INTERAÇÃO ENTRE
CIÊNCIA e ARTE no
JARDIM BOTÂNICO de
PORTO ALEGRE – RS .
Fig
01 – JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE.
Portal na Av Salvado Franca nº 1427 -
integrada na III Perimetral de Porto Alegre
O objetivo desta
postagem é privilegiar o visual do Jardim Botânico de Porto Alegre reforça-lo
com alguns textos e fontes. Para mostrar a vida e suas formas possíveis nesta
instituição, escolhe-se algumas imagens colhidas no dia de 16 de outubro de
2011 na primavera meridional. Os textos percorrem alguns referencias da
ecologia, da econômica, da cultura e da política que se materializam nesta
instituição urbana de criação humana.
No entanto as imagens e
textos não são suficientes para explorar esta instituição. O tempo, o conhecimento, a vontade e a
sensibilidade individual são determinantes e primordiais para um contato físico
para realizar uma experiência produtiva, profunda, ampla e pessoal desta
instituição.
As imagens e as palavras que seguem apenas
pretendem preparar esta experiência física e indicar um necessário mergulho nas
fontes conceituais da Ciência que se materializaram nestes 81 hectares do solo
de Porto Alegre.
Fig
02 – A avenida de acesso ao Jardim e a o
Museu de Ciências Naturais. O portal de entrada imita o ritmo visual e
plástico desta avenida.
O mergulho sensorial
pleno na realidade física, cultural e da vida fornece muito mais saber do que
toda a ficção e a imaginação humana. Este saber é, além disto, mais direto,
sólido e fértil para a existência e a cultura humana. Pois a ficção e
imaginação são partes mínimas de todo o processo das realidades físicas,
culturais e da vida como um todo.
Sem a renovação
continuada desta dialética entre a experiência sensorial e a reflexão
conceitual as palavras e as imagens da “Ecologia”, do “Meio
Ambiente” e do “Verde” passam ao mundo de um repertório gasto e
corroído. Qualquer mediação é inócua, se não prejudicial ou contraproducente em
longo prazo, se este mergulho sensorial na realidade não acontecer, for mal
feito ou frustrado.
A cápsula cultural, gerada pela vida urbana,
necessita periodicamente desta interação entre a experiência sensorial e a
reflexão conceitual. Cápsula que se
protege e se multiplica no âmbito de uma membrana ao modelo da célula
viva. Membrana competente para interagir
com o seu meio ambiente. Neste meio seleciona o que lhe é favorável, elimina e
se defendendo do que lhe é indiferente ou nocivo.
Fig
03 – Esta paisagem do JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE lembra
as composições européias.
Na escolha humana de um
ponto a observar, reconstruir e preservar não há como prosperar qualquer
onipotência, onisciência, onipresença e eternidade. A visita a um jardim
botânico pode ser um lembrete deste ponto de vista.
Uma visita atenta ao
Jardim Botânico de Porto Alegre é uma oportunidade de abertura para interação
da cápsula cultural com a Natureza mediada e poderá mostrar a todos este
caminho do saber integrado e integral. Supõe uma bagagem de conhecimentos
básicos, vontade determinada e sensibilidade preparada por meio de um tempo
adequado para esta interação acontecer e atingir êxito. Com este contato
sensorial diferente a cada idade, cultura e hora do dia, o que é conhecido que
se renovará. Renovação consequente na medida em que esta visita for conduzida
com a mente e o coração abertos para mudanças efetivas e continuadas.
Fig
04 - A paisagem interna no setor de coníferas e palmeiras do JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE.
Na presente postagem não
se deseja ingressar no rico e variado campo das forças da Ciência em seu setor
da Botânica da qual este autor não possui formação. No âmbito da Arte ele busca
afastar qualquer esteticismo fixo, batido e único.
Para quem realizar esta
experiência estética repete-se com Diderot “vá
ver e julgue por você mesmo se isto é Arte”. Na Botânica remete-se aos
profissionais qualificados, suas fontes e laboratórios.
Fig.
05 – A depressão do terreno do JARDIM
BOTÂNICO de PORTO ALEGRE ostenta um mato nativo da floresta Atlântica ainda
jovem, levando adiante uma franca recuperação da paisagem original. Neste texto
e imagens não é possível registrar os ruídos dos pássaros, batráquios e insetos
que estão retornando ao seu hábitat.
