quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ARTE em PORTO ALEGRE após 1945 – 08.02





08.02 - PRIMEIRA TURMA de ARQUITETOS do RIO GRANDE do SUL com CURSO SUPERIOR ESPECÌFICO.


Origem da imagem: Arquivo do AGIA-UFRGS

Fig. 01 - Seminário com o Arquiteto Maurício CRAVOTTO – julho de 1948

Direção do IBA-RS, docentes, estudantes no Seminário GRANDES COMPOSIÇÔES dos Cursos Superiores de Arquitetura e de Urbanismo do IBA-RS e com presença de representante do Curso de Arquitetura da Escola de Engenharia da URGS.

1 – Demétrio Ribeiro Neto Prof. Composições de Arquitetura; 2 – Enilda Ribeiro 3ª série Arq 3 – Jaime Luna dos Santos 3ª série Arq 4 – Alfredo Labutte 3ª série Arq; 5 – Moacyr Zamora 3ª série Arq; 6 – Edgar Graeff Prof de Composições de Arquitetura; 7 – Luis Lampert Gaertner 3ª série Arq 8 – Fernando Petersen Lunardi 3ª série Arq 9 – Jair Amaury Koebe 3ª série Arq 10 – Paulo Valandro 3ª série Arq 11 – Tasso Olimpio Pufall 3ª série Arq 12 – Charles René Hugaud 3ª série Arq 13 – Antônio Magadan 3ª série Arq 14 – Bruno Felix Rossi 3ª série Arq 15 – Emil Achutti Bered 4ª série Arq.; 16 – Salomon Sibemberg Kruchin 4ª série Arq ; 17 – José Lorenzo Parreira 4ª série Arq;18 – Nelson Camargo Costa 4ª série Arq ;19 – Remo José Irace 4ª série Arq; 20 –Jasson Cavalcante Albuquerque 4ª série Arq; 21 –Roberto Felix Veronese 4ª série Arq; 22 – Kurt Günter Hugo Schmeling 4ª série Arq; 24 – Luiz Ubatuba de Farias Prof. Física Aplicada; 25 – Edvaldo Piava Prof do Curso de Urbanismo; 26 – Ney Chrisóstomo da Costa Prof. De Geometria Descritiav e Materiais; 27 –Eugênio STEINHOFF Prof da Escola de Engenharia da URGS; 28 –Tasso Bolívar Dias Correa Diretor do IBA-RS; 29 – Maurício CRAVOTTO (1893-1962)[1] 30 –Athos Damasceno Ferreira – escritor; 31 –Ildefonso Arrosteguy Prof. Grandes Composições de Arquitetura; 32 - Fernando Corona Prof. Desenho, Modelagem e Escultura

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Em Porto Alegre, a primeira turma de arquitetos teve a sua formação em Curso Superior especifico, entre 1944 a 1950, no Instituto de Artes do Rio Grande do Sul (IBA-RS). Antes desta turma houve, entre 1939 e 1944, a formação de Técnicos em Arquitetura no mesmo IBA-RS. Na Escola de Engenharia ocorria um curso de Especialização em Arquitetura, ministrados à formandos em Engenharia e paralela à turma do IBA-RS,.


A turma do curso superior de Arquitetura do IBA-RS tinha sua formação ao lado do Curso Superior de Artes Plásticas ao moldes do ambiente que se formava na ENBA e demais Escolas Superiores. Posteriormente, com a criação da Faculdade de Arquitetura, a sua formação era separada.


A competência do campo da Arquitetura constava, em 1908, no 1º Estatuto, nos FINS e ORGANIZAÇÃO do INSTITUTO de BELLAS ARTES do RIO GRANDE do SUL

Art. 1º - O Instituto de Bellas Artes, [...], tem por fim o ensino theórico e prático das Bellas-Artes.

§ único - Este ensino será feito mediante cursos systematisados, formando dous grupos, ou secções distinctas: - a ESCOLA ou CONSERVATÓRIO DE MÚSICA, compreendendo a theoria da musica, a composição e a música vocal e instrumental; a ESCOLA de ARTES, compreendendo a pintura, a escultura, architectura e as artes de applicação industrial.


Enquanto isto na fundação da Escola de Engenharia, em 1896, constava O Ensino da Escola se comporá de cinco cursos independentes: a– Curso de Agrimensura; b– Curso de Estradas; c– Curso de Hydraulica; d– Curso de Agricultura; e– Curso de Electro-technica[2].


Após as duas unidades se unirem em 1934 na Universidade de Porto Alegre – UPA - a exclusão das Artes da Universidade, em 1939, o caminho abriu-se para as iniciativas do Instituto. Esse, colocou em funcionamento o Curso Técnico de Arquitetura no início do ano escolar de 1939. Em 1944, projetou o Curso Superior de Arquitetura que funcionou no início do ano escolar de 1945. Em 1947, criou e ofereceu o Curso de Urbanismo.

. Já em 1939 o Curso Técnico de Arquitetura, que funcionou no IBA-RS, se, de um lado, foi um estágio na área e um ensaio geral para o seu curso superior, também serviu como porta o ingresso de profissionais qualificados de Arquitetura nos quadro docentes do IBA-RS. No Curso de Artes Plásticas do IBA-RS a metade dos seus professores era formada de profissionais da arquitetura[3]. As presenças de José Lutzenberger, Ernani Dias Corrêa e Fernando Corona foram fundamentais para que essa especialidade pudesse emergir no Instituto. Eles traziam, ao Instituto, volumosos currículos de suas realizações arquitetônicas em todo o Rio Grande do Sul.

Dez dias após o IBA-RS ser excluído da Universidade de Porto Alegre, o Curso Técnico de Arquitetura[4] do IBA-RS foi proposto, aprovado e estruturado na sessão do dia 16 de janeiro de 1939,

IV - Curso Técnico de Arquitetura - Foi discutida e unanimemente aprovada a criação desse curso, que deverá funcionar com a seguinte seriação:1º. ano - Desenho figurado (1.a parte); Modelagem (1ª.parte); Historia da Arte (1ª parte); Geometria descritiva. 2º. ano - Desenho figurado (2ª. parte); Modelagem (2ª. parte);Historia da Arte (2ª. parte); Perspectiva e Sombras; Arte decorativa (1ª. parte); Arquitetura analítica (1ª. parte)3º. ano - Arquitetura analitica (2ª. parte); Arte decorativa (2ª. parte): Estruturas de Construção; Composição clássica e moderna.

Esta estrutura foi seguida rigidamente até a criação do Curso Superior.




[2] - Correio do Povo, 20.11.1896, capa (micro filme do Museu Hipólito da Costa POA-RS)


[3] - Ernani Dias Corrêa, Fernando Corona e José Lutzenberger eram arquitetos em atividade no IBA-RS, com obras significativas no Rio Grande Sul. Não são arquitetos os professores Ângelo Guido, João Fahrion e Luis Maristany Trias.


[4] - Uma vez excluído da UPA o IBA-RS sentiu-se desnvencilhado do seu compromisso de ceder à Escola de Engenharia da UPA a competência de Arquitetura que constava no momento da criação da UPA


Fig. 02 - Curso Técnico de Arquitetura do IBA-RS – Tábua curricular.

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Alguns estudantes do Curso Técnico realizaram depois o Curso Superior. O C.T.A transformou, em 31. 01. 1946, o Curso Técnico de Arquitetura no Curso Técnico de Desenho e Decoração ( Livr. II p.45f)


A Congregação aprovou o Curso Superior de Arquitetura no dia 21 de setembro de 1944. O CTA regulamentou em 27.09.1944, o Curso Superior de Arquitetura, nomeando os professores. Estes são aprovados pelo CTA em 17. 01. 1945 o Curso Superior de Arquitetura do IBA começou a funcionar em 07. 05. 1945.


Fig. 03- Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS – Tábua curricular.

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O Curso Superior de Urbanismo foi autorizado pelo mesmo Decreto Federal Nº 19.991[1] de 26. 11. 1945 que autorizava a funcionar o de Arquitetura do IBA-RS. Este Curso Superior de Urbanismo foi aprovado pelo CTA no Instituto de Belas Artes no dia 28. 03. 1947





[1] - Decreto Federal no 19.991 de 26.11.1945 publicado no Diário Oficial no dia 28 . 12 . 1945



Fig. 04 - Curso Superior de Urbanismo do IBA-RS – Tábua curricular.

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Pelo que se percebe este curso também era uma especialização. Os primeiros estudantes matriculados nele eram formados em Curso Superior da Escola ce Engenharia da URGS.


Origem da imagem: Arquivo do AGIA-UFRGS

Fig. 05 - Oscar Niemeyer falando com os formandos do Curso Superior de Urbanismo do IBA-RS, na data 13 de abril de 1949[1].

Da esquerda para a direita, Nelly Peixoto Martins, Sérgio Corrêa, Francisco Riopardense Macedo e Oscar Niemeyer Soares Filho - identificados por Francisco Riopardense Macedo em 03 de fevereiro de 2004.



AS CIRCUNSTÂNCIAS do SABER ARQUITETÔNICO

na UNIVERSIDADE BRASILEIRA e em PORTO ALEGRE.


