sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ISTO é ARTE - 004

A PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA - JAPÃO em PORTO ALEGRE.


Fig. 01 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA localização

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Poucos habitantes de Porto Alegre usufruem a explosão floral do mês de julho que acontece na sua cidade. Talvez induzidos pelo cinza, frio e vento minuano, escapa-lhes o espetáculo que acontece no seu inverno meridional. As espécies vegetais ainda acompanham, nesta época, o ritmo da estação nórdica da qual vieram e onde o seu relógio biológico ainda marca a plena primavera-verão nipônico.


Fig. 02 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

Este belo contraste e complementaridade já repetiram em 27 invernos meridionais do Brasil ano de 2011. Implantado com extremo cuidado, em 1983, constitui um bonsai gigante e que os visitantes podem percorrer como um museu vivo e do qual passam a fazer parte como personagens de um cenário. Cercado e com guarda permanente abre em horário de museu e fecha, portanto, na 2ª feira para a visitação pública.


Fig. 03 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

A criação e a elaboração das ARTES na cultura nipônica também constitui o mesmo contraste e complementaridade do que os climas opostos e antípodas sul-brasileiros.


Fig. 04 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

A ruidosa cultura brasileira encontra o silencio da cultura nipônica. Certamente o ocidental aguarda propaganda, marketing e patrocínio ostensivos e espalhafatosos.Não há placa, setas, programas e eventos na praça Shiga. O espetáculo das plantas, da água, das rochas, do ar e do Sol ocorre silencioso.


Fig. 05 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 31 de julho de 2011

Os seus atores diários e disciplinados dão vida, colorido e variedade em todas as horas do dia e das estações. Jamais são iguais entre si mesmos e quem decifrou o seus segredo jamais sentirá monotonia ou tédio.


Fig. 06 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

A concepção e a mentalidade desta praça buscam as suas energias e renovação no plano do NIRVANA e na busca do perfeito equilíbrio entre as paixões humanas com as forças da Natureza.


Fig. 07 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

Assim esta praça nasceu e se desenvolve numa coerência interna muito forte e absolutamente distinto das obras de arte de uma sociedade consumista e ruidosa.


Fig. 08 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

A sua gratuidade depende desta mentalidade que o concebeu e que o previu e planejou e construiu para funcionar com um mínimo de gastos econômicos e de energia. Certamente a sua cerca e o funcionário que abre como museu são limites necessários para marcar concepções tão radicalmente distintas.


Fig. 09 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

O seu uso-fruto diário refaz as energias mentais e físicas, de quem o procura, traz um cenário único para fotografias além de contribuir com área verde para três artérias viárias importantes de Porto Alegre.


Fig. 10 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

A Praça Shiga, com sua calma, sua disciplina e seus vegetais, água e rochas contrasta com o ruído, a agitação, asfalto e os carros que circulam na malha urbana onde ela se situa.


Fig. 11 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

A mentalidade e o pensamento oriental estão conectados, de forma permanente e indissolúvel com as imensas forças que agem sem fazer ruídos e nem estardalhaço.


Fig. 12 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

Assim as forças morais agem coerentemente com as energias do mundo físico, da mesma maneira como o magnetismo mantém em unidade os corpos celestes.


Fig. 13 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

A cultura Oriental cultiva o seu EU mergulhado num TODO em permanente “vir a ser” e que completa seus antepassados e irá se continuar no futuro.


Fig. 14 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

Contrasta com a cultura Ocidental que percebe este EU como um TODO completo e individualidade único. Em especial no taoísmo, este EU não é algo a ser esculpido como um bloco monolítico e auto-suficiente.



Fig. 15 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

Na cultura chinesa esta personalidade está em permanente construção pela recepção, elaboração de contradições e pela harmoniosa integração entre os princípios claros e escuros do bem e do mal que convivem em cada indivíduo. (WEBER in FEATHERSTONE, 1997, p.62)


Fig. 16 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

Não existem santos e nem bandidos totalmente bons ou totalmente maus. A falácia ocidental percebe - este EU e INDIVÍDUO completo e perfeito - como o resultado definitivo e último de uma linha de montagem.


