sexta-feira, 18 de março de 2011

ISTO É ARTE - 01

Antes de ler este artigo, convém consultar:

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/10/isto-nao-e-arte-01.html

REGINA SILVEIRA :

firmeza, porém com ternura.

Este blog abre uma janela na seqüência das suas criticas e denúncias daquilo que o seu autor considera que NÃO é ARTE. Abre esta janela para evidenciar o contrário. Pretende mostra alguém que é artista, sabe que é e, com toda ternura, pede passagem para que a sua obra seja recebida coerentemente com o que ela é. Alguém que age como artista (ENTE) com a sua convicção reforçada com toda a sua obra e trajetória (SER).


http://www.emocaoartficial.org.br/pt/textos/simposio-2004/

Fig. 01 – REGINA SILVEIRA

Se alguém encarna o dito de que a “arte está em que produz (ENTE), e não no que é produzido (SER)” de Aristóteles, este alguém responde pelo nome de Regina Silveira. Frente à obra e da trajetória de Regina é possível entender o “ENTE no SER” da sentença de Heidegger, sem enganar a ninguém. Caso a sentença for verdadeira, é possível invertê-la. Assim o SER da artista conduz ao seu ENTE, em si mesmo inacessível. Regina Silveira vale-se da metáfora da LUZ para orientar o seu observador. O caminho entre o “SER e o ENTE” torna-se ainda mais coerente se forem consideradas as anotações, em relação ao papel da OBRA, deixadas por Hannah Arendt, a discípula de Heidegger.



No seu SER a artista Regina Silveira consegue conjugar a sua firmeza da defesa do seu projeto estético no qual concebe a sua OBRA. Age sem perder a ternura de alguém que sabe que a multidão está próxima fisicamente e a envolvem. Multidão acompanhada pelo ruído característico da nossa época. Multidão que se rege pela norma descrita por Baudelaire de que “ela vai ao espaço público para ver e ser vista”. A OBRA da mestra rege os passos confusos e a orquestra de sons desconexos desta multidão, impondo-se silenciosa, mas com firmeza. Firmeza de projeto no qual ela distingue, em sua mente, o que é essencial na sua OBRA. Orienta os olhos, os corações e as mentes desta multidão por meio da sua ternura e permanente alerta. Em permanente alerta para valer-se de todos os espaços físicos e conceituais mutantes que a multidão lhe concede e nos quais é possível ainda projetar a LUZ do farol que guia os seus projetos.



Para Regina a grande OBRA foi o desafio de aceitar o projeto e as semanas passadas no diálogo formal com a obra de Álvaro Siza. Na concretização da sua OBRA Regina, certamente, não esqueceu as aulas basilares que teve com os seus mestres Iberê Camargo e Ado Malagoli, sem deixar de transparecer as fecundas vivências com Júlio Plaza. Aprendeu e aplicou a lição fundamental de ir além dos seus mestres. Ela vive a arte do seu tempo, arte que é viva e se reinventa como a própria vida. Na arte, a falta desta reinvenção, é sinal de sua morte. Morte que não é esconjurada se ela se refugia na copia de si mesma. Arte vive permanentemente sob a espada de Dámocles[1] pois nela não existe perdão para uma OBRA equivocada.



Equivoco ocorrido na noite da inauguração e que ela não aceitou e nome da sua OBRA e do Museu. Inconformidade que só pode evidenciar o ENTE da artista. Equívoco do qual a artista valeu-se como oportunidade para iluminar a multidão de Porto Alegre. Multidão que necessita percorrer o longo caminho para atingir o patamar dos centros de arte onde este caminho já se elevou e concretizou há muito tempo. Centros e multidões para quem ela expõe a sua OBRA, interage e circula como cidadã do mundo.





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Fig. 02 – REGINA SILVEIRA – Insetos, mesa e baixela.


Este autor encontrou a artista neste trabalho de iluminar e orientar, com firmeza, os seus assessores, ao lado de Vera Chaves Barcelos, outra referencia mundial das Artes Visuais que Porto Alegre possui. Regina, apartada do burburinho da multidão do térreo e percorrendo as suas OBRAS as suas orientações eram dadas em vozes adequadas, educadas e de altíssimo nível. Porém eram firmes e visivelmente em desconforto com os resultados na noite de inauguração do seu projeto e do seu trabalho de meses. Trabalho que não encontrava uma LUZ adequada à sua OBRA na noite que ela deveria mostrá-la para a multidão. Noite em que o Museu encontrava um dos seus momentos culminantes deveria ver-se livre do despencar da espada de Dámocles.