O Estado começou a buscar uma resposta aos anseios e para as necessidades desta área superior ao meio cultural local e nacional. As aulas da instituição não deveriam morrer entre as quatro paredes de uma sala de aula, como na época (1910-1936) da Escola de Artes (EA) do IBA-RS. O Instituto, autônomo e renovado em 1939, investiu nos cursos de Artes Plásticas, Arquitetura e Gravura e que eram praticadas e divulgadas como instrumentos de ascensão cultural, social e política dos seus artistas, além de gerar condições para que pudessem preparar para uma profissão. Se antes o aluno da EA buscava o curso para aperfeiçoamento pessoal, numa atitude passiva, agora o CAP evoluía em direção de um curso profissional, respondendo ativamente às reais necessidades de uma vida urbana e à circulação da arte.



[1] Em relação a este evento conferir no presente blog a matéria http://profciriosimon.blogspot.com/2010/05/01-oscar-niemeyer-em-porto-alegre.html e as 3 matérias subseqüentes.


«O arquiteto Oscar Niemayer paraninfará a primeira turma de urbanistas do Instituto de Belas Artes». Porto Alegre: Diário de Notícias, ano XXIV, no 36, p.7, 3a feira, 12.04.1949.


«Colou grau, ontem, no IBA da Universidade, a 1a turma de urbanistas do Brasil» Diário de Notícias, Porto Alegre ano XXIV, no 38, p.7, 14.04.1949. colunas 2, 3 e 4 + foto..


«O povo gosta da nova Arquitetura». Porto Alegre: Correio do Povo ano 54, no 165, p. 16, 15.04.1949, sexta-feira.

Fala ao ‘Correio do Povo” o arquiteto brasileiro Oscar Niemayer, um dos autores do anteprojeto da sede da ONU. [F2. 045.1.2.3.4]


«II Congresso Brasileiro de Arquitetos» Revista do Globo . Porto Alegre. Ano 20, fascículo 479, 05.03.1949, pp.46-49


«Oscar Niemeyer em Pôrto Alegre» Revista do Globo . Porto Alegre. Ano 20, fascículo 482, 14.05.1949, pp.43-45 e p.72


FERNANDO CORONA registrou a vinda de Oscar Niemeyer a Porto Alegre , no seu diário.«Caminhada – Tomo 2o – um homem como outro qualquer – nascer em um lugar e renascer em outro». Nas folhas 4 e 9, escritas em 1975.


Origem da imagem: Arquivo do AGIA-UFRGS

Fig. 06 - Seminário com o Arquiteto Maurício CRAVOTTO – julho de 1948

Direção do IB-RS, docentes, estudantes no Seminário GRANDES COMPOSIÇÕES dos Cursos Superiores de Arquitetura e de Urbanismo do IBA-RS e com presença da Escola de Engenharia da URGS.

8 – Jaime Luna dos Santos 3ª série Arq; 9 – Alfredo Labutte 3ª série Arq; 10 – Moacyr Zamora 3ª série Arq; 11 – Edgar Graeff Prof de Composições de Arquitetura; 12 – Luis Lampert Gaertner 3ª série Arq 13 – Fernando Petersen Lunardi 3ª série Arq 14 – Jair Amaury Koebe 3ª série Arq 15 – Paulo Valandro 3ª série Arq 16 – Tasso Olimpio Pufall 3ª série Arq 17 – Charles René Hugaud 3ª série Arq 18 – Antônio Magadan 3ª série Arq 19 – Bruno Felix Rossi 3ª série Arq 20 – Emil Achutti Bered 4ª série Arq.; 21 – Salomon Sibemberg Kruchin 4ª série Arq ; 22 – José Lorenzo Parreira 4ª série Arq; 28 – Ney Chrisóstomo da Costa Prof. De Geometria Descritiav e Materiais; 29 –Eugênio STEINHOFF Prof da Escola de Engenharia da URGS; 30 –Tasso Bolívar Dias Correa Diretor do IBA-RS; 31 – Maurício CRAVOTTO (1893-1962) 32 - Athos Damasceno Ferreira – escritor;

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O alargamento dos limites entre a arte e meio técnico-cultural ocorria em Porto Alegre como ocorria em outros lugares[1]. A construção civil, em larga escala, a ampliação das intervenções dos governos, tanto federal como estadual e municipal, abriam espaços para a profissionalização das áreas de Arquitetura e do Urbanismo que necessitavam de agentes qualificados. No caso das Artes Plásticas, abriam-se perspectivas nas editoras, revistas e na publicidade visual. O Desenho ingressava como componente educacional na escola elementar e média[2], ao lado do Canto Orfeônico e do Teatro. O artista plástico procurava lugar para os seus murais, esculturas e a circulação dos seus desenhos, pinturas, gravuras e fotos.

As novas tábuas curriculares[3] do IBA-RS deveriam responder a este mundo externo. Com o CAP, o currículo singelo e uniforme da antiga EA, tornou-se complexo, progressivo e coerente com graduações básicas: uma em Desenho, outra em Escultura além da Arquitetura e do Urbanismo. Ao mesmo tempo em que se transformou a natureza interna do curso superior, também se transformou o antigo curso médio ou preparatório que agora era um típico curso técnico profissionalizante[4]. Os dois cursos, um de Técnico em Artes Plásticas (TAP) e outro de Técnico em Arquitetura (TA) foram aprovados no dia 16 de janeiro de 1939, na mesma sessão[5] que aprovou o novo Estatuto do Instituto, já desligado da universidade local. A transformação no seu currículo foi tão profunda como aquela havida na mantenedora. Esse fato é observado na comparação dos dois estatutos[6]. O Regulamento, aprovado no dia 24.03.1939, introduziu no artigo 99, as seções de Pintura, de Escultura e de Gravura e lhes deu uma nova vinculação, destino e um objetivo.

Art. 99. – O Curso de Artes Plásticas, compreendendo os cursos[7] de Pintura, Escultura e Gravura, tem por fim o preparo técnico e artístico de pintores, escultores e gravadores, bem como a instrução superior, geral e especializada de que necessitam para exercer a sua função no meio social brasileiro.

§ único – Os cursos de Pintura, Escultura e Gravura, apenas diferem entre si nas exigências da cadeira peculiar a cada uma das especialidades”.

Esses novos cursos caracterizavam o novo tempo e o que o Instituto pretendia através dessas mudanças. É necessário destacar que o próprio arquiteto Oscar Niemeyer havia realizado, na ENBA, a sua formação superior no âmbito das artes.

Seguindo o artigo 224 do Decreto no 19.852, de 11.04.1931e o artigo 2o do Decreto-Lei 22.897 de 06.06.1933, o artigo 100 do Regulamento do IBA-RS, aglutinava em 4 grandes grupos as 12 cadeiras oferecidas no curso superior: a) teóricas de ensino coletivo, b) teórico-práticas coletivas, c) práticas de ensino individual e d) especiais de ensino individual. Essa divisão teve poucos efeitos práticos.


O artigo 102 do Regulamento estabeleceu doze diferentes disciplinas no Curso de Artes Plásticas – CAP- , sendo algumas desdobradas em duas partes, ou dois anos. I - Geometria Descritiva, II – Perspectiva e Sombras, III – Anatomia Artística, IV – História da Arte (duas partes), V – Arte Decorativa (duas partes), VI - Arquitetura Analítica (duas partes), VII – Desenho, VIII – Modelagem (duas partes), IX – Desenho de Modelo Vivo, X - Pintura (seção de Pintura), XI – Escultura (seção de Escultura) e XII - Gravura (Seção de Gravura).




[1] - Alguns cursos retomados em ULM da Bauhaus alemã e que no final do século XX representava ainda motivação para inclusões curriculares. Na França Monnier registrou (1995, p.406) a preocupação das instituições de artes da França em responder às necessidades de um mundo utilitarista e as controvérsias que gerou. “Interessados em justificar a autonomia dos departamentos de arte contra o utilitarismo da formação dos ofícios, alguns docentes levantaram-se contra a nova orientação [...] Mas no conjunto, esse empirismo que reforçou a autonomia dos estabelecimentos, ao abrir perspectivas sobre a relação com as coletividades locais, confirma a evolução sufocada no início dos anos 70, mas desta vez, prestando atenção aos meios colocados em ação e novas oportunidades de sucesso”. Outro índice, dessa distância entre a arte e o mundo prático industrial, na França, está registrado num parecer do CONSULTEC em 11 de maio de 1962 onde “o design na França é um fenômeno novo, adolescente. Apenas decorridos muitos anos é que percebemos o incrível atraso que foi acumulando. Muitos fatores ocasionam isso”. in Souza, 1990, p. 35.

[2] - Ana Mae Barbosa estudou (1983: 1080-1095) a influência de John Dewey na sua concepção de arte como experiência teve no Brasil dessa época. As teorias de Dewy atingiram Fernando Azevedo em São Paulo e ABE, a tese de Nereu Sampaio na capital federal, Francisco Campos em Minas Gerais, Anísio Teixeira na Bahia e Carneiro Leão em Pernambuco. A condução desse processo desembocou na Lei de Diretrizes e Bases de 1961 e no decreto n .o 5692 de 11.08. 1971 no qual se garantiu legalmente e presença da arte como disciplina curricular obrigatória. Esse fato acenava para a garantia da profissionalização do estudante universitário de arte


[3] - Programas do Curso de Artes Plásticas do Instituto de Belas Artes. Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[4] - Se Fiore percebe (1992) o Curso Técnico de Arquitetura (1939) como preparatório para o Curso Superior de Arquitetura do IBA (1944), contudo, também é possível interpretá-lo como continuação do Curso Preparatório que a Escola de Artes mantinha desde 1910. Acrescentaram-se os componentes profissionalizantes. Outra leitura possível é suprir a Escola de Artes e Ofícios que em Porto Alegre não teve um corpo institucional que durasse no tempo. O antigo Conservatório de Música do IA-UFRGS, mantém até a atualidade essa prática de se dedicar ao estudante antes de aceitá-lo no Curso Superior.


