, no âmbito da Arte, a recordar e a cultivar um
período de ouro do passado e como algo separado nas interações do Brasil e da
Alemanha. Na sua frente estão projetos nacionais e internacionais inconclusos,
a serem continuados num devir nas frágeis e submersas interações e a serem reinventadas
em cada nova época e circunstância.
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1º blog :
In TOBINO - 2007 p.183
Fig.12 - Culturas
complementares desde muito tempo.
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