A INFORMÁTICA, a
MAIÊUTICA e a ARTE ou
a realidade, a retórica e a
imaginação não possuem limites.
Imagem
do jornal alemão SPIEGEL veiculada em 17.08.2011
Fig. 01 – O
projeto do ensino massivo parte do principio de que a informação intelectual é
causa suficiente para aprendizagem e que ela provoca mudanças significativas
nas condutas individuais, como consequência. Em um único docente é suficiente para uma
platéia que pode ser acumulada, sem limite de número, ao redor de um único professor,
de recursos também acumulados e
disponibilizados de uma forma
impessoal e asséptica. Para o seu pleno êxito basta eliminar as subjetividades
do estudante, do docente e do administrador.
A complexa realidade da
civilização contemporânea impõe aproximar a INFORMATICA, a MAIÊUTICA e a ARTE.
Ou, ao menos, buscar possíveis caminhos e pontes entre estes distintos campos
de forças.
Fig. 02 – A linha de montagem incipiente de Henry Ford
(1863-1947) e que por meio da rigorosa aplicação das teorias de Frederick
Taylor (1856-1915) levou este experimento aos limites possíveis . Este projeto
pode aplicado ao ensino massivo. O estudante
vem em caixas, ou séries, separadas por idade que desfilam, sem limite de
número e sexo, diante de único docente, que lhes aplica os conhecimentos acumulados e dos quais é especialista em disponibiliza-los de uma forma impessoal e asséptica. Para o
seu êxito pedagógico, basta eliminar as
subjetividades do estudante, do docente e do administrador.
A atual crise da Arte,
como o da Educação, não se descola da crise da passagem da era industrial para
a pós-modernidade. Superestrutura e infra-estrutura não são determinantes uma
da outra nem contraditórias. As suas energias podem ser complementares. Esta
complementaridade existe, se mantém, na medida em esta contradição encontra
guarida em projetos humanos amplos e de
coerência interna suficiente para aguentar esta tensão entre
contrários. As energias da Natureza
transformam tudo em pó. No pólo oposto os projetos humanos conhecem e respeitam
estas energias das quais extraem as forças para mover a complexa realidade da
civilização contemporânea.
Foto de Andrew
MOORE - NYT 21.08.2011
Fig. 03 – A era industrial produz para a obsolescência
enquanto ela mesma torna-se também obsoleta e produto descartável. Imagem do século 21 de uma fábrica do século
20 em DETROIT. A informática e a robotização insistem na concepção do design de
produtos nos quais os robôs podem serem
programados para produzir cada peça como única e personalizada. Com esta
estratégia acelera-se a obsolescência e o descarte após um uso programado e
irreversível de cada produto.
Tanto ARTE como EDUCAÇÃO
são entes primitivos com o quais se trabalha sem defini-los de forma unívoca e
linear. Se tentássemos isto já estaríamos de retorno às práticas das linhas de
montagem unívocas e seriais da era industrial. Para entender um pouco, destas
imensas e imponderáveis áreas, há necessidade de visitar os fundamentos e o
chão sobre as quais a civilização contemporânea construiu as bases da sua
educação. Educação para a crise da
passagem da era industrial para a pós-modernidade. Educação na qual as novas
energias instauram novas práticas complementares e cumprem aquilo que as
antigas prometiam, sem atingir o que prometiam. Educação na qual as
instituições escolares são fundamentais, pois:
“Mais
vale ser um aluno medíocre numa escola excelente do que ser um aluno excelente
numa escola medíocre”
Agnés
Van ZANTEN in
Fig. 04 – Obsolescência e descarte da era industrial
Imagem do século 21 de uma fábrica do século 20 em Montenegro – RS.
Práticas que nos obrigam
a trocar o pneu do carro enquanto ele está rodando e tendo como passageiros a
todos nós. A educação que recebemos, está em todos os nossos horizontes,
neurônios e hábitos levando-nos ao passado. Assim a quase totalidade das
tentativas desembocam numa endogenia que possui o demérito de só piorar
qualquer projeto e comprometem qualquer solução prática. A ruptura
epistêmica é um desafio para o qual há
necessidade de efetivo preparo, vontade especifica e um projeto especifico para
tal.