[5] - Livro nº I de atas do C.T. A sessão do dia 16.01.1939. Esse Estatuto foi referendado pela Congregação no dia 23 de Janeiro de 1939. Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[6] - Quando se examina e compara com o antigo Regulamento, que legislava sobre a EA, é possível verificar nos 132 artigos que ele se concentrava em postos e encargos legais sem distinção especial para a Escola de Artes. Já o Regulamento do Instituto, aprovado no dia 24 de março de 1939, era extremamente mais extenso e minucioso nos seus 292 artigos, com ênfase na descrição de procedimentos didáticos. O regulamento do Instituto aprovado pela Congregação do IBA-RS em 24/03/1939, entre os seus artigos de 99 até 122 eram dedicados especificamente ao CAP. LEIS que afetaram o IBA-RS entre 1908-1962 disponíveis com o autor em CD-ROM


[7] - No art. 102 o termo ‘curso’ é substituído por ‘seção


Fig. 07 - Curso Superior de Artes Plásticas do IBA-RS – Tábua curricular.

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O currículo do CAP, implantado em 24 de março de 1939, na prática vigorou no CAP até 1965, quando passou a ser desenvolvido em cinco anos (10 semestres)[1]. Até aquele momento, o curso era apenas destinado à graduação, sendo a licenciatura realizada na Faculdade de Filosofia no seu Curso de Educação[2].


O estudante graduava-se em uma das seções oferecidas pelo CAP. Após isso, e na medida dos seus interesses, ele fazia um vestibular na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da URGS, no seu Curso de Educação, em vistas à Licenciatura em Desenho[3] ou na Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da PUC-RS, quando essa se constituiu[4].


Antes de estudar o novo Curso Superior do IBA-RS, - que seguia o paradigma universitário sem se estar numa-, é necessário apreciar a questão das Artes e dos Ofícios que constava como artes industriais, no estatuto fundante do ILBA-RS.



[1] - O Regulamento, aprovado nos dias 06.04 e 20.12.1951, prescrevia, já nos seus artigos 6o e 9o, os dez semestres para o curso superior de Artes Plásticas. Mas isso só foi implementado após o re-ingresso do Instituto de Belas Artes na Universidade local.


[2] - A partir da reforma de 1965, os cursos de licenciatura e de graduação tornaram-se responsabilidade do IBA-RS e ministrados no interior do próprio CAP e com a responsabilidade direta de ambos no IBA-RS, com a colaboração da Faculdade de Educação.

[3] - Nunca houve licenciatura em Pintura, Gravura ou Escultura. O Parecer no 442/951 do Conselho Federal de Educação recapitula os pareceres no 154/940 e no 84/942 que dispõe que o “Diploma de Licenciatura em Desenho é conferido aos alunos que terminar os Cursos de Pintura ou de Desenho da ENBA que podem transferir-se para o Curso de Didática da Faculdade de Filosofia dando direito ao diploma de Licenciatura em Desenho. Para matricular-se na Faculdade de Nacional de Filosofia realizam vestibular, acrescido de Português” Com a LDB em 1961 esses cursos de licenciaturas deveriam ser desenvolvidos nas próprias escolas de arte. A lei 5.692 de 11.08.1971 introduziu o conceito de ‘polivalência’ na licenciatura em artes, o que o obrigou a um curso aberto para todas as artes e separando ainda mais a graduação em artes plásticas da licenciatura em artes segundo Ana Mae Barbosa (1983, p. 1093).


[4] - A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da PUCRS, se constituiu três anos após o da UFRGS e seguindo o Decreto Federal n.o 19.851 de 11 de abril de 1931. Um dos seus organizadores foi o Irmão Faustino João (1908-2002) que “começou a lecionar na estruturação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, inaugurada em 1940. Foi professor, secretário e membro dos conselhos. Preparou, ainda, a Faculdade de Serviço Social em 1945, e a Faculdade de Direito, em 1947. Em 1951, organizou o curso de Jornalismo, que começou a funcionar em 1952.” Obituário do Irmão Faustino João in Zero Hora. Porto Alegre, ano 39, no 13.462, p. 37, 29/06/2002.

CORONA - CURSO de ARQUITETURA do IBA-RS: MODELAGEM. e de MAQUETES Documentário fotográfico 1947-1951

Fig. 08 - Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS – Aula de Maquete

Fernando Corona cercado pelos estudantes Nelson Souza, Lea Preto de Oliveira, Roberto Bins, Vera Fabício, Euz F. Barros, Doris Santso, Osmar Ramirez, Paulo Waler, Gustavo Müzel, Gerson Moyer, Paulo Zubarán, A fonso Cesls Ribeiro, Bruno Reimann.[1]

A universidade brasileira foi interpretada, em muitas ocasiões, apenas como um conjunto de cursos superiores, ou de 3ª grau. Contudo, quase a totalidade dos cursos superiores exigem um estágio de aprendizagem de um metiêr preliminar., quando se vinculam a algum fazer prático, No caso do artista plástico, trata-se da sua aprendizagem de técnicas da criação da forma da obra, como suporte ao pensamento, possível de ser recuperado, em outro tempo e lugar pelo seu observador, graças à forma da obra. No caso do artista erudito, acrescentam-se as condições técnicas capazes de suportar as permanentes rupturas epistêmicas que ele enfrenta ao longo de sua vida. O estudante de música não poderá enfrentar um curso superior sem alguma habilidade em algum instrumento e uma alfabetização musical. O mesmo pode ser dito do ator teatral. Para o estudante dessas áreas é altamente frustrante ter o seu primeiro contato com a arte num curso superior. Assim é visível no currículo, tanto da EA como do CAP, um curso preparatório ou curso técnico. Parece seguir a regra geral das academias de arte de 1800 quando as classes elementares são destinadas às exigências da indústria e os cursos avançados aos artistas (Pevsner, 1982: 117) Mas, no Brasil, há vários obstáculos para a regra dessa preparação preliminar para a execução da obra.


Nunca houve consenso sobre o ensino e a utilização da técnica no Brasil. É possível atribuir, essa falta de consenso, à própria cultura colonial, dominada por um Estado patrimonialista através de um estamento para quem não importava gerar técnica através da pesquisa científica, mas apenas comentários[2]. Apesar da discriminação do artesão no Brasil, Joaquim Lebreton trouxe mais artesões do que artistas na Missão Artística Francesa de 1816. Porém, na Academia, como intelectual, político e Secretário Perpétuo do Instituto de França, a opinião de Lebreton também dava pouco espaço ao artesão, pois, segundo ele, não se deveria abandonar a instituição “ao patrocínio desprovido de luzes, nem as pretensões pessoais de artistas de intervir ou enfraquecer a ordem do ensino pela intromissão de algum professor medíocre ou não qualificado pelo ensino clássico”. (in Cipiniuk, 1997: 51). Se esse último critério tivesse vingado, não existiriam muitos dos artistas brasileiros de renome, pois não teriam seguido ‘a ordem de ensino’ e tão pouco se qualificariam através do ensino clássico. No IBA-RS, não haveria oportunidade para um Fernando Corona ou um Iberê Camargo, pois ambos iniciaram a sua vida artística pelo desenho técnico arquitetônico, evoluindo depois para um ensino qualificado. No contraditório, e na concepção de Lebreton, Marcel Duchamp defendia, em 1967[3], a necessidade de o artista freqüentar e cursar a universidade.

Na própria capital imperial, o Liceu de Artes e Ofícios teve de esperar até o dia 09.01.1858, quando ele foi aberto por iniciativa de Francisco Bethencourt da Silva, antigo aluno da AIBA[4] e amparado pela Sociedade Propagadora de Belas Artes institucionalizada para esse fim no dia 23.11.1856[5]. Já no regime republicano, perdurou o mesmo descaso pelas artes aplicadas, como Eliseu Visconti[6] denunciou a omissão que para ele era um obstáculo para identidade nacional, pois “só as artes aplicadas são um assunto ampliíssimo, de que ninguém se preocupa aqui e sem o qual não é possível crear uma arte brasileira”. (in Angioni Costa 1927: 82).




[1] - CORONA, Fernando CURSO de ARQUITETURA: Cadeiras de MODELAGEM. e de MAQUETES Documentário fotográfico de 1946 – 47 – 48 – 49 – 50 – 51 -Folhas de arquivo: 297 mm X 210 mm como fotos coladas. Livros raros da Biblioteca do Instituto de Artes da UFRGS


[2] - Como Justo Prieto exclamou (1942, p. 104) diante da universidade “la interpretación del progreso se hizo preponderadamente intelectualista’. Faoro percebe nela apenas comentários (1975, p 67). Ou, no presente, Trigueiro descreve (1999, p.45) o ecletismo da universidade brasileira mergulhada “nesse campo confuso, tudo pode ser qualquer coisa e nada ao mesmo tempo. Tudo pode ser parceria, interdisciplinaridade, autonomia, inovação, sem qualquer articulação conceitual e prática, em torno de direções e metas consistentes”.