Se a multidão necessita percorrer o longo caminho para atingir o patamar dos centros de arte nos quais este caminho já se elevou e concretizou há muito tempo necessita da LUZ da exposição das OBRAS de Regina Silveira. Suas OBRAS e de seus mestres e colegas mais qualificados e o Museu Iberê Camargo são apenas pequenas mostra do que ainda potencialmente ainda é possível realizar em Porto Alegre.

Porto Alegre possui este potencial, com a magnitude e a experiência de artistas sul-rio-grandenses e da contemporaneidade do Museu Iberê Camargo. Se a capital do Estado ainda não acertou o laudêmio, com a Marinha Nacional, para o uso do seu porto (alegre), não lhe faltam alternativas e potencial de outras soluções nas suas margens ainda incultas e entregues à marginais. Ao olhar do Museu Iberê, em direção ao centro da cidade, configura-se uma outra realidade a ser considerada. Certamente haverá a necessidade de realizar a conexão entre o Museu Iberê com o futuro teatro da OSPA pelas margens do Guaíba e suas águas. Ivo Nesralla estava presente na multidão dos que foram conferir a obra de Regina.

Caberia perfeitamente um Parque de Escultura entre a via pública e as águas. Parque a céu aberto próximo ao Museu com mostras renovadas. Parque com infra-estrutura adequada para onde migrariam progressivamente as atuais obras tridimensionais abandonadas no meio urbano. Parque onde estas obras teriam segurança e interlocução positiva de que tanto padecem pela incúria em lugares nos quais não tem nem voz e vez. O esporte necessita uma quadra de tênis, em Porto Alegre, altura daquelas de Roland Garros e de Wimbledon com todas a comodidades para atletas e publico. O estádio de futebol do Beira-Rio está caminhado para a sua renovação, atualização. Clube e Estádio que certamente teriam muito a ensinar, como nesta margem do Guaíba, passou de uma “bóia cativa” para uma realidade segura, irreversível e positiva.


http://urbanascidadespoa.blogspot.com/2010/05/parque-marinha-do-brasil.html

Fig. 03 –O PARQUE MARINHA do BRASIL entre a Avenida PRAIA de BELAS (já invisível) e as margens das suas ÁGUAS – Um escândalo a céu aberto e cada dia mais impune.

A prática do remo poderia ganhar raias olímpicas projetadas para dentro da margem das águas ampliando e não agredindo o espaço público. O Parque da Marinha do Brasil teria uma garantia de permanecer intocado e ganhando só melhorias e manutenção, inclusive o seu parque de diversões. O lugar do circo ganharia tratamentos a altura para abrigar em Porto Alegre as grandes companhias circenses. Praias artificiais e ilhas com areia tratada e piscinas com água adequadamente controlada, poderia ter a proximidade de restaurantes projetados sobre o espelho da água. A Avenida Edvaldo Paiva (parece ser em Porto Alegre a única com nome de arquiteto) ganharia um sentido e uma racionalidade urbana que ela ainda não possui, apesar de seu uso cada vez mais intenso e necessário. Funcionaria como topo da segurança contra enchentes e ganharia um visual e uma praticidade para acesso a aquilo que está descuidado. Ganharia como artéria urbana e pela complementaridade do aero-móvel realizando o transporte do público e em horários diferenciados entre o centro de Porto Alegre e os pontos como o Gasômetro, OSPA, Câmara, Centro Administrativo, Parque Harmonia, Parques, Beira Rio, Museu Iberê chegando até o Hipódromo entre outros. A Usina do Gasômetro já está consolidada, irreversível e que ganharia em todos os sentidos com este investimentos. Ao natural a população já se aglomera, aos finais de tardes, junto à margem do Guaíba para se despedir do Sol. A OSPA ganharia com todos estes equipamentos e planejamento urbano. O Teatro Por do Sol já é uma realidade e que poderia receber melhorias significativas tanto para artistas como público. O Parque da Harmonia já encontrou a sua vocação do cultivo das tradições campeiras. A poluição d Arroio Dilúvio parece que está com a sua com os dias contados.