Fig. 05 – O pouso na Lua em 20 de julho de 1969 e
Festival a de WOODSTOCK de 15 a 18
de agosto de 1969 aparentemente nada possuem e comum, a não ser a proximidade
de datas e mesmo país promotor dos dois eventos. Ambos não produziram
resultados imediatos. No entanto o
contexto espacial concretizou equipamentos únicos. O evento cultural rompeu um
contexto dado e expressou possibilidades de convívio humano que derrubaram
barreiras e abriu a mente para se apropriar das possibilidades técnicas que a
corrida espacial colocava nas mentes e nas mãos de jovens inventivos
Projeto com base num
direito de ultrapassar qualquer competência comprovada pela experiência.
Inclusive de ocupantes de cargos gerenciais chaves da administração pública ou
privada. Ao inovar e criar o olhar, a atenção e os projetos voltados ao futuro
no qual gerenciamento reforça o passado. O aqui e o agora estão cego para os
novos caminhos abertos pela pós-modernidade.
Steven
Paul “Steven” Jobs (1955-2011)
foi um entre muitos dos que encarnou este novo tempo e que se mantiveram longe
e acima da linha de montagem da escola da era industrial.
Fig. 06 – Desde o dia 04 de outubro de 1957, com
lançamento do Sputnik, os diversos programas
espaciais levaram muito material e
ambientes com vida útil muito mais breve e descartáveis, do que aquele que era industrial produziu na face
do Planeta Terra.
O respeito ao tempo é
outro item apesar de toda pressa velocidade e urgências. Existe um tempo para a
implementação
de um projeto, por melhor que seja a sua concepção mental e teórica, e outro
tempo para a implantação, que são completamente distintos. Gastaram-se
fortunas e, que o TEMPO não respeitou, pois ele não foi respeitado. Em todo
território nacional espalharam obras que se tornam imediatamente obsoletas.
Implantadas, ao açoite de um tempo governamental fixo e sem o estágio do seu
teste na sua implementação.
Imagem
do jornal alemão SPIEGEL veiculada em 17.08.2011
Fig. 07 – O meio
de transporte que a jovem eslava usa, em
2011, certamente lhe é muito mais útil e resolve, a longo prazo, os seus
problemas práticos e imediatos do que os caros e sofisticados equipamentos
espaciais já obsoletos e descartados..
Obras que queimaram a
etapa da experimentação e do tempo da implementação. Obras implantações
imediatas e definitivas, de cima para baixo e do centro para a periferia. Obras
que produziram não sô desconforto, como resultado, mas a ruína destes esforços,
capital e aversão a tudo e todos envoltos neste processo. Aversão que se traduz
em negação de votos para os temerários do FAZER pelo FAZER para aparecer na
mídia.
Fig. 08 – O treinamento para condutas arcaicas e
superadas é coerente com um mundo arcaico e superado Política, indústria eletrônica e cultural
juntam-se em Brasília, ao comércio e ao poder econômico para acumular, num
mesmo lugar serviços, capital e tecnologias
Agora o processo educacional necessita ser retomado pela raiz, pois
existem os alunos e os estudantes assim como existem os professores e os
educadores em novas circunstâncias. Estes últimos conduzem o processo do E-DUCERE - ou
"tirar de dentro para fora" ou o processo pedagógico
que Sócrates propunha como a "maiêutica", pois a mãe dele
era parteira. A inteligência é fecundada pela informação que ela recebe num
processos coerente com a "maiêutica". De outro lado uma
gestação - exitosa e desejada - só ocorre se a vontade e a sensibilidade
estiverem envolvidas e comprometidas como um todo, e o tempo todo, com esta
fecundação.
O estudante coerente também constitui e legitima o seu educador, apesar
de toda a cultura escolar da era industrial afirmar o contrário. Este estudante
consegue transformar este tabu em totem na medida em que tiver preparados os
valores de cidadania, as ferramentas e os repertórios. Como condição da
gestação desejada e exitosa o meio social, familiar e econômico, prepara e une
a fecundação intelectual, moral e estética. Isto é possível na medida em que o
poder flui entre iguais que não se reconhecem nem como patrão e nem como peão.