No caso o convite é observar por todos os
sentidos humanos e refletir no âmbito e mergulhado no âmbito do mundo da
Botânica. Este recorte de um dos seus
“jardins” possui o seu papel no qual a Instituição mesma, qual sábia mestra
propicia as condições de experimento e aprendizagem. O seu Ente também está no
seu Ser.
O utilitarismo do
cultivo de plantas úteis e esteticamente agradáveis aos sentidos humanos, devem
ser procurados em outros lugares.
O Jardim Botânico de
Porto Alegre se inscreve na linha do pensamento e da mentalidade da harmonia,
da coerência entre espécies num determinado ambiente. Esta instituição não
construiu a sua base do seu poder sobre especulações de utilidade transitórias
ou meras estéticas de moda que comandam valores que lhe são estranhos. Quem é determinante nesta instituição é a
autêntica Ciência e a Arte ao tentarem interpretar a Vida e os seus suportes no
Planeta.
Fig
06 – A ponte e o lago do JARDIM BOTÂNICO
de PORTO ALEGRE na altura da III Perimetral
A Ecologia teve a sua
fase heróica. Este Jardim Botânico de Porto Alegre representa um pálido índice
da luta para consolidar alguns pontos desta conquista. Luta pela Natureza que é
múltipla como a Arte.
Esta luta buscou aliados
e experiências para marcar desde as suas origens a sua coerência na política
pública. Aliados e experiências como aquelas do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro. Este, por sua vez, filia-se a um fluxo de uma corrente de pensamento
enciclopedista das instituições e das ações de cientistas do Iluminismo e dos
saberes do século XIX.
Um Jardim Botânico é uma
amostra e um índice material de viagens e de descobertas propiciados pelos os
novos meios de comunicação de pesquisas integradas e de investimentos de
trabalho e de capital. Meios de comunicação e pesquisas que consolidaram
saberes esparsos que deram tempo à Botânica. Saberes que resultaram do
debruçar-se, estudar e descrever estas formas de vida e as suas circunstâncias
em todo o Planeta.
Fig.
07 – O casal de cisnes negros do
lago superior, próximo ao Museu de Ciências Naturais.
O Jardim Botânico de
Porto Alegre constitui uma enciclopédia a céu aberto e com os seres vivos. Ele
se integra na vasta enciclopédia formada por zoológicos, museus de raridades e
curiosidades.
Na sua construção física
e nas escolhas formais predominou a mentalidade e a cultura mais próxima
possível da Natureza. Assim o Jardim Botânico de Porto Alegre contornou o
modelo cultural do jardim francês de régua e do compasso e coercitiva com a
vegetação sujeitas a ditames racionais. O seu caminho escolhido também foi
diferente dos requintes dos jardins japoneses e das suas buscas invasivas e
controles humanos excessivos sobre as plantas. A Mata Atlântida não iria
obedecer certamente, por muito tempo, aos caprichos de um grande bonsai a céu
aberto e sem dispor recursos a fundo perdidos e sem profissionais longamente
treinados. O paradigma do jardim inglês, de uma cultura e clima frio do
paralelo 50º, dificilmente podem ser transpostos para o paralelo 30º.
O seu projeto e execução
e se inspira nas suaves elevações e dobras dos terrenos da coxilha da massa
granítica de Porto Alegre. A vegetação hospeda é comandada pela flora local e
aquela dos banhados que ali se formam. Esta vegetação é adensada. Neste
adensamento evitou-se gerar ciúmes e hostilidades que as plantas maltratadas e
mal acompanhadas podem gerar entre si mesmas. As competições que lhes tirem a
luz do dia, acompanhadas por sufocamentos recíprocos no seu desenvolvimento.
São espécies em plena vida.
Fig.
08 – Composição de vegetais entre fragmentos do granito da colina sobre a qual
de assenta este JARDIM BOTÂNICO de PORTO
ALEGRE .