Fig. 04 – Avenida PRAIA de BELAS e a distância da água

A Avenida PRAIA de BELAS necessita recuperar a sua conexão com a água antes que mais especulações e expedientes puramente mercadológicos ou de cunho meramente administrativos públicas, lhe furtem as conexões humanas com a água. Nada melhor do que a ARTE e a CULTURA para comandar este processo.

A LUZ projetada sobre o Museu Iberê Camargo, pela artista Regina Silveira, e proveniente dos sues mestres, colegas e observadores mais atentos necessita da liberdade, do carinho e da autonomia continuada, para se manter acesa e fazer sentido. Para cumprir estas condições a OBRA de ARTE e seus criadores não podem sujeitar ao improviso, a outros interesses sem se sujeitar às migalhas de obras jogadas e atiradas ao acaso.


Fig. 05 – CARTÃO CONVITE do Museu Iberê Camargo.

O postulante ao autógrafo ouviu “Eu não gosto de dar autógrafo e isto não é uma obra de arte”. Contudo predominou a civilidade e a gentileza da artista com o importuno.

As obras de Regina Silveira, na sua autonomia, gratuidade e liberdade, nos induzem e obrigam a dar-lhes atenção e abrigo. Abrigo num ambiente que é uma OBRA de arte e com a qual ela soube dialogar e transformá-la numa obra dentro de outra obra de arte. A coerência desta harmonia clama pela atenção, pela sua continuidade e pelo acendimento de outras luzes sobre a nossa capital. Continuidade para descobrir e realçar as potencialidades que ela já possui e recebeu graças ao gênio humano esta apta para evidenciar outras potencialidades ainda latentes. Também Porto Alegre possui um ENTE potencial e que necessita ser desvendado no seu SER.


http://wp.clicrbs.com.br/blogerlerina/?topo=77,1,1

Fig. 06– Museu Iberê Camargo.


O mundo numérico digital, na sua progressiva desmaterialização, necessita refazer o caminho exatamente ao contrário desta desmaterialização. Os cinco sentidos humanos necessitam experimentar - física e empiricamente - o que a tecnologia lhes subtrai cada vez mais. No caminho para fazer a mediação das idéias e sonhos da artista com o seu potencial público, o presente texto materializa-se apenas em letras e imagens. O seu contrário é percorrer e caminhar no meio das OBRAS de Regina Silveira como exigência dos sentidos humanos para conferir as idéias e os projetos da artista. A lição da mestra necessita os cinco sentidos acordados, atentos e vivamente exercidos em relação à sua aula viva. Aula para qual ela traz para a sua cidade natal um capital de bens simbólicos. Ganham a cultura sul-rio-grandense, o Museu Iberê, a OBRA da artista e a multidão, na medida em que souberem receber o capital de bens simbólicos originários do saber e da carinhosa firmeza de Regina

http://wp.clicrbs.com.br/blogerlerina/?topo=77,1,1

Fig. 07 – Museu Iberê Camargo.


ALGUMAS FONTES relativas à REGINA SILVEIRA no

ESPAÇO NUMÉRICO DIGITAL

http://reginasilveira.uol.com.br/

http://reginasilveira.uol.com.br/biografia.php – Walter Zanini

http://pt.wikipedia.org/wiki/Regina_Silveira

http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=3119&cd_idioma=28555

http://bravonline.abril.com.br/conteudo/artesplasticas/regina-silveira-galeria-imagens-511020.shtml

http://www.escritoriodearte.com/listarQuadros.asp?artista=92

http://www.emocaoartficial.org.br/pt/textos/simposio-2004/

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Segundo%20Caderno&newsID=a3241542.xml

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,dilemas-entre-a-midia-e-a-sociedade,684167,0.htm

http://www.medien.tv.reisen.en-a.de/kunst_kultur_und_musik/die_8_art_karslruhe_als_drehscheibe_der_kunst-46033/

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/830084-regina-silveira-inaugura-ceu-bordado-na-fachada-do-masp.shtml

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PRAIA de BELAS

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