[3] - “Por que ao artista deve ir à Universidade?”. Locução de Marcel Duchamp, em 13 de maio de 1960, num colóquio organizado em Hofstra. Consta em : SANOULLET, Michel. DUCHAMP DU SIGNE réunis et présentés par.. Paris Flammarrion, 1991, pp. 236-239


[4] - ARAUJO VIANA, Ernesto da Cunha . «Das Artes plasticas no Brasil em Geral e na cidade do Rio de Janeiro em Particular» . Rio de Janeiro : Revista do Instituto Historico e Geographico Brasileiro, s/d. pp.590-591 (separata) et DENIS, 1997 p. 190


[5] - MORALES de los Rios Filho, 1938, pp. 252/3.


[6] - A obra pioneira no campo das artes aplicadas de Eliseu Visconti está sendo pesquisada pela ESDI – UERJ rua Evaristo da Veiga, 95, Lapa CEP 20031-040 Rio de Janeiro RJ www.esdi.uerj.br/visconti

CORONA, - CURSO de ARQUITETURA do IBA-RS: MODELAGEM. e de MAQUETES Documentário fotográfico 1947-1951


Fig. 09 - Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS – Aula de Maquete. 1948

Trabalho escolar de Olavo CANO, COSTANZO, Valmy e Zeno


Na criação de uma arte brasileira prevaleceu uma dupla posição, conforme o papel que se atribuía às artes plásticas, conforme as observações de Rafael Cardoso Denis (1997: 181/195). Para ele, o conjunto dos ofícios levaria para a esfera do progresso, enquanto as artes apontariam para a esfera conservadora. Essa dupla leitura, de Artes e de Ofícios foi divulgada no Brasil inteiro[1]. Em São Paulo a iniciativa foi dos advogados e engenheiros, de inspiração republicana e do progresso, que em dezembro de 1873, reuniram 131 pessoas na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco para formar a Sociedade Propagadora da Instrução Pública. Em fevereiro de 1874 abria a aulas noturnas e em 1882 iria ser a base do Liceu de Artes e Ofícios[2], e, em 1894, da Politécnica de São Paulo.

No Rio Grande do Sul é possível constatar que existiu também essa dupla posição. Houve iniciativas que fizeram pender a balança mais para a esfera do progresso dos ofícios. Essa prioridade era observada em vários pontos e instituições. Como foi estudado, dois anos antes da fundação do ILBA-RS, a Escola de Engenharia de Porto Alegre oficializou o seu Instituto Técnico Profissional que depois levará a designação Instituto Parobé. Este Instituto mantinha distintas oficinas de aprendizagem de técnicas artísticas como cantaria, modelagem, tipografia, serralharia e marcenaria além do ensino dos rudimentos de desenho projetivo[3]. Nele lecionava e praticava o professor Giuseppe Gaudenzi, um ativo colaborador da EA do ILBA-RS, Na sua tipografia foi impressa, em 1926, a Revista Madrugada[4]. Outro foi o do arquiteto Adolfo Gundlach que funcionou ao lado do templo luterano da Rua Senhor dos Passos, conforme refere Fernando Corona[5]. Esses cursos não persistiram no tempo e nem produziram documentação ou obra identificável como tal[6]. O seu estudo poderia revelar os abismos e as pontes possíveis entre o progresso dos ofícios e a busca civilizatória humanista das artes.


Esses conflitos, entre as artes e os ofícios, geraram abismos e rupturas, que para serem vencidos, necessitaram as pontes de cursos superiores onde se externaram as expressões de autonomia de cada campo, como revelou o estudo de Renato Fiore[7]. Tanto a Escola de Engenharia, como o Instituto de Artes, tentaram construir simultaneamente concepções próprias e as suas respectivas competências no campo institucional da Arquitetura[8], campo, onde a Engenharia fazia predominar os ofícios e o Instituto, a arte.


A idéia da implementação das artes comandando os ofícios de aplicação industrial, estava vigorosamente explícita na criação do ILBA-RS e expresso no primeiro estatuto de 1908. Ali foi registrado pelos seus fundadores de que o Instituto: “... tem por fim o ensino theorico e pratico das Bellas Artes”.

A prática das artes de aplicação industrial estava explícita no parágrafo único, que escreve: “... ESCOLA de ARTES, comprehedendo a pintura, a esculptura, architectura e artes de applicação industrial”. Os Estatutos de 16.12.1927 e o Regulamento do ILBA-RS de 06.05.1932 repetem literalmente esse artigo e seu parágrafo único.


Os cursos noturnos de desenho, mantidos pela EA do IBA-RS, iniciam em 1917, foram retomados imediatamente após a saída do Instituto da Universidade. Agora eram preparatórios e estavam nitidamente acoplados aos cursos superiores, com tratamento didático muito semelhante ao curso superior de diurno. Na reunião do CTA do dia 16 de janeiro de 1939[9],, estavam em pauta, no assunto n° IV, o Curso Técnico de Arquitetura: “Foi discutida e unanimemente aprovada a criação desse curso”. Na mesma reunião, esse CTA discutiu e aprovou também, as séries anuais e as respectivas disciplinas desse Curso Técnico de Arquitetura (TA).


O Regulamento do Instituto, aprovado no dia 24 de março de 1939 regulamentava o Curso Técnico de Artes Plásticas (TAP)[10] enquanto no currículo do TA verifica-se o nascimento e um embrião de um Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS, que começou a ser oferecido a partir do ano escolar de 1945, onde se encontrava a disciplina Arquitetura Analítica, como ponte entre a Arquitetura e as Artes Plásticas. Nela, descortina-se a ação do professor, arquiteto-engenheiro, Ernani Dias Corrêa, vinculando elementos estilísticos da História da Arte e História da Arquitetura[11]. Ernani será mais tarde o responsável por essa cadeira simultaneamente na Escola de Engenharia, nos Cursos de Arquitetura e de Artes Plásticas do IBA-RS e, a partir de 1951, na Faculdade de Arquitetura, conforme o seu currículo existente na sua pasta funcional.

Os cursos técnicos do IBA-RS funcionaram até 1946, pois, no final de 1945 ainda foram designadas bancas[12] para o exame da progressão nos mesmos modelos do curso superior, quando se anotou no Livro de Atas[13] do CTA:

Cursos técnicos: por proposta do senhor diretor, depois de discutir o assunto sob todos os aspectos, o Conselho aprovou unanimemente a manutenção de cursos anexos, técnicos, de música e artes plásticas, os que deverão se custeados pelas próprias rendas; Recomenda, entretanto, que os cursos sejam também submetidos à Congregação”.


Não há registro da opinião da Congregação, pois os cursos técnicos do CAP foram absorvidos de fato pelos cursos superiores. Já o Curso de Música (Conservatório) manteve intocada a sua estrutura que o estatuto do IBA-RS lhe prescreveu no Regulamento aprovado em sessão da Congregação no dia 24.03.1939.

Art. 2º - O ensino da Música será em três cursos: Fundamental, Geral e Superior.

Art. 4º - Embora mantida a unidade técnica e administrativa do Instituto de Belas Artes, desses três cursos, só será considerado universitário, para todos os efeitos do decreto 19.851, o curso superior”.

Os cursos de TAP tinham a matrícula anual e paga. Havia um pequeno vestibular[14]. O curso de TA começou a funcionar efetivamente em março de 1939 com 12 alunos matriculados, com uma única presença feminina. No ano seguinte também são 12 os matriculados, contando agora 4 mulheres[15]. É possível acompanhar, em diversas fontes do Arquivo, o conjunto dos desempenhos mensais e anuais desses estudantes[16].





[1]- Denis, no seu estudo relativo ao Liceu de Artes e Ofícios do RJ apresentado na EBA-UFRJ escreve (1997, p. 193).que “tanto a posição ‘conservadora’, que promoveu a supremacia das belas-artes quanto à posição ‘progressista’, que buscava empregar o ensino artístico em prol do desenvolvimento industrial do País, podem ser enquadradas – como o foram por seus respectivos proponentes – como elementos de uma missão civilizadora; afinal, os ideais geminados de progresso e civilização sempre se prestaram a diversas interpretações. No caso da Academia, existiram pelo menos dois, talvez mais, ‘projetos civilizatórios’ que andaram às vezes em harmonia e outras vezes em conflito”.



[2] - LICEU de ARTES e OFÍCIOS de S. Paulo: missão de excelência[org. Margarida Cintra Gordinho]. São Paulo : Marca D’Água. 2000, 119 p


[3] - O conjunto das atividades da escola de artes ofícios é visível no logotipo desse Instituto da Escola de Engenharia de Porto Alegre. Logotipo do Instituto PAROBÉ. Arquivo Geral do IA-UFRGS..


[4] - Revista Madrugada – Contra-capa.


[5] - Essa escola funcionava próxima a Escola de Artes do IBA-RS “A título informativo, o arquiteto Adolfo Gundlach foi um dos meus professores de Arquitetura. O curso livre funcionava na grande sala de uma sociedade alemã, situada à rua Senhor dos Passos, ao lado da igreja gótica”. CORONA, Fernando«A época do Dr. Ahrons» Correio do Povo. Porto Alegre, 10.11.1974, p.27

[6] - Há dificuldade de identificar até que época e em que medida o Instituto Parobé poderia ser visto como uma escola de artes e ofícios.