O ESTADO do RIO GRANDE
do SUL se expressa no Jardim Botânico de Porto Alegre e ali materializa um
ponto visível da sua política ambiental. Na criação desta instituição os seus
idealizadores agiram muito antes dos movimentos sociais, políticos e econômicos
que se tornam depois moda. O seu pensamento foi orientado pelo que pudessem
materializar, preservar e mostrar o possível neste mundo ambiental. Agiram como
pioneiros naquilo que, depois, se vulgarizou sob as denominações de “meio
ambiente”, “ecológicos” ou de “verdes”. A instituição Jardim
Botânico de Porto Alegre integra-se e é uma expressão maior de uma política
coerente que se derrama pelos parques, reservas naturais e ecossistemas
preservados e a serem preservados. Este
projeto e instituição contrapõem-se a uma política imediatista do usufruto até
o esgotamento. Imediatismo e usufruto que transforma a Natureza num meio
hostil, não só para a espécie humana, mas da longa cadeia vital que, se rompida
num elo, compromete a sua permanência na
face deste planeta.
Fig
09 – Outra composição de vegetais entre fragmentos do granito da colina sobre a
qual de assenta este JARDIM BOTÂNICO de
PORTO ALEGRE . São as espécies que todos conhecem. Contudo a coerência da
sua organização faz com ganhem destaque sem concorrência e saturação de
elementos.
O município de Porto
Alegre tem tudo a ganhar com a existência do Jardim Botânico. O poder público
de Porto Alegre dita a política, administra e conserve uma vasta rede de
parques, avenidas e ecossistemas que necessitam, não só de um laboratório a céu
aberto, mas da formação qualificada e continuada de um quadro de cientistas e
técnicos. Estão ali o extraordinário parque do Delta, os ecossistemas do seus
morros, as dobras naturais do terreno e a administração da água natural que ali
flui. Mais adiante estão os parques Saint Hilaire e Itapuã.
A sua política mantém uma
rede de parques urbanos como o Marinha do Brasil, o Parque de Redenção além das
vias arborizadas.
A própria localização
física da implantação do Jardim Botânico de Porto Alegre foi um acerto da
escolha urbano. O entorno abriga instituições não só de prestígio, mas de
pesquisa como da PUC-RS e a ESEF da UFRGS. O acesso popular - sem grandes
gastos técnicos e pecuniário - foi facilitado, sobremaneira, com a 3ª
Perimetral de Porto Alegre que passa em frente ao seu portal de acesso
principal.
Fig
10 – O lagarto é uma das espécies animais que está reencontrando o seu antigo
hábitat JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE.
Aqui está se livrando da camada de pele do inverno anterior com os primeiros raios de sol da
primavera.
Pode-se comparar um
JARDIM BOTÂNICO como uma IMAGEM da NATUREZA. Constitui uma imagem criada e
articulada pela criatura humana a partir do se conhecimento de época e lugar.
Como a imagem – das
presentes ilustrações - é algo que já não existe mais, captada que foi num
determinado momento. Da mesma forma o que passou para o âmbito e foi
incorporado à esta instituição, nunca existiu ou já não existe mais na
Natureza. Assim há necessidade de
distinguir o Jardim Botânico da Natureza. Ela existe não só para prevenir ou
remediar as intervenções humanas na Natureza nem sempre felizes e consequentes.
Esta instituição obedece e se rege, além disto, por diversas razões e leis
próprias.
Assim também vale para o
Jardim Botânico a observação do artista Pablo Picasso para Brigite Bardot de
que se a modelo quisesse ver a Natureza que olhasse pela janela.
De outra parte o
observador do Jardim Botânico necessita descobrir o fio do pensamento humano
que o criou, mantém e o reproduz no tempo.
Fig
11 – O ciclo da vida da folhas mortas do JARDIM
BOTÂNICO de PORTO ALEGRE recobre a camada do solo antes nu e exposto aos
raios solares diretos. Este processo propicia bases da reprodução de espécies
vivas e que formam, por sua vez, a cadeia vital para surgimento e
desenvolvimento de outras formas vivas na medida em que são sabiamente
conduzidos.
Uma imagem está sempre
no lugar daquilo que não existe mais. Ela representa uma saudade e, como
fragmento, constitui uma reserva para o futuro daquilo que ela já foi no
passado.
A experiência de uma
visita ao Jardim Botânico, ganha o seu sentido pleno e interesse neste ambiente
reconstruído como uma imagem gerada pelo pensamento humano. Esta visita a esta
instituição artificial humana não substitui e não impede outras experiências
diretas com a Natureza.