Em especial quando a civilização exige uma flexibilidade e a rapidez mental que
as novas tecnologias estão trazendo a partir da nova geração. Pessoas adultas
dependem e estão aprendendo cada vez mais as competências e os limites que as
ferramentas eletrônicas exigem dos seus usuários.
Imagem
do jornal alemão SPIEGEL veiculada em 17.08.2011
Fig. 09 – O campo e a energia limpa exigem a
mudanças tecnológicas e mentais
Aquele que
se coloca o projeto de ser um EDUCADOR PROFISSIONAL necessita da competência e
adotar sólidas convicções, na
sua liberdade e autodeterminação. Antes de se perguntar COMO
EDUCAR, ele necessita responder as questões primordiais e
orientados pelas perguntas A QUEM EDUCAR, para o QUE e
para QUEM EDUCA. Estas respostas são necessárias para
ele realizar contratos claros com seus estudantes. Sem estas respostas
ele educa para a heteronomia das vontades, alheios aos sentimentos mais
profundos e pessoais e sem esperança de atingir qualquer direito legítimo e
autônomo.
Imagem do jornal
francês Le MONDE veiculada em 15.10.2011
Fig. 10 – A dura
realidade da era industrial da linha de montagem custa para ser desmontada. Com
todos os avanços tecnológicos e conceituais “a única novidade numa sala de aula é a lâmpada elétrica” A mesma
cena de um solitário professor entre fileiras de alunos ao estilo da escola
medieval Nesta condições torna-se
impossível o estudante constituir o seu educador.
A autonomia na educação sempre gerou estudantes, que antes de mais,
sabiam achar o caminho e a direção do saber. A mediação escolar da era
industrial insistiu no acúmulo de conhecimento e, que na prática, pouco o ajudavam
vida afora, a não ser galgar degraus de escada no topo da qual nada
encontravam, além de um diploma. A
pós-modernidade coloca as condições da aprendizagem. O educando, identificado e
personalizado novamente, recebe o convite e as condições do caminho junto com
as chaves e os códigos do se acesso ao imenso conhecimento acumulado pelas
gerações anteriores. Faz o caminho fora do rebanho e da massa enquanto cultiva
as suas próprias energias distintas e únicas.
Fig. 11 – A ARTE
reflete contrastes em Obre de de WILLINGER Frank- 1959 State Britain - 2006
Este último caminho é bem mais desafiador, rico e trabalhoso, tanto para
EDUCADOR como para o ESTUDANTE, do que o acumulo do conhecimento pronto e
universal e treinamento da memória vigente na era industrial.
A pós-modernidade não se
resume em caprichos, em intrigas e em ironias. Não lhe são estranhas a
segurança, a lógica e a beleza.
Das considerações acima é possível concluir de que a INFORMÁTICA,
a MAIÊUTICA e a ARTE -
ou a realidade, a retórica
e a
imaginação - não possuem limites conhecidos. Elas são três irmãs
gêmeas. Uma mais fecunda e bela do que a outra. Vivem em perpétuos ciúmes e
desentendimentos entre elas. Contudo quando se encontram e convivem, elas
constituem a glória. Nesta sua glória reinventam juntas e constroem um mundo
mais seguro, lógico e belo do que o atual.
FONTES
POUSO na LUA em 20.07.1969
WOODSTOCK
15-18.08.1969
Imagem
do jornal alemão SPIEGEL veiculada em 17.08.2011
Fig. 12 – Mesmo
que, se a abdução de ARTUR BERLET em
Sarandi- RS em 14 de maio de 1958,
tenha sido apenas uma experiência mental, a sua conduta pessoal e os seus
relatos posteriores revelam que as potencialidades das sinapses neurais humanas
estão muito além de qualquer código humano
pode traduzir e daquilo que o equipamento mais sofisticado é capaz de
gerar, administrar e reorganizar permanentemente ao longo de um século de
funcionamento ininterrupto. Independente de sua existência física esta
descrição continua a descrições da fabulosa Atlântida ou do Eldorados dos
aventureiros
ARTUR BERLET DIZENDO-SE ABDUSIDO em SARANDI – RS
em 14 de maio de 1958
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