[7] - FIORE, Renato. « Arquitetura Moderna e o Ensino da Arquitetura: os cursos em Porto Alegre de 1945 a 1951 ». Porto Alegre:PUC-RS. 1992 – (Dissertação).

[8] - A Dra. Prof.a Sônia Gomes Pereira, na banca do exame da presente tese, no dia 27 de junho de 2002, defendeu que, na década de 1930 e 40, houve na universidade brasileira uma acirrada disputa pela posse do campo da Arquitetura, como forma de prestígio e como sintonia com a crescente urbanização brasileira.

[9] - Livro I Atas do Conselho Técnico Administrativo CTA 02/4/1941. Arquivo Geral do IA-UFRGS.



[10] - Regulamento dos Cursos Técnicos. Aprovado pela Congregação dos Professores na reunião de 13 de março de 1943 Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[11]- A disciplina de Arquitetura Analítica pertencia ao currículo da ENBA onde pelo Decreto no 22.897, de 06.06.1933, constava no seu - - Artigo 7o XVI – Arquitetura analítica: A) – Primeira parte: Estudo das principais fases da Arquitetura ocidental até a época Românica, inclusive. O estudo gráfico deverá ser acompanhado de preleções no sentido de mostrar a significação dos diversos elementos arquitetônicos, quer como resultantes de formas construtivas, quer como reflexos do meio geográfico e social. B) Segunda parte: Estudo das fases arquitetônicas posteriores à Românica até a época atual, de acôrdo com a orientação da primeira parte”.


[12] - O Livro nº II das atas do CTA. f. 42, na sessão de 30.10.1945, registra . “4) – Cursos Técnicos Noturnos: - para estes cursos, deverá o senhor diretor designar bancas...” Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[13] - Livro das Atas nº II do C.T.A. sessão 05.12.1945, f. 43f. Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[14] - Atas para habilitação e matrícula do candidato ao IBA18. 02. 1939 Atas para habilitação e matrícula do candidato ao IBA


[15] - Presenças de alunos em ordem alfabética - 1935Presenças de alunos em ordem alfabética Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[16] - Consultar, no Arquivo do IA-UFRGS, o gráfico de freqüências e conceitos no CURSO TËCNICO de ARQUITETURA em : {057MED}, Médias dos alunos do IBA de 1936 até 1941{061PRES} Presenças: mapas de freqüências de alunos relativas ago 1937 e {089COM] 19. 12. 1944Convite de formatura: formandos + Técnicos em Arquitetura


CORONA, - CURSO de ARQUITETURA do IBA-RS: MODELAGEM. e de MAQUETES Documentário fotográfico 1947-1951

Fig. 10 - Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS – Aula de Maquete. 1950

Trabalho escolar de Roberto ANDRADE SALDANHA


Para estudar o Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS, além dos documentos do AGIA-UFRGS, recorrendo-se às pastas e aos documentos dos seus docentes, às atas do CTA do IBA e da Escola de Engenharia, como a uma série de artigos (1974) de Francisco Riopardense de Macedo[1] e à dissertação (1994) de Renato Fiore.

A pretensão do IBA-RS, de incluir a Arquitetura sob a sua competência, fundava-se na lógica do setor das Artes Plásticas implantado no Brasil a partir do dia 12 de agosto de 1816 na Escola Real de Ciências onde sempre figurou a Arquitetura[2]. No primeiro artigo do seu primeiro estatuto, o ILBA-RS já previa o ensino teórico e prático de Arquitetura no ILBA-RS. Este artigo foi mantido e repetido explicitamente nos estatutos de 1927 e 1932. No primeiro ano do funcionamento da Universidade de Porto Alegre, Tasso Corrêa lembrou a pretensão do IBA-RS sobre a competência do ensino institucional da Arquitetura nessa universidade local. Ele registrou essa pretensão no seu primeiro relatório[3] ao reitor Manoel André da Rocha:

Curso de Architectura: Na reorganização do Instituto de Belas Artes – embóra tenha observado os dispositivos do decreto 22.897 de 06 de julho de 1933, que dá organização ao ensino artístico ministrado pela Escola Nacional de Belas Artes – não cogitei da creação do Curso de Architectura, visto como sabia estar o mesmo em organização a cargo da Escola de Engenharia.

Sugiro, entretanto, que ainda seja estudada a possibilidade desse curso ficar a cargo deste Instituto, dada a grande importância do indispensável preparo artístico no exercício da profissão de architecto.”


Nesse ano de 1936 nenhuma das duas unidades da UPA havia iniciado o seu Curso de Arquitetura. Enquanto isso, a ENBA havia separado as competências do Curso de Artes Plásticas daquelas do ensino da Arquitetura pelo decreto nº 22.897 de 06.07.1933, dando-lhes autonomia, mas funcionando no mesmo prédio e com algumas disciplinas em comum.

Art. 1º - A Escola Nacional de Belas Artes, para corresponder à dupla finalidade que lhe incumbe, em virtude das alíneas i e j do art. 20 do Decerto nº 19.852, de 11 de abril de 1931, manterá dois cursos didaticamente autônomos: o de Architectura e o de Pintura, Escultura e Gravura”.[...]

“§ 5º - Conquanto comuns aos dois cursos as cadeiras de História da Arte, Desenho, Modelagem e Arte Decorativa, pertencerão para os efeitos desta reorganização, ao Curso de Pintura, Escultura e Gravura e a de Architectura Analítica ao Curso de Architectura”.


Essa estrutura curricular da ENBA foi apropriada literalmente pelo IBA-RS, em 1944. O Instituto mantinha os dois cursos autônomos com algumas disciplinas em comum.


Um Curso Superior de Arquitetura significava, em termos de representações e mentalidades, uma série de confluências internacionais, nacionais e locais para o IBA-RS. A década de 1930 foi rica em fatos de representação dos regimes fortes que colocavam a Arquitetura como instrumento social, político e econômico de uma nova era que pretendiam no plano internacional para a publicidade desses regimes. Nesta nova era, o estudo de Arquitetura ganhou, no Brasil, após a Revolução de 1930, uma grande visibilidade diante das outras áreas das Artes Plásticas, conforme Durand (1989: 15)[4].

A ponte entre a Curso de Arquitetura da ENBA e o do IBA-RS foi realizada na pessoa de Ernani Dias Corrêa[5]. Ele freqüentou a ENBA e formou-se como arquiteto-engenheiro na turma da Atílio Correia Lima[6] e de Lúcio Costa[7]. Ernani estava estabelecido em Porto Alegre em 1926 onde teve firma própria e depois trabalhou na Secretaria de Obras do Estado[8], sob a direção do engenheiro Torres Gonçalves. No Instituto de Belas Artes, na cadeira de Arquitetura Analítica[9], ele realizou a conexão entre as Artes Plásticas (técnico e superior), Arquitetura (técnico e superior)[10] e a Escola de Engenharia (Civil).


Em 1939, Ernani participou da criação do Curso Técnico de Arquitetura no qual lecionou essa disciplina. A criação efetiva do Curso Superior de Arquitetura foi indicação de Ernani Corrêa, já em 27 de maio de 1942: “IX – Por indicação do conselheiro Ernani Dias Corrêa, discutiu-se favoravelmente a creação do Curso de Arquitetura. Entretanto, ficou resolvido que se procedesse a estudos mais demorados, antes de se decidir em definitivo[11]. A efetiva implantação teve de aguardar a conclusão do prédio que o IBA-RS e as naturais vacilações diante da algo que se sabia ter graves conseqüências nos enfretamentos que traria com a universidade local.


A aprovação do Curso Superior de Arquitetura, pela Congregação do IBA-RS, aconteceu em 21 de setembro de 1944 e ratificado plenamente pelo CTA do IBA-RS em 29 de setembro de 1944[12] e instalado no início do ano escolar de 1945[13]. O quadro docente do IBA-RS começou a ser reforçado por professores vindos de diversas áreas do ensino superior, como é possível verificar no quadro a seguir.




[1] - RIOPARDENSE de MACEDO, Francisco. «30o Aniversário do Ensino de Arquitetura no Rio Grande do Sul : O Primeiro Curso de Arquitetura» in Correio do Povo: Porto Alegre, nov. dez 1974. em relação ao conflito IBA-RS e Escola de Engenharia UFRGS, ver os dos dias 10.11. 1974, p.27 e dia 17.11.1974.


[2] - Instaurada no dia 12 de agosto de 1816 a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios no Rio de Janeiro. “Em 1816 foi criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios que deveria reunir um conjunto difícil de imaginar, os estudos de ciências como a matemática, a física, a química, a biologia e a anatomia, à prática de ofícios mecânicos como a ferraria e a marcenaria e a cultura das artes ornamentais da arquitetura”. Cunha, 1980, pp.104-5 Essa mesma escola foi reformada em 1819, com o nome de Real Academia de Desenho, Pintura e Escultura e Arquitetura Civil. Para exercer o ensino de Arquitetura, nessa Real Academia, foi nomeado, pelo decreto do dia 25.11.1820, o arquiteto Auguste Henry Victor Grandjean de Montigny (1776-1850). A Academia Real, por sua vez, introduziu no Brasil a tradição da Real Academia Francesa, onde em 1671 Colbert incluiu a Arquitetura, vinculando-a ao ensino das artes plásticas.