Fig
12 –As bromélias do JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE estão hospedadas ao redor de um
banhado natural e que mantém um riquíssimo ecossistema próprio
Nesta reconstrução
humana da Natureza é significativo comparar este Jardim Botânico com a postagem
PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA JAPÃO em PORTO ALEGRE, publicada neste blog no do dia
19 de agosto de 2011
É flagrante como na
PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA em PORTO ALEGRE transparece a cultura do JAPÃO muito
mais contida, detalhista do que a cultura ocidental e a brasileira em
particular.
Nesta comparação entre a
cultura nipônica, ocidental e brasileira não é possível ignorar a vasta obra do
arquiteto e urbanista Burle Marx na valorização das formas, cores e disposição
da vegetação tropical. No entanto a Praça da Província de Shiga como os jardins
de praças de Burle Marx dão um passo a mais e diferente do rumo do Jardim
Botânico que se preocupa com o conforto dos vegetais. Esta instituição não
insiste tanto no seu viés estético e complementar da Arquitetura e do
Urbanismo. Neste aspecto o Jardim Botânico torna-se um imenso repertório de
cores e formas a serem conhecido nas suas cores e formas a serem adequadas em
outros ambientes onde o vegetal é um complemento. No Jardim Botânico este mesmo
vegetal é o fim em si mesmo.
Fig
13 – Outra bromélia do JARDIM BOTÂNICO
de PORTO ALEGRE Ao fundo da imagem a vegetação do banhado.
O Jardim Botânico de
Porto Alegre busca a autonomia de sua existência e não é possível colocá-lo na
heteronomia do mundo utilitarista imediato. Quando toda a cultura tende a se
mover na direção marketing, comércio e interesses imediatos a mediação entre a
Ciência e o publico tornam-se problemáticos.
Este público torna-se insensível, cego e surdo diante de algo que não é
mediado e decodificado para a sua linguagem. Esta insensibilidade ocorre na
medida em que se aproxima desta instituição e não encontra a forma de mediação
à qual ele está habituado e não corresponde ao seu repertório. A barreira já
inicia pelos nomes das poucas plantas que conhece apenas e tão somente pelos
seus nomes populares.
Fig
14 – A típica “beleza perigosa” das flores que atraem insetos que são presas
das aranhas camuflada atrás as folhas de uma árvore do JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE.
O administrador público desta instituição, apesar
destas barreiras culturais, não pode estabelecer o seu fim e se esgotar nesta
decodificação e mediação. A Ciência,
como em toda a Arte, possui o seu limite que não pode ultrapassar.
“A arte
não pode ter sua missão na cultura e formação, mas seu fim deve ser alguém mais
elevado que sobre-passe a humanidade. Com isso deve satisfazer-se o artista. É
o único inútil, no sentido mais temerário” Nittzsche
2000, p.134
Tanto a Arte como a Ciência, se por acaso
ultrapassar este limite, tornam-se outra realidade estranha à sua lógica
interna.
Fig
15 – A florada no JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE
O Jardim Botânico de
Porto Alegre também pode ser visto e avaliado como um projeto civilizatório
compensador da violência que o Estado está compelido a exercer. No contrato
entre o cidadão e o Estado este fica encarregado de exercer a violência física
que o cidadão renuncia a exercer com os seus próprios meios. Levado às últimas
consequência, este contrato geraria o Estado carrasco e o Leviatã a que todos
devem temer, senão odiar. O Estado, para mostrar que existem outros caminhos e
induzir a condutas positivas os integrantes do seu Poder Originário, propicia
condições à práticas positivas, socialmente aceitas e que conduzem à
civilização.
Um Jardim Botânico é uma
das instituições que não só possui o papel de propaganda estatal dos jardins
suspensos da Babilônia, mas induz os seus cidadãos a comportamentos que todos
podem aprovar, usufruir sem risco e nobilitantes na sua essência.
Fig
16 – A floração primaveril de um dos cipós no JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE
O marketing, a propaganda e o comércio seguem
interesses imediatos e caminhos alheios ao Jardim Botânico de Porto Alegre como
instituição programada para tempo indeterminado. No seu mundo de concorrência,
de resultados imediatos e produtos programados para a obsolescência. Estas
empresas e corporações agem no mundo do TRABALHO enquanto uma instituição visa
a OBRA.
O Jardim Botânico de
Porto Alegre é uma instituição que age para gerar OBRAS que permaneçam por
tempo indeterminado. Quando mais tempo permanecem, mais valor e significado
estas obras adquirem. A OBRA é típica da ARTE e da permanência no tempo.