Fig. 17 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011


Fig. 18 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

Linha na qual existe um padrão ideal, conhecido e externo a ser atingido. Este conhecimento controla uma qualidade fixa e universal que rejeita e desqualifica qualquer excentricidade. Na cultura oriental, se for adotado um padrão externo e um controle de qualidade, ela age sem este é fixo, tirano e universal.


Fig. 19 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

A revolução maoísta é constante e constitui-se no permanente recomeço da busca da coerência, enquanto a revolução soviética chegou ao seu “paraíso” definitivo e acabou satisfeita consigo mesma.


Fig. 20 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011

Uma obra de arte oriental, ou sua narrativa, pode prescindir da estrutura ocidental clássica de um começo, meio e um final. A sua lógica é de um ente no qual cada detalhe, momento ou gesto é um todo completo e com sentido em si mesmo, ao exemplo de um fractal de um holograma.


Fig. 21 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 31 de julho de 2011

A sua forma projeta-se na ausência do grito da tragédia e do drama escancarado. O seu tempo evoca a passagem pelo âmbito do silêncio. As suas forças e suas energias comportam-se equilibradas e coerentes, tanto no micro-universo como no macro.


Fig. 22 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 31 de julho de 2011

A sua moldura é o inverso na forma de uma mandala, infinita em direção ao seu centro como para fora. Em resumo trata-se do registro da busca da plenitude intrínseca do equilíbrio e da coerência ao âmbito da concepção do Nirvana.


Fig. 23 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 31 de julho de 2011

No âmbito do mundo empírico e do comportamento pragmático, estas culturas sentem-se a vontade. Agem equilibradas e coerentes tanto na micro-eletrônica mais refinada, como no macro, ao exemplo da concepção e na construção das grandes estruturas da Muralha da China e da represa e da usina das Três Gargantas.


Fig. 24 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 31 de julho de 2011

É possível concluir que a PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA, além de todos os seus elementos estilísticos e formais, é uma lição viva contínua e um remédio disponível vindo de outra mentalidade.


Fig. 25 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 31 de julho de 2011

Mentalidade Oriental que, na sua diferença, contrasta com a mentalidade Ocidental, complementando-a e ressaltando as suas virtudes. Virtudes das quais não seria consciente sem a presença viva deste contraste continuado e nem teria remédio nas suas neuroses e freqüentes desmandos.



Fig. 26 – PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – Porto Alegre – RS - em 10 de julho de 2011


FONTES

PROVÍNCIA de SHIGA - Japão – imagens


http://www.google.com.br/maps?q=PROV%C3%8DNCIA%20de%20SHIGA&layer=c&ll=34.960624,135.905508&cbll=34.960624,135.905508&photoid=po-5064378&z=8&ei=pdE1TvXzH8yugQeW1diMDQ&sa=X&oi=geocode_result&ct=photo-link&cd=3&resnum=1&ved=0CB4Q8wEoAjAA

PRAÇA PROVÍNCIA de SHIGA – POA – RS

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Prov%C3%ADncia_de_Shiga

CHARLES CARTIER BRESSONcoleção de arte oriental – Nantes - França

http://mban.nancy.fr/fr/accueil/actualites/detail-actualite.html?tx_ttnews%5Btt_news%5D=36&cHash=cbee724c83315df24ed32d398e3c52fc

FOTOS de CÌRIO SIMON

E-mail : ciriosimon@cpovo.net

blog : http://profciriosimon.blogspot.com/2010/10/sumario-eletronico-do-1-ano-do-blog.html

blog : http://mathiassimon1829.blogspot.com/2011_04_01_archive.html

blog : http://naofoinogrito.blogspot.com/

Site : www.ciriosimon.pro.br
Vídeo : http://www.youtube.com/watch?v=qdqXEg7ugxA

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