[3] - Tasso Corrêa, Relatório do I.B.A. de 1936, datado de 31.01.1937. Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[4] - Durand comenta (1989: 15) que “o período de 1930 a 1945 foi importante para os arquitetos, em vários níveis. Do ponto de vista da história da arquitetura brasileira, como campo cultural, registra-se a semente lançada por Le Corbusier em 1929, a nomeação de Lúcio Costa como diretor da ENBA, a formação de um grupo de professores ‘modernistas’ para o curso de arquitetura e um ‘salão revolucionário’, em 1931. No plano corporativo, os arquitetos lograram ter sua profissão regulamentada junto com engenheiros e agrônomos em 1933”.


[5] - Currículo de Ernani Dias Corrêa {148CURR}


[6] - Atílio foi, em 1933, o urbanista de Goiânia e praticamente instaurou o urbanismo com um saber acadêmico distinto da Arquitetura, conforme escreveu Durand (1989, p.151) “O paisagismo no Brasil começou praticamente com Burle Marx; o urbanismo com Atílio Correia Lima, autor do plano de Goiânia”.


[7] - Pelo movimento deflagrado na ENBA por Lúcio Costa, enquanto diretor, passou a ser uma referência imprescindível no ensino da Arquitetura no Brasil. Conforme Durand (1989, p.153).“A reforma curricular elaborada no Rio de Janeiro, enormemente coadjuvado pela repercussão interna e externa da série inicial dos projetos ‘modernistas’ do grupo de Lúcio Costa, acabou se convertendo em paradigma pedagógico para os cursos de arquitetura que se montaram em várias capitais no segundo Pós Guerra. Entre eles, as faculdades de Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife, além dos cursos que se descartaram de escolas politécnicas como ocorreu no Mackenzie e na USP, ou ainda em Salvador”. Evidente não é possível silenciar o seu projeto urbanístico de Brasília.


[8] - Ernani era formado pela ENBA como arquiteto-engenheiro Esse título foi atribuído devido a cadeiras de engenharia que teve na composição curricular. Estabeleceu-se com escritório de arquitetura e construção em Porto Alegre na firma ‘ Architectura – Construção de Ernani Corrêa, com escriptório techinico a rua Dr. Flores, 58b’. Essa foi anunciada em todas as cinco edições da revista quninzal Madrugada no final de 1926. . Tornou-se funcionário da Secretaria Estadual de Obras. Nessa função trabalhou no planejamento urbano da cidade de Iraí, Arroio do Meio e na Vila Floresta em Porto Alegre. Fez um estágio na Europa para planejar o Balneário de Iraí. Realizou a primeira exposição de Arquitetura do Rio Grande do Sul. Escreveu e publicou artigos e um tratado - Ernani publicou em o ‘Manual do Engenheiro Corrêa-Barcellos’ Porto Alegre : Globo, 1939, no qual os dois não só abordam questões técnicas, mas também a legislação da Secretaria de Obras, na época, dirigida pelo engenheiro Torres Gonçalves. Tenta dar coerência e identidade entre o engenheiro, arquiteto e o artista plástico, ao campo de sua formação, insistindo na distinção de competências e limites..


[9] - Programa da cadeira: Arquitetura Analítica Ernani Corrêa Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[10] - A Arquitetura Analítica foi colocada entre Arquitetura e Artes Plásticas na reforma da ENBA pelo Decr. Fed. nº 22.897, de 06.07.1933, art. 1º § 5º- “Conquanto comuns aos dois cursos, as cadeiras de História da Arte, Desenho, Modelagem e Arte Decorativa, pertencerão, para os efeitos desta reorganização, ao Curso de Pintura, Escultura e Gravura e a Arquitetura Analítica ao Curso de Arquitetura”. “Conquanto comuns aos dois cursos, as cadeiras de História da Arte, Desenho, Modelagem e Arte Decorativa, pertencerão, para os efeitos desta reorganização, ao Curso de Pintura, Escultura e Gravura e a Arquitetura Analítica ao Curso de Arquitetura”.


[11] - Livro nº II das atas do CTA-IBA-RS f.13f sessão de 27.05.1942 Arquivo Geral do IA-UFRGS.

[12] -, Houve um intenso trabalho no âmbito estadual segundo Riopardense de Macedo “Quatro dias após a aprovação plena da Congregação é lavado ao supremo mandatário do Estado uma exposição de motivos e uma solicitação de apoio” com reportagens no Correio do Povo nos dias 03.10. 1944 e 07.10. 1944. RIOPARDENSE de MACEDO, Francisco. «30o Aniversário do Ensino de Arquitetura no Rio Grande do Sul : O Primeiro Curso de Arquitetura» in Correio do Povo: Porto Alegre, Nov. dez 1974. dia 10.11. 1974, p.27 .



[13] - No Currículo de Ernani Dias Corrêa –s/d, f.12, pasta funcional – AGIA-UFRGS consta que “em 21 de setembro de 1944 o diretor do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, bacharel Tasso Bolívar Dias Corrêa convocou o Conselho Técnico administrativo, do qual fazia parte o Arq. Ernani para propor a criação do Curso de Arquitetura nos moldes da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, sendo aprovada a proposta. Em 29 de setembro de 1944 pela Congregação do Instituto de Belas Artes do RGS foi aprovado o Regimento Interno e nomeados os professores do Curso de Arquitetura, sendo o Arq. Ernani Corrêa, nomeado para a cadeira de ‘Arquitetura Analítica’. O curso de Arquitetura começou a funcionar no ano seguinte com 25 alunos matriculados”. Currículo de Ernani Dias Corrêa –s/d, f.12, pasta funcional – Arquivo Geral do IA-UFRGS.


CORONA - CURSO de ARQUITETURA do IBA-RS: MODELAGEM. e de MAQUETES Documentário fotográfico 1947-1951

Fig. 11 - Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS – Aula de Maquete - 1948.

Trabalho escolar de Carlos Maximiliano FAYET, Aldrovaldo GUERRA, Aluisio CHIULA e Alceu LOPES.


Na metade do século XX havia no Brasil apenas seis cursos[1] superiores de Arquitetura, enquanto no final desse século XX, existiam, somente no Rio Grande do Sul, doze cursos superiores de Arquitetura e nenhum curso técnico específico desse saber. O curso de Urbanismo do IBA-RS foi proposto numa reunião do Conselho Técnico Administrativo do IBA-RS no dia 28 de março de 1947.

O senhor diretor propoz ao Conselho a abertura do Curso de Urbanismo; esclareceu que o Instituto obtivera do Conselho Federal pelo decreto Federal, pelo decreto-lei nº 19.991, de 26.11.1945, ‘autorização para o funcionamento do outro curso de Arquitetura e Urbanismo’; que agora, porém pela nova organização dada aos Cursos de Arquitetura, no país, o Curso de Urbanismo, passa a constituir um curso à parte, com uma seriação de dois anos: que independente como se tornara, achava que se poderia abrí-lo ainda este ano, que havia alguns candidatos interessados nesse curso, sendo todos engenheiros do Governo, os quais estando exercendo funções de urbanistas, solicitavam à Direção, com muito empenho, que se inaugurasse já o novo curso, como medida que viria beneficiar grandemente a própria administração pública. O Conselho aprovou unanimemente”[2].

Esse curso funcionava como uma espécie de aperfeiçoamento e desdobramento da disciplina do de Urbanismo que constava no 5o ano do Curso de Arquitetura. Era oferecido tanto para arquitetos como para engenheiros. O desdobramento do seu currículo de dois anos era atendido por um quadro docente especializado.






[1] - Disciplinas e currículos das 6 Fac.s de Arqu. do Brasil em 1956 Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[2] - Livro de Atas n o 2 das Atas do CTA, 28.03.1947 - f. 65f e 65v. Arquivo Geral do IA-UFRGS.


Origem da imagem: Arquivo do AGIA-UFRGS

Fig. 12 - Seminário com o Arquiteto Maurício CRAVOTTO – julho de 1948

Direção, docentes, estudantes no Seminário GRANDES COMPOSIÇÕES dos Cursos Superiores de Arquitetura e de Urbanismo do IBA-RS e com presença da Escola de Engenharia da URGS.

2 – Jorge Sirito de Vives 4ª série Arq ; 3 – Mário José Corrêa 3ª série Arq 4 – Sérgio Corrêa 1ª série Urb; 5 – Nelly Peixoto Martins 1ª série Urb; 6 – Demétrio Ribeiro Neto Prof. Composições de Arquitetura; 7 – Enilda Ribeiro 3ª série Arq 8 – Jaime Luna dos Santos 3ª série Arq; 9 – Alfredo Labutte 3ª série Arq; 10 – Moacyr Zamora 3ª série Arq; 11 – Edgar Graeff Prof de Composições de Arquitetura; 12 – Luis Lampert Gaertner 3ª série Arq 13 – Fernando Petersen Lunardi 3ª série Arq 14 – Jair Amaury Koebe 3ª série Arq 15 – Paulo Valandro 3ª série Arq 16 – Tasso Olimpio Pufall 3ª série Arq 17 – Charles René Hugaud 3ª série Arq 18 – Antônio Magadan 3ª série Arq 19 – Bruno Felix Rossi 3ª série Arq 20 – Emil Achutti Bered 4ª série Arq.; 21 – Salomon Sibemberg Kruchin 4ª série Arq ; 22 – José Lorenzo Parreira 4ª série Arq; 25 – Benito Castañeda Prof. De Denho e Pintura; 26 – Luis Ubatuba de Farias Prof. Física Aplicada; 27 Evaldo de Paiva Prof de Urbanismo; 28 – Ney Chrisóstomo da Costa Prof. De Geometria Descritiav e Materiais; 29 –Eugênio STEINHOFF Prof da Escola de Engenharia da URGS; 30 –Tasso Bolívar Dias Correa Diretor do IBA-RS; 31 – Maurício CRAVOTTO (1893-1962) 32 - Athos Damasceno Ferreira – escritor.