As duas realidades não são excludentes.
Trata-se de transformar em complementaridades esta contradição entre a
obsolescência programada e a permanência no tempo.
O Estado contemporâneo
também foi constituído para esta mediação entre a obsolescência natural e a
permanência.
Uma das características do que é permanente e
da sua ação continuada, é agir sem estardalhaço, entropia e ruído. A autêntica
Arte e Ciência agem sem estardalhaço,
entropia e ruído.
Assim o silêncio
encontrado no Jardim Botânico é um índice da autêntica Ciência e da Arte das
quais é uma das expressões físicas e sensoriais.
Fig
17 – JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE jerivá
em flor, forma - contra o fundo azul -
as cores da bandeira nacional. Por vários motivos voltou a ser o vegetal
preferido para as vias públicas urbanas.
A figura do catalão
Ramon de PEÑAFORT MALAGARRIGA y HERAS 1904-1990- (Ir. TEODORE LUIS FSC) é um
dos articuladores do fio da história do pensamento que deu forma física ao
Jardim Botânico de Porto Alegre. Este cientista foi motivado pela concepção de
uma instituição que ele denominou de “Geobiológico”
e a manteve como uma espécie de ONG antes do tempo. Desta instituição física e
conceitual ele passou ao espaço publico na criação do Horto Florestal de
Pelotas, atualmente integrado no âmbito federal por meio da Universidade Federal
de Pelotas (UFPel). Para a materialização do Jardim Botânico de Porto Alegre
contou com a ajuda administrativa, técnica
e financeira estadual e municipal.
Fig
18 – PRIMÓRDIOS do HORTO FLORESTAL da
UFPel de PELOTAS - RS o Irmão
Teodoro Luis.segue o velho lema monástico do “ORA ET LABORA”, que pode ser traduzido para a REFLEXÃO e
EXPERIÊNCIA FÍSICA . Esta máxima produziu no mundo Botânica, além de toda a
base da agricultura medieval européia, conduziu as experiências de êxito de
Gregor Johan Mendel (1822-1884) No Rio
Grande do Sul conduziu e orientou o saber botânico de Balduino Rambo SJ
(1905-1961) e o Ir, Teodoro, o criador do Instituto Geobiológico de Canoas
Este sábio catalão
desceu do mundo das relações ideais entre as camadas geológicas da Terra e o
surgimento e manutenção da vida nas suas mais variadas formas procurou
materializar este interação num espaço físico mínimo mas necessário como é o
Jardim Botânico de Porto Alegre.
As suas descobertas
botânicas não o deixaram indiferente aos benefícios e as descobertas intuitivas
do povo que passou a comprovara em laboratório e experimentos científicos. O
Rio Grande do Sul possui uma antiga indústria fitoterápica e cujas origens se
perdem na Pré-História humana desta região. Ele passou a colaborara e orientar
também estes laboratórios na sua fase artesanal.
Contudo deverão serem
pesquisados e documentados em outro âmbito.
Fig
19 – A floração de uma das 7 variedades
da popular “pata de vaca” no JARDIM
BOTÂNICO de PORTO ALEGRE. Planta nativa da Mata Atlântica tradicional remédio e
que está conquistando cada vez mais espaço na urbanização tanta pela sua
florada em diversas cores e pelo porte apropriado às diversas redes de fios das
vias públicas. Os cientistas a classificam no . Reino: Plantae
– Divisão: Magnoliophyta. Classe: Magnoliopsida. - Ordem:
Fabales – Família: Fabaceae – Subfamília: Cesalpinioideae - Género:
Bauhinia. - Espécie: B. forticata
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Pata-de-vaca
- Ao tratar deste tema estamos tratando de ARTE?
Na sua essência trata-se
da CIÊNCIA BOTÂNICA. Contudo a CIÊNCIA supõe pensamento, criatividade e
projetos humanos. Como tais bebem da mesma VIDA humana. Na medida em que a
autêntica Arte é gratuita.
Para uma resposta mais
ampla: “se um Jardim Botânico é Arte” haveria necessidade de um retorno no
âmbito histórico ao mundo de Leonardo da
Vinci. Esta criatura humana sabia, antes de mais nada, como artista que “um
quadro é uma coisa mental”. e alguém
profundamente interessado nas condições ambientais e um experimentador continuada
desta circunstâncias. Como a Natureza em si mesma não é Arte. Uma floresta - ou
qualquer outra formação viva ou geológica - não constitui Arte por si mesma.
A passagem da Natureza
para a esfera estética acontece na medida em que esta transferência se produz,
se conserva e socializa por meio de um pensamento.
Acredita-se que o Jardim
Botânico de Porto Alegre foi produzido, se reproduz e se socializa como tal por
meio da mediação deste pensamento que atravessa toda a sua existência.
Pensamente que na forma de um ente primitivo jamais é unívoco e linear. No
entanto possui a orientação, a fecundidade e as forças da sua própria recriação
permanente como instituição.
Fig
20 – JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE palmeira
originária do Madagascar [Os cientistas botânicos classificam esta planta no Reino:
vegetal. Divisão Magnoliophyta. Classe: Liliopsida. Ordem:
Arecales. Família: Arecaceae. Gênero : Bismarckia]..
O Jardim Botânico de
Porto Alegre é uma autêntica e legítima INSTITUIÇÃO. Como tal não concorre com
nenhum outro congênere. Todas as comparações são sempre odiosas. Como
Instituição também não concorre a prêmios, recompensas e nem faz propaganda ou marketing de si. Certamente faz
publicidade na medida em que pertence e integra o serviço público. Como tal é
obrigado a prestar contas ao poder originário. Este o subsidia pelos impostos
que em contrapartida paga uma pequena taxa para as necessidades imediatas de
sua manutenção. Publicidade que realiza em congresso de seus profissionais e
técnicos administrativos a ele vinculados. Publicidade na medida em que também
é um laboratório de estudos. Neles os estudantes e acadêmicos dos diversos graus
de ensino formal realizam pesquisas e estágios para as Ciências correlatas com
a Botânica. Publicidade especialmente na medida em que abre silenciosa, pontual
e diariamente das 8h00 até as 18h00 para toda a população que o procura pelas
suas qualidades e valores intrínsecos.
Como instituição é
possível afirmar que o Jardim Botânico de Porto Alegre está cumprindo o que
prometeu desde a sua criação. Na passagem deste tempo uma legião de
profissionais o mantém com os sacrifícios pessoais, conhecimentos e abnegação
diante das suas limitações orçamentárias. Os seus maiores prêmios são a sua
existência e o seu funcionamento ininterrupto.
NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900)
Sobre el porvenir de nuestras escuelas.
Barcelona: Tusquets, 2000. 179
Fig
21 – Ramon de PEÑAFORT MALAGARRIGA y
HERAS (1904-1990) Ir. TEODORE LUIS FSC
um dos idealizadores do JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE, do
HORTO FLORESTAL da UFPel e criador do INSTITUTO GEOBIOLÓGICO da CANOAS
Ramon de PEÑAFORT
MALAGARRIGA y HERAS 1904-1990- Ir. TEODORE LUIS
INSTITUTO
GEOBIOLÒGICO
HORTO FLORESTAL
de PELOTAS da UFPEL
livros
Fig
22 – Placa de novembro de 1974 na ocasião da inauguração das intervenções
arquitetônicas e urbanistas para o acesso e para a administração JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE e MUSEU de
CIÊNCIAS NATURAIS.
Jorge HERMANN
Fig
23 – O artista plástico Jorge Hermann
usa o ambiente do JARDIM BOTÂNICO de
PORTO ALEGRE para as suas aulas de Desenho e Observação da Paisagem.
Formado pelo Instituto de Artes que manteve sempre na sua grade curricular a
cadeira de Pintura e Desenho de Paisagem. Assim a ARTE e a CIÊNCIA possuem no JARDIM BOTÂNICO um lugar de encontro.
Também ocorrem Concertos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) neste
ambiente da Natureza.
Fig
24 – JARDIM BOTÂNICO de PORTO ALEGRE portal
na Av Salvado Franca nº 1427 - integrada
na III Perimetral de Porto Alegre
Clique sobre a imagem para
ampliá-la
Jardim Botânico –
PAO/RS.
Museu de Ciências
Naturais – PAO/RS.
Secretaria do Meio Ambiente
JARDIM BOTÂNICO
do RIO de JANEIRO – história
Balduino
Rambo SJ (1905-1961)
Gregor
Johan Mendel 1822-1884)
SUMÁRIO
do 2º ANO de EXISTÊNCIA deste BLOG em:
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