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Existia nesse curso a prática dos seminários com o professor visitante, além dessas disciplinas e docentes. Um desses seminários aconteceu no mês de julho de 1948, ano em que a primeira turma de Urbanismo concluía o seu curso. Esse seminário[1], conduzido pelo arquiteto-urbanista Prof. Maurício Cravotto[2], era dirigido especificamente aos cinco alunos de Urbanismo[3]. Mas ele foi aberto aos trinta e cinco matriculados no Curso de Arquitetura que estavam chegando ao seu 4º ano. No sentido institucional, o seminário envolveu o Instituto e a cultura platina e nesse envolvimento era apenas um evento dessa relação como o Prata, pois no ano anterior uma delegação de dirigentes, docentes e estudantes foi à Argentina e ao Uruguai.


A história do ensino da Arquitetura no Rio Grande do Sul foi marcada pela pertinaz atitude de Tasso Corrêa ao enfrentar as pretensões da Escola de Engenharia que também passou a implementar o seu Curso de Engenheiro-Arquiteto[4] a partir de 1944. A posição do diretor do IBA-RS poderia até estar equivocada. Mas a distinção entre os dois campos, lançada por Tasso Corrêa, trouxe índices para a Arquitetura que lhe conferiram visibilidade e uma legitimação profissional ao arquiteto. Essa busca de um currículo autônomo, que não fosse mero aperfeiçoamento de outras áreas, o encaminhamento e as carreiras dos alunos formados pelo Instituto, são alguns dos índices do rumo do saber autônomo da Arquitetura no Rio Grande do Sul . O conflito entre engenheiros e arquitetos pode ser índice da busca do saber autônomo do arquiteto, mas foi também luta pelo poder, sustentada por razões materiais, evidenciadas por Demétrio Ribeiro, um dos docentes do IBA-RS[1].




[1] - Demétrio Ribeiro professor do Curso de Arquitetura do IBA-RS e depois da Faculdade de Arquitetura, localiza (1994, p.13)O, “no fundo, esse preconceito tinha uma base material concreta, explicação real da oposição da Escola de Engenharia ao ensino autônomo de Arquitetura. As firmas construtoras habituadas à baixa remuneração dos arquitetos autodidatas discriminados pela legislação profissional temiam encarecimento da mão-de-obra técnica, e possíveis competidores”.




[1] - Aulas do Curso de Urbanismo: Prof. Maurício Cravotto Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[2] - Entre as obras projetadas e executadas de Maurício Cravotto, está a prefeitura de Montevidéu, com seu entorno urbano.


[3] - Correio do Povo. Porto Alegre 03.07 até 07.07.1948 (recorte do livro do CATC).

[4] - Silva et Soares, 1992 p.77.

[5] - Demétrio Ribeiro professor do Curso de Arquitetura do IBA-RS e depois da Faculdade de Arquitetura, localiza (1994, p.13)O, “no fundo, esse preconceito tinha uma base material concreta, explicação real da oposição da Escola de Engenharia ao ensino autônomo de Arquitetura. As firmas construtoras habituadas à baixa remuneração dos arquitetos autodidatas discriminados pela legislação profissional temiam encarecimento da mão-de-obra técnica, e possíveis competidores”.



CORONA, - CURSO de ARQUITETURA do IBA-RS: MODELAGEM. e de MAQUETES Documentário fotográfico 1947-1951

Fig. 13 - Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS – Aula de Maquete

Trabalho escolar de Moacyr ZANIN



ALGUMAS CONCLUSÕES em RELAÇÂO ao SABER ARQUITETÔNICO nas CIRCUNSTÂNCIAS do 1º CURSO de ARQUITURA e URBANISMO do IBA-RS.


Vai longe o tempo em que se argumentava e sustentava que a constituição de uma Faculdade de Arquitetura era possível pelo puro ‘entrosamento’ eclético das Artes Plásticas e dos conhecimentos técnicos da Engenharia, como se constata nas representações otimistas do ofício nº 3.751, de 24 de novembro de 1949, da Reitoria da URGS[1].“Entrosar [...] o ensino de Arquitetura com as cadeiras fundamentais e técnicas da Escola de Engenharia e as disciplinas artísticas do Instituto de Belas Artes”.


Estava novamente em jogo a falsidade da escolha denunciada por Maritain, quando aparentemente há necessidade de optar entre arquitetura para o povo ou arquitetura para a arte. Com o filósofo, há necessidade de reconhecer a autonomia do saber arquitetônico, tanto diante do arquiteto-técnico como do arquiteto-artista. Por sua própria natureza, a complexidade dos saberes e dos valores envolvidos na Arquitetura exigem uma consciência e capacidades peculiares na escolha dessas competências e limites[2].


O saber da Arquitetura constitui uma parcela significativa no processo civilizatório no Rio Grande do Sul. Esse saber teve sentido na medida em seus agentes estiveram para além do problema da ‘obra projetada’ e da ‘obra construída’ para atingir o saber humano no patamar em que Aristóteles (1973: 343) o colocou, quando escreveu, que “a origem da arte está no que produz e não no que é produzido”. Resultado de um processo educativo que tende ao ‘vir-a-ser’ de um saber arquitetônico, por ele flui um poder que depende das convicções do profissional e a expectativa do exercício e da ética dessa área de conhecimento[3]. É incontestável que a pessoa dedicada a prática da Arquitetura se torne um cidadão, com um saber diferente e privilegiado entre os demais fazeres humanos[4], cabendo-lhe um saber, uma potência e um direito.

No espaço civilizatório sulino cabe a Ernani Dias Corrêa esse saber, potência e direito constituir-se como cidadão e uma ponte entre as Artes Plásticas, da Engenharia e da Arquitetura. O saber das artes foi assimilado por Ernani na sua passagem pelo curso de Arquitetura da ENBA[5]. Exerceu a sua competência como urbanista na sua ação entre engenheiros da Secretaria de Obras do Estado. Trabalhou na institucionalização inaugural do ensino da Arquitetura como um campo com direito à autônomo no Rio Grande do Sul. Ernani tornou-se catedrático da cadeira de Arquitetura Analítica em 1946[6], cadeira que ele já vinha exercendo interinamente desde o dia 15.05.1936 no Curso de Artes Plásticas. Em maio de 1947, num órgão impresso dos estudantes do IBA[7], ele distinguiu as competências dos diplomas que seriam expedidos pelo Curso de Arquitetura do Instituto de Belas Artes daqueles do curso da Escola de Engenharia. Ao contrário do seu irmão Tasso Corrêa, ele foi conciliador e eclético, priorizando o cidadão[8] antes dos seus cargos. Ele estava a frente à categoria dos arquitetos locais no dia 19 de março de 1948 para criar e ser eleito o presidente da seção do IAB-RS.

Convocado pelo Prof. Tasso Corrêa, e com a presença de nove arquitetos do Rio Grande do Sul, foi criado o Departamento do IAB-RS numa reunião no dia 19 de março de 1948, no Instituto de Belas Artes, sendo Ernani Dias Corrêa escolhido seu primeiro presidente[9].

A Arquitetura possui um acumulado razoável de elementos de um sistema em Porto Alegre e que era amparado por essa categoria categoria emergente neste meio.. A partir do seu saber específico, devido ao acumulado das suas pesquisas e experiências, a Arquitetura possuía competência para configurando a sua autonomia e pleitear um lugar institucional em Porto Alegre entre os demais saberes universitários. Essa competência vem acrescida pelo fato de constituir uma Faculdade e não um Instituto. Como tal está lidando com um campo profissional estabelecido e o que IBA-RS não possui como meta compulsória Na medida em que o campo da Arquitetura interagia com as Artes Plásticas no IBA-RS, os limites e o seu poder podia acrescer a vantagem de operar numa competência interna mais ampla, que lhe impunham uma atualização da inteligência mais ágil. Em Porto Alegre a sua autonomia estava mais exposta e presa ao mercado, numa cultura entrópica e enfrentando a concorrência com os saberes técnicos, considerados hegemônicos na área.




[1] - Currículo de Ernani Dias Corrêa s;d Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[2] - Ao historiar as academias de artes, Pevsner destaca aquelas que incluíam ou não o ensino da Arquitetura. Distingue (1982, p.84, nota 51) que “uma das maiores diferenças entre o sistema de Roma e daquele de Paris é a que a Accademia di S. Luca incluiu o ensino arquitetônico, enquanto que em Paris as questões arquitetônicas foram delegadas para uma academia espacial, a Academie Royal d’Architecture, que foi fundada por Louis XIV em 1671”.


[3] - Athos Damasceno possuía uma percepção desse processo educativo, despenhado pela Arquitetura e pelo Urbanismo em Porto Alegre, ao afirmar “Assisti a esta cidade de maneira curiosa. Em 1920, por exemplo, a cidade parecia uma cidade velha. Hoje, com quase 200 anos, ela me parece nova, remodelada, modificada in SONDERMANN, Susana «Athos Damasceno Ferreira: “herói é o homem de todos os dias” » Correio do Povo. Porto Alegre : Caldas Júnior, 22. 12. 1974, p. 23.


[4] - Até o presente ainda não houve uma pesquisa, muito menos um ‘catalogue raisonné’ das obras e da carreira dos arquitetos cuja formação começou no vestibular de Arquitetura no Curso mantido pelo IBA-RS.


[5] - O título que recebeu na sua formação na ENBA foi o de Engenheiro-Arquiteto. No seu currículo do Arquivo do Instituto ele tenta explicar a origem desse título e as razões de não estar em conformidade como ele.

[6] - O currículo de Ernani Dias Corrêa, assinala que “em 1º de janeiro de 1946. O interventor Federal Samuel Figueiredo da Silva nomeou o Arq. Ernani Dias Corrêa para exercer o cargo de professor catedrático da cadeira de Arquitetura Analítica e Arte Decorativa dos Cursos de Artes Plásticas e Arquitetura do Instituto de Belas Artes” . Arquivo Geral do IA-UFRGS.

[7] - O pesquisador tomou conhecimento desse material conceitual através do Currículo de Ernani Dias Corrêa. Sem ter localizado esse órgão impresso no Arquivo .

[8] - Poderia-se atribuir a Ernani o título de cidadão do mundo pela sua iniciativa em cultivar e propagar o Esperanto do qual ele se tornou fervoroso e criador e presidente da sociedade para a qual conseguiu uma sede em Porto Alegre.

[9] - 19.03.1948 - Currículo de Ernani Dias Corrêa, f. 14, s/d




Origem da imagem: Arquivo do AGIA-UFRGS

Fig. 14 - Oscar Niemeyer no palco do IBA-RS com a direção, convidados e formandos do Curso Superior de Urbanismo em 13 de abril de 1949.

1 – Edvaldo Paiva; 2 – Luis Artur Ubatuba de Farias 3 – Francisco Riopardense Macedo; 4 – ? ; 5 – Tasso Bolívar Dis Corrêa; 6 – Oscar Niemeyer Soares Filho; 7 – Coronel Carlos Pandolfo; 8 – Sérgio Corrêa; 9 – Nelly Peixoto Martins; 10 – ?; 11 – Secretário do IBA-RS.

Identificados por Francisco Riopardense Macedo em 03 de fevereiro de 2004.

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Os dois Cursos de Arquitetura de Porto Alegre, depois de duros confrontos, resolveram se reunir. Em maio de 1948, Ernani Dias Corrêa participou de uma Comissão[1] convocada pelo reitor Armando Câmara para estudar e equacionar esse problema. Nessa comissão, Ernani propôs a criação da Faculdade de Arquitetura, o que foi aceito por unanimidade[2]. A reitoria extrapolou sua competência ao extinguir os Cursos de Arquitetura da Escola de Engenharia e o do IBA-RS através do ofício nº 3.751 do dia 24 de novembro de 1949. No final de 1950, com a Lei Federal nº 1.254 no dia 04 de dezembro de 1950 foi ordenada a criação da Faculdade de Arquitetura pela junção dos dois cursos existentes em Porto Alegre[3]. Quatro dias após, Ernani Dias Corrêa foi nomeado professor da Escola de Engenharia, pelo Presidente da República [4]. Ernani passou a lecionar a disciplina Arquitetura Analítica em três cursos diferentes (Escola de Engenharia, Instituto e Faculdade de Arquitetura). Reuniam-se condições para criar a autonomia do campo de Arquitetura [5].




[1] - Os historiadores da UFRGS Silva e Soares ao consultarem os documentos da Reitoria, anotaram (1992, p. 102) que “a Comissão designada para o estudo do projeto da fusão era integrada pelo professores Leovigildo Paiva, presidente, Lelis Espartel, Duílio Bernardi, João Baptista Pianca da Engenharia, Fernando Azevedo Moura, Demétrio Ribeiro e Ernani Dias Corrêa do Belas Artes”.


[2] - Sobre a idéia da fusão dos dois cursos de Arquitetura, o currículo de Ernani Dias Corrêa, remete para entrevista dada por ele ao órgão da Juventude Universitária Católica ‘Universitas’ de agosto de 1949.


[3] - Relatório do Reitor Alexandre M. Rosa ao CONSUN sobre o IBA Arquivo Geral do IA-UFRGS..


[4] - O currículo de Ernani Dias Corrêa anota que “o Presidente da República, Getúlio Vargas, nomeou Ernani Dias Corrêa, ocupante do cargo de Professor catedrático de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia do RGS, para exercer, a partir de 08 de dezembro de 1950 cumulativamente o cargo de catedrático da cadeira de Arquitetura Analítica do Instituto de Belas Artes

[5] - Sugestões para nova seriação dos cursos de Arquitetura - e Programa e fundamentação teórica da Arquitetura Arquivo Geral do IA-UFRGS.



CORONA, - CURSO de ARQUITETURA do IBA-RS: MODELAGEM. e de MAQUETES Documentário fotográfico 1947-1951

Fig. 15 - Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS – Aula de Maquete. 1951.

Conjunto de trabalhos escolares sobre pranchas de modelagem de argila.

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O conjunto desses atos, possuía validade jurídica na medida em que ambos os campos de competência e as respectivas unidades pertenciam à esfera federal. Para reforçar essa legislação foi emitido o Decreto Federal nº 29.310 em 28 de fevereiro de 1951 que ‘concede o reconhecimento aos cursos de Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Belas Artes’. Na metade do século XX a cultura brasileira possuía muitas iniciativas e forças que favoreciam a emergências da Arquitetura[1]. É o que próprio Ernani Corrêa diagnostica para a arquitetura brasileira em 15.11.1947. “A arquitetura contemporânea brasileira é considerada a mais avançada do mundo, pelos mais eminentes arquitetos e criticos-estetas do estrangeiro”[2]. Ernani estava escrevendo dez antes de Brasília. A visão otimista de Ernani enxergava a potencialidade de uma verdadeira exportação da arquitetura brasileira, e que também não se concretizou[3].




[1] - Durand enuncia (1989, p. 295) as razões materiais e políticas pelas quais ‘ a Arquitetura foi a ‘prima rica’ das artes plásticas no Brasil, na fase que vai de Capanema a Kubitschek, ou seja, da implantação dos princípios de Le Corbusier no Brasil. Uma série de grandes encomendas de governo, culminando com o programa de Brasília, garantiram realizações notáveis e os arquitetos, então em pequeno número, puderam criar suas faculdades próprias e modelar o ensino de arquitetura segundo os princípios de Le Corbusier”.

[2] - Correio do Povo, dia 15.11.47 (recorte do arquivo do CATC). Arquivo Geral do IA-UFRGS.


[3] - Frota, 1997.


Acevo Carlos M FAYET - Imagem fornceida pelo Arquiteto Cícero ALVAREZ

Fig. 16 - Revista ESPAÇO - Nº 4 - dez. 1949.
ESTUDANTES do IBA-RS
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O IBA-RS viu diminuir a sua força e a sua representatividade com a perda do curso de Arquitetura. O que não poderia ser previsto, na reprodução do saber arquitetônico, era que as forças entrópicas e repetitivas fossem alimentadas por interesses que desmantelaram e aniquilaram, pelo golpe de 1964, toda essa seiva vital acumulada até aquele momento. Demétrio Ribeiro, um dos fundadores do Curso de Arquitetura do IBA-RS e docente da Faculdade de Arquitetura conseguiu expressar esse momento afirmando que “a ditadura entreguista fez em quinze anos para subordinar a cultura aos interesses de um modelo sócio-econômico de dependência, redundou numa espécie de genocídio cultural de uma geração inteira” (in Durand, 1989, p. 268). Os expurgos, particularmente severos com o campo da Arquitetura, foram a parte visível, desse genocídio[1].




[1] Na Faculdade de Arquitetura ocorreu o maior número de cassações na Universidade, depois da Faculdade de Filosofia. Na primeira leva, em 1964, foram aposentados compulsoriamente os arquitetos Demétrio Ribeiro Neto, Enilda Ribeiro, Edgar Albuquerque Graeff, Edvaldo Paiva e Nelson Souza. A segunda leva atingiu em 1969 os nomes Ernesto Antônio Paganelli, Ari Mazzini Canarin e Carlos Maximiliano Fayet[1]. A maioria havia sido, ou docentes ou alunos do Curso de Arquitetura do Instituto de Belas Artes. No Instituto Luis Fernando Corona[1] foi o único a receber essa punição. Também havia sido ex-aluno desse Curso e na época professor de Perspectiva e Sombras do IBA-RS. Punição que atingiu emocionalmente seu pai, Fernando Corona, já retirando através aposentadoria compulsória por idade. É uma pequena parte daquilo que ficará para sempre invisível nesse genocídio cultural.


























CORONA, - CURSO de ARQUITETURA do IBA-RS: MODELAGEM. e de MAQUETES Documentário fotográfico 1947-1951

Fig. 17 - CORONA Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS –

Capa do documentário fotográfico das Aulas de Maquete que ele denominava “A Plástica na Arquitetura”.


Em relação à ação posterior desta turma conferir:


http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/110/artigo23526-1.asp

Um comentário:

  1. Meu pai professor Antonio Magadan ,formou-se na segunda turma de Arquitetos do Estado do Rio Grande Do sul,foto 18.

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